Harold e o Lápis Mágico

Crítica – Harold e o Lápis Mágico

Sinopse (imdb): Dentro do seu livro, o aventureiro Harold consegue dar vida a qualquer coisa ao desenhá-la. Depois de crescer e se desenhar fora das páginas do livro e dentro do mundo real, Harold descobre que tem muito o que aprender sobre a vida real.

Filme live action dirigido por Carlos Saldanha!

Sou fã do Carlos Saldanha, um carioca que deu certo em Hollywood – o cara dirigiu A Era do Gelo, Rio e Touro Ferdinando, e chegou a ser indicado ao Oscar duas vezes (por Touro Ferdinando e por um curta do esquilo Scratch), e ainda foi um dos criadores de Cidade Invisível!

Harold e o Lápis Mágico (Harold and the Purple Crayon, no original) é baseado em um livro que heu nunca tinha ouvido falar, e traz uma história meio bobinha sobre um personagem de um livro infantil que vai para o mundo real para tentar encontrar o seu criador. Sim, o filme é meio bobinho, mas, a gente precisa lembrar de quem é o público alvo. E entrando na sala de cinema com isso em mente, é um filme bem gostoso de se acompanhar.

Harold e o Lápis Mágico tem uma introdução em animação, mas é quase todo live action. E preciso dizer que gostei dos efeitos especiais de quando o tal lápis mágico é usado no mundo real – vemos o personagem desenhando no ar e sua criação ganhando forma. Esses efeitos ficaram muito bons!

(Agora, como falei, é filme direcionado para a garotada, então tem algumas coisas que é melhor a gente não ficar pensando, tipo, que fim levou aquele avião que estava no ar sem ninguém pra pilotá-lo?)

No elenco, ouvi críticas sobre a escolha de Zachary Levi, porque ele está meio bobão no personagem, e lembra o papel que ele fez em Shazam. Mas, será que ele não foi chamado justamente pra fazer algo parecido com o que ele fez em Shazam? Uma criança em corpo de adulto? Heu particularmente não achei a escolha ruim. E gostei dos dois coadjuvantes que eram bichos no desenho mas viraram humanos no mundo real, o alce de Lil Rel Howery e a porco espinho de Tanya Reynolds. Também no elenco, Zooey Deschanel, Benjamin Bottani e Jemaine Clement.

(Quantos filmes a gente conhece onde os dois principais nomes começam com “Z”, Zachary Levi e Zooey Deschanel?)

No fim do filme, fiquem, no meio dos créditos tem uma cena bem divertida!

Harold e o Lápis Mágico teve uma pré estreia aqui no Rio com a presença do próprio Carlos Saldanha, e entra em cartaz esta semana. Recomendo para quem tiver filhos pequenos!

O Touro Ferdinando

FerdinandoCrítica – O Touro Ferdinando

Sinopse (imdb): Depois que Ferdinando, um touro com um grande coração, é confundido com uma besta perigosa, ele é capturado e arrancado de sua casa. Determinado a retornar à sua família, ele lidera uma equipe desajustada em uma aventura.

A primeira coisa que chama a atenção é que é um desenho animado gringo dirigido por um brasileiro. Mas na verdade o nome Carlos Saldanha não é exatamente uma novidade no mundo da animação. O cara não só dirigiu os três primeiros A Era do Gelo, como é o autor da ideia dos dois Rio. Mesmo assim, sempre acho muito legal ver um brasileiro nos letreiros importantes de produções hollywoodianas.

O Touro Ferdinando (Ferdinand, no original) é uma adaptação do livro “Ferdinando, o touro”, escrito em 1936 por Munro Leaf. O livro foi adaptado pela Disney dois anos depois, e o desenho chegou a ganhar o Oscar de melhor curta metragem de animação em 1939.

Como acontece em outras animações da produtora Blue Sky, O Touro Ferdinando é um filme leve e engraçado, que vai agradar os pequenos e também os pais que forem levá-los. E, vale dizer, na parte técnica a Blue Sky hoje não deve nada aos “três grandes” (Disney, Pixar e Dreamworks). O traço do desenho é simplesmente perfeito.

Uma coisa bem legal aqui é que O Touro Ferdinando consegue passar uma mensagem sem ser panfletário. Nos dias de hoje seria fácil levantar uma bandeira. Mas nada disso: Ferdinando simplesmente é pacifista, e isso basta.

Não só O Touro Ferdinando não levanta bandeiras, como ainda consegue ser muito divertido. Alguns personagens secundários são hilários! Os ouriços são geniais, e aquele duelo de dança é sensacional.

Não li em nenhum lugar sobre continuação, mas não me surpreenderei se for anunciada. Que mantenham a qualidade!

Rio 2

0-Rio1Crítica – Rio 2

Não, não estou falando daquele condomínio entre a Barra e Jacarepaguá, e sim da continuação do desenho quase brasileiro Rio!

Blu e Jade vivem felizes no Rio de Janeiro, levando uma vida urbana ao lado de seus três filhotes. Mas ao descobrir que talvez não sejam os últimos da espécie, partem para a Amazônia para tentar encontrar outras araras azuis.

Admiro muito o diretor brasileiro Carlos Saldanha. Depois de conseguir reconhecimento internacional dirigindo os três primeiros A Era do Gelo, ele conseguiu fazer, através de um estúdio gringo, um longa de animação que se passa no Rio de Janeiro, repleto de personagens e paisagens cariocas.

Este segundo Rio é aquilo que a gente espera. Leve, divertido e com todos os clichês esperados – clichês bem utilizados, é bom dizer. Temos os problemas de adaptação, o conflito entre o heroi e o sogro, a rivalidade com o ex namorado… Mas o roteiro sabe aproveitar os elementos de modo que o filme fica leve e divertido.

Certas cenas parecem propagandas da Embratur – pelo filme, parece que no Rio só existe samba, e que o carnaval é uma unanimidade (conheço muitos cariocas que não dão bola pro carnaval…). Mesmo assim, prefiro ver o Brasil retratado por um brasileiro, pelo menos a geografia está correta. E o Rio só aparece no início do filme, depois os pássaros passam rapidamente por algumas cidades, para enfim chegarem ao cenário onde se passa quase todo o segundo filme: a floresta amazônica.

Rio 2 tem muitos números musicais, e, claro, uma partida estilizada de futebol. O filme é muito colorido e tem belas imagens – a qualidade técnica da animação é impressionante – mas, na minha humilde opinião, a parte “broadway” chega a cansar. A parte musical que funciona são as “audições”, responsáveis pelos momentos mais engraçados do filme – as tartarugas capoeiristas são sensacionais!

Nem tudo funcionou na versão dublada – Nigel cantando I Will Survive no original deve ser bem melhor. É, as dublagens brasileiras atingiram um nível excelente, mas não conseguem acertar sempre…

Achei curioso não ter o nome de nenhum ator nem nos créditos iniciais, nem nos finais. Pra descobrir o elenco tive que checar no imdb: Rodrigo Santoro, Anne Hathaway, Leslie Mann, Jesse Eisenberg, Jamie Foxx, John Leguizamo, Andy Garcia e Bruno Mars, entre outros.

Por fim, o 3D. Sim, tem 3D. Não, não precisava. 😉

A Era do Gelo 4

Crítica – A Era do Gelo 4

Um pouco atrasado, fui ao cinema ver o quarto longa da série A Era do Gelo.

Um terremoto durante a divisão dos continentes separa o mamute Manny de sua família. Ajudado pelos amigos Sid (uma preguiça) e Diego (um tigre dentes de sabre), ele precisa voltar para casa. Mas antes eles precisam enfrentar piratas!

Gostei muito do primeiro A Era do Gelo (2002), filme que juntou um improvável trio feito por um mamute, uma preguiça e um tigre de dentes de sabre. O trio só funcionaria naquelas circunstâncias onde o filme se passava. Por isso, confesso que peguei uma certa implicância e não gostei do segundo filme – o trio agora não tinha motivos para continuar junto. Mesmo assim, vi o terceiro, e admito que gostei.

Não rolava nenhuma vontade de ver este quarto filme, pra mim a franquia já tinha se esgotado. Mas pai é pai, meu filho pediu várias vezes, lá fui heu, mesmo sabendo que o filme não ia ser grandes coisas. Mas até que a baixa expectativa foi boa. Não é que A Era do Gelo 4 é divertido?

Desta vez sem o brasileiro Carlso Saldanha na direção, A Era do Gelo 4 é cheio de clichês, além de repetir a fórmula usada nos outros três filmes da série. Mas os personagens são bem construídos, e conseguem criar várias sequências engraçadas. E, como sempre, o esquilo Scrat rouba a cena quando aparece.

Alguns novos personagens são apresentados. Dentre as novidades, gostei da vovó, um personagem muito melhor que a tigresa ou o macaco pirata.

Vi a versão dublada, não posso palpitar sobre o excelente time de dubladores originais (Ray Romano, Denis Leary, John Leguizamo, Queen Latifah, Jennifer Lopez, Wanda Sykes, Simon Pegg, Nick Frost, Patrick Stewart, Seann William Scott, entre outros). Felizmente, a dublagem brasileira alcançou um nível excelente, e não sentimos falta do áudio original, como acontecia anos atrás – se bem que admito que queria ouvir a voz de Peter Dinklage (Game Of Thrones) como o Capitão Entranha.

Ah, teve uma vantagem em deixar pra ver o filme bem depois da estreia: só tinha cópia sem o 3D! Chega de 3D desnecessário, né?

Enfim, A Era do Gelo 4 é engraçado, mas nada demais. Boa diversão descartável.

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Se você gostou de A Era do Gelo 4, o Blog do Heu recomenda:
Rio
A Era do Gelo 3
Madagascar 3

Rio

Crítica – Rio

Estreou nos cinemas a animação Rio, dirigida pelo carioca radicado em Hollywood Carlos Saldanha, diretor dos três A Era do Gelo (no primeiro, ele era co-diretor; nos outros dois, era o principal).

Blu é uma arara azul macho domesticada, que mora nos Estados Unidos e não sabe voar. Um ornitólogo descobre que ele é o último macho de sua espécie, e o leva para o Rio de Janeiro para conhecer Jewel, a última fêmea. Mas, no Rio, eles são roubados por traficantes de pássaros.

Moro no Rio de Janeiro e sou cinéfilo. Pra mim, rolava uma grande expectativa sobre este filme – acho que é a primeira super-produção hollywoodiana que se passa no Rio e é dirigida por um carioca. Será que desta vez os gringos teriam uma visão mais correta do que é o Rio de Janeiro?

Bem, nesse aspecto, o filme é “quase” perfeito. Rolam algumas irregularidades geográficas, mas nada grave. E o fato do filme ser muito bom me faz relevar as pequenas imperfeições.

Sim, Rio é muito bom. A animação é perfeita, os personagens são bem construídos e a história é boa. E, como de habitual, os momentos de comédia são de rolar de rir! E, de quebra, ainda temos várias paisagens conhecidas na tela, como a Praia de Copacabana, o Corcovado, o Pão de Açúcar e os Arcos da Lapa.

Queria poder falar do elenco, mas vi a versão dublada…. O elenco original é de alto nível: Jesse Eisenberg, Anne Hathaway, Leslie Mann, Jamie Foxx, George Lopez, Tracy Morgan e o “nosso” Rodrigo Santoro como o ornitólogo brasileiro.

Não curti muito os números musicais. Mas sei que é uma tendência que acompanha os longas de animação há tempos, quase todos os desenhos de hoje em dia têm o seu “momento Broadway”, então não adianta reclamar. E o 3D não é ruim, mas também não é necessário, rolam pouquíssimas cenas onde o efeito faz alguma diferença.

Minha reclamação tem outro alvo. Como carioca, preciso fazer alguns comentários…

(SPOILERS LEVES ABAIXO!)

– Nasci aqui, vivi toda a minha vida aqui, e não gosto de samba. E conheço muitos outros cariocas que também não gostam!
– Temos muitos pássaros, ok. Mas acho que nunca vi um tucano aqui no Rio. Mas, ok, tucanos são sempre identificados como aves brasileiras, deixa ter um tucano no “elenco”. Mas… O que fazia um flamingo na cena logo antes do bondinho de Santa Teresa???
– Entendo que queiram mostrar a asa delta voando ao lado do Cristo Redentor, a estátua é famosa, é uma das 7 maravilhas do mundo… Mas… Uma asa delta que pulou da Pedra Bonita, em São Conrado, NUNCA vai chegar ao lado do Cristo…

(FIM DOS SPOILERS!)

Mas isso não desabona o resultado final. Rio é um ótimo desenho animado, divertido e bem feito. Desde já uma das melhores animações do ano!

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Se você gostou de Rio, o Blog do Heu recomenda:
A Era do Gelo 3
Monstros S.A.
Toy Story 3

A Era do Gelo 3

eradogelo3

A Era do Gelo 3

Em primeiro lugar, gostaria de pedir desculpas àqueles que costumam ler o meu blog (alguém lê o meu blog?). Tive uns problemas pessoais, e demorei mais tempo do que deveria para atualizar – quase uma semana! Mas os problemas já foram resolvidos (assim espero!), e estou de volta!

Vamos de desenho animado então? Falei aqui outro dia que nem sempre consigo escolher os bons filmes infantis que minha filha de oito anos quer ver, né? Pois bem, A Era do Gelo 3 é um dos momentos onde é legal ser pai. O filme é muito divertido!

Nesta terceira parte, continuamos acompanhando o improvável bando formado no primeiro filme, com um mamute, uma preguiça e um tigre dentes-de-sabre. O grupo passa por crises: o mamute Manny está ansioso, prestes a ser pai; o tigre Diego se acha fora de forma e quer voltar à vida de caçador; e Sid, a preguiça, quer a sua própria família. E nessa busca, Sid encontra três ovos, que levarão a “família” a uma grande aventura num “parque dos dinossauros” escondido!

Um dos grandes méritos do filme é a construção de seus personagens. Se o esquilo Scrat e sua perseguição à noz sempre foi uma das melhores coisas dos outros dois filmes , agora ele tem uma companheira, que também está atrás da noz! Rola até tango na briga!

E ainda temos um novo personagem: a doninha Buck, uma mistura de pirata com Rambo, que vive no meio dos dinossauros. Buck é genial! Arrisco a dizer que Buck consegue criar situações ainda mais engraçadas que Scrat! São vários os momentos hilariantes no filme. Ou seja: bom para as crianças e também bom para os pais que as levarão.

E a animação, como era de se esperar, é deslumbrante. Numa época de guerra entre Pixar, Disney e Dreamworks, este desenho da Fox não deixa nada a desejar.

Claro, também vale lembrar que a direção está novamente nas mãos do carioca Carlos Saldanha (também dirigiu o segundo, e co-dirigiu o primeiro Robôs). Mais um brasileiro fazendo sucesso em Hollywood!

Last but not least: prefira as salas onde o filme está em 3D! Vale a pena!