Gangs Of London – Segunda Temporada

Crítica – Gangs Of London – Segunda Temporada

Sinopse (Amazon Prime): Um ano após a morte de Sean Wallace, o mapa de Londres foi reescrito e existe uma nova e brutal força no poder. Mas com uma rebelião sendo fermentada, quem vai ganhar a batalha pela alma de Londres?

Heu achei que tinha falado ano passado sobre a primeira temporada de Gangs Of London, mas não achei nem aqui nem no youtube. Devo ter comentado alguma coisa no Podcrastinadores, mas certamente apaguei minhas anotações. Vou comentar a segunda temporada, mas antes aproveitarei pra falar um pouco sobre a primeira.

Gangs Of London e uma série violentíssima, criada por Matt Flannery e Gareth Evans (responsáveis pelos dois Operação Invasão). Na primeira temporada a gente acompanha uma família irlandesa que lidera gangues de várias etnias, como nigerianos, paquistaneses, libaneses e albaneses, no submundo do crime da Londres dos dias de hoje.

A segunda temporada traz um novo e perigoso personagem que quer tomar o posto de líder dos criminosos. E se você não viu, recomendo não ler muita coisa porque existem surpresas ao longo da temporada.

Uma coisa que senti falta foi de um “previously”. Começou a temporada sem nada pra resumir o que tinha sido exibido um ano atrás. Tive que rever o último episódio da primeira temporada antes de seguir com a segunda.

Gangs Of London tem dois pontos fortes. Um, o mais claro é a qualidade e quantidade de violência gráfica. Não me lembro de nenhuma outra série de TV tão violenta. Vou além: arriscaria dizer que não existe nada mais brutal do que o episódio 5 da primeira temporada, uma das peças mais violentas da história do audiovisual, um espetáculo de tiros, explosões e sangue. A segunda temporada não tem nenhum episódio dirigido pelo Gareth Evans (o responsável pelos momentos de maior violência gráfica), mas tem alguns momentos com bastante gore.

O outro ponto a ser citado é o xadrez de poder que vemos na série. Vemos jogadas ousadas, onde os personagens não têm problema em sacrificar peças do tabuleiro para alcançar o objetivo. E aqui não tem ninguém bonzinho, o protagonista Elliot está longe de ser um cara “do bem”.

Tenho um mimimi sobre o novo personagem, Koba. Ok, a gente vê que ele é mau muito mau, mas quando ele surge em cena, um cara magrelo com o cabelo oxigenado, a gente lembra do Rafael Portugal. E lembrar do Rafael Portugal não é nada amedrontador.

Queria fazer outro comentário sobre o elenco. No sexto episódio a gente vê a Lale lutando contra vários oponentes. Quero ver um filme de ação com a atriz Narges Rashidi!

Heu preferia que a história tivesse terminado aqui, mas o último episódio deixa um gancho para uma terceira temporada. Que mantenham a qualidade!

Apóstolo

Crítica – Apóstolo

Sinopse (Netflix): Em 1905, durante a perigosa missão de resgate da irmã raptada, um homem se envolve com o sinistro culto religioso de uma ilha isolada.

Sou fã do diretor Gareth Evans, galês que fez carreira na Indonésia, onde dirigiu dois dos melhores filmes de ação dos últimos anos, The Raid (2011) e The Raid 2 Berandal (2014). De volta ao ocidente, Evans agora apresenta seu novo filme, estreando apenas no Netflix.

Apóstolo (Apostle, no original) não tem muito de The Raid, o filme lembra mais o clima de Safe Heaven, filme curto que Evans dirigiu em parceria com os Mo Brothers, uma das melhores coisas da irregular coletânea VHS.

Diferente da adrenalina máxima da franquia The Raid, Apóstolo começa lento. Evans não tem nenhuma pressa pra construir a sinistra e misteriosa ambientação da ilha. Aliás, a reconstituição de época é primorosa. O terror não é “trem fantasma” como os filmes do James Wan. Aqui, o terror está no mistério, na crescente tensão. E a parte final do filme capricha na violência e no gore.

No elenco, o papel principal fica com o pouco expressivo Dan Stevens (que foi a Fera em A Bela e a Fera). Michael Sheen (Passageiros) faz melhor com o seu líder comunitário; Lucy Boynton (Bohemian Rhapsody) também está bem no principal papel feminino. Também no elenco, Kristine Froseth, Catrin Aaron, Richard Elfyn, Paul Higgins e Mark Lewis Jones.

Gostei de não ter muita explicação. Espero que não façam um filme explicando o que ficou no ar. Pena que sei que esta continuação deve acontecer.

(E tomara que Evans volte para a Indonésia para fazer o terceiro The Raid!)

The Raid 2 – Berandal

0-TheRaid2-posterCrítica – The Raid 2 – Berandal

Quando pesquisei quais filmes estariam em cartaz em Londres na mesma época da minha viagem, planejei os pontos imperdíveis da minha viagem: London Eye, Madame Tussaud, o musical We Will Rock You, Camden Town – e uma sessão de cinema para ver The Raid 2 – Berandal.

A sinopse: depois de sobreviver ao primeiro filme, Rama agora tem que virar um policial infiltrado em uma guerra da máfia em Jakarta, Indonésia.

Para quem não viu: o filme indonésio The Raid Redemption, lançado aqui em dvd/blu-ray como Operação Invasão, é um dos melhores filmes de ação dos últimos tempos. Pena que foi mal lançado e quase ninguém conhece.

Agora veio a continuação, escrita, dirigida e editada pelo mesmo Gareth Evans. Se o primeiro filme é um diamante bruto de testosterona, este segundo filme é um diamante do mesmo quilate, só que lapidado. Se no primeiro The Raid a ação é toda em uma trama linear, e tudo acontece dentro do prédio; agora temos vários climas, vários cenários, vários personagens. E a violência extrema continua lá. E ainda melhorada.

Olha, vou contar para vocês: a violência nunca foi mostrada assim antes na história do cinema. Nunca antes o sangue jorrou de maneira tão bela! Estamos acostumados com o “padrão Marvel de violência” – sem sangue, sem gore. A violência aqui é crua, bem longe de Hollywood. A quantidade de sangue derramado e de ossos quebrados é muito grande, com detalhes visuais que chamam a atenção – a ponto de vermos um tiro de escopeta explodindo uma cabeça, sem corte.

Mas não falo de violência gratuita, está bem longe dos “torture porn” como O Albergue ou Jogos Mortais. A violência aqui acontece por causa das lutas. E, meus amigos, que lutas! Se no primeiro filme tínhamos umas duas ou três lutas memoráveis, aqui são mais de dez sequências antológicas, como a briga na lama do presídio e a excelente (e longa) luta final na cozinha.

Dois ótimos vilões novos aparecem, e, pena, foram pouco aproveitados. Mas as duas sequências com a Hammer Girl e o Baseball Bat Man são sensacionais. Digo mais: toda a “sequência do metrô” é uma aula de cinema – narrativa dividida em três, com uma trilha sonora instrumental perfeita sublinhando a tensão na dose exata. E a violência extrema correndo solta, o que a menina bate com os martelos deixaria a Beatrix Kiddo orgulhosa. Foi pouco, mas já prevejo um culto à Hammer Girl.

Falei que The Raid 2 não era linear como o primeiro, certo? E o que podemos dizer sobre a cena de perseguição de carro? Acho que nunca vi algo assim feito em Hollywood. Quase dá pra ouvir “chupa, Velozes e Furiosos!”…

O elenco, claro, traz de volta Iko Uwais, que está sendo comparado com Bruce Lee, e não é à toa – a cena (que está no trailer) onde ele pratica dando socos em uma parede não foi acelerada, ele bate daquele jeito mesmo! Uwais está presente em quase todas as lutas, acho que as duas únicas sem ele são com Yayan Ruhian, que fez o Mad Dog no primeiro filme (e que também estava em Merantau, primeiro filme de Evans, também estrelado por Iko). Outro excelente ator-lutador, a sequência do facão é impressionante. Ainda no elenco, Julie Estelle, Arfin Putra, Oka Antara e Alex Abbad.

A notícia triste é que, assim como o primeiro, The Raid 2 também está sendo muito mal vendido. Não tem previsão de passar no Brasil, assim como o primeiro, que foi direto para o mercado de home video. E, na sessão que vi, em Londres, tinham apenas 5 pessoas na sala do cinema – sendo que um casal de idosos saiu na metade do filme.

Depois de The Raid 2, o telefone do Gareth Evans deve estar frenético. Os Stallones, Stathams e Diesels da vida devem estar tentando contratá-lo para a sua estreia hollywoodiana (assim como Van Damme, que trouxe John Woo para os EUA em 1993). Mas vão ter que esperar, segundo o imdb, Evans agora está na pré produção de The Raid 3 – desde já um dos filmes mais esperados da década.

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Heu em Londres!

V/H/S 2

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Crítica – V/H/S 2

O primeiro V/H/S já não foi grandes coisas. Mas, ok, vamos ver qualé a do segundo, uma nova coleção de filminhos de terror de câmera encontrada, independentes entre si.

V/H/S 2 repete um dos erros do primeiro filme: a história que liga os episódios é fraca, sem sentido e desnecessária. Pelo menos tem uma vantagem sobre o outro, são só quatro histórias – o anterior tem cinco, e mais de duas horas de duração.

Filme em episódios é sempre irregular. Então analisemos os episódios separadamente.

– “Clinical Trials” – Um cara coloca um olho robô, que filma tudo, inclusive fantasmas invisíveis a olho nu. Historinha curta de fantasmas, meio bobinha, nada demais.

– “A Ride in the Park” – Um ciclista com uma GoPro no capacete é atacado por zumbis. Ok, é interessante ver o ponto de vista de um zumbi. Mas… 1- Filmes feitos com a estética da câmera encontrada não podem ter edição, se não perdem a razão de ser “câmera encontrada”. Vemos o ciclista pedalando por mais de um ângulo, e ainda tem uma trilha sonora rolando ao fundo; 2- Vem cá, aconteceu o apocalipse zumbi, mas foi só num parque? Não tem sentido alguém ver uma gravação de um “apocalipse” se o mundo continua igual depois, né?

– “Safe Heaven” – Um grupo de documentaristas vai entrevistar o líder de um polêmico culto. A história começa muito bem, bom clima, bom ritmo. Mas o final é tão ridículo que chega a dar raiva. Aparece uma criatura tão tosca que parece que foi tirada dos estúdios da Troma, e que quase estraga o bom filminho.

– “Slumber Party Alien Abduction” – O título diz tudo: “Abdução alienígena na festa do pijama”. Um grupo de adolescentes, mais a irmã de um deles e o namorado, enfrentam aliens. De positivo, inventaram de prender a câmera num cachorro, então existe uma desculpa pra continuarem filmando o tempo todo. De negativo, os aliens são tão toscos quanto a criatura do filme anterior. Em vez de medo, causa risos.

– Tape 49 – Um casal de detetives particulares é chamado para um caso e encontram uma pilha de fitas de vhs. Historinha dispensável, como foi no primeiro filme.

Ninguém conhecido no elenco, claro. Um dos diretores é Eduardo Sánchez, que fez “um tal de Bruxa de Blair“. O que achei curioso foi o nome Gareth Evans como um dos diretores de Safe Heaven. Sim, o mesmo de Operação Invasão / The Raid Redemption. Sr. Evans, volte para os filmes de ação, lá você faz diferença!

Enfim, nada essencial, mas pode até divertir quem estiver no clima certo.

Merantau – Warrior

Crítica – Merantau – Warrior

Como prometido no post sobre Batalha Policial, procurei o outro filme do mesmo diretor com o mesmo ator, este Merantau – Warrior.

Yuda (Iko Uwais) sai do interior e vai para Jakarta, onde pretende sobreviver dando aulas de silat, uma arte marcial comum na Indonésia. Uma vez na cidade grande, sozinho, desempregado e sem ter onde morar, ele, meio por acidente, acaba defendendo a jovem Astri de virar mais uma vítima do tráfico de pessoas.

Também escrito e dirigido por Gareth Evans, Merantau – Warrior não tem o mesmo ritmo frenético de Batida Policial. O início é até lento, e além disso, tem uma importante figura feminina na trama. Mas não vai decepcionar os apreciadores de filmes de pancadaria. Assim como Batida Policial, Iko Uwais aqui mostra que é bom em silat. Algumas sequências são sensacionais, como aquela onde Yuda vai pegar as coisas de Astri e foge batendo em dezenas de adversários.

Reconheci outro ator do elenco! Yayan Ruhian, que faz o Mad Dog em Batida Policial (é o cabeludo que briga com os dois irmãos), interpreta o Eric, aqule da luta dentro do elevador.

Teve uma coisa que me incomodou na luta final, entre Yuda e os dois chefões. Em primeiro lugar, Yuda sozinho bateu em uns trinta orientais, qual a dificuldade de bater em apenas dois, e ainda por cima ocidentais? E mais: gangsters como eles não estariam desarmados!

Achei o fim esticado demais, o filme podia ter acabado uns quatro ou cinco minutos antes sem prejuízo para o resultado final. Mesmo assim, Merantau – Warrior ainda é um bom filme para quem curte artes marciais.

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Se você gostou de Merantau – Warrior, o Blog do Heu recomenda:
Batalha Policial
DOA
Carga Explosiva

Operação Invasão / Batida Policial / The Raid Redemption / Serbuan Maut

Crítica – Batida Policial / Operação Invasão / The Raid Redemption / Serbuan Maut

A primeira coisa que chama a atenção aqui é que é um filme de ação feito na Indonésia. Mas não se trata apenas de um filme vindo de um país exótico – Batida Policial é um dos melhores filmes de ação dos últimos tempos!

A trama é simples: uma equipe do FBI entra num prédio para tentar capturar um chefão do crime. Mas a equipe acaba presa em uma emboscada. E dá-lhe tiros, explosões e pancadarias…

Escrito e dirigido pelo galês Gareth Evans, Batida Policial tem ação ininterrupta. Sabe a expressão “de tirar o fôlego”? É por aí. Tiroteios, explosões, brigas com armas brancas, pancadaria com as mãos nuas, tem tudo isso, em quantidade abundante, e com boa qualidade – os personagens lutam silat, uma arte marcial comum na Indonésia. Por um lado, foi muito legal ver isso na tela grande; por outro lado, se fosse em dvd, heu voltaria algumas cenas pra rever.

O filme não tem frescuras. Os únicos cenários são dentro do prédio velho, com seus corredores e apartamentos. Efeitos especiais, só nas explosões e tiroteios. Personagem feminino, só na cena inicial. Também não tem um alívio cômico. O filme inteiro é na adrenalina, na testosterona.

Outra coisa: a câmera não é tremida como nos Transformers da vida. Vemos tudo claramente, as coreografias das lutas devem ter dado um trabalhão pra fazer. Tem uma cena onde um cara sozinho sai pelo corredor, sem nenhuma arma nas mãos, e, sozinho, briga com literalmente dezenas de adversários!

Na saída do cinema, ouvi umas pessoas falando de um certo “filme anterior”. Descobri que existe um filme indonésio de 2009 chamado Merantau, também escrito e dirigido por Gareth Evans, e também estrelado por Iko Uwais, o protagonista de Batida Policial. Vou procurar esse filme…

Agora é esperar que Batida Policial seja lançado por aqui. Se for lançado, recomendo para quem curte um bom filme de ação!

p.s.: Quando passou no Festival do Rio de 2011, este filme foi chamado de “Batida Policial”. Depois, quando foi lançado comercialmente, o nome mudou para “Operação Invasão”.

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