O Lobo de Wall Street

Crítica – O Lobo de Wall Street

Mais um Scorsese estrelado pelo DiCaprio!

Baseado na história real de Jordan Belfort, um cara que saiu do nada e virou milionário no mercado de ações, seu envolvimento com drogas, e depois seus problemas com a polícia.

Este é a quinta parceria entre Martin Scorsese e Leonardo DiCaprio, depois de Gangues de Nova York, O Aviador, Os Infiltrados e Ilha do Medo. E, mais uma vez, a parceria funcionou: O Lobo de Wall Street é muito bom!

O Lobo de Wall Street (The Wolf of Wall Street, no original) é bom, mas nem tudo funciona. Vejo dois problemas básicos que podem incomodar boa parte do público. Um deles é a longa duração, exatas 3 horas. Não precisava de tanto, podiam cortar meia hora facilmente. Li um boato na internet que o primeiro corte tinha 5 horas, e a edição foi feita às pressas, pra dar tempo de concorrer ao Oscar. Se foi isso, bola fora para a produção.

O outro problema nem me incomodou. É a moral distorcida do filme. Jordan Belfort é um canalha, que construiu fortuna enganando pessoas. Não me incomodou, mas soube de pessoas que não gostaram de ver um protagonista mau caráter.

Fora isso, O Lobo de Wall Street, como falei antes, é muito bom. Jordan Belfort deve ser um cara desprezível, mas sua vida gerou uma história bem divertida. O filme tem vários momentos engraçadíssimos, a plateia dava gargalhadas com o riso solto. Adorei toda a sequência do “lemon”!

A edição (feita às pressas ou não) é muito boa. O ritmo é agil como os discursos do protagonista Jordan Belfort. Rolam alguns erros de continuidade nas sequências onde os personagens estão sob efeitos de drogas, propositais, pra criar estranheza. O filme segue como uma comédia, mas o clima vai ficando tenso ao longo da projeção.

O elenco é outro ponto forte. Leonardo DiCaprio parece um pastor evangélico em seus discursos apaixonados e inflamados perante seus “vendedores”. Ele está concorrendo mais uma vez ao Oscar – será que dessa vez ele leva? Jonah Hill também mostra que é bem melhor ator do que seu currículo sugere. Ainda no bom elenco, Margot Robbie, Mathew McConaughey, Kyle Chandler, Rob Reiner, Jean Dujardin, Joanna Lumley e John Favreau. E, pra quem acompanha séries, procurem Jon Bernthal (o Shane de The Walking Dead) e Cristin Milioti (a mãe de How I Met Your Mother).

Ah, é bom avisar: O Lobo de Wall Street tem muita nudez e muito consumo de drogas. Definitivamente, não é recomendado para menores.

Agora aguardemos o Oscar. O Lobo de Wall Street está concorrendo a 5 Oscars, todos “nobres”: filme, diretor, roteiro, ator (DiCaprio) e ator coadjuvante (Jonah Hill). Scorsese já concorreu 10 vezes à estatueta (7 vezes como diretor, 2 como roteirista e uma como produtor), mas o único Oscar de sua carreira foi numa parceria com DiCaprio, melhor diretor por Os Infiltrados; DiCaprio foi indicado quatro vezes, mas nunca ganhou. Será que este ano a dupla terá sorte?

This is Spinal Tap

spinaltap

This is Spinal Tap

Logo no início, o diretor Marty DiBergi diz que resolveu fazer este documentário, ou melhor, “rockumentário”, sobre a banda Spinal Tap, com 17 anos de carreira e 15 discos lançados, prestes a começar uma nova turnê pelos EUA.

Ué? Você nunca ouviu falar dessa banda? Nem desse diretor? Deve ser porque é tudo fake…

Em 1984, o diretor Rob Reiner (Conta Comigo, Harry & Sally, Uma Questão de Honra, Louca Obsessão), junto com três amigos atores / músicos, resolveu criar uma banda com todos os clichês do Hard Rock. A ele coube a parte do diretor do documentário – o nome foi homenagem aos diretores Scorsese (Marty), Brian De Palma (Di) e Spielberg (Bergi). Os outros três, Harry Shearer, Christopher Guest e Michael McKean, interpretaram os guitarristas e o baixista. Também há um tecladista, que aparece menos; e uma lenda que diz que o baterista sempre morre…

São várias as situações geniais e hilárias, como a banda se perdendo no caminho do camarim ao palco, ou o amplificador com volume que vai até o 11, ou ainda as “imagens de arquivo” de apresentações antigas da banda.

Pra quem está familiarizado com os exageros e clichês do rock’n’roll, esse filme é pura diversão!