Crítica – One Piece
Sinopse (imdb): Em um mundo marítimo, um jovem capitão pirata parte com sua equipe para alcançar o título de Rei dos Piratas e descobrir o tesouro mítico One Piece.
Antes de tudo, preciso dizer que nunca vi o anime. Meus comentários serão feitos apenas sobre o que está na série da Netflix.
Nunca vi, mas posso dizer que tenho pelo menos duas conexões com o anime. Uma delas é que tenho filhos adolescentes que veem One Piece, através deles descobri que são mais de mil episódios. A outra é que estou montando uma banda pra tocar temas de anime e estamos ensaiando o tema do anime.
Mas vamos à série!
Comecei a assistir sem sem ter ideia do que ia encontrar. E preciso dizer que gostei bem mais do que achei que ia gostar. A série é ótima! Gostei dos personagens, da ambientação, dos efeitos especiais, das coreografias de luta…
Tudo é muito exagerado. Tudo, caracterizações, cenários, atuações, tudo na série está no limite da caricatura. Não conheço o original, desconfio que deve ser tão exagerado quanto – afinal, Eiichiro Oda, o criador do anime, estava perto dos roteiristas e diretores para que o resultado ficasse o mais próximo possível da sua visão. Mas independente do anime, pra mim, o tom está perfeito. A gente vê desde o início que não é pra se levar a sério. A série nunca quer passar realismo. Um exemplo claro são os telefones, que são feitos de caramujos! Outro exemplo: Sanji, um dos melhores personagens, só luta com os pés, e sempre de terno e gravata!
Todos os personagens são bons. São vários, todos são bem desenvolvidos, todos são carismáticos, lembrei da adaptação da Turma da Mônica, quando acaba a série dá vontade de conhecer melhor essa turma. Ok, gostei de todos, mas um deles gostei menos. Achei que Usopp em alguns momentos parece sobrar no grupo. Por outro lado, Zoro e Sanji são personagens excelentes, e os dois juntos são ainda melhores.
Uma curiosidade: Eiichiro Oda disse que, se fossem pessoas reais, Luffy seria brasileiro, Nami seria sueca, Zoro, japonês, Usopp, sul-africano, e Sanji, francês. É coerente, Luffy é alegre, simpático e malandro, poderia ser brasileiro.
São 8 episódios. Todos os episódios seguem uma história principal, que tem uma divisão bem equilibrada: cada episódio traz uma nova ambientação e um novo pirata vilão. Coisa rara em séries de hoje em dia: não tem barriga!
Os efeitos especiais são ótimos. One Piece não quer se parecer com o mundo real, temos muitas cenas com elementos fantásticos, e a todos funcionam muito bem na tela. E preciso falar das coreografias de luta: são muitas, são de estilos diferentes, e são todas muito bem filmadas (luta em equipe onde um começa comendo). Gostei muito da luta do Zoro e Sanji contra homens peixe.
Heu não conhecia NINGUÉM do elenco, coisa rara hoje em dia, já que costumo prestar atenção em nomes obscuros dos créditos. Mas posso dizer que todos estão muito bem. O mexicano Iñaki Godoy, que faz o protagonista Luffy, é ótimo (mas fica um mimimi pra reclamar que o ator podia ser brasileiro!).
Tenho uma reclamação, mas é sobre algo que acontece no último episódio, então vou colocar um aviso de spoilers.
SPOILERS!
SPOILERS!
SPOILERS!
Ao longo da temporada a gente descobre que o vice almirante da marinha que está perseguindo o Luffy é o seu avô. Até aí, ok. Mas, quando o avô finalmente captura o bando, ele simplesmente libera todo mundo e deixa pra lá. Por que perseguiu então?
FIM DOS SPOILERS!
Como falei lá no início, gostei mais do que achei que ia gostar. Mas não vou encarar os centenas de episódios de anime. Netflix, quero a segunda temporada!