O Bosque Maldito (Il bosco fuori)

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O Bosque Maldito (Il bosco fuori)

Um jovem casal é atacado numa estrada pouco movimentada por uma gangue. Uma família os salva, mas mal eles sabem que essa família é ainda pior que a gangue…

Com a produção do veterano Sergio Stivaletti (que trabalhou com Dario Argento, Lamberto Bava e outros), o jovem diretor Gabriele Albanesi nos traz um filme cheio de gore e humor negro, repleto de elementos que agradarão aos fãs dos filmes trash, como famílias de freaks sádicos e desmembramentos por serras elétricas. Isso, claro, aliado a muito, muito sangue cenográfico.

Despretensioso, pode render uma boa diversão!

Fido – O Mascote

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Fido – O Mascote

Quem se lembra do fim de Shawn of the Dead? Agora coloque aquele zumbi que joga videogame no meio de uma mistura entre Mamãe é de Morte e Mulheres Perfeitas. E coloque tudo isso nos anos 50.

Difícil de misturar, não? Pois Fido – O Mascote é algo por aí.

Uma poeira cósmica cai na Terra e transforma os mortos em vivos. E aparece uma grande corporação que cria uma coleira que controla os zumbis, que viram escravos a serviço da população, ao mesmo tempo que deixa as cidades seguras.

Sim, é um filme de zumbis. Tem muito sangue, pedaços de corpos sendo arrancados, um monte de gente morrendo e sendo comida por mortos-vivos… Mas NÃO é um filme de terror! É uma comédia – de humor negro, muito negro!

Logo de cara, o filme mostra a que veio. Passa um daqueles filminhos de propagandas educativas, em preto e branco, muito anos 50. E o filme inteiro é uma grande caricatura com esse visual!

O elenco está perfeito: Carrie Ann Moss, Dylan Baker e o garoto K’Sun Ray são a família protagonista, que ganha como novo vizinho um Henry Czerny veterano da “guerra dos zumbis”. Outro personagem genial é o vizinho esquisitão que tem uma namorada zumbi, vivido por Tim Blake Nelson. E, claro, Billy Connolly consegue criar um convincente morto-vivo com Fido, o nosso zumbi de estimação.

Andrew Currie, um diretor desconhecido por aqui, conseguiu dosar perfeitamente o humor, o terror e o trash, trazendo uma pérola, que aqui foi mal lançado e deve até ser difícil de se encontrar nas locadoras.

Os teóricos chatos de plantão ainda terão como se divertir, vendo vários textos subliminares; como o racismo contra os zumbis; ou a militarização da sociedade feita pelo “grande irmão” Zomcom, a corporação que controla os zumbis.

Mas recomendo deixar as teorias de lado e se divertir vendo como um zumbi pode “voltar a viver”… A cena que Carrie Ann Moss leva bebidas para Fido e seu filho é genial!

Planeta Terror

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Planeta Terror

Pra quem não sabe de nada, uma explicacao antes: Quentin Tarantino e Robert Rodriguez resolveram fazer uma homenagem às sessões duplas que rolavam em cinemas poeiras nos anos 70, sempre com filmes vagabundos com roteiros que privilegiavam sexo e violencia gratuitos, não se importando com eventuais erros de continuidade ou falhas no roteiro. O projeto se chamava Grindhouse, e incluía um longa de cada um, e alguns traileres fakes (de filmes que nunca existiram, nem nunca vão existir).

Grindhouse foi lançado assim nos EUA, mas como as sessões ficavam muito longas (mais de 3 horas), resolveram lançar como filmes separados no resto do mundo. O que é uma pena…

Logo no começo da projeção, uma vinheta com cara de anos 70 avisando os traileres. Sim, temos um trailer! Machete, um assassino de aluguel violentíssimo, estrelado por Danny Trejo e Cheech Marin, figurinhas fáceis nos filmes de Rodriguez.

Findo o exagerado e genial trailer (pena que a gente não vai ver o filme), outra vinheta anunciando “our feature presentatio”, Planet Terror!

A historia de Planeta Terror é simples. Um gás venenoso transforma pessoas em zumbis comedores de carne humana. Um grupo forma uma resistência contra os zumbis, e ainda tem que lutar contra militares com motivos para manter o gás.

Mas a história é o menos importante aqui. O que vale é o formato. E um formato cheio de falhas na projeção, com riscos na tela e alterações nas cores. Tudo proposital, claro, pra fazer de conta que a copia do filme é muito velha e surrada. Aliás, no meio da projeção, uma destas “falhas” arrebenta um dos rolos do filme, e perdemos uma parte da história! E perdemos algo importante – de propósito!

Além das falhas, o roteiro é cheio de deliciosas situações caricatas muito engraçadas, como o cientista que coleciona testículos dos seus adversários, ou a médica anestesista com pistolas de seringas, ou ainda o mocinho com mira perfeita andando numa moto miniatura para criancas.

O elenco é otimo. Os televisivos Rose McGowan (Charmed) e Freddy Rodriguez (Six Feet Under) fazem o casal principal, e ainda temos Josh Brolin, Marley Shelton, Naveen Andrews (o Sayid de Lost), Michael Biehn e Stacy Ferguson, além do próprio Tarantino e um não creditado Bruce Willis. Todos eles exercitando ao máximo suas canastrices!

Robert Rodriguez é um gênio sem par em Hollywood. Ele dirige, escreve o roteiro, produz, edita, faz a fotografia e a trilha sonora e ainda trabalha nos efeitos especiais. E não é só isso: o cara tem duas carreiras paralelas. Além dos filmes para adultos (como Sin City e Era uma vez no Mexico), ele ainda faz filmes infantis, como Shark Boy & Lava Girl e a série Pequenos Espiões. Como ele consegue tempo pra isso tudo? Não sei, mas sei que Hollywood ia ser menos divertida se não existissem caras como ele…

O filme é violento e muito escatológico. Não é recomendado para estômagos fracos! Mesmo assim, divertidíssimo. Vários momentos são ao mesmo tempo muito violentos e muito engraçados!

Pena que era pra ser sessão dupla… E À Prova de Morte, a segunda parte de Grindhouse, dirigida pelo Tarantino, inexplicavelmente nunca foi lançada aqui no Brasil…

p.s. – ATUALIZAÇÃO – À Prova de Morte foi lançado no circuito brasileiro em julho de 2010 – três anos de atraso!!!

E estão fazendo um longa Machete! 😀

Trovão Tropical

Trovão Tropical

Ben Stiller, Jack Black e Robert Downey Jr encabeçando uma comédia de guerra? Bem, se bem equilibrados, temos elementos para uma boa diversão. E é o caso aqui: um grupo de astros hollywoodianos está fazendo um filme de guerra, quando, de repente, se vêem no meio de uma guerra real.

Ben Stiller é mais conhecido como ator, mas de vez em quando ele dirige os próprios filmes. E aqui ele acerta a mão. Com um roteiro escrito por ele mesmo e pelo também ator Justin Theroux, Stiller fez uma boa comédia politicamente incorreta e com toques de humor negro.

Os três personagens exploram bem os seus clichês: Stiller é um astro de filmes de ação de uma série decadente, também famoso por ter feito um retardado mental num dramalhão ruim; Downey Jr é um grande ator, com 5 oscars no currículo, um australiano louro de olhos azuis que fez uma cirurgia de pigmentação de pele para ficar negro para este filme; e Jack Black, bem, Jack Black faz Jack Black, já é um clihê pronto, e sempre divertido nas doses certas…

O elenco não conta apenas com os três. A melhor parte do elenco é o produtor do “filme dentro do filme”, interpretado por um tal de Tom Cruise, careca, peludo, barrigudo e soltando todos os palavrões que deve segurar quando faz papéis de “bom moço”… E ainda temos Nick Nolte e Matthew McConaughey!

Foi tomado um cuidado especial em torno do “filme dentro do filme”. Os enquadramentos acompanham vários clichês de filmes de guerra. A cena do helicóptero vendo um soldado fugindo e levando tiros de vietnamitas, por exemplo, quem não se lembrou de Platoon? Mais: antes de começar o filme, temos falsos trailers de novos filmes dos atores interpretados pelos atores…

E, pra quem gosta de humor negro, a morte do diretor é genial!