Top 10: Melhores Momentos de Andor

Top 10: Melhores Momentos de Andor

Quando estreou a série Andor, fiz um post sobre os 3 primeiros episódios, e fiquei de voltar para outro ao fim da série. Então bora para o top 10 melhores momentos de Andor!

Um breve comentário antes. Um amigo usou uma expressão que gostei: Andor é “Star Wars para adultos”. Quase todos os filmes, séries e animações são de aventuras espaciais, e por mais que nós, fãs, não gostemos de admitir, são produtos voltados mais para o público infanto juvenil. E aqui não: temos uma trama densa, que envolve política e espionagem, e além disso temos uma galeria de excelentes personagens!

Ah, os personagens! Lembro que Rogue One trazia protagonistas sem carisma, o robô K2SO era mais carismático que os dois principais. Já aqui, a gente tem vários bons personagens. Aliás, a série podia se chamar “Luthen” em vez de “Andor”. Que personagem fantástico é o Luthen Rael do Stellan Skarsgård! Mon Mothma e Kino Loy idem! Tem uma boa quantidade de bons personagens!

Andor foi criada por Tony Gilroy (mais conhecido como roteirista, escreveu os roteiros de Rogue One e dos quatro primeiros filmes da franquia Bourne, dentre outros). Se antes Gilroy tinha nossa curiosidade, agora certamente tem a nossa atenção!

Vamos à lista? Claro, spoilers liberados a partir daqui.

10- Transformação do Luthen
A gente vê como Stellan Skarsgård é um grande ator, ele muda de cara em poucos segundos!

9- Cameo do K2SO
Andor é preso por um robô do mesmo modelo do K2SO.

8- Luthen e Andor enganam Syril
Syril acha que seu plano deu certo. Não, não deu.

7- Luthen e Saw Gerrera
Dois revolucionários de estilos diferentes. Dois grandes atores. Uma cena arrepiante!

6- Mon Mothma enganando o Império
Mon Mothma sabe que o motorista é um espião, e dá um jeito dele ouvir um desabafo sobre seu marido gastando dinheiro com jogo. E assim consegue justificativa para o seu rombo financeiro pró rebelião.

5- Discurso do Kino
Logo antes da fuga da prisão, Kino Loy faz um discurso que inflama todos os prisioneiros. E também os espectadores!

4- O Olho
A gente passa alguns episódios ouvido falar do “olho”, um fenômeno astronômico que ocorre no planeta. E quando finalmente vemos esse fenômeno, ele não decepciona. A cena é ótima!

3- A nave do Luthen
O terceiro lugar fica com talvez o momento mais “star wars” de toda a série: a fuga da nave de Luthen. Primeiro, o modo como ele escapa do raio trator, depois uma nave com grandes “sabres de luz” acoplados. Massaveísmo total!

2- Cena Pós Créditos
O último episódio teve uma cena pós créditos onde a gente descobre pra que servem as peças construídas na prisão. Não só é uma cena com um significado forte, como é uma cena belíssima.

1- Funeral da Marva
É difícil tirar o primeiro lugar do funeral da Marva. São duas cenas em sequência, as duas são ótimas. Primeiro, o funeral da Marva, com as pessoas tocando aqueles instrumentos de sopro e percussão – talvez para manter uma tradição do Guerra nas Estrelas clássico, o som é “sujo”, a gente sente que são pessoas tocando naquele contexto, a música não está exatamente bem tocada, existem imperfeições na execução e na mixagem. E depois tem o discurso da Marva através do holograma. Essa sequência é de arrepiar!

Andor

Crítica – Andor

Sinopse (Disney+): Muito antes da missão de garantir os planos da Estrela da Morte fazer dele um herói da Rebelião, um imprudente Cassian Andor procura informações sobre seu passado. Essa obsessão o leva aos bairros decadentes de um mundo onde um encontro com as autoridades faz dele um criminoso procurado. Sua tentativa de se esconder no planeta Ferrix traz seus problemas para casa.

Antes de falar da série, preciso avisar que, diferentemente da maioria dos atuais fãs de Star Wars, Rogue One não é um dos meus favoritos. Dos cinco filmes novos, prefiro o ep 7. Rogue One é bom, muito bom, mas acho a primeira metade muito lenta. A segunda metade é excelente e o fim é sensacional, mas a primeira metade me fez tirá-lo do topo da lista. Por isso, uma série derivada do filme não era algo tão aguardado por mim.

Dito isso, preciso admitir o meu lado fanboy e dizer que fico feliz com todo e qualquer novo produto Star Wars! Bora pra série!

Andor terá 12 episódios (e segundo o imdb, depois teremos mais uma temporada com mais 12 episódios). A Disney+ liberou os três primeiros, e hoje vou comentar aqui essa introdução. Dependendo de como a série se desenrolar, volto a falar depois quando acabar a temporada.

Uma coisa que heu gosto muito é ver outras rotinas nessa galáxia muito muito distante que a gente tanto gosta. Conhecemos planetas novos, chega de ficar em Tatooine o tempo todo! E aqui a gente vê coisas que realmente não vemos nos outros filmes – acho que foi a primeira vez que alguém faz sexo em Star Wars (ok, não vemos a cena de sexo, mas o casal dormiu junto!). Também temos referências a prostituição, bebidas alcoólicas e até a café.

Algumas pessoas se esquecem que Star Wars aconteceu “a long time ago”, o que vemos neste universo não é o futuro do planeta Terra. Então, temos espaço para planetas diferentes com povos em diferentes estágios de civilização – aqui a gente conhece um povo que parecem indígenas, mas que moram num planeta por onde passou algo grande (provavelmente o planeta foi usado para mineração). Gostei de ver um povo completamente à parte do que acontece na galáxia.

Sobre os personagens, até agora o único que já conhecemos é o protagonista Cassian Andor, ainda acho cedo para comentar sobre os outros – inclusive tem personagem que aparece no trailer que ainda não apareceu na série. Por enquanto, posso dizer que gostei do antagonista.

Lembro que um dos personagens mais carismáticos de Rogue One era o robô K2S0. Andor mantém a tradição e traz um bom robô, o B2EMO, um robô gago e meio depressivo que me lembrou o Marvin de Guia do Mochileiro das Galáxias.

Tecnicamente falando, a série é muito boa. Em tempos de She Hulk e Pinóquio, aqui não tem nenhum cgi ruim saltando aos olhos. Ok, tem muita cena escura, e a gente sabe que cena escura normalmente é pra esconder falhas no cgi, mas, mesmo assim, não achei ruim, achei um recurso válido. A parte sonora da série também é bem construída, tem uma sequência muito boa no terceiro episódio com as pessoas batendo no metal, numa crescente que serve pra aumentar a tensão.

Li em algum lugar que aqui, diferente das últimas séries Star Wars / Disney, foram usadas locações em vez de só estúdio. Parece que eles agora usam um novo estúdio que projeta imagens ao fundo durante as filmagens, e isso por um lado é bem legal mas por outro lado gera cenas “apertadas”, como critiquei em Obi Wan. Aqui são locações, o que ficou bem melhor – imagina o planeta dos Kenari se fosse dentro de um estúdio?

O terceiro episódio usa bem os flashbacks. São duas linhas temporais misturadas de maneira inteligente. E ainda temos algumas soluções inventivas usadas pelos personagens. Se os dois primeiros episódios foram lentos, esse terceiro já mostrou que a série pode mostrar algo a mais.

Tá rolando um mimimi sobre o trailer vender um produto diferente do que foi anunciado. Ok, reconheço que isso é verdade, o trailer tem stormtroopers, tie fighters, aparece o Saw Gerrera, aparece a Mon Mothma, e por enquanto não vimos nada disso. Aliás, a série por enquanto nem parece Star Wars, não tem nada nesses primeiro episódios que conecte ao que a gente já conhece (a não ser o personagem título). Vai ter gente reclamando que “não é Star Wars!”

Ouvi amigos comentando que o ritmo é lento. Concordo. São três episódios de aproximadamente 40 minutos cada, ou seja, é quase um “longa metragem que deu origem à série”. Precisava? Acho que não, podiam ser apenas dois episódios na minha humilde opinião. Mas, se a gente lembrar que Rogue One tem um ritmo diferente dos outros filmes, parece mais um drama de guerra do que uma aventura espacial, Andor está coerente com a proposta.

Aguardemos os próximos. Que o desenvolvimento seja mais para Mandalorian e menos para Obi Wan.

Pantera Negra

Pantera NegraCrítica – Pantera Negra

Sinopse (imdb): Depois da morte de seu pai, o Rei de Wakanda, T’Challa retorna para a nação africana isolada e tecnicamente avançada para assumir o trono e seu lugar como rei.

Hoje, com dezessete longa metragens* ao longo de dez anos de MCU (Universo Cinematográfico da Marvel), a gente já sabe que a barra é alta. Já sabemos que o filme vai ser bom, a dúvida é se mesmo assim ainda vai surpreender.

Bem, não sei se Pantera Negra (Black Panther, no original) ficaria no meu top 5 pessoal de filmes do MCU, mas posso garantir que se trata de entretenimento de qualidade. Temos uma trama consistente, bons atores, bons personagens, uma belíssima ambientação no fictício país Wakanda… Tem até um vilão com boas motivações, coisa que nem sempre acontece em filmes de super heróis. Ah, importante: Pantera Negra fala de representatividade sem ser panfletário.

O diretor Ryan Coogler (Creed) é negro, assim como quase todo o elenco. Mas em vez de assumir uma postura “I’m black and I’m proud”, o filme apenas mostra bons personagens – guerreiros, cientistas, líderes políticos… Não só negros, como também temos várias mulheres fortes, inteligentes e bonitas. Taí um bom meio de se combater o racismo: mostrar que a minoria pode ser tão boa quanto ou ainda melhor. Aposto como vai ter muita criança branca fã dos personagens.

Pantera Negra é um filme de super herói, então, claro, temos boas cenas de ação. Gostei muito de uma cena em particular, onde vemos uma luta em plano sequência, num cenário que lembra a cena final de Kill Bill 1. Sobre o humor, algumas pessoas criticam o excesso de humor dos filmes da Marvel – Pantera Negra tem uma piadinha aqui, outra ali, mas é um filme bem mais sério que os outros.

O visual de Wakanda é bem legal, mistura tradicionalismo com tecnologia de ponta. Pena que alguns efeitos especiais em cgi ficaram estranhos (principalmente na luta final). A trilha sonora alterna hip hop com sons tribais (lembrei do grupo mineiro Uakti, mas acho que ninguém que ouve Uakti vê filme de super herói). Ficou legal, mas, na minha humilde opinião, podia ter um blaxploitation dos anos 70…

O elenco é nota 10. Todos estão bem: Chadwick Boseman, Michael B. Jordan, Lupita Nyong’o, Danai Gurira, Daniel Kaluuya, Letitia Wright, Winston Duke, Sterling K. Brown e Forest Whitaker. Curiosidade: os dois atores brancos, Martin Freeman e Andy Serkis, estavam juntos numa certa trilogia tolkeniana – como o Hobbit e o Gollum.

São duas cenas pós créditos, mas acho que hoje em dia nem precisa mais avisar, né? 😉

Falei lá no início que antes deste foram 17 filmes, né? Pois bem, ainda este ano teremos Guerra Infinita e Homem Formiga e a Vespa. Até o fim de 2018, serão 20 longas. Má notícia para os haters; boa notícia pra quem gosta de cinema pop de qualidade.

* Homem de Ferro e Hulk (2008), Homem de Ferro 2 (2010), Thor e Capitão América (11), Vingadores (12), Homem de Ferro 3 e Thor 2 (13), Capitão América 2 e Guardiões da Galáxia (14), Vingadores 2 e Homem Formiga (15), Guerra Civil e Doutor Estranho (16), Guardiões da Galáxia 2, Homem Aranha e Thor 3 (17).

Rogue One: Uma Aventura Star Wars – COM SPOILERS

Rogue One2Crítica – Rogue One: Uma Aventura Star Wars – COM SPOILERS

COM SPOILERS!

A crítica sem spoilers tá aqui. Mas senti vontade de comentar a parte final. Então, este segundo texto não trará nada de novo, nada de opinião crítica ou informações relevantes. Na verdade, será só o depoimento de um fã emocionado.

SPOILERS!

SPOILERS!

SPOILERS!

Alguns momentos da batalha espacial são sensacionais, como uma pequena nave “hammerhead” empurrando um destróier imperial em cima do outro; ou quando os rebeldes começam a fugir e aparece a nave do Vader fazendo várias naves menores baterem de frente. Esses momentos são empolgantes, mas ainda “dentro do filme”.

Rogue One acaba quando a onda de choque mata o casal na praia, depois que eles conseguiram transmitir os planos. A história do filme acaba ali. O que vemos depois é “fan service”. E, amigos, que fan service sensacional!

Vemos um soldado rebelde pegar um cartão com aqueles mesmo gráficos exibidos no Ep. 4. Depois ele se vê num corredor com a porta emperrada. Na outra ponta do corredor, tudo escuro. E ouvimos a respiração do Darth Vader! Logo, Vader liga o seu sabre, iluminando a cena de vermelho, e sai “passando o rodo” nos soldados rebeldes! Estes poucos segundos talvez sejam a melhor demonstração das habilidades de Darth Vader em toda a saga!

O soldado não sobrevive, mas consegue passar o cartão para outro, e vemos uma nave menor fugindo. Meus amigos, vemos a Tantive IV fugindo! E vemos Vader, segurando seu sabre, e com sua capa esvoaçante no ar. Uma das cenas mais épicas da história do cinema!

Acabou? Nada! Corta pra dentro da Tantive, aqueles mesmos corredores que vimos no filme de 1977. Um soldado abre uma porta para para entregar o cartão para uma pessoa de costas, vestindo branco – a princesa Leia Organa! Que legal, uma pessoa de costas pra simbolizar a Leia! Simbolizar? Nada! Ela se vira, e vemos uma Carrie Fisher digital pra fechar o filme!!!

Obrigado, Gareth Edwards! Obrigado, Disney! Obrigado por este final! Obrigado por me trazer de volta à minha adolescência!

E que venha o Ep. 8!

Rogue One: Uma Aventura Star Wars

Rogue OneCrítica – Rogue One: Uma Aventura Star Wars

SEM SPOILERS!!!

Novo spin-off de Star Wars!

Pouco antes dos acontecimentos de Star Wars ep. 4 – Uma nova Esperança, os rebeldes executam um arriscado plano para roubar os planos da construção de uma nova estação espacial com um poder de fogo capaz de destruir um planeta inteiro: a Estrela da Morte.

A Disney mais uma vez mostra que não jogou dinheiro fora quando comprou a Lucasfilm por pouco mais de 4 bilhões de dólares. Ano passado tivemos o excelente Star Wars ep 7 – O Despertar da Força; como o episódio 8 só virá em 2017, este ano tivemos um spin off pra tapar o buraco. Olha, como o cinema seria melhor se dez por cento dos “spin off tapa-buracos” tivessem a qualidade de Rogue One!

(Um parênteses para falar que não é a primeira vez que temos spin-offs de Star Wars. Lembro que poucos anos depois de O Retorno do Jedi, foi lançado nos cinemas brasileiros o longa Caravana da Coragem, uma sonolenta aventura com Wicket e seus amiguinhos se metendo em um monte de confusões! (Filme bem ruinzinho, tentei rever outro dia, não consegui…)

Antes de entrar no filme, precisamos esclarecer a possível confusão. Ano passado tivemos o episódio 7, e acredito que muita gente vai ao cinema esperando uma continuação daquele filme. Não! Este filme é uma história paralela, que não tem nada a ver com a família Skywalker, e que se passa logo antes do episódio 4. Ou seja, esqueça Rey, Finn, Poe e Kylo Ren, e reveja o filme de 1977!

Dirigido por Gareth Edwards (Monstros, Godzilla), Rogue One: Uma Aventura Star Wars (Rogue One, no original) é tudo aquilo que o fã de Guerra nas Estrelas – sim, o fã da época que nome do filme era “Guerra nas Estrelas” e não “Star Wars” – queria ver. O filme é repleto de pequenos (e alguns grandes) presentes pros fãs. Personagens, cenários, efeitos sonoros, o fã vai sair emocionado do cinema – vi a pré-estreia junto com as pessoas do Conselho Jedi RJ, depois do filme, mais da metade da plateia estava com os olhos vermelhos de choro.

Tive que rever o filme antes de escrever estas palavras – também sou fã, também saí emocionado do cinema. Na segunda vez que vi, pude analisar mais friamente. Divido o filme em 3 partes. A primeira metade, quando temos a apresentação dos novos personagens, é um pouco arrastada. A segunda metade tem um ritmo excelente e está no mesmo nível dos melhores momentos da saga. E o fim, sei lá, os últimos cinco minutos, são para derrubar o fã. O filme pega as emoções do fã, joga num liquidificador, e depois joga de volta na cara do fã. Depois de um final daqueles, é difícil pensar em linha reta!

Justamente por causa deste final é que preferi rever antes de escrever. Quando a gente sai da sala, a adrenalina está a mil e a gente fica obnubilado por aquele final… Agora, analisando com calma, repito: a primeira metade do filme se arrasta – a primeira cena de ação só acontece depois de meia hora de filme! Ok, o espectador precisa de um tempo para conhecer esses personagens, mas não vejo problema em inserir uma cena agitada aqui e outra acolá – só pra fazer uma comparação básica: no Ep. 7, logo na cena inicial vemos o vilão parando um tiro no ar.

Por sorte, quando o filme engrena, vai num fôlego só até o fim. A segunda metade tem um ritmo excelente. E, mais uma vez traçando um paralelo à trilogia clássica, a estrutura da parte final aqui é que nem o que acontece em O Retorno do Jedi: três tramas paralelas, agindo concomitantemente (e, diferente do Ep. 1, a gente entende tudo o que está acontecendo).

Os personagens são muito bem construídos. Entendemos claramente as motivações dos dois principais, Jyn (Felicity Jones) e Cassian (Diego Luna) – apesar de heu ter ouvido críticas  a ambos os atores. Alan Tudyk dá a voz ao robô K-2, uma espécie de mistura de C3PO com o Marvin de Guia do Mochileiro das Galáxias – e um dos melhores personagens. Também gostei da dupla Chirrut (Donnie Yen) e Baze (Wen Jiang). Também no elenco multi-nacional, Mads Mikkelsen, Forest Whitaker, Ben Mendelsohn e Riz Ahmed.

Sobre os efeitos especiais: é claro que os efeitos são top de linha, isso é o mínimo quando se fala em Star Wars. Agora, teve um detalhe que superou as expectativas: um Peter Cushing digital! Cushing interpretou o Grand Moff Tarkin no filme de 77. Quando aparece aqui pela primeira vez, ele está num reflexo no vidro, e pensei “cara, que legal, vão homenagear o Peter Cushing com uma imagem de arquivo”. Aí o cara se vira, e começa a travar longos diálogos! E volta em várias outras cenas!!! Peter Cushing, falecido em 1994, está de volta!!! Acredito que este é, até o momento, o mais importante personagem digital da história do cinema. Só espero que a gente não ache o cgi tosco depois que passar o “prazo de validade”, ou seja, quando revermos o filme dentro de alguns anos.

Falei que Rogue One era repleto de referências ao filme de 77, né? A trilha sonora de Michael Giacchino entra nessa onda. Vários temas clássicos são lembrados ao longo do filme. Parecia até que a trilha era do próprio John Williams!

O texto ficou grande, né? Heu podia continuar, mas chega. Se você leu até aqui é porque é fã de Guerra nas Estrelas. Então, vamos combinar, pare de ler, reveja o Ep. 4 e vá ao cinema (re)ver o Rogue One!

p.s.: Vou fazer um outro post, menor, pra comentar os spoilers. É difícil não falar sobre o fim!

A Chegada

A ChegadaCrítica – A Chegada

Quando 12 naves alienígenas chegam à Terra e se posicionam em pontos espalhados pelo planeta, uma linguista é chamada para tentar se comunicar com os extraterrestres e descobrir se trata-se ou não de uma ameaça.

A sinopse lembra Independence Day, né? Pois a comparação mais correta seria com Contato. Baseado no conto “Story of Your Life”, de Ted Chiang, A Chegada (Arrival, no original) é uma ficção científica mais “adulta”, mais na onda do top 10 ficção científica ultra realista que fiz ano passado.

Confesso que fiquei com o pé atrás quando soube que o diretor era Denis Villeneuve. Seu penúltimo filme, O Homem Duplicado, é um filme cabeça cheio de simbolismos, daquele tipo de filme que você só entende se ler o “manual de instruções”. Fui ao cinema achando que ia ver um novo Sob a Pele. Que bom, heu estava enganado, A Chegada é muito bom!

O grande mérito aqui é focar nos humanos e não nos alienígenas. A trama faz o espectador pensar, podemos traçar paralelos com diversas discussões atuais que não têm nada a ver com ficção científica. Infelizmente, não posso falar mais por causa dos spoilers. Mas que dá vontade de comentar, ah, dá…

Em alguns momentos – principalmente nos flashbacks – me lembrei do Terrence Malik. Curiosamente, li duas críticas que também citam Malik. Mas, pelo menos pra mim, a lembrança ficou só no visual. Villeneuve usa imagens contemplativas, mas não se esquece de contar uma história, diferente de Malik.

No elenco, mais um paralelo com Contato: uma protagonista feminina. O grande nome aqui é Amy Adams, que provavelmente ganhará a sua sexta indicação ao Oscar – será que desta vez ela leva? Jeremy Renner, Forest Whitaker e Michael Stuhlbarg também estão bem, mas o filme é de Amy.

A Chegada tem um bom ritmo e sabe trabalhar bem a tensão ao longo da narrativa. Mesmo assim, o melhor ficou guardado pro final, que traz um plot twist que vai fazer todo mundo sair do cinema pensando no que acabou de ver. E o melhor de tudo é que não precisa catar o manual na internet…

p.s.: Uma trivia interessante, 100 % spoiler free. Esse quadro é a explicação por que citaram Abbott & Costello. É uma piada do estilo do Animaniacs “Who’s on stage”, ou aquela outra “Hu is the new leader in China”. (infelizmente, sem legendas…)

A Experiência (1995)

a experienciaCrítica – A Experiência (1995)

Hora de rever A Experiência!

Um cientista reúne um time para caçar Sil, uma bela predadora, resultado de uma experiência com dna alienígena.

Com um elenco acima da média, uma protagonista exuberante e uma criatura com a assinatura do H.R. Giger, A Experiência (Species, no original) é um dos marcos da mistura de ficção científica com terror, como Alien, Força Sinistra e O Enigma de Outro Mundo.

Ok, revendo hoje, a gente repara um monte de inconsistências no roteiro do filme dirigido por Roger Donaldson (November Man, Efeito Dominó) – tipo, como é que a Sil sai do trem usando o uniforme da funcionária, e ninguém repara? Ou, como é que não reparam que o corpo encontrado no carro estava amarrado, e no banco do carona? E por aí vai…

Mas aí a gente vê a Natasha Henstridge e esquece de tudo isso. Em sua estreia no cinema, Natasha rivaliza com a Mathilda May de Força Sinistra como a predadora alienígena mais sexy da história do cinema. Natasha está linda e passa boa parte do filme sem roupa. Conheço gente que diz que toparia morrer que nem o personagem de Alfred Molina – if you know what I mean…

Mas A Experiência não é apenas um filme exploitation, onde tudo o que interessa é a nudez. A criatura foi desenhada por H.R. Giger, o mesmo que desenhou o Alien do Ridley Scott. E o elenco é cheio de nomes legais: Ben Kingsley , Michael Madsen, Alfred Molina , Forest Whitaker, Marg Helgenberger e Michelle Williams, ainda adolescente.

O filme teve três sequências, em 1998, 2004 e 2007. A qualidade foi caindo ao longo das sequências…

Tem gente por aí que critica A Experiência, que acha que é um grande filme B. Discordo. O filme consegue manter o clima de tensão e, com efeitos especiais coerentes com a época, oferece uma diversão honesta – apesar dos furos de roteiro.

Busca Implacável 3

buscaimplacavel3Crítica – Busca Implacável 3

A regra em Hollywood é clara: se o filme teve sucesso comercial, teremos continuação(ões). Assim, vamos ao terceiro Busca Implacável…

O ex-agente Bryan Mills é acusado de um assassinato que ele não cometeu, e agora precisa usar suas habilidades para escapar da polícia e limpar o seu nome.

Sim, o primeiro Busca Implacável foi bem legal. Sim, o segundo foi mais fraco. Sim, não precisava de um terceiro. Dito tudo isso, fica a dúvida: vale ver o terceiro filme?

Mais uma vez dirigido por Oliver Megaton (do segundo filme), Busca Implacável 3 (Taken 3, no original) se equivale ao segundo filme. Um filme de ação apenas maomeno, com alguns bons momentos, mas que fica devendo no conjunto. E atrapalha a mania do diretor de usar sempre planos muito curtos, resulta em um filme picotado como se fosse um longo (e cansativo) videoclipe – algumas cenas ficaram confusas, como a perseguição de carros, onde demorei pra entender quem estava em qual carro.

O roteiro, mais uma vez escrito por Luc Besson (também produtor), traz um Bryan um fora da lei, perseguido pela polícia, com a ação se passando nos EUA. Sim, tudo previsível, a gente já viu essa trama um monte de vezes. Pra piorar, o filme demora a engrenar, quase nada acontece na primeira meia hora. A única vantagem é que Liam Neeson é um grande ator e está em boa forma, apesar dos seus sessenta e poucos anos, isso deixa Busca Implacável 3 um pouco acima da mediocridade.

Além de Neeson, Busca Implacável 3 traz de volta Maggie Grace e Famke Janssen, e tem Forest Whitaker e Dougray Scott como novidades no elenco (por que Xander Berkeley não voltou ao seu papel?). Nenhum dos novos vilões merece ser citado.

No fim, temos mais um filme de ação genérico, que não chega a ser ruim, mas está longe de ser bom. Quem quiser um bom filme de ação, reveja o primeiro Busca Implacável.

p.s.: A piada é velha, mas continua válida: claro que Liam Neeson vai conseguir fazer tudo aquilo. Além de ser Zeus, o cara treinou o Batman e o Obi Wan Kenobi!

Tudo Por Justiça

0-Tudo-Por-JustiçaCrítica – Tudo Por Justiça

Dá uma sacada no elenco desse filme: Christian Bale, Zoe Saldana, Forest Whitaker, Woody Harrelson, Willem Dafoe e Casey Affleck. Nada mal, hein?

Quando Rodney Baze misteriosamente desaparece e a lei se mostra incompetente, Russell, seu irmão mais velho, resolve procurar justiça com as próprias mãos.

Trata-se do segundo filme de Scott Cooper, que, quatro anos antes, com seu filme de estreia, Coração Louco, deu o Oscar a Jeff Bridges. Tudo Por Justiça (Out Of The Furnace, no original) tem um elenco excelente e inspirado, mas tem dois problemas básicos: previsibilidade e falta de ritmo.

Vamos ao que funciona: o elenco está quase todo muito bem. Disse quase todo, porque Zoe Saldana tem muito pouco tempo de tela, e o personagem de Forest Whitaker parece perdido – não me pareceu culpa do ator, e sim da (falta de) construção do personagem (tire Whitaker e coloque um extra qualquer, não muda nada na trama). Por outro lado Bale, Affleck, Dafoe e, principalmente, Harrelson, estão muito bem. O filme não fica cansativo, apesar de longo, por causa das inspiradas atuações.

A violência física também está muito bem retratada. Tudo Por Justiça é um filme muito violento, os golpes soam secos e parecem doer mais do que os socos estilizados que estamos acostumados a ver.

Mas… O roteiro é tão previsível… Só de ler a sinopse e ver 10 minutos de filme, a gente já adivinha todo o caminho até a cena final. E o ritmo lento e arrastado não ajuda.

Enfim, os fãs do Christian Bale vão curtir, mais uma vez ele mostra que é muito mais do que “o Batman”. Mas ele já fez coisa melhor.

O Último Desafio

Crítica – O Último Desafio

Filme novo do Arnold Schwarzenegger!

Um perigoso lider de um cartel do narco-tráfico consegue fugir da prisão e está a caminho da fronteira do México. E a única coisa que pode pará-lo é o velho xerife de uma cidadezinha com o seu inexperiente staff.

O Último Desafio (The Last Stand, no original) está sendo vendido como “a volta de Schwarzenegger”. Ué, mas ele não estava em Mercenários 2, que passou há pouco? Sim. Mas neste filme ele fazia um papel pequeno. Agora Arnoldão está de volta ao papel de principal – seu último filme como protagonista foi O Exterminador do Futuro 3, de 10 anos atrás (Schwarza passou oito anos como governador da California, longe das telas).

Podemos dizer que quem gostava dos seus filmes nos anos 80 e 90 (e gostou dos dois Mercenários) vai curtir O Último Desafio. Já quem nunca curtiu este estilo deve procurar algo diferente em cartaz…

Para a direção, foi chamado o coreano Kim Jee-woon, pouco conhecido por aqui – ele fez o faroeste O Bom, o Mau e o Bizarro (lançado aqui em dvd como Os Invencíveis); fez o terror oriental A Tale of Two Sisters, que deu origem a O Mistério das Duas Irmãs; fez também o terror I Saw The Devil; fez ainda uma das histórias de O Livro do Apocalipse. Só vi dois desses quatro, e nem achei grandes coisas. Por mim, esta estreia hollywoodiana é seu ponto alto na carreira.

O Último Desafio é um eficiente filme de ação. Boas perseguições de carro, vários tiroteios de diversos calibres, lutas “no braço”, um vilão malvadão e um super mocinho, tá tudo lá. Ok, o filme é meio previsível – com menos de meia hora, a gente já sabe tudo o que vai acontecer. Mas pelo menos O Último Desafio esbanja bom humor – um filme desses não pode se levar a sério, né?

Aliás, é bom avisar: O Último Desafio não é uma comédia, mas às vezes parece. Rolam momentos hilários envolvendo os personagens de Luiz Guzmán e, principalmente, Johnny Knoxville – a cena do tiro de sinalizador é uma das mortes mais engraçadas dos últimos tempos!

O elenco é bem acima da média – além de Schwarza, Guzmán e Knoxville, o filme conta com Forest Whitaker, Eduardo Noriega, Peter Stormare, Jaimie Alexander, Genesis Rodriguez e uma ponta de Harry Dean Stanton. E o “nosso” Rodrigo Santoro no único papel que tem algo de galã.

Por fim, gostaria de ressaltar que este é mais um daqueles casos de nome nacional equivocado. “The Last Stand” seria “a última barreira” – que faz muito mais sentido do que “o último desafio”…