A Chamada

9 tosqueiras em A Chamada

Sinopse (imdb): Um executivo se prepara para levar os filhos na escola. Ao ligar o carro, ele recebe uma ligação anônima informando que há uma bomba embaixo do seu assento e não poderão sair do carro.

Dirigido por Nimród Antal (Predadores), A Chamada (Retribution, no original) é a refilmagem de El Desconocido, filme espanhol de 2015, e que já teve uma versão alemã e uma sul coreana. Não vi nenhum dos três antecessores, não posso comparar. Mas posso dizer que este aqui parece ser apenas mais um filme genérico do Liam Neeson. Pelo menos esse deve ter sido fácil de filmar, ele fica no carro quase todo o filme.

Dois terços do filme são um filme genérico meia boca. Mas, no terço final, vira um genérico ruim. Então, em vez de comentar “mais um genérico do Liam Neeson”, que tal comentar uma lista de coisas que não fazem sentido?

Claro, spoilers liberados a partir de agora!

SPOILERS!
SPOILERS!
SPOILERS!

– Começo pelo tradicional erro de casting. Liam Neeson tem 71 anos. Está em boa forma, mas, tem 71 anos. Embeth Davidtz tem 58. E os atores que interpretam os filhos têm 15 e 18 anos. A idade parece ser incompatível. É impossível? Não, inclusive o casal pode ter adotado. Mas, ficou estranha essa diferença de idade tão grande.

– Aos 16 minutos de filme, Liam Neeson descobre que tem uma bomba debaixo do seu banco e para o carro. A primeira coisa que qualquer um faria seria mandar os filhos saírem! Depois você descobre se a bomba é real ou não, primeiro libera os filhos!

– O carro do personagem do Matthew Modine explode. Depois descobrimos que ele é o vilão e que está vivo. Não existe investigação policial pra descobrir que não tinha nenhum cadáver no carro e colocar Modine entre os suspeitos?

– Ainda sobre esta cena. Liam Neeson está conversando ao mesmo tempo com o Matthew Modine e com o vilão, que depois descobrimos que são a mesma pessoa. Só que ele fala com cada um através de um celular diferente. Modine mostra como consegue alterar entre a voz normal e a voz do vilão, mas não tinha como alterar entre dois celulares diferentes.

– Tem uma cena onde o personagem está cercado por dezenas de policiais. E o filme mostra – mais de uma vez – que existe pelo menos um sniper apontando para ele. No momento em que ele arrancasse com o carro, o sniper ia atirar. A policial que estava negociando só disse pra suspenderem as armas depois que ele partiu.

– O cara está cercado por dezenas de policiais. Aí consegue escapar – com o carro sem portas! Dezenas de carros de polícia estão seguindo. Mas, do nada, eles param a perseguição. Wait, what?

– Ele vai para uma manifestação, cheia de policiais, com o carro sem portas. Depois estaciona o carro em um local aberto e fica longos minutos parado conversando com o antagonista. Cadê os policiais? Deu a hora deles e eles resolveram ir pra casa?

– A gente passa o filme inteiro ouvindo que a bomba é ativada pelo peso do Liam Neeson. Que, se ele levantar, a bomba explode. Aí o carro fica de lado. O peso dele estaria no cinto de segurança, não no banco! Por que a bomba não explodiu?

– Por fim, a cena onde ele salta do carro pra bomba explodir é fisicamente impossível. E mesmo que ele caísse em linha reta, a explosão ia pegá-lo, antes no filme a gente vê um carro explodindo e pegando uma pessoa que tentou escapar.

Vingança a Sangue Frio

Crítica – Vingança a Sangue Frio

Sinopse (imdb): Um motorista de removedor de neve procura vingança contra os traficantes que mataram seu filho.

Vingança a Sangue Frio (Cold Pursuit, no original) é refilmagem do norueguês O Cidadão do Ano (Kraftidioten), curiosamente dirigido pelo mesmo diretor Hans Petter Moland (o mais comum é ter a versão hollywoodiana feita por um americano). Hans Petter Moland fez igual ao francês George Sluizer (O Silêncio do Lago, de 1988 e 1993); ao alemão Michael Haneke (Funny Games – Violência Gratuita de 1997 e 2007); ao dinamarquês Ole Bornedal (Nightwatch, de 1994 e 1997); ao japonês Takashi Shimizu (O Grito, de 2002 e 2004, O Grito 2, de 2003 e 2006); e ao francês Jean-Marie Poiré (Os Visitantes, de 1993 e Os Viajantes do Tempo, de 2001 – inclusive repetindo os dois atores principais, Jean Reno e Christian Clavier). Deve ter outros, mas o mais comum quando o gringo vai pra Hollywood é filmar algo diferente.

Não vi O Cidadão do Ano, então não posso comparar. Mas posso comparar com o que Liam Neeson fez de lá pra cá. Vingança a Sangue Frio não é um grande filme, mas é melhor que Legado Explosivo, Na Mira do Perigo, The Ice Road, Agente das Sombras e Assassino Sem Rastro.

Vingança a Sangue Frio começa como um filme normal de vingança. Um homem mais velho descobre que seu filho foi assassinado, e resolve sair à caça dos responsáveis. Mas o grande lance é que um outro elemento é incluído na trama e começa a acontecer uma briga de gangues paralela à caça aos assassinos. Essa triangulação fez bem ao roteiro, porque a gente já viu várias vezes esse filme do cara sozinho em busca de vingança pessoal.

O roteiro ainda traz alguns pequenos detalhes para sair do óbvio, como alguns diálogos que falam de coisas aleatórias. Outra coisa curiosa é colocar uma tela em “homenagem” a cada morto no filme. E tem muita gente morrendo… O visual do filme também é bem legal, as paisagens na neve foram bem aproveitadas.

No imdb o filme está classificado como “Ação / Policial / Comédia”. Não sei onde está a comédia. Acho que só achei graça na última morte, que foi a única acidental no filme.

Sobre o elenco, Liam Neeson faz o de sempre, mas ele é bom nisso, não reclamo. Achei um desperdício trazer a Laura Dern para um papel tão pequeno. Tom Bateman faz um vilão caricato, mas gostei do personagem. Ah, o ator que faz o filho do protagonista é Micheál Richard, filho de Liam Neeson na vida real.

No fim, fica a pergunta: será que Neeson voltará a fazer filmes bons?

Assassino Sem Rastro

Crítica – Assassino Sem Rastro / Memory

Sinopse (imdb): Um assassino profissional descobre que se tornou um alvo após se recusar a concluir um trabalho para uma organização criminosa perigosa.

Filme novo do Liam Neeson, o que no passado era indício de filme de qualidade, mas hoje é alerta pra ficar com o pé atrás.

Mas, o início de Assassino Sem Rastro (Memory, no original) dá indícios de que teremos um filme diferente do óbvio pela frente. Logo na cena inicial, vemos que Neeson é um assassino, ou seja, desta vez ele não é o mocinho do filme. Digo mais: o final desta sequência aponta para uma confusão mental do personagem, relativa ao Alzheimer. Isso podia deixar o filme menos linear, e poderíamos ter um resultado bem diferente do óbvio (lembrei de Meu Pai, que deu o Oscar ao Anthony Hopkins, onde a confusão mental do protagonista é compartilhada com o espectador). Mas, não só o filme “esquece” de desenvolver este plot, como deixam isso de lado – acho que a confusão mental só aparece mais uma vez. Pra piorar, o Alzheimer não é importante no resto da trama.

E ainda tem um detalhe que piora. O outro ator principal é Guy Pearce. A tem momentos no filme onde o Liam Neeson escreve coisas no braço, pra não esquecer. Aí a gente pensa “péra, qual outro filme que a gente viu que tinha alguém com problemas de memória e que escrevia coisas no corpo? Ah, é Amnésia, estrelado pelo Guy Pearce!” Era melhor outro ator…

Assassino Sem Rastro é refilmagem do filme belga Alzheimer Case, que por sua vez é adaptação do livro “De Zaak Alzheimer”. Não vi o filme original nem li o livro, não sei se lá o Alzheimer é melhor desenvolvido. A direção é de Martin Campbell, falei dele aqui pouco tempo atrás, quando falei de A Profissional. Campbell tem altos e baixos na carreira. Ele é lembrado por dois 007s de gerações diferentes, Goldeneye (1995) e Cassino Royale (2006). Mas, também é lembrado por Lanterna Verde, aquele com o Ryan Reynolds. Ou seja, tem alguns bons títulos no currículo, mas não dá pra confiar.

No elenco, Neeson está no piloto automático. Guy Pearce está estranho, não sei se é maquiagem ou se ele envelheceu mal. O outro nome grande do elenco é Monica Bellucci, que está péssima.

O filme vai num ritmo morno até chegar num dos piores finais que heu vi nos últimos tempos. Sério, queria comentar aqui mas não vou dar spoilers. Mas o que me parece é que a história terminaria com a vitória do vilão, e resolveram inventar um meio de justiça do bem. Mas ficou completamente inverossímil.

Agente das Sombras

Crítica – Agente das Sombras

Sinopse (imdb): Travis Block é um agente do governo que aceita o seu passado sombrio. Quando descobre uma conspiração dirigida aos cidadãos americanos, Block encontra-se na mira do director do FBI que uma vez ajudou a proteger.

Mais um filme de ação genérico do Liam Neeson. O diretor é o mesmo Mark Williams que dirigiu Legado Explosivo. Os dois filmes são bem parecidos, então vou repetir aqui um parágrafo que escrevi naquela ocasião: “Liam Neeson é um grande ator, não há dúvidas. Concorreu ao Oscar por A Lista de Schindler, concorreu 3 vezes ao Globo de Ouro (Schindler, Michael Collins e Kinsey). E depois de “velho”, investiu nos filmes de ação blockbuster, fez Star Wars, fez Batman, Esquadrão Classe A, Fúria de Titãs, entrou numa onda de filmes de vingança, e assumiu a carreira de action hero da terceira idade. Ele faz isso muito bem, pena que a maioria dos filmes que ele faz hoje são parecidos. Agente das Sombras (Black Light, no original) segue essa onda, de filme genérico com o Liam Neeson coroa badass.”

Mas, preciso dizer que o resultado final deste Agente das Sombras é inferior ao Legado Explosivo. As cenas de ação são mal filmadas, e o vilão é péééssimo!

Agente das Sombras traz um homem ligado ao FBI, que traz mistérios misteriosos, que se vê num grande complô conspiratório. Nada de muito criativo, mas talvez rendesse um filme maomeno se tivesse mais cuidado no roteiro e direção.

São duas cenas de perseguição de carro. Uma delas é até ok, com um carro perseguindo um caminhão de lixo – o filme foi filmado na Austrália, o que justifica o caminhão com o volante “do lado errado” (mas que ficou bem estranho, porque os carros são com o volante igual ao nosso). A segunda cena me pareceu estranha, porque o carro perseguido é um carro esporte que – segundo as minhas cartas de Super Trunfo – era pra correr mais rápido que o carro que estava perseguindo.

Mas Agente das Sombras guarda o pior para a parte final. O vilão malvadão cede todos os seus segredos sem reagir, e foge dando passinhos de Pantera Cor de Rosa. A partir daí, nada se salva na sequência final.

No elenco, o único outro nome digno de nota além do Liam Neeson é Aidan Quinn, que era um protótipo de galã nos anos 80 e 90, e estava sumido. Mas ele está tão mal que era melhor ter continuado sumido.

Liam Neeson ainda não desceu ao patamar atual do Bruce Willis – que faz filmes ruins onde só aparece por alguns minutos (tanto que Willis ganhou uma categoria exclusiva na premiação Framboesa de Ouro!). Pelo menos Neeson realmente protagoniza o filme, e ele ainda tem carisma suficiente para levar espectadores ao cinema. Mas seria uma boa ele repensar a carreira, porque não sei quanto tempo vai durar a paciência do público

The Ice Road

Crítica – The Ice Road

Sinopse (imdb): Após um desmoronamento em uma remota mina de diamantes nas regiões do extremo norte do Canadá, um motorista de caminhões lidera uma missão de resgate impossível através de estradas de gelo sobre um oceano congelado para salvar a vida de mineiros presos, apesar do degelo das águas e de uma ameaça que eles nunca imaginaram chegando.

Hoje meio que existe um subgênero “filme do Liam Neeson”, onde ele quase sempre faz uma versão do coroa badass que ele fez na série Busca Implacável. Aqui em The Ice Road ele não está tão badass, ele funciona melhor quando é apenas um caminhoneiro.

A premissa inicial do filme escrito e dirigido por Jonathan Hensleigh é boa. Mineiros estão presos numa mina e vão ficar sem ar. Precisam de uma peça muito grande e muito pesada, que não tem como transportar de helicóptero, precisa ser transportada por caminhão. E o caminho mais rápido é por cima do lago / oceano congelado, a tal estrada de gelo do título do filme – e estamos numa época que a temperatura começa a aumentar, e o gelo pode ser fino e não aguentar o peso dos caminhões.

Na minha humilde opinião, só essa trama seria o suficiente pra segurar o filme. Temos algumas cenas bem tensas com os caminhoneiros lutando contra adversidades da natureza. Mas… Resolveram criar um vilão humano. É um personagem bem ruim, e todas as cenas com o vilão são mais fracas.

Tem uma parte do filme que isso fica bem claro. São duas sequências intercaladas. Em uma delas acompanhamos um caminhão passando por uma ponte que está quase arrebentando, e o caminhão está derrapando, cena tensa e muito boa. Na outra, Liam Neeson sai na porrada com um cara. Pra que??? Será que o Liam Neeson tem alguma cláusula no contrato que obrigue o filme a ter cena de briga? Bora focar no caminhão na ponte!

Acaba que o filme dedica tempo demais no vilão desnecessário, e o fim do filme é frustrante. O motivo principal que move o filme é que os caminhoneiros precisam levar uma determinada peça para salvar os mineiros. E o filme não mostra como essa peça funciona!!! Pra que perder tempo desenvolvendo um plot com vilão em vez de mostrar o salvamento?

Isso fora algumas decisões burras. Um dos personagens morre por uma falha que heu, que nunca dirigi caminhão, não faria. Mas, decisões burras existem em todos os filmes, vou relevar isso.

No elenco, Liam Neeson mostra a competência habitual. O outro grande nome no elenco é Laurence Fishburne, que está apenas burocrático. Também no elenco, Marcus Thomas, Amber Midthunder, Benjamin Walker e Holt McCallany

No fim, The Ice Road nem é ruim, mas poderia ser bem melhor. Mas vai agradar ao fã clube do Liam Neeson.

Na Mira do Perigo

Crítica – Na Mira do Perigo

Falei aqui outro dia sobre Legado Explosivo, novo filme genérico do Liam Neeson. E, olha lá, já tem mais um genérico!

Sinopse (imdb): Um fazendeiro na fronteira do Arizona se torna o improvável defensor de um jovem mexicano que foge desesperadamente dos assassinos do cartel que o perseguiram até os EUA.

Muita coisa que falei naquele texto sobre Legado Explosivo pode ser repetida aqui, porque o Liam Neeson está num loop, se repetindo no mesmo estilo de coroa badass. Mas, não me canso de repetir, é um grande ator, com um currículo invejável. Antes de assumir a carreira de action hero da terceira idade, concorreu ao Oscar por A Lista de Schindler, concorreu 3 vezes ao Globo de Ouro (Schindler, Michael Collins e Kinsey), e ainda fez um monte de filmes de ação blockbuster, como Star Wars, Batman, Esquadrão Classe A e Fúria de Titãs.

Claro que o personagem Jim parece os últimos personagens do Liam Neeson. Agora, se a gente tiver um pouco de boa vontade, podemos ver alguns traços de Clint Eastwood no filme. O diretor Robert Lorenz não tem um currículo grande como diretor, esse é o seu segundo filme (e o primeiro foi estrelado pelo próprio Eastwood), mas no imdb, a gente vê que ele tem uma parceria de longa data com Eastwood. Em pelo menos dez filmes dirigidos pelo Clint Eastwood, o Robert Lorenz trabalhou como produtor ou assistente de direção. Ou seja, com um pouco de boa vontade a gente pode imaginar que esse papel cairia bem num Clint Eastwood de uns vinte anos atrás (Eastwood está com com 91 anos; Liam Neeson é 22 anos mais novo, mais coerente com o papel).

(Aliás, um parênteses rápido. O personagem se chama Jim Hanson. Sério que ninguém lembrou do Jim Henson, criador dos Muppets?)

Aproveitando que falei do elenco, acho que o único outro nome a ser citado é o de Katheryn Winnick, famosa pela série Vikings. O garoto Jacob Perez não é bom, mas também não atrapalha.

Teve uma cena que me incomodou. Mas antes, o aviso de spoiler!

SPOILERS!

SPOILERS!

SPOILERS!

O cara tá endividado, com problemas de grana, e queima o dinheiro do cartel??? Quem queimaria dinheiro, ainda mais endividado???

FIM DOS SPOILERS

O filme segue dentro do previsível. É genérico, mas não é ruim, pode agradar quem está atrás de novidades, nesses tempos tão difíceis de bons lançamentos.

Legado Explosivo

Crítica – Legado Explosivo

Sinopse (imdb): Querendo levar uma vida honesta, um notório ladrão de banco se entrega, apenas para ser traído por dois implacáveis agentes do FBI.

Liam Neeson é um grande ator, não há dúvidas. Concorreu ao Oscar por A Lista de Schindler, concorreu 3 vezes ao Globo de Ouro (Schindler, Michael Collins e Kinsey). E depois de “velho”, investiu nos filmes de ação blockbuster, fez Star Wars, fez Batman, Esquadrão Classe A, Fúria de Titãs, entrou numa onda de filmes de vingança, e assumiu a carreira de action hero da terceira idade. Ele faz isso muito bem, pena que a maioria dos filmes que ele faz hoje são parecidos. Legado Explosivo (Honest Thief, no original) segue essa onda, de filme genérico com o Liam Neeson badass.

(O nome do filme é “Ladrão Honesto”. De onde tiraram “Legado Explosivo”?)

Aqui existe um problema a mais, além de ser um filme genérico. A premissa é muito difícil de aceitar. Acho mais fácil você acreditar em super heróis salvando o planeta de invasões alienígenas do que um cara, sessentão, que roubou 9 milhões de dólares, e ninguém tem ideia de quem seja, que queira se entregar e devolver todo o dinheiro só porque se apaixonou. Na boa, era só ele ficar quieto e curtir uma aposentadoria tranquila.

No elenco, Kate Walsh (Greys Anatomy, Umbrella Academy) faz uma boa parceria com Neeson. Robert Patrick, o eterno T1000 de Exterminador do Futuro 2, também tá no filme. Ainda no elenco, Jai Courtney, Jeffrey Donovan e Anthony Ramos.

Não tem mais muita coisa a se dizer sobre Legado Explosivo. Algumas boas cenas de ação, Liam Neeson convincente, apesar de uma ou outra cena exagerada… Mas é aquilo, quem vai ver um filme desses, já sabe o que vai encontrar. O espectador dificilmente vai terminar o filme decepcionado. Pelo menos nisso, o filme é honesto (e não explosivo).

MIB: Homens de Preto – Internacional

Crítica – MIB: Homens de Preto – Internacional

Sinopse (imdb): Os Homens de Preto sempre protegeram a Terra da escória do universo. Nesta nova aventura, eles enfrentam sua maior ameaça até hoje: um espião na organização Men in Black.

O primeiro MIB foi uma divertida mistura de ação, ficção científica e comédia lançada em 1997. Claro, ganhou uma continuação pouco tempo depois, em 2002, e uma outra “temporã” em 2012. As continuações são divertidas, mas inferiores ao primeiro filme. O mesmo acontece aqui.

Dirigido por F. Gary Grey (Velozes & Furiosos 8), MIB: Homens de Preto – Internacional (Men in Black: International, no original) tem seus bons momentos, mas o resultado final é bobo e não empolga.

Os efeitos especiais, parte essencial para um projeto desses, são convincentes. Se os vilões gêmeos são personagens rasos, pelo menos o visual das suas habilidades é bem legal.

Outra coisa boas do filme é a química entre os dois protagonistas, Chris Hemsworth e Tessa Thompson – sim, o Thor e a Valquíria. Ambos são carismáticos, e já estiveram juntos no MCU. Também no elenco, Emma Thompson, Liam Neeson, Rebecca Ferguson, Rafe Spall e a voz de Kumail Nanjiani.

(Rola uma participação especial do Sergio Mallandro, mas me pareceu um daqueles casos onde adaptam o filme para o país, deve ter outras participações em versões de outros países.)

Mas no geral o resultado é meia boca. Não chega a ser ruim, mas o primeiro filme é sem dúvida muito melhor.

A Balada de Buster Scruggs

Crítica – A Balada de Buster Scruggs

Sinopse (imdb): Um filme de antologia que compreende seis histórias, cada uma tratando de um aspecto diferente da vida no Velho Oeste.

De repente, descubro que tem um irmãos Coen novo sendo lançado direto pelo Netflix. Opa, o fim do ano passado foi muito melhor que todo o primeiro semestre. Depois de Roma e Bird Box, vamos de A Balada de Buster Scruggs (The Ballad of Buster Scruggs, no original), um “legítimo irmãos Coen”: personagens estranhos, humor negro e situações com moral duvidosa.

São seis histórias curtas, todas passadas no velho oeste. E aí reside o problema comum de quase todo filme em episódios: a irregularidade. Na minha humilde opinião, os dois primeiros são excelentes, os dois seguintes são bons, e os dois últimos são os mais fracos.

Adorei a primeira história, com o pistoleiro cantor. Tim Blake Nelson está ótimo, a violência e o humor negro são muito bem colocados, e as músicas são tão boas que fiquei cantarolando dias depois. A segunda história, com o James Franco ladrão de bancos, também é boa, mas não tem um bom final.

A terceira, com Liam Neeson, é mais dark; a quarta traz Tom Waits nos ensinando como se acha um veio de ouro. A quinta tem bons momentos, mas achei longa demais; a sexta tem tanto falatório que cansa.

Como o filme tem duas horas e treze, acho que podiam ter cortado as duas últimas, e mudado a ordem. A Balada de Buster Scruggs seria melhor se fosse 1, 3, 4 e 2. Mas esse seria o “Helvecio’s cut”. Vou mandar um zap pros Coen e sugerir isso…

O Passageiro

O PassageiroCrítica – O Passageiro

Sinopse (imdb): Um ex policial está preso em uma conspiração criminosa durante sua viagem diária de trem.

Liam Neeson já fez outros três filmes com o diretor Jaume Collet-Serra. Todos foram legais. Será que cabe mais um?

O Passageiro (The Commuter, no original) é um bom thriller, cheio de boas cenas de ação. Mas é basicamente uma repetição do que já vimos antes – principalmente em Sem Escalas, com a diferença que trocaram o avião pelo trem.

Bem, já falei aqui antes, não me incomodo com ideias recicladas se o resultado final for bom. Pra mim, é o caso. Gostei do filme.

O Passageiro pode não ser novidade, mas tem algo básico: tem bom ritmo e prende a atenção com cenas eletrizantes. Collet-Serra ainda consegue inovar criando vários ângulos pouco convencionais (dentro do trem!) ao longo do filme. E ainda tem uma boa luta em plano sequência. Tá bom assim?

Olha, admito que gostei do filme, mas a gente precisa reconhecer que tem algumas coisas forçadas demais. Aquela teoria da conspiração é complexa demais, forçaram a barra um pouco. Alguns momentos do filme você pensa “menos, gente, menos”…

No elenco, mais uma vez Liam Neeson é “o cara” – ele faz muito bem este tipo de personagem. O elenco traz outros nomes famosos, como Vera Farmiga, Patrick Wilson, Sam Neill e Elizabeth McGovern, mas em papéis pequenos. O pessoal que aparece mais ao longo do filme é desconhecido.

No fim, parece que estamos vendo uma versão atualizada de Assassinato no Expresso Oriente – um “whodoneit” dentro de um trem. Uma versão mais ágil e moderna. Apesar de não ter nenhuma novidade.