O Peso do Talento

Crítica – O Peso do Talento

Sinopse (filmeB): Depois de perder seu dinheiro, Nicolas Cage precisa recuperar-se financeiramente, mas o problema foi a solução que ele encontrou: aceitar o valor de US$ 1 milhão para ir à festa de aniversário de um super fã que também é um chefão do crime. Parecia que ia dar certo, mas o inesperado acontece quando uma agente da CIA o recruta para viver o papel de sua vida: Nicolas Cage e seus grandes sucessos nas telonas.

A ideia de O Peso do Talento (The Unbearable Weight of Massive Talent, no original) era interessante. Fazer um filme em cima dos exageros do Nicolas Cage, estrelado pelo próprio Nicolas Cage.

Cage era o nome certo para um projeto destes. Não consigo pensar em outro nome que funcionaria tão bem. O cara estrelou vários filmes de sucesso, ganhou o Oscar, e ficou conhecido por ser um cara extravagante e que gosta de gastar dinheiro em coisas caras e nem sempre necessárias. De uns anos pra cá, sua carreira entrou numa espiral de filmes de gosto duvidoso, mas que, diferente de um Bruce Willis (que, doente, fez uma série de filmes vagabundos onde pouco aparecia, para juntar um pé de meia), Cage continua atuando intensamente, quase sempre com o seu over acting que se tornou uma de suas principais características. Nome perfeito para um projeto que satiriza ele mesmo!

E realmente Cage é uma das melhores coisas daqui. Temos várias referências aos seus filmes como A Outra Face, Despedida em Las Vegas, A Rocha, 60 Segundos… E tem uma coisa que gostei, que é um Nicolas Cage imaginário, mais novo (me parece o Cage de Coração Selvagem), que aparece conversando com o Cage atual.

Outro ponto positivo é Pedro Pascal, que interpreta o milionário fã do Nicolas Cage. Não só Pascal está muito bem, como sua química com Cage é ótima. No resto do elenco, o único nome que me chamou a atenção foi uma ponta de Neil Patrick Harris.

O filme tem algumas cenas bem engraçadas, outras meio bobas. Pra ser sincero, achei divertido, mas apenas isso, mas, na sessão onde fui, tinha gente perdendo o fôlego de tanto rir. Ou seja, não achei tão engraçado, mas presenciei gente que achou.

Por fim, sempre fico feliz de ver filmes no cinema, mas tenho minhas dúvidas se este O Peso do Talento não teria um público maior se fosse lançado em streaming. Hoje em dia é difícil levar a galera para as salas de cinema, não sei se o filme terá o público almejado.

Matrix: Ressurrections

Crítica – Matrix: Ressurrections

Sinopse (imdb): Regresse a um mundo de duas realidades: uma, a vida quotidiana; a outra, o que fica para trás. Para descobrir se a sua realidade é uma construção, para se conhecer a si próprio, o Sr. Anderson terá que seguir o coelho branco.

Alguns amigos estavam com expectativa alta para este novo Matrix, mas preciso dizer que minha expectativa era zero. O primeiro é realmente muito muito bom, mas suas continuações são bem fracas.

A gente tem que reconhecer que o Matrix de 1999 é um marco na história do cinema. O filme levantava questões filosóficas ao mesmo tempo que explodia cabeças com efeitos especiais nunca vistos anteriormente. Mas, as Wachowski parecem ser diretoras de um filme só, seu currículo é repleto de filmes ruins (além dos Matrix 2 e 3, elas fizeram Ligadas Pelo Desejo, Speed Racer, Destino de Júpiter e Cloud Atlas – ou seja, nenhum filme relevante).

Com expectativa lá embaixo, fui ao cinema ver o novo, Matrix Ressurrections, agora dirigido só por Lana Wachowski (primeiro longa sem a irmã Lilly Wachowski). E, olha, gostei da primeira parte do filme!

O filme começa numa boa sacada de metalinguagem. Os anos se passaram, e a gente vê um Thomas Anderson que criou uma trilogia de videogames Matrix e ganhou vários prêmios em 1999, e hoje vive com a sombra do passado brilhante enquanto vive um presente medíocre, ao mesmo tempo que sofre pressão para voltar à franquia e criar o Matrix 4. Não li sobre bastidores da produção, mas provavelmente deve ser um reflexo do que a diretora Lana Wachowski vive hoje.

Enquanto o filme está nessa onda de metalinguagem, rolam várias sacadas muito boas. Tem uma sequência excelente alternando reuniões de brainstorm e um Thomas Anderson desnorteado, tudo isso ao som de White Rabbit do Jefferson Airplane.
Mas aí Thomas Anderson resolve tomar a pílula vermelha e o filme resolve voltar a ser igual ao Matrix de 99…

(Sei não, mas nos últimos 20 anos o significado de “pílula azul” mudou, mas deixa pra lá).

Não sei se é correto dizer que a segunda parte de Matrix Ressurrections é ruim. Mas é uma cópia barata do primeiro Matrix – assim como os outros dois, Matrix Reloaded e Matrix Revolutions.

E aí a gente lembra que o primeiro filme foi 22 anos atrás, e que muita coisa tecnológica evoluiu de lá pra cá. Se Matrix falava de máquinas controlando homens, o novo filme poderia atualizar esse tema entrando nas Inteligências Artificiais que tanto se intrometem na nossa vida atual. Que nada, o filme nem entra nesse assunto.

E a gente fica se perguntando pra que ver mais um filme da franquia, se não traz nada de novo. E ainda tem uma parte no fim onde tem um plano tão enrolado e tão explicado que me senti num filme do Christopher Nolan.

Pelo menos o filme é tecnicamente bem feito. A parte técnica dos filmes das Wachovski sempre foi muito bem cuidada, e, se aqui o filme não traz nada de novo como o efeito bullet time de 1999, pelo menos os efeitos são bons (teve um detalhe que aparece no início que achei bem legal, mas não voltaram a isso, que são portais que não estão no mesmo eixo). Agora, teve uma cena que me pareceu fora do “estilo Matrix”. A cena do trem é confusa e as lutas são mal coreografadas. Achei uma cena fora da curva – no mau sentido.

Outra coisa me incomodou: o Keanu Reeves com visual de John Wick. Sei que às vezes um ator precisa manter um visual por um personagem, mas não acredito que uma super produção como Matrix tenha problemas em pedir para um ator mudar o visual. Ficou muito estranho.

Reeves está ok, ele não é um grande ator, mas sempre funciona. Gostei da volta da Carrie-Anne Moss, ela está muito bem. Por outro lado, não gostei da substituição do ator do Morpheus, Laurence Fishburne não voltou, sei lá por qual motivo, e ele foi substituído por Yahya Abdul-Mateen II. Até aí, ok, atores são substituídos desde sempre na história do cinema. O problema é que o tempo todo aparecem imagens do Morpheus do Laurence Fishburne – tem até uma estátua dele! Se é pra trocar o ator, que se troque de uma vez, ficar mostrando os dois foi esquisito. Também voltam ao elenco Jada Pinkett Smith, e Lambert Wilson aparece numa divertida participação pequena. De novidade, temos Neil Patrick Harris, Jonathan Groff, Jessica Henwick e Priyanka Chopra Jonas, e uma rápida aparição da Christina Ricci.

No fim, fica sensação de oportunidade perdida. Pena. Fiquem com o primeiro.

Pequena Grande Vida

Pequena Grande VidaCrítica – Pequena Grande Vida

Sinopse (imdb): Uma sátira social onde um homem percebe que ele teria uma vida melhor se ele fosse encolhido a doze centímetros de altura, permitindo-lhe viver em riqueza e esplendor.

Sabe quando uma ótima ideia se perde ao longo do filme?

Achei genial a premissa de Pequena Grande Vida (Downsizing, no original). Pessoas muito menores consomem muito menos, o dinheiro para sustentar uma pessoa normal proporciona vida de luxo para os pequenos. E a ideia ainda melhora quando vemos a “favela” e começamos a ver as imperfeições deste mundo utópico. Pode-se discutir o quanto é válido o procedimento, questões sociais e econômicas, como ficariam relações familiares… Ei, essa premissa é tão rica que poderia virar uma série

Mas não. Pequena Grande Vida começa bem, mas se perde completamente. Entram ideias desinteressantes, como um romance improvável e uma subtrama apocalíptica. E o filme termina com o espectador se questionando pra onde foi a boa ideia.

Pra piorar, o roteiro tem personagens que estão na história sem nada acrescentar, tipo o Konrad interpretado por Udo Kier (tire o personagem, nada se perde). Isso sem contar com personagens que somem, tipo a mãe do Matt Damon ou o personagem do Jason Sudeikis.

O diretor e roteirista Alexander Payne tem um currículo impressionante. Foi indicado ao Oscar de melhor diretor em seus três últimos filmes, Sideways (2004), Os Decendentes (2011) e Nebraska (2013) – e ganhou os Oscars de melhor roteirista pelos dois últimos (os três filmes ainda foram indicados ao Oscar de melhor filme). Nada mal. Mas acho que desta vez ele vai passar longe de premiações.

O elenco está ok. Matt Damon faz o de sempre; assim como Christoph Waltz, repetindo o “Hans Landa / King Schultz” (mas isso não me incomoda, gosto do seu “personagem único”). Também no elenco, Hong Chau, Kristen Wiig e Rolf Lassgård, além de uma divertida ponta de Neil Patrick Harris e Laura Dern.

No fim, fica a frustração. Aposto como cada espectador vai pensar num modo melhor de terminar o filme.

Garota Exemplar

garota-exemplarCrítica – Garota Exemplar

Filme novo do David Fincher!

Quando o desaparecimento de sua esposa vira um circo na mídia, um homem vê os holofotes virados para ele quando se suspeita que ele pode não ser inocente.

Sou fã de Fincher desde Seven e O Clube da Luta (admito que não gostei do Alien 3). Hoje ele é um grande nome em Hollywood – foi indicado ao Oscar de melhor diretor duas vezes, por O Curioso Caso de Benjamin Button em 2009 e por A Rede Social em 2011. E agora, com o seu décimo longa, ele acerta mais uma vez o tom. Na minha humilde opinião, com Garota Exemplar (Gone Girl, no original), Fincher faz o filme que tentou com o confuso Zodíaco: um suspense bem amarrado, com investigações bem construídas e viradas de roteiro nos lugares exatos.

Garota Exemplar foi baseado no livro homônimo, e o roteiro foi escrito pela própria autora, Gillian Flynn. Pelo que li por aí, a estrutura da narrativa é igual, tanto no filme quanto no livro – alternando entre o dia-a-dia do personagem e os flashbacks de sua esposa. A trama flui bem, cheia de surpresas ao longo da história. Aliás, uma dica: o quanto menos você souber da trama, melhor.

É curioso notar que o filme tem momentos bem humorados – o que não costuma acontecer nos filmes de Fincher. Garota Exemplar está longe de ser uma comédia, mas em determinados momentos algumas risadas foram ouvidas no cinema.

Sobre o elenco: quem diria que Rosamund Pike seria um nome quase certo entre as indicações para o Oscar do ano que vem? Sempre gostei dela, mas reconheço que ela tinha “perfil de coadjuvante” – lembro dela em 007 – Um Novo Dia Para Morrer, Substitutos, Fúria de Titãs 2, Jack Reacher e The World’s End, em nenhum deles ela se destaca. Aqui, ela arrebenta, e mostra que merece estar no primeiro escalão de atrizes hollywoodianas.

(Uma curiosidade: Reese Witherspoon tinha comprado os direitos de adaptação do livro e pretendia estrelar o filme, mas David Fincher a convenceu a ficar só na produção. Arrisco a dizer que foi uma sábia decisão de Fincher!)

Ben Affleck também está bem, o seu perfil combina bem com o do personagem. Por outro lado, não gostei de Neil Patrick Harris. Seu papel é de um galanteador que parece uma versão séria do Barney de How I Met Your Mother. E aí a gente fica imaginando quando é que ele vai dizer “This is going to be legen – wait for it – dary!”. Ainda no elenco, Carrie Coon, Tyler Perry, Kim Dickens, Patrick Fugit, Missi Pyle, Sela Ward e Emily Ratajkowski.

Além do elenco e do roteiro, podemos citar outros dois destaques: a fotografia de Jeff Cronenweth e a trilha sonora de Trent Reznor e Atticus Ross – colaboradores habituais de Fincher. E como ponto negativo, acho que não precisava de duas horas e meia…

Por fim, a reclamação “de sempre”: o título brasileiro é pior do que o original. Mas desta vez, a culpa foi de quem traduziu o livro!

Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola

Um-Milhao-de-Maneiras-de-Pegar-na-PistolaCrítica – Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola

Filme novo do Seth MacFarlane, o mesmo de Ted!

Depois de fugir de um tiroteio, um homem medroso perde sua namorada. Nesse momento, uma bela e misteriosa mulher chega à cidade e o ajuda a retomar sua coragem, e os dois acabam se apaixonando. Só que ele não sabe que o marido dela é um notório fora da lei.

Quem viu Ted, ou quem conhece Family Guy, conhece o estilo de MacFarlane: muito humor grosseiro e politicamente incorreto. Não sou muito fã da parte grosseira, mas sei apreciar uma incorreção política (nem sei se essa expressão existe), principalmente nos dias de hoje, cheios de chatos patrulhando.

Na minha humilde opinião, Ted acertou em cheio o tom do humor. Já Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola (A Million Ways to Die in the West, no original), escrito, dirigido e estrelado por MacFarlane, tem alguns momentos geniais, mas escorrega ao usar muitas piadas escatológicas – por exemplo, Neil Patrick Harris é um ator com excelente timing de comédia, mas vê-lo com diarreia é constrangedor e nada engraçado.

(Por outro lado, uma curta e sensacional cena com Christopher Lloyd, sozinha, já serve como uma das melhores piadas do ano! E ainda em o Jamie Foxx em outra genial referência.)

O roteiro também escorrega na sua trama principal, clichê e básica demais – sujeito rejeitado pela mulher amada, mas que consegue uma melhor ainda – e ainda ficou forçado a Charlize Theron gostar dele. Talvez este seja o principal problema de Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola: um roteiro fraco que se apoia em piadas irregulares, por isso são tantos altos e baixos. Se fosse mais curto (são 116 min) e cortasse parte da escatologia, seria uma comédia mais engraçada.

Aliás, o elenco é muito bom. Se MacFarlane como ator não é lá grandes coisas, pelo menos ele teve a boa sacada de se cercar de gente talentosa, como Charlize Theron, Liam Neeson, Amanda Seyfried, Neil Patrick Harris, Giovanni Ribisi e Sarah Silverman. A fotografia e a trilha sonora também são boas.

Por fim, mais uma vez vamos falar mal do título nacional. Se o filme se chama “um milhão de maneiras de morrer no oeste“, de onde tiraram “um milhão de maneiras de pegar na pistola“???

Os Smurfs 2

Crítica – Os Smurfs 2

Com a intenção de conseguir roubar a essência dos Smurfs, Gargamel cria os Danadinhos, uma espécie de “Smurf do mal”. Com a ajuda destes, Gargamel consegue sequestrar Smurfette e foge com eles para Paris.

Confesso que gostei do primeiro filme dos Smurfs. Mas concordo que não precisava de uma continuação.

O problema é que a continuação, mais uma vez dirigida por Raja Gosnell, praticamente repete o primeiro filme. As únicas diferenças são a mudança de locações, de Nova York para Paris; e a introdução de dois novos personagens no núcleo dos humanos, o filho e o padrasto.

Aproveito a deixa pra falar do núcleo dos humanos. No primeiro filme, era novidade vermos Smurfs no mundo “normal”. Esta novidade não existe mais. E o núcleo dos humanos perde o propósito. É uma pena vermos bons atores como Neil Patrick Harris e Brendan Gleeson completamente desperdiçados. O único que se salva é Hank Azaria, que mais uma vez impressiona com o seu Gargamel.

(Fica a dúvida: será que não seria mais interessante um filme todo dentro da aldeia dos Smurfs? Porque a melhor parte do filme é a introdução, que mostra a origem da Smurfette.)

Além do Gargamel, os efeitos especiais também são muito bons. Os Smurfs e os Danadinhos são muito bem feitos, e o gato Cruel mais uma vez rouba a cena.

Ah, pra quem for assistir com o áudio original, a Smurfette volta a ser dublada pela cantora Katy Perry, que agora tem a companhia da Christina Ricci, que dubla a Danadinha Vexy.

Pena que, no fim, fica a impressão de um prato requentado. E o pior é que já anunciaram o Smurfs 3…

Um Natal Muito Louco

Crítica – Um Natal Muito Louco

O primeiro Madrugada Muito Louca é bem divertido. O segundo tem alguns bons moments, mas é bem mais fraco. Heu não esperava muita coisa do terceiro. Mesmo assim, fui ver qualé.

Seis anos depois dos acontecimentos do último filme, hoje Harold e Kumar estão distantes um do outro. Uma misteriosa encomenda faz os dois se reencontrarem, e por causa de um acidente, eles precisam encontrar uma árvore de natal urgentemente.

Um Natal Muito Louco (A Very Harold & Kumar 3D Christmas, no original) é um filme “honesto”, não engana ninguém. O título original do filme já entrega o que veremos: piadas do mesmo estilo dos outros dois filmes, só que desta vez usando efeitos em 3D e tendo o Natal como pano de fundo.

O estilo de humor usado aqui não agrada a todos. Heu mesmo achei bobas boa parte das piadas. Mas admito que algumas são realmente engraçadas. Adorei os momentos politicamente incorretos do bebê experimentando drogas!

O elenco repete a dupla principal, John Cho e Kal Penn, e a participação de Neil Patrick Harris, como acontece nos outros dois filmes. Aliás, como acontece nos outros, a pequena participação de Harris é uma das melhores coisas do filme. Além dos três, o elenco ainda conta com Elias Koteas, Danny Trejo, Thomas Lennon e Paula Garces.

Ah, ainda preciso falar do 3D. Aqui o efeito é usado com o espírito “parque de diversões”, que nem acontece nos divertidos filmes de terror Piranha e Dia dos Namorados Macabro – qualquer coisa é desculpa para se atirar um monte de coisas na direção do espectador. Bem mais interessante do que um filme convertido em 3D apenas pra aumentar o preço do ingresso!

Quem curtiu os outros, pode ir sem medo. Só não sei se vai passar no cinema, acho que por enquanto só por download.

.

.

Se você gostou de Um Natal Muito Louco, o Blog do Heu recomenda:
Madrugada Muito Louca
Se Beber Não Case
Um Parto de Viagem

Os Muppets

Crítica – Os Muppets

Alvíssaras! Os Muppets estão de volta!

Três fãs dos Muppets convencem o sapo Kermit (antigamente conhecido como sapo Caco) a reunir os ex companheiros, atualmente separados, para recriar o Muppet Show e salvar o teatro da ganância de um milionário do petróleo.

Os bonecos Muppets fizeram sucesso com o Muppet Show, um programa de tv que foi ao ar de 1976 a 1981. Anos depois, veio o desenho animado Muppet Babies, feito entre 1984 e 1990, que os apresentou para outra geração. E ainda tiveram seis filmes, lançados nos cinemas entre 1979 e 1999. Mas há anos não se ouvia nada sobre algo novo relativo aos geniais fantoches – talvez porque o seu criador, Jim Henson, tenha falecido em 1990 (três dos filmes foram feitos depois de sua morte, dois deles dirigidos pelo seu filho Brian Henson).

Aliás, justamente por não ter mais nada a ver com Jim Henson, admito que fiquei com pé atrás quando soube da produção deste filme. Mas tenho que tirar o chapeu: Jason Segel fez um excelente trabalho!

Jason Segel, ator de Eu Te Amo Cara, Professora Sem Classe e da série How I Met Your Mother, já tinha escrito um roteiro, para o fraco Ressaca de Amor. Ele levou a ideia para a Disney, atual dona dos direitos sobre os Muppets, e escreveu (junto com Nicholas Stoller) o roteiro para este filme, também estrelado por ele. E, em vez de parecer uma egotrip de Segel, o novo filme, dirigido pelo pouco conhecido James Bobin, consegue recriar com perfeição o espírito do antigo Muppet Show.

O roteiro tem um bom ritmo, piadas inspiradas (o momento da “edição” é sensacional!) e números musicais bem feitos – e olha que não sou muito fã de musicais. Os personagens são um pouco clichê, mas a gente tem que se lembrar que é um filme Disney, né? Mesmo assim, adorei a música do vilão.

Já falei aqui em outra ocasião que sou fã dos Muppets. O humor é uma perfeita mistura entre o lúdico e o irônico, e assim consegue agradar tanto a criança quanto o adulto. E este novo filme vai exatamente nesta onda: muitas piadas referenciais e muita meta-linguagem – humor pra adulto – em um filme onde a criançada vai se esbaldar com dezenas de fantoches divertidos.

Ah, os efeitos especiais! Preciso falar que era outro dos meus (infundados) medos. Imaginei Muppets em cgi – iam ficar toscos!!! Nada, os Muppets continuam sendo bonecos de pano animados por pessoas. Devem ter efeitos em computador, pra corrigir um detalhe aqui e outro acolá, mas nada que atrapalhe o andamento dos efeitos old school.

O elenco principal, além de Segel e de dezenas de Muppets, conta com Amy Adams, Chris Cooper e Rashida Jones. E, como era tradicional no antigo Muppet Show, muita gente famosa fazendo participações especiais, como Alan Arkin, Zach Galifianakis, Ken Jeong, Sarah Silverman, Neil Patrick Harris, Mickey Rooney, Whoopi Goldberg, Selena Gomez (fazendo piada com a própria idade), Dave Grohl (como o baterista da banda cover “Os Moopets”), Emily Blunt (repetindo o papel de O Diabo Veste Prada) e, last but not least, Jim Parsons, o Sheldon de The Big Bang Theory, como a versão humana do Muppet Walter.

Enfim, heu poderia continuar falando aqui. Mas chega. Prefiro recomendar: vá ao cinema e aproveite que os Muppets estão de volta. Heu pretendo rever antes de sair de cartaz!

p.s.: Acho que a única coisa que não gostei no filme foi terem mudado o nome do Caco. Assim como fizeram antes com o Ursinho Puff (que virou Pooh) e com a fada Sininho (que virou Tinkerbell), agora Caco passou a usar o nome original, Kermit. Fico pensando quando vão mudar Pateta e Tio Patinhas por Goofy e Scrooge McDuck… Proponho uma campanha: que os personagens da Turma da Mônica mantenham os nomes originais em outros países! Quero ver os gringos falando Cascão, Cebolinha e Chico Bento!

Os Smurfs

Crítica – Os Smurfs

Adaptação do desenho animado que passava na tv nos anos 80, que por sua vez era uma adaptação dos quadrinhos do desenhista belga Peyo.

Fugindo do temível Gargamel, seis smurfs vão parar em Nova York. Mas Gargamel e seu gato, Cruel, vão atrás.

O filme dos Smurfs sofre de um problema. O desenho era bem famoso, mas era bem ingênuo, bem bobinho. Vai despertar saudades em muitos marmanjos, que provavelmente nem se lembram de como a temática era infantil. Ou seja, quem estiver movido apenas por nostalgia tem uma grande chance de se decepcionar, porque o filme mantém o foco no mesmo público alvo: a criançada.

Dirigido por Raja Gosnell (também responsável pela adaptação de Scooby Doo), o filme é bobinho como era o desenho. Mas agrada em cheio a molecada – na sessão que heu estava, bateram até palmas!

Se a trama é ingênua e previsível, pelo menos o roteiro mexe com alguns clichés “smurfianos”. Por exemplo, implica com a mania que eles têm de colocar a palavra “smurf” em quase todos os diálogos, e também com os nomes, ligados às personalidades de cada um. E a musiquinha repetitiva (e às vezes irritante) também é citada.

A parte técnica é excelente. Os smurfs são cgi, mas são muito bem feitos – tão “reais” que parecem estar realmente lá com os atores. A vila dos smurfs também é muito bem feita, com detalhes impressionantes. Mas o que achei ainda mais legal foi o gato Cruel. Entre optar por um gato de verdade, ou um gato digital (como o Garfield), fizeram um meio termo: o gato tem a aparência de um gato real, mas tem expressões criadas digitalmente. O Cruel é um espetáculo à parte!

O filme está disponível em versão 3D. Não sei se vale a pena pelo filme todo, mas pelo menos duas sequências ficaram legais em 3D: o travelling inicial e a viagem pelo portal.

No elenco, o destaque óbvio é Hank Azaria, irreconhecível como Gargamel. Não só a caracterização está perfeita como ele ainda faz um vilão à moda antiga, daqueles que a plateia torce contra. O resto do elenco conta com nomes vindos da tv: Neil Patrick Harris (How I Met Your Mother), Jayma Mays (Glee) e Sofia Vergara (Modern Family).

Vi a versão dublada, então não posso falar sobre os atores que dublam os smurfs no original. Mas consegui pegar uma “piada interna”: Katy Perry, cantora da música “I Kissed a Girl”, faz a voz da Smurfete, que determinado momento solta um “I Kissed a Smurf”… Funciona bem, assim como outras piadas discretas aqui e acolá – reparem que, em cima dos táxis, rolam propagandas de Blurray e do Blue Man Group.

Durante os créditos, rolam desenhos originais de Peyo. E mais uma boa piada: “Nenhum gato digital foi machucado durante as filmagens”.

Enfim, boa opção pra criançada. Mas acho que adultos podem achar infantil demais.

.

.

Se você gostou de Os Smurfs, Blog do Heu recomenda:
Toy Story 3
A Pedra Mágica
Rio

Dr. Horrible’s Sing-Along Blog

Dr. Horrible’s Sing-Along Blog

Um musical, estrelado pelo Neil Patrick Harris (o Barney de How I Met Your Mother), sobre um cara que quer se tornar um vilão de quadrinhos, e chamado “o blog ‘cante-comigo’ do Dr Horrível”? Esse é daqueles que a gente PRECISA ver!

Dr Horrível (Neil Patrick Harris) é um aspirante a super-vilão, que quer entrar na “Evil League of Evil” (algo como a “Malvada Liga do Mal”). Seu grande inimigo é o super herói Capitão Martelo (Nathan Fillion), e, tímido, ele tem um amor platônico por Penny (Felicia Day), uma menina ruiva que frequenta a lavanderia.

Trata-se de uma minissérie. Mas “mini”, mesmo! São 3 capítulos curtinhos, tudo dura pouco mais de 40 minutos. Foi feito para a internet, nunca passou na tv convencional.

O clima trash é genial! Situações hilariantes e bizarras embaladas por músicas cantadas por todo o elenco! Claro, não vai agradar a todos, os mais caretas vão torcer o nariz. Mas, convenhamos, não é qualquer um que vai ver um musical com uma sinopse esquisita assim e vai sair correndo pra assistir, né?

Dirigido por Joss Whedon, cultuado por séries como Buffy e Firefly, Dr. Horrible’s Sing-Along Blog traz no elenco, além dos três nomes já citados, Simon Helberg, o Wolowitz de The Big Bang Theory, como Moist, ajudante do Dr. Horrível.

Não gostei do fim, achei um tanto abrupto. Me parece que deve ter uma continuação, afinal, se terminar assim, será um fim digno de Lost… 😉

Que venha a “segunda temporada” de Dr. Horrible’s Sing-Along Blog!