Mansão Mal-Assombrada

Crítica – Mansão Mal Assombrada

Sinopse (imdb): Uma mãe e seu filho de nove anos estão tentando começar uma nova vida. Eles aproveitam uma oportunidade imperdível, uma adorável mansão em Nova Orleans.

E vamos para mais uma tentativa da Disney de transformar uma atração do parque em filme. Vou copiar aqui um trecho do que escrevi ano passado quando comentei Jungle Cruise:

Não é a primeira vez que fazem um filme baseado em brinquedos do parque da Disney. O mais famoso e mais bem sucedido é Piratas do Caribe, que já tem cinco filmes, sendo que dois deles passaram a marca de um bilhão de dólares na bilheteria. Os últimos filmes não foram muito bem aceitos, mas é um sucesso incontestável. Agora, heu lembrava de pelo menos mais dois, ambos mal sucedidos nas bilheterias: Mansão Mal Assombrada, de 2003, com o Eddie Murphy; e Tomorrowland, de 2015, com o George Clooney. Mas aí lembrei de quando fui à Disney em 2018, que depois do brinquedo Torre do Terror, vi dvds à venda de um filme feito em 1997 baseado naquela atração, com Steve Guttenberg e Kirsten Dunst. Aí resolvi pesquisar pra saber se tinham outros filmes, e descobri que Missão Marte, feito pelo Brian de Palma em 2000, com Gary Sinise, Tim Robbins, Don Cheadle e Connie Nielsen, tem um roteiro inspirado na atração da Disney! E ainda descobri mais um, que nunca tinha ouvido falar: Beary e os Ursos Caipiras, de 2002, baseado no brinquedo Country Bear Jamboree.

Poizé. O filme do Eddie Murphy não deu muito certo, então, vinte anos depois, é hora de uma nova tentativa. Pena que também não deu muito certo.

Pra começar, o filme é longo demais. São duas horas e três minutos pra contar uma história que cabia em menos de uma hora e meia. Aí a gente se perde em tramas paralelas que não são importantes para o filme (como o excessivo foco no luto do Ben, que podia ter resultado em algo na parte final, mas foi esquecido). E, pior, é um filme para crianças, que não terão paciência para uma sessão de duas horas!

Sobre o elenco: ninguém está muito mal, mas senti que falta conjunto. Juntaram alguns bons atores, um time heterogêneo, mas falta química entre eles, o grupo não parece entrosado. O time principal conta com Rosario Dawson, LaKeith Stanfield, Owen Wilson, Danny DeVito, Tiffany Haddish e Chase Dillon.

Novo parágrafo pra comentar 3 participações especiais no elenco. Jamie Lee Curtis aparece pouco e está bem como sempre. A guia de turismo me pareceu ser Winona Ryder, mas não está oficialmente creditada. E o fantasma principal é interpretado pelo Jared Leto, mas me pergunto pra que chamar um nome importante como Jared Leto se você não vai usá-lo? O fantasma e em cgi, não vemos o ator. E a voz é alterada, não ouvimos o ator. Podia ser qualquer um!

Nem tudo é ruim. Estive na Disney em 2018, claro que fui na atração Haunted Mansion, mas claro que não me lembro de detalhes. Mas, mesmo assim, me lembrei de várias referências, como o organista tocando e saindo caveirinhas dos tubos do órgão, ou dos fantasmas dançando no salão. Provavelmente quem está com a atração fresca na memória vai pegar muitas referências.

Os efeitos especiais são ok. Nada salta aos olhos nem positiva, nem negativamente. Gostei de alguns takes onde rola uma perseguição entre os corredores e os corredores mudam de comprimento e de eixo, mas são cenas rápidas. A trilha sonora também funciona – e tem uma rápida e divertida citação a It’s a Small World.

Mas no fim, os pontos positivos não são o suficiente pra sustentar, e o filme cansa. Aguardemos a próxima atração que vai virar filme.

Uma Noite no Museu 3: O Segredo da Tumba

Uma-Noite-no-Museu-3Crítica – Uma Noite no Museu 3: O Segredo da Tumba

Ninguém pediu, mas, olha lá fizeram mais um Uma Noite no Museu

Para salvar a tábua de Ahkmenrah, Larry precisa levá-la até o British Museum em Londres.

A série Uma Noite no Museu não é ruim. São filmes leves e com cara de sessão da tarde, com algumas piadas boas, e outras nem tanto. O problema é que a ideia original era divertida, mas não pedia continuações. Porque fica tudo previsível, algumas piadas acabam se repetindo…

Dirigido pelo mesmo Shawn Levy (dos outros dois filmes da série), Uma Noite no Museu 3: O Segredo da Tumba (Night at the Museum: Secret of the Tomb, no original) é aquilo mesmo que o espectador está esperando. Mas o cara que se propuser a ir ao cinema para ver a parte 3 de uma franquia destas sabe o tipo de piada que o espera, e sabe que vai ver algumas delas repetidas.

Pra não dizer que Uma Noite no Museu 3: O Segredo da Tumba só tem piadas repetidas e previsíveis, tem pelo menos duas sequências “novas” muito boas: rola uma perseguição sensacional dentro de um quadro do Escher, e a piada do Wolverine foi hilária!

Sobre o elenco: parece que Robin Williams já tinha filmado toda a sua parte (o ator faleceu alguns meses antes do filme ficar pronto), o seu Teddy Roosevelt tem grande participação ao longo de todo o filme. A outra nota triste: também foi o último filme do veterano Mickey Rooney. Ben Stiller, Owen Wilson, Steve Coogan e Ricky Gervais voltam aos seus papeis, e o elenco ainda ganha os nomes de Ben Kingsley, Rebel Wilson, e Dan Stevens como sir Lancelot, além de pontas de Hugh Jackman e Alice Eve.

Enfim, Uma Noite no Museu 3: O Segredo da Tumba não vai mudar a vida de ninguém, mas proporcionará uma hora e meia de um divertimento honesto àqueles que se aventurarem.

p.s.: Mais alguém achou que o Laa, interpretado pelo Ben Stiller, ficou a cara do Tom Cruise? 🙂

O Grande Hotel Budapeste

0-grandehotel budapesteCrítica – O Grande Hotel Budapeste

Outro dia falei que o cinema contemporâneo tem poucos “autores”, e citei como exemplos o Tim Burton e o Terry Gilliam. Olha, a gente precisa incluir o Wes Anderson (Moonrise Kingdom) neste seleto clubinho.

O Grande Hotel Budapeste conta as aventuras de Gustave H, um lendário concierge de um famoso hotel europeu entre as as duas grandes guerras; e Zero Moustafa, o lobby boy que vira o seu melhor amigo.

O Grande Hotel Budapeste (The Grand Budapest Hotel, no original) parece uma fábula. Wes Anderson tem um estilo de filmar onde todas suas cenas parecem mágicas. Parece que estamos lendo um livro de contos infantis!

A fotografia de seus filmes chama a atenção. Arrisco a dizer que o diretor deve ter TOC, cada plano é bem cuidado, tudo simétrico, sempre com o objeto centralizado no meio da tela. Isso, somado a cenários meticulosamente escolhidos e à boa trilha sonora de Alexandre Desplat, torna O Grande Hotel Budapeste um espetáculo visual belíssimo de se ver.

E não é só o visual que chama a atenção. O filme é repleto de personagens exóticos – e, detalhe importante: todos têm sua importância na trama, nenhum parece forçado. E o elenco é impressionante, sugiro checar os nomes no poster – é tanta gente que fica até difícil reconhecer todos ao longo do filme: F. Murray Abraham, Mathieu Almaric, Adrien Brody, Willem Dafoe, Jeff Goldblum, Harvey Keitel, Jude Law, Bill Murray, Edward Norton, Saoirse Ronan, Jason Schwartzman, Léa Seydoux, Tilda Swinton, Tom Wilkinson e Owen Wilson. Curiosamente, o protagonista é interpretado pelo desconhecido Tony Revolori. Bem, o filme é centrado em dois personagens, não sei exatamente qual do dois seria o principal. Mas sendo que o outro é o Ralph Fiennes, claro que Revolori será chamado de coadjuvante…

Pelo estilo visual de Wes Anderson, talvez O Grande Hotel Budapeste não agrade a todos. Outro problema é que o filme está sendo vendido como uma comédia, e o humor do filme é um humor peculiar, porque diverte mas não causa risadas.

Mas quem entrar no espírito da fábula vai se divertir com a aventura!

Passe Livre

Crítica – Passe Livre

Rick e Fred recebem de suas esposas um presente incomum: um passe livre – uma semana de férias do casamento, sem cobranças posteriores. Mas eles descobrem que a vida de solteiro não é o que eles pensavam.

Trata-se do filme novo dos irmãos Bobby e Peter Farrelly, os mesmos de Quem Vai Ficar Com Mary e Antes Só do que Mal Casado. Quem conhece a carreira dos irmãos sabe que eles sempre andam em cima daquela linha que fica entre o humor grosseiro e a piada de mau gosto. Digo isso porque os caras, quando acertam, são geniais – vide a engraçadíssima cena da Cameron Diaz com esperma no cabelo. Mas, muitas vezes, a baixaria é tão grande que a piada perde a graça…

Passe Livre (Hall Pass, no original) tem algumas piadas de gosto duvidoso – fazer piadas com fezes não é algo engraçado, pelo menos na minha humilde opinião. Mas, mesmo assim, não é tão baixaria quanto outros títulos da dupla. Apesar de algumas escorregadas desnecessárias, o filme é divertido.

No elenco, nenhum destaque, nem positivo, nem negativo. Owen Wilson segue interpretando o mesmo papel de sempre, acompanhado do menos conhecido Jason Sudeikis. As esposas, Jenna Fischer e Christina Applegate, têm papeis fáceis e previsíveis. A única surpresa do elenco é Richard Jenkins interpretando um papel que nada tem a ver com o que ele costuma fazer, o solteirão convicto Coakley. E Nicky Whelan é a candidata a “bonitinha da vez”.

Uma coisa que me incomodou um pouco foi a previsibilidade. Tudo é muito clichê, tudo a gente adivinha muito antes. Boa parte do filme perde a graça por causa disso. Como é uma comédia, isso é um problema sério…

Mas, pra quem estiver sem grandes expectativas, Passe Livre pode ser uma boa opção.

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Se Beber Não Case

Meia Noite em Paris

Crítica – Meia Noite em Paris

Filme novo do Woody Allen!

Gil é um roteirista de relativo sucesso em Hollywood, mas quer largar essa vida, se mudar para Paris e escrever romances – decisão não apoiada por sua noiva. Apaixonado por Paris e pela década de 20, de repente Gil volta no tempo e passa a ter contato com personagens históricos, como Cole Porter, Ernest Hemingway, F Scott Fitzgerald, Gertrude Stein, Pablo Picasso, Salvador Dalí e Luis Buñuel, entre outros.

Tem gente por aí dizendo que este é o melhor Woody Allen em muito tempo, mas não sei se sou a pessoa certa para falar sobre isso, já que, sei lá por qual motivo, não vi nenhum dos filmes que ele fez entre 98 e 2007 (mas tô em dia desde Vicky Cristina Barcelona!). Pelo menos posso afirmar que é o melhor entre os quatro últimos.  As situações geradas pelos encontros de Gil com as figuras históricas são deliciosas! Não conheço ninguém que saiu do cinema sem se imaginar em outra época, acho que esse culto ao passado é algo natural do ser humano.

Paris foi uma escolha perfeita para o cenário de Meia Noite em Paris. Que outra cidade conjugaria um passado tão rico em cultura com cenários atuais que não precisam de muitas adaptações? É um filme de viagem no tempo sem efeitos especiais aparentes!

No elenco, Owen Wilson surpreende. Normalmente associado a comédias dirigidas a um público mais, digamos, hollywoodiano, ele está perfeito aqui como o alter-ego de Allen. Se heu não o conhecesse  de filmes como Uma Noite no Museu, Marley & Eu ou a série Bater ou Correr, diria que é um ator sério… Ainda no elenco, Rachel McAdams, Michael Sheen, Marion Cotillard, Kathy Bates e um Adrien Brody hilário como Salvador Dalí. E, para os fãs de quadrinhos: Tom Hiddleston, o Loki de Thor, interpreta F Scott Fitzgerald aqui.

Meia Noite em Paris é divertidíssimo, mas tem um problema: pra curtir melhor as piadas, tem que conhecer as figuras históricas. Digo isso porque fui um dos únicos no cinema a rir da genial piada com o Buñuel e seu Anjo Exterminador – provavelmente rolaram outras piadas que não entendi porque não conhecia os personagens…

Enfim, vá ao cinema. E depois se imagine na sua própria Belle Époque!

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Te Amarei Para Sempre

Marley e Eu

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Marley & Eu

Confesso que nunca tive vontade de ver esse filme. Afinal, é baseado num livro que nunca me atraiu. O livro “Marley & Eu”, de John Grogan, sobre “o pior cão do mundo”, pode até ser um best seller, mas parece ser uma bomba…

Mas… Meu irmão comprou o dvd, minha cunhada recomendou, e… Lá fui heu assistir o filme… E todos os receios se confirmaram. O filme é realmente muito ruim!

Em primeiro lugar, a história é muito besta! Qualquer um que já teve cachorro(s) e/ou filho(s) tem um rol de histórias tão engraçadas e bonitinhas como o autor do livro. Histórias tão boas quanto, ou até melhores.

Em segundo lugar, o elenco é horrível! Owen Wilson interpreta o mesmo Owen Wilson de sempre. E esse papel não se encaixa bem em filmes desse tipo, ele é melhor fazendo um humor mais pastelão. E Jennifer Anniston também repete o seu papel de sempre, a Rachel de Friends, só que um pouco mais feia que o habitual…

Em terceiro, a produção do filme é tão capenga, que erros técnicos pululam aos olhos! Na cena que Wilson vai ao aeroporto buscar Anniston, chove torrencialmente – só em cima do carro! Pessoas ao fundo caminham tranquilamente, sem chuva. Ou, na cena da praia, vemos areia remexida quando a câmera os pega pela frente, mas areia intacta quando a câmera está atrás deles. Ou, na cena da adestradora, ela pede a Wilson que tire os óculos escuros, para o cão vê-lo nos olhos. Mas as pessoas ao lado continuam de óculos escuros. E por aí vai…

O epíteto “o pior cão do mundo” é porque a tal adestradora (uma desperdiçada Kathleen Turner) desistiu de ensiná-lo. Ora, diabos! Este foi o único cachorro que teve problemas com adestramento? Sr. Grogan, acredite, existem cães bem piores!

Acho que vou escrever um livro contando a história da Zara, uma vira-latas que peguei na rua e foi a minha primeira “filha”…

Uma Noite no Museu 2

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Uma Noite no Museu 2

Continuação do “sucesso de bilheteria com cara de sessão da tarde”, essa parte 2 segura a onda muito bem dentro do que se propõe. Afinal, como diz aquele velho bordão, “cinema é a maior diversão”.

Pra quem não viu o primeiro: Larry Daley (Ben Stiller) consegue um emprego como vigia noturno de um Museu de História Natural. E lá descobre que, durante toda a noite,  uma placa egípcia dá vida a todas as estátuas presentes.

O segundo filme começa com Larry trabalhando em outro ofício. Ao visitar o museu, descobre que as estátuas estão sendo enviadas para o museu Smithsonian, um enorme complexo com 19 museus em Washington. E é claro que a placa dará vida a tudo o que está em todos os museus. E é claro que Larry vai até o Smithsonian…

Sim, é uma grande bobagem. Mas uma bobagem divertidíssima! Afinal, algumas das sacadas são geniais! Vejam só: o vilão, um faraó egípcio, pede ajuda a Napoleão, Ivan o Terrível e Al Capone – e este e sua gangue estão em preto e branco!

Algumas cenas são hilariantes. Por exemplo, quando anjinhos barrocos começam a cantar Bee Gees; ou quando um monte de bonequinhos de Einstein cantam e dançam para responder a uma pergunta. Isso sem contar com uma participação especial do Darth Vader!!!

Resumindo: boa diversão para não ser levada a sério!