Pacto de Redenção

Crítica – Pacto de Redenção

Sinopse (imdb): Quando um assassino profissional descobre que tem uma forma de demência que evolui rapidamente, ele tem a oportunidade de se redimir salvando a vida do filho adulto com quem estava afastado.

Pacto de Redenção (Knox Goes Away, no original) parece um thriller à moda antiga: uma boa história, usando um bom elenco. Sem pirotecnias, apenas uma boa história sendo contada por alguns bons atores.

A direção é de Michael Keaton, seu segundo filme como diretor. Não entendi por que ele resolveu dirigir, mas podemos dizer que ele faz um trabalho correto. O roteiro de Gregory Poirier é bem estruturado. A gente vê as peças soltas do quebra cabeças, mas pelo menos heu não consegui descobrir qual era o plano do cara antes do final, achei muito bem bolada a solução.

Sobre o elenco, o marketing está vendendo Pacto de Redenção como um filme estrelado por Michael Keaton e Al Pacino. Como sempre, Pacino está ótimo, mas aparece em poucas cenas. Seu personagem é importante, mas é daquele tipo de papel que provavelmente o ator fez em uma ou duas diárias. Agora, preciso destacar positivamente a atuação de Keaton e também de James Marsden, que faz seu filho, um cara que cometeu um erro grave e isso está afetando todo o seu comportamento. Ambos estão excelentes. Por outro lado, achei bem fraca a personagem da policial interpretada por Suzy Nakamura. Também no elenco, Joanna Kulig, Lela Loren e Marcia Gay Harden.

Não achei o final ruim, mas heu cortaria alguns minutos. Tem uma sequência final mostrando uma conclusão meio óbvia. Nada grave, felizmente. Por outro lado, gostei de como o filme mostra a progressão da doença do protagonista.

Pacto de Redenção não é um grande filme, não estará em listas de melhores do ano. Mas, em meio à mediocridade que é despejada no circuito, é uma boa opção. Dificilmente alguém sairá decepcionado da sala de cinema.

Um Crime Nada Perfeito / The Maiden Heist

Um Crime Nada Perfeito / The Maiden Heist

Três seguranças de um museu, cada um obcecado por uma obra de arte, resolvem roubar essas obras ao saberem que toda a coleção foi vendida para um museu dinamarquês.

O que chama a atenção nesta simpática e modesta comédia é o elenco. Afinal, não é todo dia que vemos Christopher Walken, Morgan Freeman e William H. Macy juntos, e ainda com Marcia Gay Harden de coadjuvante!

E, realmente, o que vale a pena no filme é a atuação do trio de atores principais. Walken e Freeman, como sempre, estão um espetáculo como os seguranças fãs dos quadros. Mas o melhor personagem é o de Macy, o desequilibrado ex-militar fã da escultura. Os melhores momentos do filme estão com ele.

Pena que, fora as boas atuações, o filme é um pouco sem graça. Inclusive, o plano deles para roubar as obras de arte é meio bobo, aquilo nunca funcionaria na vida real!

A tradução literal de The Maiden Heist seria algo como “o roubo da donzela”, e se refere ao quadro pelo qual o personagem de Walken é obcecado, “A Donzela Solitária”.

Não li nenhuma notícia sobre o lançamento de The Maiden Heist aqui no Brasil. Pelo estilo, tem cara de que será lançado direto no mercado de dvd.

Na Natureza Selvagem

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Na Natureza Selvagem

Seguindo mais uma sugestão, procurei este belo filme, Na Natureza Selvagem, que conta a história de um anti-herói usando cenários naturais deslumbrantes.

Quem nunca se imaginou chutando o balde e largando a própria vida para tentar uma nova, completamente diferente, em busca de respostas para questões internas?

Christopher McCandless fez isso. Aos vinte e poucos anos, recém formado na escola, abandonou a família, rasgou os documentos, doou todas as economias e saiu de mochila nas costas, sem rumo.

Dirigido pelo ator Sean Penn, Na Natureza Selvagem foi inspirado na história real de Christopher McCandless, que existiu de verdade e fez isso tudo isso de verdade.

Bem, acho que podemos analisar a saga de McCandless por dois ângulos opostos:

– Podemos admirar sua coragem, de largar tudo em busca de um sonho.

Ou…

– Na verdade ele foi egoísta e irresponsável. Um garoto jovem, inteligente, com família, casa, educação, e que joga tudo fora e sai por aí de maneira inconsequente.

(Claro que o filme opta pela primeira opção…)

O filme é um pouco longo (quase duas horas e meia) e o ritmo é lento. Mas em momento nenhum é chato. Pelo contrário, a história é envolvente. A história começa com a chegada de McCandless no Alasca, e a partir daí acompanhamos toda a sua trajetória através de flashbacks.

Como disse antes, os cenários são deslumbrantes. O filme foi inteiramente rodado em locações espalhadas pelos Estados Unidos. E o Alasca, onde a maior parte da trama se passa, foi visitado em quatro diferentes épocas do ano.

Ainda devemos citar a belíssima trilha-sonora composta por Eddie Vedder, que ganhou um Globo de Ouro por melhor canção e chegou a ser indicado ao Oscar de melhor trilha sonora.

O prestígio de Sean Penn conseguiu reunir um ótimo elenco. Emile Hirsch (que logo depois foi o protagonista de “Speed Racer”) chegou a emagrecer 18 quilos para o papel, além de dispensar dublês. Ainda temos no elenco William Hurt, Marcia Gay Harden, Jena Malone, Catherine Keener, Kristen Stewart e Vince Vaughn, entre outros.

Veja o filme e decida se McCandless foi correto e corajoso, ou se simplesmente desperdiçou sua vida…

O Nevoeiro

O Nevoeiro

Demorou, mas finalmente The Mist foi lançado por aqui. Não sei por que demorou tanto, afinal, acredito que seria fácil de se vender “do mesmo diretor e roteirista de Um Sonho de Liberdade e À Espera de um Milagre, o mais novo filme baseado em Stephen King”!

Uma cidade pequena, à beria de um lago, é açoitada por ventos fortes à noite. Na manhã seguinte, David Drayton (Thomas Jane), um artista local, vai até o supermercado com seu filho. E uma névoa envolve a cidade – e existe algo misterioso dentro da névoa.

O suspense é muito bem montado – não sabemos o que há dentro da névoa! E começa um clima claustrofóbico dentro do supermercado, onde o medo do desconhecido começa a mudar as pessoas.

Uma coisa muito interessante aqui é o foco nos personagens presos no supermercado., e não no que está na névoa. Marcia Gay Harden interpreta Mrs Carmody, uma religiosa que aos poucos começa a exacerbar o seu fanatismo – e conquistar “fiéis”, afinal, ninguém sabe o que está acontecendo lá fora…

E assim, o suspense toma conta do filme. Boas interpretações, boa fotografia, e o talento do diretor e roteirista Frank Darabont são essenciais para criar esse clima.

Não gostei muito do fim, acho que poderia ser diferente. Mas não estraga a beleza do filme.