That ’90s Show

Crítica – That ’90s Show

Sinopse (imdb): Agora é 1995 e Leia Forman está visitando seus avós durante o verão, onde irá conhecer a nova geração de Point Place, Winsconsin. As crianças estarão sob o olhar atento de Kitty e severo de Red.

Sou muito fã da série That ’70s Show. Talvez seja a minha sitcom favorita. Claro que vou ficar empolgado com um revival!

That ’90s Show cai naquela classificação de “requel” que a gente viu no último Pânico: é um reboot, porque temos novos personagens em uma nova história, mas ao mesmo tempo é um “sequel”, porque temos personagens do anterior reprisando os seus papeis. A série traz a filha adolescente de Eric e Donna indo passar as férias de verão na casa dos avós. E assim abrem-se os portões pra inúmeras referências à série antiga!

E o resultado? Bem, algumas coisas funcionam, outras não. Heu admito que a nostalgia me pegou em cheio e reconheço que adorei, mas consigo ver algumas falhas. Vamos a elas.

Tenho minhas dúvidas se o “formato sitcom” funciona hoje. Depois da piada, o ator precisa dar um tempo para a claque reagir. Não me lembro quando foi a última vez que tinha visto um programa assim, com claque. Achei muito estranho revisitar o formato.

Mas acho que o principal problema é a falta de desenvolvimento dos personagens. That ’70s Show tinha seis personagens principais e a gente conhecia a personalidade e as características de cada um deles. Já em That ’90s Show, temos dois personagens “iguais” – o Jay e o Nate estão fazendo o papel do “novo Kelso” (isso porque não estou falando sobre as meninas Gwen e Nikki, que também são bem parecidas). Some-se a isso a falta de carisma. Me parece que queriam criar um “novo Fez” com o Ozzie, mas o Fez original do Wilmer Valderrama era muito melhor.

Além disso, tem outro problema: vemos poucas coisas com a cara dos anos 90. Não sei se por culpa do roteiro preguiçoso, ou se porque os anos 90 são menos caricatos que os anos 70. O fato é: a outra série tinha cara de algo passado nos anos 70, essa não tem cara de algo passado nos anos 90.

Dito tudo isso, adorei voltar a Point Place e ao porão dos Forman. Adorei cada referência, como o Vista Cruiser ou um Kelso gritando “BURN!”. Adorei rever as geniais cenas de “roda de maconha”; adorei ver piadas repetidas, como o nome do país do Fez. Reconheço todas as falhas, mas adorei toda a temporada. E, poxa, é curtinha, são dez episódios, o primeiro tem meia hora, os outros têm vinte minutos cada.

Sobre a volta dos atores da outra série: Kurtwood Smith (Red) e Debra Jo Rupp (Kitty) são personagens centrais, estão em todos os episódios. De participações especiais, temos cinco dos seis principais: Topher Grace (Eric), Ashton Kutcher (Kelso), Mila Kunis (Jackie), Laura Preppon (Donna) e Wilmer Valderrama (Fez). Também temos participações de Tommy Chong (Leo) e Don Stark (Bob) (Tanya Roberts, que fazia a mãe da Donna, deu declarações de que queria participar, mas infelizmente faleceu oito meses antes de anunciarem o revival). Tem mais uma participação especial ligada a Barrados no Baile, mas essa não vou dizer aqui.

Por fim, vou esclarecer duas dúvidas que tive durante a temporada, relativas a participações. Temos um personagem, Fenton, que seria um rival do Fez, mas não me lembro dele. Fui catar no imdb, nem o personagem existiu na série anterior, nem o ator participou. Não entendi a reação da claque quando aparece o personagem. A outra dúvida é: cadê o Hyde? Fiquei esperando até o último episódio pra ver se ele aparecia, e nada. Aí fui ver o imdb, o ator Danny Masterson está sendo julgado por casos de estupro! Por isso ele não foi convidado…

Adorei revisitar, mas não sei se a série tem fôlego para mais uma temporada. Aguardemos.

Perfeita é a Mãe

Crítica – Perfeita é a Mãe

Sinopse (imdb): Quando três mães sobrecarregadas e subestimadas são pressionadas além de seus limites, elas abandonam suas responsabilidades convencionais por uma sacudida de liberdade, diversão e auto-indulgência.

Que tal uma comédia estilo Se Beber Não Case, mas com todo o foco voltado para personagens femininas e seus problemas com o mundo moderno?

A comparação com Se Beber Não Case foi proposital. A direção de Perfeita é a Mãe (Bad Moms, no original) é de Jon Lucas e Scott Moore, roteiristas de Eu Queria Ter a Sua Vida, A Última Ressaca do Ano e o citado Se Beber Não Case. O roteiro aqui também é da dupla.

Como era previsto, Perfeita é a Mãe é uma divertida bobagem. Claro que é superficial. Mas, ué, se temos comédias assim pelo ângulo masculino por que não pelo feminino?

O problema é que Perfeita é a Mãe abusa dos clichês e tudo é muito previsível (como também acontece frequentemente nas “comédias masculinas”, é bom deixar claro). Isso fora algumas inconsistências, como por exemplo a personagem da Kristen Bell, que se mostra submissa ao marido, mas esquece disso quando continua nas aventuras com as amigas. Ou as crianças, que convenientemente somem quando as mães fazem festas.

O elenco conta com boas atrizes. Mila Kunis, Christina Applegate e Kathryn Han estão bem; acho que a Kristen Bell foi pouco aproveitada. Ainda no elenco, Jada Pinkett Smith, Clark Duke e Jay Hernandez.

Existe uma continuação, de 2017, mas rola preguiça de ver…

Ah, durante os créditos, rola uma divertida sequência de trechos de entrevistas com as mães das atrizes.

O Destino de Júpiter

0-destino de jupiterCrítica – O Destino de Júpiter

Filme novo dos Wachowskis!

Uma jovem imigrante ilegal vira alvo de uma disputa entre herdeiros de uma poderosa família intergalática, dona de vários planetas. Acompanhada de um guerreiro geneticamente modificado, ela viaja para tentar salvar a Terra.

Os Wachowskis, Andy e Lana Wachowski (antes eram “irmãos Wachowski”, mas Larry mudou de sexo e virou Lana, então agora ele preferem ser chamados de “Wachowskis”) têm uma filmografia peculiar. Eles fizeram Matrix, um dos melhores filmes de ficção científica da história do cinema. E nunca mais conseguiram fazer algo que chegasse nem ao menos perto disso. Depois das continuações Matrix 2 (irregular) e Matrix 3 (ruim), eles fizeram Speed Racer (que desagradou a quase todos) e o confuso e mal terminado A Viagem.

Seu novo filme, O Destino de Júpiter (Jupiter Ascending, no original) tem um problema básico: talvez o maior furo de roteiro dos últimos tempos (em se tratando de grandes produções). Falo aqui, isso acontece logo no início do filme: Jupiter (Mila Kunis) estava usando um nome falso quando foi abordada e sequestrada. Como assim, uma pessoa que não era pra estar lá de repente vira “a escolhida”??? Que fim levou a loirinha?

Ao lado disso, a gente deixa pra lá outros furos menores, tipo, os alienígenas reconstroem tudo pra ninguém saber que eles estiveram lá – mas os mesmos alienígenas deixam crop circles (aquelas marcas redondas nas plantações de milho). Por que é importante apagar uma coisa e não a outra?

O roteiro não é ruim apenas por causa dos furos. Além de personagens mal construídos (os vilões parecem saídos de uma peça de teatro infantil), temos falta de ritmo (quase dormi entre o segundo e o terceiro vilões). E, na boa, até a Disney já desistiu desse papo de príncipe encantado e amor à primeira vista.

Ainda tem espaço pra falar mal do roteiro mais um pouquinho? Prometo que vai ser rapidinho! É que tem uma sequência, a da burocracia, que me pareceu completamente deslocada de toda a proposta do filme. É mais ou menos como pedir pro Terry Gilliam filmar uma sequência para o Interestelar. A sequência nem é ruim, mas não tem nada a ver – parecia que estávamos vendo Brazil – O Filme.

(Aliás, o próprio Terry Gilliam faz uma ponta, justamente nessa sequência, mas confesso que não reconheci…)

No elenco, Mila Kunis e Channing Tatum nem estão mal, mas também não conseguem fazer muito com um roteiro desses. Acho que Sean Bean é o único que tem um personagem bem construído. Já Eddie Redmayne, um dos favoritos ao Oscar de melhor ator daqui a duas semanas, está caricato demais. Ainda no elenco, Tuppence Middleton, Douglas Booth, Doona Bae, Vanessa Kirby e James D’Arcy.

Se tem algo bom aqui são os efeitos especiais. Não preciso lembrar que os Wachowski revolucionaram os efeitos especiais no cinema quando criaram o efeito bullet time no primeiro Matrix, né? Aqui não tem nada revolucionário, mas pelo menos temos efeitos extremamente bem feitos. Na primeira parte do filme, uma perseguição pelo céu de Chicago chama a atenção pela riqueza de detalhes. Quem gosta de efeitos especiais vai se deleitar.

Mas, quem gosta de cinema provavelmente vai se decepcionar. Em vez de fazer um novo Matrix, os Wachowskis parece que estão tentando fazer um novo A Reconquista

Oz: Mágico e Poderoso

Crítica – Oz: Mágico e Poderoso

Sou fã do Sam Raimi desde a época dos Evil Dead. Claro que não ia deixar de ver sua versão para a origem do Mágico de Oz, né?

Fugindo de uma briga, o mágico de circo Oscar Diggs acaba chegando na Terra de Oz. Lá, ele conhece as bruxas Theodora, Evanora e Glinda, e, com a ajuda de um macaco alado e de uma boneca de porcelana, precisa descobrir quem é do bem e quem é do mal.

Sim, é isso mesmo, esqueça a Dorothy, o Totó, o Espantalho, o Leão e o Homem de Lata. Trata-se de um prequel, mostrando como o Mágico chegou em Oz.

Li que a produção deste Oz: Mágico e Poderoso teve problemas com direitos autorais. O livro de L Frank Baum, de onde saiu a história, está em domínio público, mas o filme de 1939 O Mágico de Oz não está, e os donos dos direitos não liberaram. Então, tudo aqui teve que ser minuciosamente pensado. As citações ao filme original não podiam ser diretas. Um exemplo disso é o início do filme em preto e branco – as cores aparecem quando ele chega a Oz, como acontece no filme clássico.

Claro que os saudosistas vão dizer que este Oz: Mágico e Poderoso não chega aos pés do filme de 39. Mas acho que isso já era previsto: qualquer um que for “cutucar” um dos maiores clássicos da história do cinema vai encontrar uma legião de “haters”. Faz parte.

Na minha humilde opinião, o resultado ficou bem interessante, uma fantasia a la Tim Burton – diferente do último filme de Raimi, o bom terror Arraste-me Para o Inferno. Raimi consegue desenvolver bem uma nova fábula no mundo de Oz.

A produção é Disney, o que pode ser uma boa e ao mesmo tempo uma má notícia. Por um lado, a produção é de altíssimo nível – a animação dos coadjuvantes (o macaco alado e a boneca) é de uma qualidade impressionante. Por outro, Raimi está mais discreto que o habitual (é só compararmos com o resto da boa filmografia do diretor). Se Raimi estivesse mais “solto”, o resultado provavelmente seria menos comportado.

Sobre os efeitos especiais, eles ficaram meio artificiais, mas isso me pareceu proposital. Alguns cenários são muito coloridos, algumas maquiagens são muito caricatas – os cenários e caracterizações parecem uma mistura de Alice no País das Maravilhas do Tim Burton com O Grinch do Jim Carrey.

No elenco, não vi nenhum destaque. James Franco está canastrão, mas acho que o personagem pedia isso. Não gostei da atuação de Mila Kunis, ela parece artificial demais. Rachel Weisz se sai um pouco melhor com sua bruxa menos caricata. Ainda no elenco, Michelle Williams, Zach Braff, Bill Cobbs e as tradicionais pontas de Bruce Campbell e Ted Raimi.

Enfim, Oz: Mágico e Poderoso não se tornará um clássico como o filme de 39. Mas é uma boa diversão.

Top 10: Atrizes que Nunca Fizeram Cenas de Nudez

Top 10: Atrizes que Nunca Fizeram Cenas de Nudez

Um tempo atrás fiz um Top 10 de cenas de nudez gratuita. Que tal agora um assunto parecido, mas vendo o assunto sob outro ângulo? Que tal uma lista de atrizes que nunca tiraram a roupa em filmes?

Mas tem um detalhe importante: tem que ser atrizes que usam a beleza e a sensualidade para compor seus papeis. Deixemos de lado as feias, quem teve lugar no Top 10 de Atrizes Feias não pode entrar aqui. Como diria o poeta, aqui, “beleza é fundamental”!

Lembrei da Jennifer Lawrence. Mas ela é novinha, e começou a carreira “anteontem”, então aguardemos. Por isso, esqueçam a nova geração, deixem de lado atrizes como Emma Watson, Emma Stone e Dakota Fanning.

Outra coisa: não vou ficar chateado se este post ficar desatualizado. If you know what I mean…

p.s.: Este é um blog “família”. Espero que nenhuma das imagens seja ofensiva. Se alguém achar alguma imagem “forte”, avise que heu troco!

10. Jennifer Garner

9. Jennifer Love Hewitt

8. Christina Applegate

7. Blake Lively

6. Isla Fisher

5. Julia Roberts

4. Cameron Diaz

3. Jessica Alba

2. Megan Fox

1. Mila Kunis

Ted

Crítica – Ted

Um ursinho de pelúcia politicamente incorreto? Taí uma boa ideia!

Quando tinha 8 anos de idade, John Bennet teve um desejo realizado: seu ursinho de pelúcia Ted ganhou vida, e virou seu companheiro para o resto da vida. Agora, aos 35 anos, John está sendo pressionado pela namorada a deixar Ted de lado.

A ideia de um ursinho de pelúcia que de repente ganha vida é meio absurda, mas pode gerar situações interessantes. Como aqui colocam o ursinho bebendo, tomando drogas, fazendo sexo e falando palavrões, até que ficou legal.

Trata-se do primeiro filme com atores de Seth MacFarlane, que aqui dirigiu, escreveu o roteiro e e fez a voz do Ted. MacFarlane é conhecido por ser o autor das séries animadas Family Guy e American Dad. Nunca vi nenhum episódio de nenhuma dessas séries, então não posso comparar. Mas posso dizer que gostei da sua primeira incursão no cinema “live action”.

O que gostei foi de ver o bom e velho humor ofensivo e politicamente incorreto. O roteiro escrito pelo próprio MacFarlane atira ofensas aos quatro ventos, e não tem medo de fazer piada com cenas delicadas – como um garoto novo levando um soco na cara (a cena é hilária!). Se você não gosta de humor politicamente incorreto, passe longe!

Ted também tem outra coisa que gosto: piadas referenciais. Guerra nas Estrelas é citado algumas vezes, mas a referência mais forte é o Flash Gordon de 1980, aquele com a trilha sonora do Queen. Não só o filme é citado várias vezes como Sam Jones, o próprio Flash Gordon, faz uma participação especial interpretando ele mesmo, em algumas cenas engraçadíssimas!

O elenco está bem. Mark Wahlberg não é muito versátil, a gente já sabe disso, mas funciona para o que o papel pede. O elenco também conta com Mila Kunis, Joel McHale, Giovanni Ribisi, Patrick Warburton, Laura Vandervoort, Jessica Barth e, nas versões originais, as vozes de Patrick Stewart (como Ted) e Patrick Stewart (o narrador). Além deles, participações especiais de Sam Jones, Tom Skerritt, Norah Jones e Ryan Reynolds.

Por fim, queria falar do senhor doutor político que não tem nada para fazer da vida e resolveu chamar atenção para si próprio usando este filme. Pra quem não acompanhou: um excelentísimo político de Brasília resolveu levar o filho dele de 11 anos para ver o filme, apesar da censura indicar 16 anos. Aí ele achou o filme ofensivo e tentou proibí-lo, argumentando que era um “mau exemplo”. Em primeiro lugar, se a censura indica 16 anos, pra que ele vai levar uma criança de 11? Quem está errado, o filme ou o político? Em segundo lugar, se a gente for cortar todos os maus exemplos da nossa sociedade, deveríamos começar pelos políticos de Brasília. Existe algum lugar no mundo com mais exemplos ruins?

Amizade Colorida

Crítica – Amizade Colorida

Uma caça-talentos (Mila Kunis) e um designer (Justin Timberlake), ambos com recentes decepções amorosas, se tornam grandes amigos. Sem vontade de se prender em relacionamentos, eles decidem incluir sexo na amizade, com o compromisso de deixar qualquer emoção de lado.

Amizade Colorida não é ruim. O problema é que é tão óbvio que dá raiva. Vejamos: um homem e uma mulher são grandes amigos, e com boa química sexual. Ora, a partir do momento que eles quiserem assumir um namoro com alguém, por que não tentar entre eles mesmo, antes de procurar outros parceiros? Às vezes Hollywood cria roteiros em cima de “tempestades em copo d’água (Sex and the City é cheio de situações assim), a vida real não precisa ser tão complicada.

Bem, pra quem conseguir relevar este detalhe, Amizade Colorida é uma boa comédia romântica, com todos os defeitos e virtudes que essa frase carrega.

O casal principal tem uma boa química – algo essencial em filmes do estilo. Mila Kunis e Justin Timberlake são jovens e bonitos, e fazem um boa dupla. O filme traz cenas de sexo, com alguma discreta nudez, os fãs da ex-estrela de That 70’s Show e do astro da música pop vão gostar disso. Além dos dois, o elenco também conta com Richard Jenkins, Emma Stone, Woody Harrelson, Jenna Elfman e Patricia Clarkson.

Gostei da edição, usando música como se fossem videoclipes dentro do filme. O estilo do humor é outra coisa boa de Amizade Colorida: é mais inteligente, não rolam as baixarias tão comuns hoje em dia (como no recente Passe Livre, por exemplo).

Agora, como falei lá em cima, o que enfraquece Amizade Colorida é a previsibilidade. Ok, toda comédia romântica já é meio previsível, mas normalmente os casais protagonistas não são tão óbvios como aqui. Relevando isso, dá até pra recomendar o filme.

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p.s.: Poucos meses antes da estreia de Amizade Colorida, tivemos em cartaz um outro filme com a mesma temática, Sexo Sem Compromisso, estrelado por Natalie Portman e Ashton Kutcher. Ainda não vi, assim que der comento aqui se os filmes são iguais.

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Se você gostou de Amizade Colorida, o Blog do Heu recomenda:
500 Dias Com Ela
A Verdade Nua e Crua
Par Perfeito

Cisne Negro

Cisne Negro

Nina Sayers (Natalie Portman), uma obcecada bailarina, ganha o papel principal na montagem de Lago dos Cisnes, de Tchaikovisky. Nina é perfeita para o papel da delicada Cisne Branca, mas tem problemas para compor a personagem de sua irmã gêmea, a malvada Cisne Negra.

Vou falar sobre um pé atrás que tenho (ou tinha) com o diretor Darren Aronofsky. Vi seus dois primeiros filmes na mesma época, Pi e Réquiem Para um Sonho. Não são ruins, mas são “cabeça” demais, e confesso que não gostei, achei ambos bem chatos. Fiquei tão traumatizado que ainda não vi Fonte da Vida e O Lutador

Mas Aronofsky acertou a mão desta vez, Cisne Negro é muito bom. Aronofsky foi muito eficiente ao mostrar toda a paranoia que envolve Nina, usando a trilha sonora aliada a rápidos movimentos de câmera. E o clima do filme começa a mudar mais pra perto do fim, o filme vira quase um terror! Aliás, gostei de como o filme resolveu a dubiedade de Nina, entre a graça e suavidade da rainha Cisne Branca e a sensualidade agressiva da Cisne Negra.

Natalie Portman está sensacional. Se heu for apostar em apenas um Oscar para 2011, é o de melhor atriz para ela. Portman encarna com perfeição toda a obsessão e loucura que a personagem pede.

Digo mais: todo o elenco está inspirado, o filme não é só de Portman. Mila Kunis está excelente como a bailarina antagonista, sensual e imperfeita, ideal para o cisne negro. Idem sobre Vincent Cassel, Barbara Hershey e Winona Ryder.

(Me senti velho. Lembro de Winona Ryder com quatorze ou quinze anos em Inocência do Primeiro Amor. E agora ela faz uma bailarina veterana, se aposentando…)

Preciso falar da famosa e polêmica cena de sexo lésbico. A cena é sensacional, e já circulou por toda a internet. Sem mostrar nada de nudez, a cena consegue ser mais erótica que muito filme pornô! Mas é só uma cena, o filme não toma esse caminho GLS!

Sobre os eficientes e quase invisíveis efeitos especiais, tenho dúvidas sobre o quanto as meninas dançam de verdade. Vemos de perto, muito perto, a montagem do balé. Portman e Kunis têm formação de balé clássico?

Enfim, grande filme, deve ganhar várias indicações ao Oscar 2011. A estreia nacional só vai rolar em fevereiro, mas Cisne Negro já está disponível nos sites de torrent.

O Livro de Eli

O Livro de Eli

Num mundo devastado pela guerra, o solitário Eli (Denzel Washington) atravessa o país carregando um livro. Ao chegar num vilarejo dominado pelo malvado Carnegie (Gary Oldman), este primeiro oferece abrigo, depois tenta roubar o livro. Mas Eli parece ser protegido por forças inexplicáveis, e foge. Carnegie então manda sua gangue atrás dele.

O Livro de Eli (The Book Of Eli no original) é um dos novos filmes pós apocalípticos em cartaz. Deve estar na moda, já que estreou há pouco A Estrada, e não faz muito tempo tivemos Eu Sou A Lenda.

O clima do filme dirigido pelos irmãos Albert e Allen Hughes (Do Inferno) é bem interessante, o mesmo pode-se dizer da bela fotografia com poucas cores. Mas, sabe qual é o problema aqui? É difícil de “engolir” o roteiro.

Eli é quase um super herói. Ele sozinho bate em vários. Mais: aparentemente ele desvia de balas. Mas até aí tudo bem – apesar de Denzel Washington já estar com 56 anos. O pior de tudo acontece com um detalhe que só é revelado no finzinho do filme. Continuarei no parágrafo abaixo, mas, devido aos spoilers, para ler, será necessário selecionar o texto.

SPOILERS!

(No fim do filme a gente descobre que Eli era cego!!! Caramba, já seria difícil um cara fazer tudo aquilo!!! Um cego que bate sozinho em dezenas de inimigos (matando todos eles) e ainda atira em outros inimigos que estão a dezenas de metros de distância???)

Bem, se a gente relevar este “pequeno” detalhe, o filme é até divertido. Alguns lances são realmente muito bons.

Destacarei uma sequência que achei genial: toda a sequência onde Eli e Solara (Mila Kunis) encontram o casal de velhinhos. Os personagens são muito bons, a música escolhida foi completamente inesperada (e por isso mesmo, genial), e, no fim, no meio do tiroteio, rola um longo plano-sequência, daqueles sem cortes, com a câmera pesseando, entrando e saindo da casa. Sensacional!

No elenco, Washington e Oldman, como sempre, estão ótimos. Kunis não atrapalha. Além deles, Jennifer Beals, Ray Stevenson, Michael Gambon, Tom Waits e uma ponta de Malcolm McDowell.

Enfim, se você é daqueles que consegue se desligar de “detalhes” como o que está no parágrafo so spoiler, pode se divertir. Senão, pule para outro. Em breve verei A Estrada, vamos ver se é melhor ou pior…

Ressaca de Amor

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Ressaca de Amor

Ontem mesmo falei aqui da “patota Apatow”, quando escrevi sobre Superbad – É Hoje. (Seria infame demais chamar de “apatowta”? 😀 ) Bem, este é mais um filme da “apatowta”!

Jason Segel, o Marshall da sitcom How I Met Your Mother, e que tinha feito logo antes Ligeiramente Grávidos, usou boa parte desta galera para este Ressaca de Amor (Forgetting Sarah Marshall, no original), sua estreia como roteirista.

Peter Bretter (Segel), compositor de trilha sonora de seriados, leva um pé na bunda de sua namorada há cinco anos, a tal Sarah Marshall do título (Kristen Bell), e resolve ir espairecer no Havaí. O problema é que ele não sabe que a própria Sarah Marshall também foi para o Havaí e está no mesmo hotel. E, para piorar, com o namorado novo, um músico famoso, Aldous Snow (Russel Brand).

Sim, trata-se de mais uma comédia romântica. Se é previsível? Claro que sim! O dia que aparecer uma comédia romântica que não for previsível, não será uma comédia romântica legítima. Mas, apesar da previsibilidade, Ressaca de Amor é um programa agradável.

O produtor do filme é o próprio Apatow, e, no elenco, além de Segel, temos Jonah Hill e Paul Rudd, figurinhas repetidas de outros filmes. Aliás, Rudd, que está neste filme num papel menor, já tinha trabalhado com Segel antes em Ligeiramente Grávidos, e logo depois repetiu a parceria com Eu te amo, cara (aliás, neste post, citei Ressaca de Amor).

Outra curiosidade sobre o elenco: quase todos têm carreira em seriados de tv! Segel faz a citada How I Met Your Mother, Kristen Bell está em Heroes, e temos Mila Kunis, que era de That 70’s Show. E, claro, Rudd fez um papel menor em Friends, como o namorado de Phoebe.

Tem uma coisa que achei esquisita no filme: a nudez gratuita. Nada contra ver o Jason Segel peladão, afinal, assim como heu gosto de ver nudez gratuita feminina, deve ter gente que gosta de ver a masculina. Mas, por que o vemos tão à vontade, e nenhuma das “mocinhas” mostra nada? Não acho isso justo…

Uma curiosidade: ano que vem fica pronto o filme baseado no segundo roteiro de Segel, Get Him to the Greek, que conta novamente com Russell Brand no papel de Aldous Snow… Será que vem por aí outra comédia romântica “apatowniana”?