Resgate 2

Critica – Resgate 2

Sinopse (imdb): Depois de escapar da morte por um triz, o mercenário Tyler Rake encara mais uma missão perigosa: resgatar a família de um criminoso implacável.

Novo lançamento da Netflix, Resgate 2 parecia ser apenas mais um filme de ação genérico desses que aparecem de vez em quando no streaming, como o recente Ghosted. Mas existe um plano sequência de 21 minutos que coloca Resgate 2 em um patamar um pouco acima da média.

Resgate 2, claro, é continuação de Resgate, de 2020, ambos dirigidos por Sam Hargrave e estrelados por Chris Hemsworth. Vi o primeiro filme no meio da pandemia, tempos meio confusos, heu tinha dado um tempo das críticas aqui no heuvi (acho que foi a única época que fiquei sem escrever em quase 15 anos de site). Mas não esqueci do filme no top 10 de 2020. E digo mais: ele entrou no top 10 por causa de um bom plano sequência de tiro porrada e bomba durante vários minutos.

E sabe aquela coisa que falam sobre continuações em Hollywood? A continuação tem que ser maior, mais intensa? Então, aqui tem um plano sequência absurdo! São 21 minutos que começam com uma perseguição nos corredores de uma prisão, briga mano a mano, briga generalizada (com dezenas, talvez centenas de extras), tiros, explosões, fogo, depois perseguição de carro, depois fuga num trem sendo perseguido por helicópteros – tudo isso sem cortes!

Ok, a gente sabe que teve cortes. Vários. Toda vez que a câmera faz um pan, ou um close, ou passa alguma coisa na frente, pode cortar. Mesmo assim, o plano seguinte tem que seguir o mesmo ritmo do anterior, ou seja, a concepção da parada tem que ser uma coisa só. Respeito alguém que concebeu algo deste porte – segundo o imdb, demoraram de 4 a 5 meses ensaiando, e 29 dias filmando a sequência!

(Se tenho uma crítica a esse plano sequência é que começa no fim da madrugada, ainda escuro, e começa a amanhecer. E amanhece muito rápido.)

Quando acabou essa sequência, fiquei com pena de não estar vendo isso num cinema, numa tela grande, apreciando uma cena dessas como deveria ser apreciada. Mas depois fiquei feliz por estar no streaming, porque pude voltar e rever… 🙂

Agora, o problema de ter uma sequência dessas na primeira metade do filme é que depois o filme fica sem graça. O plano sequência começa em 26:17 e termina em 47:24, e os créditos começam em 1:51:05. Ou seja, ainda tem mais de uma hora de filme onde vemos sequências genéricas de ação. E a comparação fica na cabeça. E não estamos falando de comparar com outros grande filmes de ação como John Wick, The Raid ou Atômica; estamos comparando com a primeira metade do filme!

A segunda metade do filme é inferior, mas ainda tem uma boa sequência de ação. Porém, na minha humilde opinião, Resgate 2 ia fluir melhor se o grande plano sequência fosse mais pro final do filme.

Ok, chega de plano sequência. E o resto? Bem, Resgate 2 tem um roteiro bem simples, que se baseia num problema de maniqueísmo onde o vilão é malvado, muito malvado. Podiam ter dado alguma profundidade ao antagonista, ficou caricato.

O elenco se baseia na figura de Chris Hemsworth, que é bom ator, carismático e funciona muito bem nas cenas de ação. O resto do elenco principal é de nomes desconhecidos. Olga Kurilenko tem um papel menor, como a ex esposa do protagonista; Idris Elba aparece pouco, seu personagem está apenas querendo direcionar uma nova franquia.

A história se fecha, mas abre espaço pra um terceiro filme. Será que teremos outro plano sequência de explodir cabeças?

A Princesa

Crítica – A Princesa

Sinopse (imdb): Quando uma princesa obstinada se recusa a se casar com um cruel sociopata, ela é sequestrada e trancada em uma torre remota do castelo. Com seu pretendente tentando tomar o trono de seu pai, a princesa deve salvar o reino.

Quem me acompanha sabe que heu curto filmes de ação girl power. Quando li que este filme seria uma mistura de Rapunzel com The Raid, claro que chamou a minha atenção.

A direção é do vietnamita Le-Van Kiet, diretor da maior bilheteria da história do Vietnã. Não conhecia o cara, vou catar outros títulos dele.

A história é simples. Um rei sem um herdeiro homem tem um pretendente à sua filha e por consequência ao reino. Só que a filha não quer e quando o pretendente parte para a violência, a princesa reage. E aí temos um desfile de boas cenas de ação.

As cenas de luta são criativas, temos diversas coreografias, com várias armas diferentes. Às vezes fica um pouco forçado, mas qual filme de ação neste estilo não tem cenas forçadas? E a trama é entrecortada por flashbacks que mostram o treinamento da princesa – ou seja, tem uma justificativa pra ela lutar bem.

Além da criatividade nas coreografias de luta, também gostei de como foram filmadas, em planos abertos e com poucos cortes. Nem sabia que a protagonista Joey King sabia lutar – segundo o imdb, ela fez de 85 a 90% das cenas de luta!

Aproveito pra falar do elenco. Me surpreendi positivamente com Joey King, ela é famosa pelos filmes Barraca do Beijo, mas não vi nenhum deles (e me desindicaram, então nem pretendo ver). Lembro dela no fraco Slenderman, e sei que ela, adolescente, estava no primeiro Invocação do Mal. Seu trabalho aqui é muito mais memorável, agora sim temos um filme para nos lembrarmos dela. Os outros dois nomes “grandes” do elenco são Olga Kurylenko e Dominic Cooper, ambos em papeis caricatos, mas que servem para o propósito.

De negativo, a gente precisa reconhecer que o filme inteiro é basicamente uma colagem de sequências de luta. Ok, as lutas são diferentes, mas, não tem muita coisa além disso. Quem estiver atrás de algo com mais substância é melhor procurar outro título.

A Princesa tem previsão de chegar dia 22 de julho ao streaming Star+, da Disney

Viúva Negra

Crítica – Viúva Negra

Sinopse (imdb): Em missões entre os filmes Guerra Civil e Guerra Infinita, Natasha Romanoff precisa lidar com seu passado como espiã e os relacionamentos rompidos deixados em seu rastro, muito antes de se tornar uma Vingadora.

A Marvel deu sorte com timing da pandemia. Quando os cinemas fecharam, a Marvel tinha acabado de fechar a fase 3 com Vingadores Ultimato e Homem Aranha Longe de Casa – imagina se tivessem fechado antes do Vingadores Ultimato?

Sem os cinemas, a Marvel se adaptou ao streaming e lançou 3 séries, Wandavision, Falcão e o Soldado Invernal e Loki – enquanto Falcão e o Soldado Invernal segue o formato dos filmes, Wandavision e Loki pegaram caminhos diferentes e mostraram que a Marvel ainda pode ir muito longe quando se fala de audiovisual de super heróis.

Mas… Cinemas estão aos poucos voltando, e ao mesmo tempo o streaming tá aí firme e forte, e finalmente chegou a hora de um novo lançamento de filme do MCU. Viúva Negra estreia nos cinemas e ao mesmo tempo no Disney+.

Finalmente temos o filme solo da Natasha Romanoff – tivemos filmes solo de vários outros, por que nunca tinham feito o dela? Dirigido pela quase desconhecida Cate Shortland (mais uma vez mostrando que a Marvel faz “filme de produtor” e não “filme de diretor”), Viúva Negra é o filme que estava faltando. Pena que talvez tenha vindo tarde demais. Tarde demais porque a Natasha morreu no último Vingadores, e a princípio sua personagem não voltará mais. Será que não era melhor ter esse filme antes?

Enfim, antes tarde do que nunca. Viúva Negra é um “legítimo Marvel”. Cenas de ação excelentes, algumas piadinhas aqui e ali, inclusive satirizando os clichês de super herói – em determinado momento a Yelena pergunta por que a Natasha sempre cai fazendo pose. E, principalmente, um filme sólido e coeso com um grande universo cinematográfico cada vez mais complexo.

Não li nada antes de assistir, achava que era o “filme de origem”, mas, na verdade, Viúva Negra se passa entre Guerra Civil e Guerra Infinita. Mas, ok, o filme ficou coerente com o MCU.

Claro que temos vários novos personagens. Rachel Weisz e David Harbour estão bem – Harbour faz um alívio cômico que beira a caricatura, mas heu gostei do personagem. Mas, a melhor coisa do elenco é Florence Pugh, que já tinha mandado bem em Midsommar, e aqui quase rouba o protagonismo da Scarlett Johansson. Ela é uma excelente personagem, não só na parte física (ela é muito boa nas cenas de briga). mas também no pouco espaço que o filme deixa pro drama – a personagem dela, Yelena, é quem mais sofreu as consequências dos atos praticados no início do filme.

Sobre os vilões, duas críticas. Gostei do Taskmaster, que parece meio um robô – e tem olhos de cylon! Mas o plot twist sobre quem é debaixo da armadura é meio óbvio. Já o outro vilão, Dreykov, vivido por Ray Winstone, é bem clichê. Sabe aquele vilão que conta o plano todo para o mocinho no momento chave do filme? Poizé. Ok, entendo que metade dos filmes de ação têm esse clichê, mas, da Marvel, a gente espera mais, né? (Pô, tá rolando a série do Loki! Que vilão!)

A mesma crítica falo sobre o terceiro ato do filme. Muita correria e muita explosão, a gente até se perde no meio daquilo tudo. Mas, repito, metade dos filmes de ação têm isso, não é uma crítica à Viúva Negra em particular… Agora, vou te falar que a cena final é de tirar o fôlego. Não falo aqui por causa de spoilers, mas é quando a Natasha consegue escapar.

(Um pequeno parênteses pra reclamar de uma cena em particular: quando a avalanche alcança a prisão, as montanhas não estavam meio longe? Uma avalanche avança tanto em terreno plano?)

Apesar desses clichês, curti o filme. A Marvel continua mostrando porque virou referência quando se fala de filme de super heróis. Aguardemos os próximos, ainda estão previstos mais 3 filmes ainda este ano: Shang Chi, Eternos e o novo Homem Aranha.

Ah, tem uma cena pós créditos. Boa cena. Mas só quem estiver em dia com a Marvel que vai pegar.

O Homem Que Matou Dom Quixote

Crítica – O Homem Que Matou Dom Quixote

Sinopse (imdb): Toby, um diretor de cinema desiludido, é arrastado para um mundo de fantasia saltitante quando um sapateiro espanhol acredita que ele é Sancho Pança. Ele gradualmente se torna incapaz de distinguir os sonhos da realidade.

Finalmente, depois de vinte e nove anos e sete tentativas frustradas, ficou pronto o “filme mais amaldiçoado da história”!

Terry Gilliam começou a trabalhar na história de Dom Quixote em 1989. As filmagens começaram em 1998, com Johnny Depp e Jean Rochefort no elenco, mas deu tudo errado e a produção foi cancelada (existe um documentário, Perdido em La Mancha, lançado em 2002, contando essa história). Gilliam tentou mais algumas vezes, sempre sem êxito – em 2008, com Michael Palin; em 2010, com Ewan McGregor e Robert Duvall; em 2015, com Jack O’Connel e John Hurt.

(O filme é dedicado a Jean Rochefort e John Hurt, que quase foram Dom Quixote em diferentes tentativas, mas faleceram antes do lançamento.)

Uma das definições de “quixotesco” no dicionário é “que é generosamente impulsivo, sonhador, romântico, nobre, mas um pouco desligado da realidade“. Analisando a obra de Terry Gilliam (Time Bandits, As Aventuras do Barão Munchausen, O Pescador de Ilusões, O Imaginário do Dr Parnassus, etc), a gente vê que ele se encaixa na definição. Deve ser por isso que ele insistiu tanto.

Pena que toda essa confusão afetou o resultado final. O Homem Que Matou Dom Quixote (The Man Who Killed Don Quixote, no original) é irregular. Não é um filme ruim, mas está abaixo dos seus melhores filmes.

Como poucos diretores no cinema contemporâneo, Gilliam sabe mexer com atmosferas oníricas e alternar sonho e realidade. Isso aqui funciona muito bem, os delírios do personagem principal são um dos acertos do filme. A fotografia é outro destaque. Mas o ritmo se perde, e o filme fica cansativo – ainda mais porque são mais de duas horas de filme.

O elenco está bem. Adam Driver tem talvez a melhor atuação da sua carreira. Jonathan Pryce, de Brazil o Filme, é um ótimo Dom Quixote. Também no elenco, Stellan Skarsgård, Olga Kurylenko, Joana Ribeiro e Jordi Mollà.

No fim, O Homem Que Matou Dom Quixote pode não ser um dos melhores filmes de Terry Gilliam. Mas merece ser visto, principalmente pela história da sua produção.

November Man: Um Espião Nunca Morre

0-November ManCrítica – November Man: Um Espião Nunca Morre

Ué? Pierce Brosnan voltou ao 007?

James Bond Peter Deveraux, um ex-espião da CIA, é chamado de volta à ação por motivos pessoais, e se vê contra o seu antigo pupilo num jogo mortal que envolve altos agentes da CIA e o provável novo presidente da Rússia.

Explicando a primeira frase: não, Brosnan não está de volta ao seu personagem mais famoso. É que November Man: Um Espião Nunca Morre (November Man, no original) parece querer ser um “James Bond genérico”. O filme é construído para o espectador acreditar que Peter Deveraux é o James Bond voltando da aposentadoria – e o título nacional ajuda isso. Usaram até uma ex-bond girl no elenco…

Na comparação, claro que perde para o 007 – uma franquia que apesar de longeva sempre manteve a alta qualidade, mesmo depois da influência dos filmes da série Bourne, que deram uma sacudida no cinema contemporâneo de espionagem.

Na verdade, o que mais me incomodou não foi a falta de originalidade – alguns bons filmes por aí são ideias copiadas. O pior problema foi um roteiro previsível e inconsistente – escrito por dois roteiristas com currículos duvidosos, Karl Gajdusek (Reféns), e Michael Finch (Predadores). Algumas cenas são desnecessárias e/ou não têm muita lógica, como todas as cenas que envolvem a vizinha de (a cena sem lógica é quando ela vira refém, algo incoerente com o personagem, na minha humilde opinião).

A direção ficou nas mãos de Roger Donaldson, que, apesar de ter dirigido o primeiro A Experiência (em 1995), nunca se firmou no primeiro time de diretores. Assim como este seu filme mais recente, Donaldson virou um diretor “genérico” para filmes de ação, seus dois filmes anteriores foram O PactoEfeito Dominó, dois filmes que não são ruins mas tampouco são bons.

No elenco, além de Brosnan, o único nome conhecido é a Olga Kurilenko, que estava em 007 – Quantum of Solace. Ainda no elenco, Luke Bracey, Bill Smitrovich e Will Paton.

Enfim, quem não for muito exigente pode se divertir.

Oblivion

Crítica – Oblivion

Filme novo do Tom Cruise! Mais: filme novo de Joseph Kosinski, o diretor de Tron – O Legado!

Décadas depois de uma guerra contra alienígenas, o planeta Terra está devastado. Quase toda a população foi transferida para uma lua de Saturno, os poucos que ficaram trabalham cuidando da exploração dos últimos recursos do planeta. Neste ambiente, o técnico de reparos Jack é assombrado por misteriosos sonhos.

Joseph Kosinski tem uma carreira curta – este é apenas seu segundo longa. Por enquanto, o cara tá bem: mais uma vez, ele apresenta um filme acima da média. Oblivion tem uma trama que foge do óbvio, um bom elenco, excelentes efeitos especiais, uma boa trilha sonora e efeitos sonoros que faziam tremer as poltronas do cinema.

Tom Cruise, como de costume, lidera bem o elenco. É impressionante como Cruise sabe administrar bem sua carreira, com muitos blockbusters e poucos fracassos no currículo. Sua interpretação não foge ao habitual, é o mesmo feijão com arroz de quase sempre – mas ninguém pode negar que ele faz muito bem este feijão com arroz. Ainda no elenco, Olga Kurilenko, Andrea Riseborough, Morgan Freeman, Melissa Leo, Nicolaj Coster-Waldau e Zoe Bell.

O visual do filme chama a atenção, os cenários pós apocalípticos são extremamente bem feitos. Foram usadas locações na Islândia, fiquei imaginando o que era real e o que era computador. São belíssimas paisagens, a Nova York destruída de 2070 é impressionante.

Um parágrafo para falar da trilha sonora. Kosinski chamou o grupo eletrônico Daft Punk para a trilha de Tron O Legado e o resultado ficou excelente. Agora, outro grupo eletrônico foi chamado, o M83 (confesso que nunca tinha ouvido falar), e mais uma vez a trilha é um dos destaques do filme. Trilha sonora forte e presente, com bons temas ao longo de todo o filme. E além da trilha sonora, outra coisa que chama a atenção são os efeitos sonoros. O ruído dos drones se destaca, um ruído grave e forte que chega a dar medo.

O roteiro é bom, com uns toques de Matrix, 2001, Prometheus, Moon e pelo menos uma referência explícita a Guerra nas Estrelas (impossível não nos lembrarmos da cena do ataque à Estrela da Morte e da “manobra Millenium Falcon”). As reviravoltas estão bem colocadas no roteiro, mas este não é perfeito – algumas coisas soam forçadas, principalmente na parte final (certa cena me lembrou de ID4). O fim do filme é hollywoodiano, deve agradar a maioria dos espectadores. Heu preferia que tomassem outro caminho, mas não é nada tão grave que atrapalhe o bom conjunto do filme.

Enfim, bom filme. Sr. Kosinski, mantenha o bom trabalho!

Sete Psicopatas e um Shih Tzu

Crítica – Sete Psicopatas e um Shih-Tzu

Um roteirista com bloqueio criativo se envolve com o mundo do crime quando seus amigos sequestram o cachorro de um gangster.

Não vi Na Mira do Chefe (In Bruges, de 2008), o elogiado filme de estreia do escritor e roteirista britânico Martin McDonagh, então não tenho como comparar. Mas pelo que li por aí, este seu segundo filme é mais fraco… Não que Sete Psicopatas e um Shih-Tzu (Seven Psychopaths, no original) seja ruim, longe disso. Mas o roteiro “viaja” demais, e o filme se perde.

Vamos primeiro ao que funciona: Sete Psicopatas e um Shih-Tzu tem algumas coisas boas, como um roteiro que foge do previsível, apesar de, à primeira vista, parecer um pastiche de Tarantino com Guy Ritchie. Os personagens são interessantes, alguns diálogos são geniais e os atores estão todos muito bem.

Mas… O roteiro resolve brincar com metalinguagem. Isso é legal, quando bem feito. O problema é que aqui a metalinguagem é exagerada, e na parte final do filme a gente não sabe se aquilo está acontecendo ou se é imaginação dentro da cabeça do roteirista. E, pra piorar, o roteiro ainda tem umas piadas internas que, na minha humilde opinião, não funcionaram – como, por exemplo, reduzir a importância de todos os personagens femininos.

O elenco todo está fenomenal. Além dos sete que estão no poster – Collin Farrell, Sam Rockwell, Christopher Walken, Woody Harrelson, Tom Waits, Olga Kurilenko e Abbie Cornish (detalhe importante: nem todos esses são psicopatas, como o cartaz dá a entender!) – o filme ainda conta com Harry Dean Stanton, Helena Mattsson, Michael Pitt, Michael Stuhlbarg, Kevin Corrigan e Gabourey Sidibe. Todos inspirados, sem exceção. Que elenco, hein?

No fim, fica aquela impressão de que poderia ter sido melhor. Acho que vou procurar o Na Mira do Chefe

Lado a Lado com um Assassino

Crítica – Lado a Lado com um Assassino

Galia é uma assassina que trabalha para a máfia local contra sua vontade. Eleanor é uma caixa de supermercado que apanha do marido e sonha com o dia que vai conseguir fugir dele. Vizinhas, elas se juntam contra os seus opressores.

Interessante produção franco-israelense, falado em inglês, russo e hebraico, Lado a Lado com um Assassino (Kirot, no original) não é um grande filme. Mas ganha pontos justamente por não ser pretensioso.

Lado a Lado com um Assassino é um eficiente filme de ação. O que o diferencia de muitas outras produções por aí é a bem trabalhada relação entre as duas personagens femininas, juntas e individualmente, cada uma com o seu problema.

No elenco, o único nome conhecido é o da ucraniana Olga Kurylenko, de Hitman, Centurião, Max Payne e 007 – Quantum Of Solace. Ninette Tayeb (que só tem este filme no currículo!) faz o outro papel.

Não vai mudar a vida de ninguém, mas pode ser um bom passatempo.

Centurião / Centurion

Centurion

Uêba! Tem filme novo do Neil Marshall disponível pra download!

Em 117 D.C., no norte da Bretanha, um grupo de soldados romanos, remanescentes da lendária Nona Legião, é atacado por bárbaros pictos, e agora precisam fugir pelas suas vidas.

É bom deixar claro: Centurion não é um filme de terror. É que o nome de Neil Marshall lembra filmes do estilo, afinal, o cara fez Cães de Caça e Abismo do Medo… Mas é bom lembrar que seu último filme, Juízo Final, já não era mais terror.

Centurion não é terror, mas tem muita violência e muito sangue – aliás, coerente com o tema medieval. Muito mais violência que habitualmente vemos em produções semelhantes. Incompatível com padrões hollywoodianos, a quantidade de sangue no filme deve atrapalhar a sua distribuição. Mas, por outro lado, não vai decepcionar os apreciadores do gênero.

Falando na violência, pena que o meu Top 10 de melhores cenas de massacre já rolou. Porque o ataque dos pictos aos romanos mereceria estar lá…

Diferente de títulos como Gladiador, Centurion não se preocupa com o background dos personagens – o que achei uma escolha acertada. Afinal, no meio da pancadaria, não senti falta de explicações e motivações internas… O importante é a porrada! 😉

Outra coisa muito boa aqui são as locações. Belíssimas montanhas e florestas geladas inglesas e escocesas. Às vezes a gente quase esquece da história pra ficar vendo as paisagens! E os créditos iniciais souberam aproveitar, em letras tridimensionais, flutuando pelas paisagens. Boa escolha!

O diretor vai ficando famoso, o elenco começa a ter nomes mais conhecidos… Em seus dois primeiros filmes, ninguém digno de nota; em Juízo Final, rolou Rhona Mitra de protagonista e ponta de Bob Hoskins. Agora temos Michael Fassbender (logo depois de Bastardos Inglórios), Olga Kurilenko (007 Quantum Of Solace) e Dominic West (O Justiceiro – Zona de Guerra). Se ainda não são nomes do primeiro escalão, pelo menos são atores com currículo melhor. E todos estão bem.

Centurion ainda será lançado nos EUA (é uma produção inglesa), mas já existe nos sites de torrent em dvd-rip. Boa opção de download!

007 – Quantum of Solace

quantum_of_solace_poster_002

007 – Quantum of solace

Bond, James Bond, é um velho conhecido de qualquer cinéfilo. Já teve vários rostos diferentes desde o início dos anos 60, e desde que Daniel Craig assumiu o papel, em Cassino Royale (2006), o personagem se reinventou: Bond agora é mais violento, menos mulherengo, usa menos “invenções de professor pardal” e luta contra vilões mais realistas – afinal, o cientista-louco-que-quer-conquistar-o-mundo é um conceito que não cola mais nos dias de hoje…

Bond aqui está vingativo, violento e rebelde como nunca. Ao procurar os responsáveis pela morte de Vesper (Eva Green), sua namorada em  Cassino Royale, ele esbarra numa perigosa organização internacinal secreta. E, como disse lá em cima, vai colecionando e matando inimigos ao longo do filme.

No elenco, além de Judi Dench repetir seu papel como M, ainda temos Mathieu Amalric de vilão e Olga Kurilenko de bond girl.

Curiosidade: Quantum of Solace não foi traduzido ao redor do mundo, por exigências da matriz. Aliás, acho que é a primeira vez que um filme do 007 não tem título em português…

A franquia 007 é sempre competente quando se fala de filme de ação: tiros, explosões, perseguições de carro e à pé, temos tudo isso, e sempre bem feito. Mas este novo filme tem um defeito para aqueles que, que nem heu, não são fãs ferrenhos. Diferente dos filmes antigos, que tinham histórias fechadas dentro deles mesmos, este aqui é uma continuação de Cassino Royale. E temos pistas que a história também continuará… Resumindo: Quantum of Solace é um bom filme “intermediário”…