Avatar: O Caminho da Água

Crítica – Avatar: O Caminho da Água

Sinopse (imdb): Jake Sully vive com sua nova família na lua extrassolar Pandora. Uma vez que uma ameaça familiar retorna para terminar o que foi iniciado anteriormente, Jake deve trabalhar com Neytiri e o exército da raça Na’vi para proteger sua casa.

Finalmente, 13 anos depois, estreou a aguardada e atrasada continuação de Avatar! Não me lembro de nenhuma outra continuação tantas vezes adiada como essa!

Antes do filme, um pequeno parênteses sobre os números do primeiro Avatar. Foi um enorme sucesso, disso ninguém duvida, mas os números me intrigam. Vários sucessos de bilheteria vieram nos anos seguintes, mas apenas um conseguiu alcançar e ultrapassar Avatar, que foi o Vingadores Ultimato. E me lembro do frisson geral em cima de Vingadores ser muito maior do que na época do Avatar. Como Avatar chegou àqueles números na bilheteria é uma coisa que me intriga..

Mas, vamos ao novo filme. Claro que o que chama a atenção em Avatar: O Caminho da Água são os efeitos especiais, afinal James Cameron disse que adiou tudo porque esperava tecnologia para filmar o que ele imaginava. E realmente os efeitos são impressionantes. Além das cenas na floresta, agora vemos uma outra espécie de Na’vi, que vivem na água, ou seja, temos muitas cenas subaquáticas. E os efeitos são sensacionais, enchem os olhos.

Estive na Disney em 2018, tinha uma nova atração com o tema “Avatar”. Foi uma das melhores atrações que vi naquela viagem, com uma riqueza enorme de detalhes. É, este novo Avatar parece um brinquedo da Disney…

Agora, preciso confessar que teve uma coisa que me incomodou. O padrão do cinema é de 24 quadros por segundo, sempre foi assim. E Avatar: O Caminho da Água usa outro “frame rate”, não sei se é 48 ou 60 quadros por segundo. Isso não é um demérito, a imagem não fica pior. Mas, a imagem fica diferente, não passa a sensação de estarmos vendo um filme de cinema. Às vezes parece que estamos vendo algo feito para a TV.

Se os efeitos são merecedores de todos os elogios, o mesmo não podemos dizer sobre o roteiro. Algumas partes do filme parecem meio desconexas, como por exemplo uma cena onde os personagens perguntam onde está a Kiri, e a vemos no fundo do mar brincando com os peixes, e logo depois ela já está de volta ao grupo. Ou a desnecessária cena do Lo’ak reencontrando o tulkun (uma espécie de baleia) depois de discutir com todos sobre o caráter do bicho.

Além do mais, o filme é longo demais. São pouco mais de três horas, e boa parte do miolo do filme podia ser cortado. Ok, a gente entende que James Cameron deve estar empolgado querendo mostrar mais e mais do seu novo mundo, mas alguém devia ter dito a ele que estava demais. O filme cansa.

Sobre elenco, é curioso saber que a galera filmou tudo, mas ninguém aparece na tela. Fico me perguntando o que deve ser captura de movimento e o que deve ser cgi. Tipo, a Kate Winslet bateu o recorde de maior tempo debaixo d’água em uma filmagem (o recorde era de Tom Cruise em Missão Impossível Nação Secreta), ela ficou 7 minutos e 15 segundos sem respirar em uma cena. Mas… Não vemos a Kate Winslet na tela!

Já que falamos do elenco, Avatar: O Caminho da Água traz de volta Sam Worthington, Zoe Saldana, Sigourney Weaver, Stephen Lang – mas quase o filme todo em versões “avatar”, Sigourney Weaver aparece como ela mesma em duas cenas, e Stephen Lang em uma.

Foram anunciadas várias continuações, a ideia é ir até o Avatar 5. Mas parece que James Cameron estava filmando o 3 junto com este 2, ou seja, não deve demorar tanto tempo pra ser lançado.

Por fim, queria fazer um comentário sobre a sessão para críticos que teve aqui no Rio. Demonstrando total falta de profissionalismo, a assessoria de imprensa da Disney não responde críticos que não estejam no seu mailing – heu já tinha mandado e-mails em outras duas ocasiões e fui ignorado. Ou seja, teve uma sessão para críticos e para vips na segunda feira, mas heu não fui convidado então não fui. Mas… Essa sessão foi interrompida com uma hora de filme, por algum problema burocrático, e todos ficaram sem ver o filme. Será que é feio se heu disser “bem feito”?

Oats Studios

Crítica – Oats Studios

Wikipedia: Oats Studios é um estúdio de cinema independente fundado em 2017 pelo cineasta sul-africano indicado ao Oscar Neill Blomkamp. O estúdio foi criado com o objetivo de distribuir curtas experimentais via YouTube e Steam, a fim de avaliar o interesse da comunidade e feedback sobre quais deles são viáveis para expansão em longas-metragens. Os atores apresentados nos filmes incluem Sigourney Weaver, Carly Pope, Sharlto Copley, Kellan Lutz e Dakota Fanning.

Quando fiz o texto sobre Demonic, pesquisei a página do imdb do Neill Blomkamp e vi que tinham vários curtas feitos nos últimos anos. Foi uma agradável surpresa ver que os curtas estão disponíveis na Netflix, como se fosse uma temporada de série, este Oats Studios.

São dez curtas, entre 4 e 26 minutos de duração. Nove foram dirigidos por Neill Blomkamp: Rakka, Base, Cozinhando com Bill, Deus: Serengeti / Chicago, Zigoto, Adam ep 2, Adam ep 3, Gdansk e Kapture: Gafanhotos. Presidente Ruim é o único que não sei se é dirigido por ele – no imdb não tem créditos de diretor!

De um modo geral, achei que todos têm um ponto positivo e um ponto negativo. O positivo é que o visual, a ambientação e os efeitos especiais são excelentes. Por outro lado, o ponto negativo é que quase todos parecem boas ideias, mas sem nenhum desenvolvimento. É uma introdução, quando parece que a história vai começar, o filme acaba. É meio frustrante, queria ver mais de algumas das histórias.

Na minha humilde opinião, três dos curtas não têm muito a ver com os outros, Deus: Serengeti / Chicago, Cozinhando com Bill e Presidente Ruim – aliás este Presidente Ruim é muito bom, principalmente nos dias de hoje. Curiosamente, os dois últimos têm o mesmo elenco, Alec Gillis e Carly Pope. Esses três fogem um pouco da proposta de futuros distópicos e invasões alienígenas que os outros trazem.

Um breve comentário sobre cada um:

Rakka – A Terra foi invadida e os alienígenas estão transformando o planeta e exterminando humanos. Um grupo de resistência se prepara para reagir.
Base – Vietnã, 1970, a CIA investiga o deus do rio e os eventos sobrenaturais que ele evoca.
Cozinhando com Bill – São 4 historinhas satirizando programas de culinária, mas com receitas e equipamentos bizarros. Engraçado, mas bobinho, e não tem muito a ver com os outros.
Deus: Serengeti / Chicago – Dois curtas onde Deus controla as pessoas em uma maquete. Esse é bem sem graça.
Zigoto – Duas pessoas estão em uma base isolada, com quase tudo destruído em volta, e estão fugindo de um ser assustador.
Adam ep 2 – Animação com robôs. História besta, animação excelente.
Adam ep 3 – Uma mulher procura abrigo num mundo pós apocalíptico
Gdansk – Animação curtinha que mistura idade média com ficção científica.
Kapture: Gafanhotos – Duas animações curtinhas com experiências bélicas.
Presidente Ruim – Um presidente americano caricato, vai agradar muita gente, só achei que não tem a ver com os outros curtas.

Alguns curtas são de alguns anos atrás, lembro de ter visto Zigoto no youtube em 2017.

Não é nenhuma novidade, mas é legal ter isso organizado pela Netflix. E foi legal ter visto algo do Neill Blomkamp depois da catástrofe que foi. Demonic.

Ghostbusters: Mais Além

Crítica – Ghostbusters: Mais Além

Sinopse (filmeb): Quando uma mãe solteira e seus filhos se mudam para uma pequena cidade, eles começam a descobrir sua conexão com os caça-fantasmas originais e o legado secreto que seu avô deixou para trás.

O primeiro Caça Fantasmas é de 1984, e teve uma continuação em 1989. Em 2016 fizeram um reboot, mas não agradou muito, e parecia que tinham deixado de lado. Mas agora temos um novo filme, e, como diria o meu amigo Eduardo Miranda, do canal Cinevisão, “este filme tem o DNA da franquia”, diferente da versão de 2016.

Ghostbusters: Mais Além (Ghostbusters: Afterlife no original) foi dirigido por Jason Reitman, filho de Ivan Reitman, diretor dos filmes de 1984 e 89. Jason já é um diretor experiente, concorreu ao Oscar duas vezes (por Juno e Amor Sem Escalas), mas acho que até agora não tinha trabalhado com o pai. Mas agora Ivan está na produção, e deve ter ajudado Jason a fazer um filme com a cara do filme de 84.

Vários fatores aproximam este novo filme do filme original de 84. Heu poderia dizer que alguns atores daquele filme aparecem aqui, mas, o filme de 2016 também tinha participações de alguns deles. A diferença é que lá eles faziam papeis diferentes, e aqui eles voltam aos seus papeis originais. Só não vou entrar em detalhes aqui porque poderia ser um spoiler, prefiro que você descubra na hora (dica: não veja o elenco na página do imdb!).

Vou além: quando digo que este novo filme tem o DNA do antigo não é só pelo sobrenome do diretor, ou pela participação de atores do elenco anterior. É porque este filme consegue manter o mesmo clima de aventura infanto-juvenil que a gente tinha nos anos 80, protagonizados por adolescentes. Tudo aqui lembra este clima de aventura sessão da tarde, do visual à trilha sonora. E ainda tem vários easter eggs espalhados aqui e ali!

Sobre os easter eggs “caçafantasmianos”, preciso falar do boneco de marshmellow Stay Puft. Tem uma cena genial e engraçadíssima envolvendo bonequinhos de marshmellow. O clima lembra gremlins!

O roteiro traz algumas forçadas de barra (tipo um carro abandonado há sei lá quantos anos ainda ter pneus cheios), mas, ora, falei que o filme te cara de anos 80 – naquela época, conveniências no roteiro eram comuns. O lance é relaxar e curtir a nostalgia sem parar pra analisar detalhes.

Sobre o elenco: o protagonismo é dividido entre Mckenna Grace e Finn Wolfhard. Já falei aqui antes e vou repetir: é um prazer enorme ver um talento jovem como a Mckenna Grace na tela. Hoje ela tem 15 anos, não sei que idade ela tinha durante as filmagens. Mas já tem currículo melhor que muita adulta. Ela mandou muito bem em Eu, Tonya, e era uma dos destaques da série Maldição da Residência Hill. E ela ainda estava em Annabelle 3 e Maligno! E aqui ela está sensacional, Mckenna é a melhor coisa do elenco. Finn Wolfhard está bem, mas ele parece que não saiu de Stranger Things. Parece que em vez de ser “o ator de Stranger Things“, é “o personagem de Stranger Things“. O elenco também conta com Paul Rudd, Carrie Coon, Celeste O’Connor e Logan Kim. Claro, como falei, tem participações de gente do filme de 84, mas não digo quem.

(Aliás, um breve comentário sobre isso: adorei as participações, mas acho que erraram no timing. Pena que não posso desenvolver, porque seria um spoiler pesado).

O filme pega pesado no saudosismo, recomendo rever o filme de 84 pra reavivar as memórias. A parte final do filme vai emocionar muitos espectadores, eles fazem uma bela homenagem à franquia.

São duas cenas pós créditos, fique até o fim das letrinhas!

Chappie

chappieCrítica – Chappie

Filme novo do Neill Blomkamp!

Num futuro próximo, o crime em Johannesburg é controlado por uma força policial composta de robôs. Quando um desses robôs policiais é roubado e reprogramado, ele vira o primeiro robô com a habilidade de pensar e sentir por conta própria.

A princípio, Chappie lembra Eu, Robô. Mas, na verdade, parece mais com Robocop, apesar do personagem título não ser humano – aqui, não só o robô é policial, como ainda temos uma espécie de Ed 209.

Gosto do estilo do Neill Blomkamp, o mesmo de Distrito 9 e Elysium. Sua estética é suja, seu terceiro mundo é mais próximo da nossa realidade do que o que Hollywood costuma mostrar. Esta estética suja combina com a história do robô Chappie, um misto de tecnologia de ponta com favela.

Aliás, diga-se de passagem, a construção do personagem é excelente, tanto pela parte narrativa, quanto pela parte técnica. Chappie é um personagem complexo, tem mais humanidade do que muito personagem interpretado por humanos. Chappie é uma criança que precisa de orientação para se desenvolver!

E pela parte técnica, Chappie é impressionante. O robô está lá, consegue ser mais convincente que o Gollum de Senhor dos Aneis – será que o Sharlto Copley usou aquelas roupas de captura de movimento que nem o Andy Serkis? O fato é: Chappie nunca passa a sensação de ser digital.

Sharlto Copley não aparece, mas brilha como a voz do personagem título. E olha que o elenco conta com o Hugh Wolverine Jackman e a Sigourney Ripley Weaver! É que Jackman e Sigourney são coadjuvantes aqui. O filme é de Copley, Dev Patel (Quem Quer Ser um Milionário) e da dupla Ninja e Yo-Landi Visser (que fazem parte do Die Antwoord, uma banda de rap de Johannesburg).

Chappie tem um bom ritmo, além de uma boa trilha sonora assinada por Hans Zimmer. Não gostei muito do fim, mas nada que estrague o prazer de ter conhecido um dos melhores robôs da história do cinema!

Êxodo: Deuses e Reis

Exodus-posterCrítica – Êxodo: Deuses e Reis

Filme novo do Ridley Scott!

Criados juntos, Moisés e Ramsés se vêem e lados opostos quando Moisés resolve liderar 600 mil escravos hebreus em uma monumental jornada para fugir do Egito.

Ridley Scott resolveu mostrar a sua versão da já manjada história bíblica – todo mundo conhece, né? Pragas, mar se abrindo, tábuas dos dez mandamentos, etc, tá tudo lá. Inclusive, já temos filmes (Os Dez Mandamentos) e desenhos (O Príncipe do Egito) falando sobre isso. A questão é: Scott fez um filme “definitivo”?

Respondendo: sim e não. Por um lado, tecnicamente falando, Êxodo: Deuses e Reis (Exodus: Gods and Kings) é um absurdo. Mas, por outro lado, tire os efeitos, e temos um filme bobo. O filme não chega a ser ruim, só não empolga.

Vamos à parte técnica: temos tomadas aéreas das cidades e das batalhas onde vemos detalhes nunca antes vistos na história do cinema. As pragas que assolaram o Egito também são impressionantes. E a cena mais esperada por todos, o mar se abrindo, ficou fantástica.

Ainda neste assunto: Scott segue a atual tendência de realismo, e adaptou alguns dos milagres para a plateia cética atual. Se a morte dos primogênitos continua um mistério da fé, o mar se abrindo virou um tsunami. Boa sacada!

Tem gente por aí comparando Êxodo: Deuses e Reis com o recente Noé, do Darren Aronofsky. Discordo da comparação, as únicas coisas que ambos têm em comum são os temas bíblicos e os bons efeitos especiais. Noé tem várias “licenças poéticas”, a história bíblica virou um “samba do afro descendente especial” (versão politicamente correta de “samba do crioulo doido”). Neste aspecto, Êxodo: Deuses e Reis é mais próximo da história convencional.

Sobre o elenco, Christian Bale é um grande ator e faz um bom Moisés, podemos dizer que ele é carrega o filme nas costas. O pouco conhecido Joel Edgerton está ok como Ramsés, mas podia ser outro ator, meio que tanto faz. Agora, preciso dizer que não se contrata uma atriz como a Sigourney Weaver para uma participação tão pouco importante. Foi realmente decepcionante vê-la num papel tão secundário. Ainda no elenco, Ben Kingsley, John Turturro, Maria Valverde, Indira Varma e Tara Fitzgerald.

Ridley Scott sempre terá crédito comigo, afinal, o cara é o diretor de Alien e Blade Runner, além de vários outros bons filmes (1492, Gladiador, Falcão Negro em Perigo…). Mas, vou te falar, com uma sequência Robin Hood, Prometheus, Conselheiro do Crime e Êxodo: Deuses e Reis, fica cada vez mais difícil de defender o cara.

Ponto de Vista

Crítica – Ponto de Vista

Não me lembro exatamente por que, mas perdi o lançamento de Ponto de Vista no cinema. Aproveitei o dvd gringo com legendas em português na promoção de um site…

Uma tentativa de assassinato do presidente dos Estados Unidos durante uma visita à Espanha é contada várias vezes, sob diferentes pontos de vista – e cada novo ponto de vista traz uma novidade.

Dirigido pelo estreante Pete Travis (que este ano fez Dredd), Ponto de Vista (Vantage Point, no original) é um daqueles casos de roteiro bem montado, que vai revelando aos poucos os detalhes da trama. O roteiro do também estreante Barry Levy é muito bem escrito – revemos os mesmos acontecimentos várias vezes, mas cada vez sob um novo ângulo. (Curiosamente, só agora estão filmando o segundo roteiro de Levy.)

O clima lembra um pouco a boa série 24 Horas, com conspirações envolvendo ataques terroristas ao presidente dos EUA em ritmo acelerado. Até a trilha sonora lembra o seriado do Jack Bauer.

Claro que a gente precisa de um pouco de suspensão de descrença (até aqui é parecido com 24 Horas) – acredito que não seja tão fácil se alcançar o presidente dos EUA, assim como não deve ser fácil planejar o aparato que foi feito para dar os tiros. Mas nada grave, é só relaxar e deixar o ritmo frenético te levar.

O elenco é bom – apesar da falta de currículo do diretor. Como a trama é fragmentada, alguns bons nomes como Sigourney Weaver, Forest Whitaker e William Hurt têm pouco tempo na tela – acho que só Dennis Quaid (eficiente como sempre) tem um papel maior. Ainda no elenco, Zoe Saldana, Matthew Fox, Eduardo Noriega, Saïd Taghmaoui e James LeGros.

Ponto de Vista foi lançado em 2008, então já tem muita coisa sobre ele por aí pela internet. Curiosamente, li muitas críticas negativas. Acho que esse povo que não gostou deve ter algum preconceito contra filmes de ação bem escritos…

Poder Paranormal

Crítica – Poder Paranormal

Novo filme de Rodrigo Cortés, diretor e roteirista de Enterrado Vivo, desta vez à frente de uma produção de maior porte.

A Dra. Margaret Matheson e seu parceiro Tom Buckley são especialistas em desmascarar falsos casos paranormais. Quando Simon Silver, um vidente cego de fama internacional, resolve retornar depois de 30 anos afastado dos holofotes, ele acaba atraindo a atenção da dupla, que quer desmascarar o “poder” do médium.

Enterrado Vivo foi um interessante e criativo exercício de claustrofobia – um filme de uma hora e meia que só tem um único ator, e tudo se passa dentro de um caixão. Um ótimo exemplo de como se fazer um filme com recursos mínimos. Agora, Cortés tinha uma produção convencional em mãos. Bom sinal, né? Pena que nem tudo funciona.

Poder Paranormal (Red Lights, no original) se desenvolve bem, cria uma boa tensão ao longo da projeção, mas parece que no meio do caminho algo se perdeu. O roteiro, também escrito por Cortés, resolve guardar uma grande reviravolta para o fim. O problema é que essa reviravolta não convence ninguém. Mas antes de falar disso, vamos aos avisos de spoiler:

SPOILERS!!!

SPOILERS!!!

SPOILERS!!!

Um monte de coisas soam forçadas depois da revelação final. Mas nada justifica o fato de ninguém pensar em testar a visão de Silver. Como assim o cara não é cego e ninguém pensou em verificar isso em mais de 30 anos?

FIM DOS SPOILERS!

O elenco traz alguns bons nomes. Cillian Murphy e Sigourney Weaver estão bem liderando o elenco. Robert De Niro não está mal, mas está longe do grande ator que foi anos atrás. Ainda no elenco, Elizabeth Olsen, Joely Richardson e Toby Jones.

No fim, fica aquela sensação de boa ideia estragada por um fim preguiçoso. Rodrigo Cortés ainda tem crédito, ainda quero acompanhar sua carreira. Mas precisa tomar cuidado para não virar um novo Shyamalan.

O Segredo da Cabana

Crítica – O Segredo da Cabana

Cinco jovens vão passar um feriado em uma cabana no meio do mato – e se você acha que sabe o que vai acontecer, desta vez a história é outra!

O Segredo da Cabana (The Cabin in the Woods, no original) é daquele tipo de filme que o quanto menos você souber, melhor. Vou tomar cuidado aqui para não soltar spoilers. Por enquanto, só adianto que é uma das melhores surpresas que vi nos últimos tempos na área do terror: roteiro bem escrito, efeitos excelentes, muito gore e muito bom humor. E principalmente: uma história diferente do óbvio!

O Segredo da Cabana é a estreia de Drew Goddard como diretor. Mas Goddard não é um novato no universo fantástico: ele escreveu o roteiro de Cloverfield – Monstro e de vários episódios das séries Buffy, Angel, Alias e Lost. E aqui ele co-escreveu o roteiro com um dos nomes mais “quentes” da Hollywood atual: Joss Whedon, o diretor do badaladíssimo Os Vingadores, um dos melhores filmes de 2012 por enquanto.

O roteiro tem um detalhe interessante: não existe exatamente uma “reviravolta de roteiro” (o tal “plot twist”). A história é aquela mesma, o grande lance é que o espectador não tem ideia do que está acontecendo, e só vai descobrindo aos poucos…

Talvez por ter Whedon por perto, um dos atores é Chris Hemsworth, ele mesmo, o Thor – e não é o ator principal. Não sei quando este O Segredo da Cabana foi filmado, mas heu chutaria que foi antes do lançamento de Thor – acredito que hoje Hemsworth faria escolhas diferentes – não que O Segredo da Cabana seja ruim, longe disso, mas é um filme que não privilegia atores. Tanto que o resto do elenco só tem nomes menos badalados: Kristen Connolly, Anna Hutchison, Richard Jenkins, Bradley Whitford, Amy Acker, Fran Kranz e Jesse Williams. Ah, sim, ainda tem a Sigourney Weaver em uma ponta não creditada.

E agora, apesar de ter vontade de falar mais sobre o filme, vou ficar quieto, pra não estragar. Só fica o recado: cuidado com spoilers, não leia muito sobre o filme. E aproveite um dos melhores filmes de terror do ano!

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Se você gostou de O Segredo da Cabana, o Blog do Heu recomenda:
Evil Dead
Arraste-me Para O Inferno
Jogos Vorazes

Paul

Crítica – Paul

Há dois anos atrás, apareceu por aí Fanboys, um road movie que parecia escrito mirando na parcela nerd do público. Heu diria que este Paul segue o mesmo caminho: um “road movie nerd”.

Dois nerds ingleses vão para os EUA para a Comic-Con e uma viagem por pontos turísticos ligados à ficção científica. No meio do caminho, encontram Paul, um inteligente e irônico alienígena, que está fugindo da Área 51 e tentando voltar para o seu planeta. Para ajudar Paul, a dupla tem que fugir da polícia, de caipiras e de fanáticos religiosos.

A primeira lembrança que vem à mente são os filmes Todo Mundo Quase Morto e Chumbo Grosso, ambos estrelados por Simon Pegg e Nick Frost, dirigidos por Edward Wright e escritos por Pegg e Wright, cada um satirizando um estilo de filme (terror e ação). A diferença é que Wright não está aqui – o roteiro foi escrito por Pegg e Frost, e a direção está nas mãos de Greg Mottola, de Superbad e Férias Frustradas de Verão. (Wright também está em Hollywood, ano passado ele lançou Scott Pilgrim Contra O Mundo.)

Mottola, que antes fazia “filmes com cara de Judd Apatow” – comédias bem escritas, mas nem sempre engraçadas, tem aqui o seu melhor momento na carreira. Paul é divertidíssimo! Algumas piadas são geniais, aliás, arrisco a dizer que esta é uma das comédias mais engraçadas que vi nos últimos anos. O roteiro escrito pela dupla protagonistas é afiado, com um timing perfeito.

Paul é um prato cheio para nerds e fãs de ficção científica. São incontáveis as referências ao universo da FC, rolam citações a Guerra nas Estrelas, Star Trek, E.T., Arquivo X, BSG… Algumas das referências são claras para o público “leigo”; outras, só quem conhece os filmes (como o tema Cantina Band tocado no bar, a briga tosca de Star Trek no deserto, ou a Torre do Diabo de Contatos Imediatos do Terceiro Grau).

Tem mais. Além das citações a outros filmes, vários dos diálogos mencionam clichês da FC – principalmente as falas de Paul. E, last but not least: o próprio Steven Spielberg faz uma participação especial pelo telefone!

Confesso que rolava um certo receio quando li que Seth Rogen seria a voz do alienígena – Rogen está entrando naquele clube do “ator de um só papel”, atores que sempre repetem uma variação do mesmo personagem de sempre (como Jack Nicholson ou Selton Mello, por exemplo). Boa notícia: Rogen não faz feio aqui. Seu sarcástico e irônico Paul é muito bem escrito – talvez o melhor dentre os vários bons personagens. E além disso, a animação em cgi é perfeita – Rogen usou a mesma técnica utilizada por Andy Serkis para fazer o Gollum e o King Kong. O alienígena Paul é impressionante!

O resto do elenco também está ótimo. Simon Pegg e Nick Frost têm excelente química, isso a gente já sabia desde a época dos seus filmes ingleses – o que a gente não sabia é como a dupla iria funcionar hoje, já que a carreira de Pegg deslanchou em Hollywood (ele estava até no elenco do recente Star Trek). O resto do elenco conta com bons nomes como Kristen Wiig, Jason Bateman, Bill Hader e uma participação especial de Sigourney Weaver.

O imdb não fala nada sobre um possível lançamento brasileiro. Se não for lançado aqui, farei o mesmo que fiz com Fanboys: comprarei o dvd importado!

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Se você gostou de Paul, o Blog do Heu recomenda:
Fanboys
Chumbo Grosso
Frequently Asked Questions About Time Travel

Os Caça-Fantasmas

Os Caça-Fantasmas

Mais um clássico dos anos 80 revisto aqui no blog!

Despejados do departamento de parapsicologia da universidade onde trabalhavam, três cientistas resolvem inovar e criar um novo negócio: uma firma de caçadores de fantasmas. Coincidentemente, uma antiga entidade está prestes a invadir Nova York.

Os Caça-Fantasmas foi um grande sucesso nos anos 80. Uma rara mistura entre comédia e terror, que é assustador onde pede para ser, mas nunca deixa de ser engraçado – e isso tudo sem nunca cair no trash.

Os Caça-Fantasmas foi dirigido por Ivan Reitman, que foi um grande nome nos 80 e nos 90, com títulos como as três comédias de Arnold Schwarzenegger (Irmãos Gêmeos, Um Tira no Jardim de Infância e Júnior) no currículo. Hoje ele anda devagar, parece que deixou a profissão para o filho, Jason Reitman, de Juno e Amor Sem Escalas.

O elenco é muito bom. Bill Murray, Dan Aykroyd e Harold Ramis (os dois últimos também escreveram o roteiro), afiadíssimos, fazem o trio inicial de caça-fantasmas; Rick Moranis repete o papel de “looser” que o tornou famoso nos anos 80; e Sigourney Weaver e Annie Pots têm os papéis principais femininos. A bola fora, na minha humilde opinião, é Ernie Hudson como o quarto caça-fantasma. Sei lá, achei forçado, parece que sentiram necessidadede um ator negro no elenco. Me parece que Hudson está deslocado…

Os efeitos especiais traziam o melhor da tecnologia da época. Hoje, quase 25 anos depois, alguns ainda funcionam, outros “perderam a validade”. Mas nada que atrapalhe o filme, que ainda flui normalmente.

Também é preciso falar da trilha sonora. O tema GhostBusters, de Ray Parker Jr, foi um grande sucesso na época. “Who you gonna call? Ghostbusters!”

Cinco anos depois, o diretor e quase todo o elenco voltaram para uma continuação. E ainda rolou um desenho animado depois. E agora rolam boatos de uma terceira parte para 2012!

E agora fica a dúvida: Os Caça-Fantasmas “sobreviveu” ao tempo? Afinal, o filme é de 1984!

Claro que ainda funciona! Vi com minha filha de 9 anos. Tem algumas cenas com conotação sexual, mesmo assim, pode ser uma boa diversão para toda a família!