Barbie

Crítica – Barbie

Sinopse (imdb): Viver na Terra da Barbie é ser um ser perfeito em um lugar perfeito. A menos que você tenha uma crise existencial completa. Ou que você seja um Ken.

Finalmente estreia esta semana o aguardado Barbie! Será que é bom?

Dirigido por Greta Gerwig e escrito por Gerwig e Noah Baumbach, Barbie começa muito bem, usando ironia pra criticar vários clichês ligados à boneca Barbie. Algumas piadas arrancaram gargalhadas na sala de cinema. E todos os cenários e props são sensacionais, parece realmente que estamos vendo acessórios da boneca em tamanho real.

Mas, pena que nem tudo funciona. Todo o plot dos executivos liderados pelo Will Ferrell é péssimo. E aquela correria no cenário das baias é vergonha alheia nível Trapalhões. Outra coisa ruim foi o momento reflexivo depois que a história já estava encerrada, foi um grande anti clímax.

Posso soltar uma polêmica? Ken é irrelevante, ele só “existe” se a Barbie der atenção a ele. Mas, em determinado momento do filme, Ken descobre que pode ter uma personalidade própria. E acaba que ele cria um problema no mundo da Barbie, que acaba virando um “mundo do Ken”. O filme poderia ter aproveitado esse gancho pra promover a igualdade, corrigir onde o Ken estava errado e colocar ambos personagens como protagonistas desse mundo, mas escorrega e volta ao status inicial, jogando Ken novamente para a irrelevância. Ou seja, oportunidade jogada fora.

Mas, fazendo o “advogado do diabo”, a gente tem que lembrar que é um filme da Barbie. E, dentro do universo da Barbie, sim, o Ken e irrelevante. Ken é um acessório, ele não existe sem a Barbie; já a Barbie pode existir sem o Ken. então, pensando sob este ângulo, sim, o Ken pode continuar irrelevante.

O elenco está ótimo. Margot Robbie é excelente para o papel, e o Ryan Gosling consegue estar ainda melhor – tem um momento musical onde ele canta e dança que é sensacional. Kate McKinnon tem um papel curioso, a “Barbie esquisita”, aquela boneca velha que era rabiscada e tinha o cabelo estragado; e Michael Cera está engraçado no ponto exato. E quem for às sessões dubladas vai perder a narração da Helen Mirren. Ainda no elenco, Simu Liu, John Cena, Dua Lipa, Ariana Greenblatt, America Ferrera, Emma Mackey, Kingsley Ben-Adir e Rhea Perlman.

Enfim, Barbie deve agradar ao público alvo. Fui com minha filha, que está com 22 anos e brincou de Barbie quando criança, ela adorou…

A Casa do Diabo / The House of the Devil

Crítica – A Casa do Diabo / The House of the Devil

Sinopse (imdb): Em 1983, a estudante universitária Samantha Hughes, com dificuldades financeiras, aceita um trabalho de babá diferente, que coincide com um eclipse lunar completo. Ela lentamente percebe que seus clientes abrigam um segredo aterrorizante, colocando sua vida em perigo mortal.

Sei lá por que, mas perdi este A Casa do Diabo (The House of the Devil, no original), de 2009, escrito e dirigido por Ti West. Ok, bora consertar isso.

Logo de cara, uma coisa chama a atenção. A Casa do Diabo parece um filme antigo. Toda a ambientação lembra a virada da década de 70 para 80, época em que o filme se passa. Não só figurinos e props, até a fotografia emula produções da época.

A Casa do Diabo não tem muitos jump scares, a proposta do filme é o clima de tensão. E admito que pelo menos uma das mortes me pegou de surpresa. Mas, por outro lado, existe uma falha básica. Um texto no início do filme tem um spoiler sobre o fim! Taí um raro exemplo de filme que vale a pena perder o primeiro minuto.

Mesmo assim, A Casa do Diabo vale a pena. O clima de tensão crescente criado por West é muito bem construído, e a parte final tem violência e gore na dose certa.

O filme é protagonizado por Jocelin Donahue, que está muito bem (inclusive ela parece saída de uma produção da época), mas que nunca mais fez nada relevante. Curiosamente, sua coadjuvante é interpretada pela Greta Gerwig, hoje um badalado nome em Hollywood, depois de ser indicada aos Oscars de direção e roteiro por Lady Bird. Também no elenco, alguns veteranos como Mary Woronov (A Visão do Terror), Tom Noonan (Robocop 2) e Dee Wallace (Grito de Horror, ET).

Na época se falou que Ti West seria um nome promissor no terror do século XXI. Mas, 9 anos se passaram e ele ainda não fez nada digno de nota… Será que é um “diretor de um filme só”?

Ilha dos Cachorros

Ilha dos CachorrosCrítica- Ilha dos Cachorros

Sinopse (imdb): Um surto de gripe canina se espalhou pela cidade de Megasaki, no Japão, e o prefeito Kobayashi exigiu que todos os cães fossem mandados para a Ilha do Lixo. Na ilha, um jovem rapaz chamado Atari sai em busca do seu cão perdido, Spots, com a ajuda de cinco outros cães … com muitos obstáculos ao longo do caminho.

Nove anos depois de O Fantástico Sr. Raposo, Wes Anderson volta ao stop motion, com esse Ilha dos Cachorros (Isle of Dogs, no original).

Antes de tudo, é preciso avisar que Ilha dos Cachorros não é filme para criança. Aliás, é curioso observar como boa parte dos longas em stop motion de hoje em dia não têm crianças como principal público alvo. A Laika (Kubo, Paranorman, Coraline) faz filmes que agradam mais os adultos que as crianças; Tim Burton (Frankenweenie, Noiva Cadáver) tem uma pegada dark; acho que só a Aardman (Fuga das Galinhas, Piratas Pirados, Shaun: o Carneiro) faz stop motion para o público infantil.

Ilha dos Cachorros é uma fábula contada por cachorros – e o que é curioso é que o público só entende os diálogos caninos, todos os diálogos humanos estão sem legendas! E a trama traz críticas ao totalitarismo, à limpeza étnica e ainda cita políticos corruptos. Ou seja, não é um filme infantil!

Quem conhece o estilo do Wes Anderson, sabe que o visual do filme vai ser bem trabalhado. Anderson é um dos poucos diretores contemporâneos que mantém uma identidade visual. Seus filmes são sempre cheios de detalhes visuais bem cuidados, e lha dos Cachorros não é diferente. A animação enche os olhos! E a boa trilha sonora de Alexandre Desplat ainda melhora a experiência.

Outro dia falei aqui do elenco de Hotel Transilvânia 3, né? O elenco de vozes aqui é muito mais impressionante: Bryan Cranston, Edward Norton, Bill Murray, Jeff Goldblum, Greta Gerwig, Frances McDormand, Scarlett Johansson, Harvey Keitel, F. Murray Abraham, Tilda Swinton, Liev Schreiber, Courtney B. Vance e Yoko Ono – e ainda tem Anjelica Huston num papel mudo, seja lá o que isso significa numa dublagem…

Boa opção diferente do comum!