Star Wars Episódio 9 – A Ascensão Skywalker

Crítica – Star Wars Episódio 9 – A Ascensão Skywalker

Sinopse (imdb): Os membros sobreviventes da resistência enfrentam a Primeira Ordem mais uma vez, e o lendário conflito entre os Jedi e os Sith atinge seu auge, levando a saga Skywalker ao fim.

(Antes de entrar no texto, um aviso. Os últimos textos sobre Star Wars foram escritos “no calor do momento”, e com um segundo texto para desabafar spoilers. Mas este sobre o Ep. 9, estou atrasado, devido aos problemas pessoais no heuvi. Então é um texto mais “pé no chão”, e não farei um segundo post com spoilers. Peço desculpas aos leitores!)

E, depois de nove filmes, chega ao fim a saga Skywalker!

Sou muito fã de Star Wars. É o único tema onde não consigo separar o “crítico” do “fã”. Ouvi um monte de gente falando de problemas técnicos, mas tenho dificuldade de vê-los. Sento na poltrona do cinema, começa a tocar o tema do John Williams, e toda a razão se apaga. Sou uma pessoa feliz vendo os filmes da saga!

Mas, vamulá. Star Wars Episódio 9 – A Ascensão Skywalker (Star Wars: Episode IX – The Rise of Skywalker, no original) tinha uma responsabilidade enorme: encerrar uma série que começou 42 anos antes e ganhou uma enorme importância na cultura pop. Sendo assim, não podemos vê-lo apenas como “mais um filme”. Não, é a parte final de uma das mais importantes sagas da história do cinema.

Como filme isolado, Star Wars Episódio 9 funcionaria melhor. Mas, como capítulo final, não foi tão bem. A direção voltou para JJ Abrams, que tinha feito o Ep. 7. E a gente vê que algumas coisas parecem conflitantes com o Ep. 8 – como, por exemplo, deixarem de lado o flerte entre a Rose e o Finn; ou, esquecerem que a Maz Kanata ia explicar como o sabre do Luke foi parar em suas mãos (um furo de roteiro que talvez seja explicado num livro). Não sei se foi isso, mas deu a impressão que os roteiros da trilogia não foram pensados como uma única história.

Teve outro problema, mas aí não é culpa do roteiro ou da produção. O Ep. 7 mostrava o Han Solo; o Ep. 8 mostrava o Luke Skywalker. Este filme mostraria a Leia Organa, mas a atriz Carrie Fischer morreu antes das filmagens. Então várias cenas ficaram estranhas, porque foram adaptadas – ou com a personagem em cgi, ou de costas. Pena, a gente queria mais da Leia…

Agora, um comentário com spoilers.

SPOILERS!
SPOILERS!
SPOILERS!

Um pequeno parágrafo com spoilers. Adorei a participação do Han Solo! Sensacional! Por outro lado, achei que trazer o Palpatine de volta não foi a melhor escolha. Não tinha nenhum outro vilão?

FIM DOS SPOILERS!

Dito isso tudo, afirmo sem medo: adorei o filme! Não tem sensação melhor do que sentar num cinema e entrar mais uma vez no universo de Star Wars! Pra melhorar, Star Wars 9 é cheio de fan service. Em vários momentos os fãs iam ao delírio durante a sessão.

No elenco, a novidade que não é exatamente novidade é a volta de Billy Dee Williams como Lando Calrissian – pena que não voltou nos filmes anteriores. E me parece que Anthony Daniels foi o único a “completar o álbum” – ele esteve nos nove filmes como C3PO! Estão de volta aos seus papeis Daisy Ridley, Oscar Isaac, John Boyega, Adam Driver, Mark Hamill, Carrie Fisher, Ian McDiarmid, Domhnall Gleeson, Kelly Marie Tran e Lupita Nyong’o (e Joonas Suotamo, pela quarta vez sob a fantasia de Chewbacca); as novidades são Naomi Ackie, Richard E. Grant e Keri Russell (Greg Grunberg e Dominic Monaghan devem ser amigos do diretor JJ, porque frequentemente aparecem em seus projetos; o próprio JJ Abrams faz a voz do novo robô apresentado, mas esse novo robô é um personagem bem bobo, principalmente se comparado aos robôs já apresentados desde que Star Wars foi pra Disney (BB8, K-2SO, L3-37)).

Chega, né? Ainda podia escrever muito, mas a ideia era fazer um texto curto. Só resumindo: Star Wars 9 tem seus problemas. Mas a gente que é fã deixa isso pra lá e fica feliz na cadeira do cinema.

Ah, por fim, um recado para os fãs que gostam de reclamar. Temos filmes novos no cinema todos os anos (5 filmes entre 2015 e 2019), temos séries live action e desenhos. Galera, vocês que reclamam não sabem o que é não ter material para consumir! Nos anos 90 a gente lia os livros do Timothy Zahn porque não tinha nada mais! Parem de reclamar e aproveitem que Star Wars está na moda!

E que venham mais filmes de Star Wars!

Operação Overlord

Crítica – Operação Overlord

Sinopse (catálogo do Festival do Rio): Com apenas algumas horas até o Dia D, uma equipe de paraquedistas americanos invadiu a França ocupada pelos nazistas para realizar uma missão crucial. Com a tarefa de destruir um transmissor de rádio no alto de uma igreja fortificada, os soldados desesperados juntam forças com um jovem aldeão francês para penetrar nas muralhas e derrubar a torre. Mas, em um misterioso laboratório nazista sob a igreja, alguns soldados estão frente a frente com inimigos nunca antes vistos.

Dirigido pelo pouco conhecido Julius Avery, Operação Overlord (Overlord, no original) é uma interessante mistura entre filme de guerra e de terror. Se o diretor é desconhecido, o filme tem um produtor badalado: JJ Abrams – o que criou um boato de que este seria parte do universo Cloverfield (felizmente, boato infundado, o último, Cloverfield Paradox, é tão fraquinho…). Foi curioso ver um videozinho curto com a dupla apresentando o filme antes da sessão, eles pareciam estar meio desconfortáveis…

Operação Overlord não perde tempo com introduções – estamos num avião, no dia D, indo para a Normandia. O filme sabe muito bem construir essa tensão, essa primeira parte é um bom filme de guerra. As cenas iniciais são são estilo Resgate do Soldado Ryan, vemos uma enorme quantidade de navios e aviões no meio da batalha.

Foi uma boa sacada relacionar a “parte terror” às experiências genéticas praticadas por cientistas nazistas. Todos sabemos que essas experiências realmente aconteceram, então, não a mudança de estilo não foi gratuita.

O roteiro dá algumas escorregadas (tipo nenhum nazista ouvir tiros no sótão da asa), mas nada muito grave. Operação Overlord tem boas cenas de ação e alguns bons efeitos de maquiagem (gostei do vilãozão). No elenco, ninguém conhecido, mas ninguém compromete: Jovan Adepo, Wyatt Russell, Mathilde Ollivier, Pilou Asbæk e John Magaro.

Operação Overlord não é um “novo clássico”, mas vai divertir quem estiver na pilha. E em breve entra em circuito.

p.s.: Devem ter gostado do diretor Julius Avery, ele já foi anunciado como o diretor da refilmagem de Flash Gordon, o clássico incompreendido da ficção científica oitentista.

Rua Cloverfield 10

RuaCloverfield10-posterCrítica – Rua Cloverfield 10

Depois de um acidente de carro, uma mulher acorda em um abrigo, com um homem que afirma que o mundo exterior foi afetado por um ataque nuclear ou químico – ou algo ainda pior.

Em primeiro lugar, vamos esclarecer a dúvida: não é uma continuação de Cloverfield Monstro, de 2008, produzido pelo mesmo JJ Abrams. Rua Cloverfield 10 (10 Cloverfield Lane, no original) é um filme novo, com uma história independente, que pode (ou não) se passar no mesmo universo do outro filme.

Pra começar, Rua Cloverfield 10 nem segue o formato found footage. O filme foca mais no suspense em volta do personagem paranoico e seu relacionamento conturbado com os outros personagens.

Falemos mais deste personagem paranoico. John Goodman está ótimo, num personagem que você não sabe se é “mocinho” ou “bandido” – numa hora ele está bonachão e amigável, noutra ele está com ar de psicopata. O roteiro sabe dosar o que mostrar, e o espectador fica sem saber qualé a do personagem. Mary Elizabeth Winstead também está bem.

Outro trunfo do filme é o clima criado dentro do bunker. O diretor estreante Dan Trachtenberg acerta a mão no clima tenso e claustrofóbico.

Pena que o filme escorrega no final. O roteiro pega alguns caminhos tortos, que deixam um sabor estranho na boca do espectador. Mas nada grave, Rua Cloverfield 10 ainda é um bom programa.

Claro, tem gancho pra continuação – que nem o filme de 2008. Mas nada muito grave se a continuação não acontecer. Ou se vier um terceiro filme no mesmo universo (ou não).

Star Wars Ep 7 – O Despertar da Força

SW7 - posterCrítica – Star Wars Ep 7 – O Despertar da Força

O filme mais aguardado do ano!

30 anos depois da derrota do Império Galático, surge uma nova ameaça. A Primeira Ordem tenta governar a galáxia, mas uma dupla improvável tenta impedir, com a ajuda da Resistência.

Antes de tudo, é bom avisar: este é um texto sem spoilers! Vamos respeitar o cuidado que os realizadores tiveram em não deixar vazar a história, apesar da grande vontade de comentar coisas do filme. Caro leitor que ainda não viu o filme: pode ler tranquilo!

Arrisco dizer que este Star Wars Ep 7 – O Despertar da Força (Star Wars The Force Awakens, no original) é a maior estreia cinematográfica da história. George Lucas vendeu sua franquia bilionária para a Disney, que fez o que sabe fazer como poucos: colocou a máquina de marketing à toda – hoje você encontra Star Wars em tudo quanto é produto. Diferente dos anos 70, Star Wars é moda!

Claro que precisávamos de um bom filme. Uma franquia deste porte precisa de um grande filme, campeão de bilheterias, para azeitar a máquina do marketing. E, meus amigos, a Disney e o diretor JJ Abrams acertaram em cheio. O Despertar da Força é um filmaço!

Admito que estava com o pé atrás. Em 1999, tive uma decepção muito grande com o Ep 1, e não acho a carreira de JJ Abrams tão consistente assim (apesar de ter gostado muito de Super 8). Mas, felizmente, o pé atrás foi infundado. O Despertar da Força tem tudo o que o fã esperava desde o fim dos créditos d’O Retorno do Jedi, lá longe, em 1983. A história é empolgante, os novos personagens são carismáticos, tecnicamente o filme é um deslumbre. E, o mais importante: é um filme que sabe respeitar o fã antigo.

Na trilogia clássica (77, 80, 83), os efeitos especiais eram top para a época, mas limitados se revistos hoje em dia. Na trilogia Voldemort (aquela que não deve ser mencionada!), tem muito cgi, o filme ficou muito artificial. Agora, com a tecnologia atual, aliada à escolha do diretor Abrams de usar cenários reais em vez de telas verdes, os efeitos chegam a um nível de perfeição poucas vezes visto no cinema. As batalhas, tanto terrestres quanto aéreas, são impressionantes!

O roteiro parece o Ep 4 revisitado: protagonista solitário no deserto, um vilão misterioso que usa máscara, fuga do “império”, reunião na “base rebelde” para destruir uma “estrela da morte”… (Tem mais, mas é um texto livre de spoilers, então fica pra outra ocasião.) A trama é muito bem amarrada, e sabe dosar com maestria a entrada dos elementos da série clássica – todo fã “velho” vai curtir rever os personagens e veículos da trilogia clássica. Não à toa, um dos roteiristas é Lawrence Kasdan, roteirista de O Império Contra-Ataca e O Retorno do Jedi. A importância na trama entre a “velha guarda” e a “nova geração” está bem equilibrada. Ah, o filme tem duas horas e quinze minutos, e não tem nenhum momento fraco.

George Lucas sempre teve fama de ser um péssimo diretor de atores. Nesse ponto, JJ Abrams é muito melhor que Lucas. O elenco deste Ep 7 é ótimo! A essa altura todo mundo já sabe que temos de volta Harrison Ford, Carrie Fisher, Mark Hamill, Peter Mayhew (Chewbacca) e Anthony Daniels (C3PO), né? Juntam-se a eles a nova geração: Daisy Ridley, John Boyega, Oscar Isaac, Adam Driver, Domhnall Gleeson, Gwendoline Christie, Simon Pegg e as vozes de Andy Serkis e Lupita Nyong’o, além de uma ponta de Max von Sydow. Gostei muito de Daisy Ridley, a nova protagonista!

Sobre a trilha sonora, ainda não sei se gostei ou não. John Williams está de volta (ele fez a trilha dos outros seis filmes), e repete todos os temas que os fãs conhecem. Por um lado, é muito legal ouvir um tema conhecido sublinhando uma cena emocionante. Mas, por outro lado, não temos nada de novo. No Ep 1 a gente teve um bom tema novo…

Ainda preciso falar do humor. Não, o Ep 7 não é uma comédia. Mas acho que este é o filme mais engraçado de toda a saga. O personagem Poe tem frases ótimas!

Por fim, o 3D. Só faz diferença em um único take, onde parece que um destroyer imperial está bem à frente da tela. Só. Ou seja, desnecessário.

O filme acaba com um gancho forte para o episódio 8. Vai ser difícil segurar a ansiedade até 2017!

No fim da sessão, mal consegui me levantar, tamanho o carrossel de emoções que passaram na tela nas últimas duas horas. Obrigado, JJ Abrams, obrigado, George Lucas, obrigado, Disney. Obrigado por ter trazido de volta a magia da saga, que estava apagada desde a trilogia “Voldemort”. Obrigado pelo melhor filme do ano!

p.s. 1: Um filme desses tem que ser visto no cinema. Agora, ver numa sala de cinema onde mais da metade da plateia faz parte do Conselho Jedi RJ é uma experiência inesquecível!

p.s 2.: Para os fãs de Battlestar Galactica: temos uma “manobra Adama” na trama!

p.s. 3: Tive uma decepção, mas nada a ver com o filme em si. É que li que o elenco trazia Yayan Ruhian e Iko Uwais, os dois principais atores / lutadores dos filmes indonésios Operação Invasão, e imaginei que teríamos pelo menos uma grande luta envolvendo as habilidades dos dois. Nada, eles aparecem e somem rapidinho…

SW7 - sala do cinema SW7 - entrada do cinema

 

Além da Escuridão – Star Trek

Além da Escuridão – Crítica Star Trek

Três dias atrás falei do Star Trek 2 de 30 anos atrás; hoje é dia de falar do Star Trek 2 novo!

Depois que um terrorista é descoberto dentro da Federação, o Capitão Kirk lidera uma caçada para encontrá-lo, numa perigosa zona de guerra.

Mais uma vez dirigido por JJ Abrams, Além da Escuridão segue a linha do Star Trek de 2009, que fez um reboot com a série – são novos atores interpretando os personagens da série clássica, com uma postura mais de filme de ação. Na minha humilde opinião, ficou bem melhor. Mas teve muito trekker xiita que reclamou.

Como filme de ação, Além da Escuridão é ótimo. Claro, tem exageros aqui e ali – antes, um tiro de phaser derruba o vilão; depois ele toma quatro tiros e continua de pé. Mas, qual bom filme de ação não tem exageros? O importante é que Abrams mostra boa mão para manter o ritmo durante pouco mais de duas horas de projeção.

Além da Escuridão não é uma refilmagem, não é necessário ver o outro Star Trek 2 para se entender este. Mas quem está com o filme dos anos 80 recente na memória vai reparar em alguns detalhes interessantes, principalmente ligados ao vilão.

Li sei lá onde sobre um “director trademark” de JJ Abrams, o tal “lens flare”, que seriam reflexos de luz nas lentes das câmeras. Não me lembro se rola muito nos seus outros filmes, mas aqui prestei atenção neste detalhe, e reparei que o tal “lens flare” rola o tempo todo. Chega a encher o saco!

Não gostei de uma coisa: mais uma aparição do Spock velho. Sei lá, parece que Abrams quis agradar aos fãs da série clássica, e inventou uma desculpa qualquer para mostrar o Leonard Nimoy mais uma vez. Se o filme de 2009 essa aparição foi forçada, aqui ficou ainda pior.

No elenco, Benedict Cumberbatch mostra que pode ser um grande nome em Hollywood – acho que até agora ele só era conhecido por ser “o Sherlock Holmes da BBC” (ele está escalado no elenco de O Hobbit, mas ainda não mostrou a cara). Cumberbatch fez um excelente vilão, bem melhor que o do filme de 82. Aguardemos por novos filmes dele. Outras novidades no elenco são Peter Weller e Alice Eve, que parece que está presente só para aparecer de roupa de baixo (nada contra, diga-se de passagem). O resto do elenco repete o do outro filme: Chris Pine, Zachary Quinto, Karl Urban, Zoe Saldana, Anton Yelchin, John Cho, Bruce Greenwood e Simon Pegg como um alívio cômico na dose certa, sem exageros.

Enfim, bom filme de ação / ficção científica em cartaz. Ironicamente, só não é recomendado aos fãs de Star Trek…

Missão Impossível III

Crítica – Missão Impossível III

Chegou a vez do terceiro filme!

Agora aposentado do trabalho de campo, Ethan Hunt continua na IMF treinando agentes. Quando uma de suas pupilas é capturada, ele é forçado a voltar a ação.

Vou confessar uma coisa aqui: quando este filme foi lançado no cinema, heu tinha implicância com ele. Afinal, os dois filmes anteriores foram dirigidos pelos mestres Brian De Palma e John Woo, dois diretores consagrados e com extenso currículo de bons serviços prestados ao cinema. E agora o diretor era JJ Abrams, um novato cheio de hype por causa de séries de tv (sendo que uma delas, Alias, considero bem fraquinha), mas sem nada de experiência no cinema.

Admito, vi o filme com má vontade e não gostei na época. Mas, agora, revendo sem preconceitos, afirmo: Missão Impossível III mantem o alto nível dos outros dois!

O segundo filme trazia um exagero estilizado, muita câmera lenta, muitas imagens contemplativas. Aqui o exagero continua sendo o tom, mas em vez de câmera lenta, tudo é acelerado, tudo é frenético. Hunt e sua equipe executam planos de maneira tão rápida que se você piscar o olho vai perder partes importantes. A direção de Abrams tem um bom timing nas cenas de ação – coisa que veríamos nos anos seguintes no seu Star Trek.

O elenco repete a fórmula do segundo filme. Assim como nos outros filmes da série, Tom Cruise assume a responsabilidade de figura central e corre, pula, se pendura, bate, apanha, usa armas e explosivos, faz o diabo. Ving Rhames mais uma vez é o único ator a repetir o papel; mais uma vez o elenco de coadjuvantes é acima da média: Philip Seymour Hoffman, Billy Crudup, Michelle Monaghan, Jonathan Rhys Meyers, Keri Russell, Maggie Q, Simon Pegg e Laurence Fishburne. Nada mal para um terceiro filme de franquia…

Como disse no início, heu tinha implicância com Missão Impossível III, mas revendo, afirmo que a série inteira segura a qualidade e os três filmes são bons (heu prefiro os outros dois, mas isso não significa que este é ruim!).

Agora vou ver o quarto filme que está estreando nos cinemas… Em breve, comento aqui!

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Se você gostou de Missão Impossível III, o Blog do Heu recomenda:
Missão Impossível
Missão Impossível 2
Super 8

Super 8

Crítica – Super 8

1979. Um grupo de crianças, fazendo um filme de zumbis com uma câmera Super 8, testemunha um grande acidente de trem. Mas, quando estranhos eventos começam a acontecer na cidade, eles desconfiam que pode não ter sido exatamente um acidente.

Trata-se do novo e incensado projeto que reune Steven Spielberg (na produção) e JJ Abrams (no roteiro e direção). Vou te falar que heu estava com o pé atrás, primeiro porque há anos que o Spielberg não faz filmes com a qualidade de décadas atrás; segundo, porque sempre achei JJ Abrams superestimado.

Mas não é que desta vez eles acertaram? Super 8 é muito bom!

O grande barato de Super 8 é ser um “filme homenagem” – não só o filme tem cara de “feito nos anos 80”, como fãs de cinema vão se deliciar com inúmeras referências. O grupo de crianças parece uma mistura de Goonies com Conta Comigo, e podemos ver claras citações a E.T., Parque dos Dinossauros, Contatos Imediatos do Terceiro Grau e Guerra dos Mundos, todos do produtor / padrinho Spielberg – a cena das lanternas vindo na direção dos meninos é muito E.T.! (Isso porque não estou citando a semelhança na filosofia de “não mostrar quase nada”, como em Alien – O Oitavo Passageiro…) Isso tudo, aliado a uma boa reconstituição de época, deixa Super 8 com um delicioso ar oitentista!

Já falei aqui, no meu post sobre Cloverfield, do meu pé atrás com JJ Abrams. Felizmente, ele está se redimindo e me provando que tem talento atrás do hype. Antes heu desconfiava, por causa do fraco seriado Alias, do irregular Lost, e do Missão Impossível 3, que apesar de não ser ruim, é mais fraco que os dois primeiros. Mas aí JJ fez um bom trabalho com o Star Trek de 2009, e agora, acertou de novo.

O elenco de garotos desconhecidos funciona muito bem. Tirando Elle Fanning, conhecida por filmes como O Curioso Caso de Benjamin Button e Um Lugar Qualquer (e também por ser irmã de Dakota Fanning), o resto do elenco infanto-juvenil é desconhecido – é o filme de estreia da dupla principal, Joe Lamb (o protagonista) e Riley Griffiths (o cineasta). Guardemos os nomes do jovem elenco, quem sabe daqui a alguns anos eles não se firmarão como estrelas, como aconteceu com Jerry O’Connel, que estreou com Conta Comigo, ou Sean Astin, que teve como primeiro papel nos cinemas o de protagonista de Goonies?

A parte técnica também é muito boa. O filme tem cara de anos 80, mas os efeitos especiais são de primeira linha.

Na minha humilde opinião, o ponto fraco é o fim do filme. Não vou falar pra não entregar spoilers, mas posso dizer que o final quase põe tudo a perder.

Enfim, apesar do fim ter escorregado, Super 8 vale a pena. Nem que seja pra matar as saudades de como era o cinema nos anos 80.

Ah, não vá embora antes dos créditos! Passa o filme de zumbis que eles fizeram, com referências, claro, a George A. Romero…

p.s.: A “onda oitentista” foi tão forte que chegou a ser veiculado pela internet um poster com cara de década de 80. Olha ele aqui, que legal:

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Se você gostou de Super 8, Blog do Heu recomenda:
Paul
Contatos Imediatos do Terceiro Grau
O Último Guerreiro das Estrelas

Star Trek

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Star Trek

Pra quem não sabe, existe uma rivalidade entre os fãs de Star Wars e os de Star Trek. Como nasci em 71, e sempre gostei mais de cinema do que de seriados de tv, acho que isso me coloca no grupo fã de Star Wars… Mesmo assim, nada tenho contra Star Trek!

Esse novo Star Trek era um projeto complicado, envolto num perigoso hype. J.J. Abrams, o homem mais incensado (e super-valorizado) de Hollywood nos úlimos anos, resolveu dirigir a história do início de tudo: como Kirk conheceu Spock e o resto de sua tripulação, e como virou capitão da USS Enterprise.

(Vou explicar o meu pé atrás com relação ao marqueteiro J.J. Abrams. Como diretor, tudo o que ele fez até agora pro cinema é o terceiro Missão Impossível, na minha opinião bem inferior aos dois primeiros (dirigidos por Brian De Palma e John Woo). Ele também é famoso por ter criado as séries Alias (que acho bem fraquinha), LostFringe (que são muito boas, mas deixam tantas pontas soltas que dá medo de nunca explicarem tudo). Além disso, ele usou o seu hype pra vender Cloverfield, que também não foi lá grandes coisas…)

Mas podemos ficar tranquilos. Desta vez J.J. acertou! Não é que o filme é bom?

Tudo o que se espera num filme desses está lá. Batalhas espaciais com efeitos especiais de cair o queixo, num roteiro redondinho que usa tudo o que a gente conhece sobre o universo trekker.

O elenco está afiado. Enquanto Kirk é interpretado pelo quase desconhecido Chris Pine, o emblemático Spock é feito por Zachary Quinto, o Sylar, vilão da série “Heroes”. Aliás, os dois estão muito bem juntos, mostrando a emoção de um versus a lógica do outro. E todo o elenco da série clássica está lá: Karl Urban como McCoy, Zoe Saldana como Uhura, Anton Yelchin como Checov, John Cho (Madrugada Muito Louca) como Sulu e um inspirado (como sempre) Simon Pegg (Um Louco Apaixonado) como Scotty. De quebra, ainda temos o próprio Leonard Nimoy como o Spock velho e a Winona Ryder como sua mãe. E ainda tem um Eric Bana como um vilão romulano…

(Nada contra os romulanos. Mas, na minha opinião pessoal, acho que poderia ser um vilão klingon. Os klingons são mais legais! 😀 )

Ok, existe o problema que assola todo e qualquer prequel: já sabemos que alguns daqueles personagens estarão lá depois, então algumas coisas ficam meio óbvias. Ora, se existe uma missão super perigosa onde temos o Kirk, o Sulu e mais um carinha qualquer, não é difícil prever qual dos três vai se dar mal, né?

Particularmente, não gostei muito das viagens no tempo e realidades paralelas, ficou meio forçado. E o filme ainda tem alguns exageros, típicos de filmes de ação. Tipo, não foi uma certa coincidência o Kirk ter caído acidentalmente naquele planeta, justamente pertinho de dois personagens importantes? Mas nada que atrapalhe o andamento do filme… Relaxe e aproveite a adrenalina!

Enfim, bom programa. E “que a força esteja com vocês”! Ops, não, filme errado! Aqui é “vida longa e próspera”!

Cloverfield – Monstro

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Cloverfield – Monstro

Antes de falar do filme, vou falar um pouco do meu pé atrás com relação a ele.

Em primeiro lugar, acho o JJ Abrams um dos caras mais marqueteiros que já surgiu na história de Hollywood. Tudo o que o cara faz é hype, mas pra mim ele é supervalorizado. Pra mim ainda tem que comer muito arroz com feijão pra conseguir se equiparar aos “grandes”.

Conheço 3 coisas que ele fez:

Alias (série de tv): depois de estar familiarizado com Jack Bauer & cia, achei a série Alias muito, muito ruim. A agente secreta dessa série é muito fraquinha! Vi uns episódios e passei direto.

Missão Impossível 3: é até covardia, né? O primeiro filme é do Brian De Palma; a continuação é do John Woo. O terceiro é dirigido pelo (quem?) JJ (quem?)… Fraaaco…

Lost: tá, a série é boa, muito boa. Reconheço que é uma das melhores coisas na tv hoje em dia. Mas a quantidade pontas soltas e a quase certeza que tenho que nunca vão conseguir explicar tudo me deixa sempre com pé atrás com essa série…

Em segundo lugar, essa idéia Bruxa de Blair já era batida na época do próprio Bruxa de Blair. Em 92, vi um filme belga chamado Aconteceu perto de sua casa, um documentário sobre um assassino profissional – que REALMENTE parece de verdade! Quando, em 99, veio a idéia da Bruxa de Blair, pensei “já vi isso antes…”

Então, quando apareceu a idéia do “novo projeto do JJ Abrams que é uma mistura de Godzilla com Bruxa de Blair“, claro que fiquei com pé atrás…

Mas fui ver. E não é que é interessante?

A idéia todos sabem: um cara está filmando uma festa de despedida de um amigo, e Nova York começa a ser atacada e destruída por um monstro gigantesco. Então, começa a documentar o que está acontecendo.

O interessante aqui é colocar o espectador “dentro” do filme. Não aparece um cientista que explica o que está acontecendo, ou um herói que faz uma armadilha pro monstro, ou outros clichês típicos de filmes assim. Você está lá dentro, e precisa fugir – e nem ao menos sabe do que!

O início é um pouco longo, e a câmera tremida cansa um pouco. E ficamos curiosos com o que aconteceu, porque nada é explicado… Mas vale a experiência!

E tem uma cena que parece uma homenagem ao poster de Fuga de Nova York, de John Carpenter! É que nesse poster, aparece a cabeça da Estátua da Liberdade caída no meio de uma rua. Mas essa cena nunca acontece no filme…

Agora é esperar o marqueteiro fazer a continuação, onde vai explicar qualé a do monstrão…