Crítica – Liga da Justiça
Sinopse (imdb): Alimentado por sua fé restaurada na humanidade e inspirado pelo ato altruísta de Superman, Bruce Wayne convoca a ajuda de sua nova aliada, Diana Prince, para enfrentar um inimigo ainda maior.
Depois de um Batman Vs Superman cheio de problemas e um Esquadrão Suicida que desagradou a todos, a DC acertou com Mulher-Maravilha. A boa notícia é que Liga da Justiça (Justice League, no original), apesar de ter suas falhas, também é um bom filme.
A DC sempre teve os super heróis mais famosos do universo pop. Mas a Marvel soube trabalhar melhor o seu universo cinematográfico, e hoje heu arriscaria dizer que existe um empate técnico entre a popularidade de Batman e Superman contra Homem de Ferro e Capitão América (principalmente para as novas gerações).
Digo isso porque se este Liga da Justiça viesse alguns anos atrás, provavelmente a DC continuaria na frente. Porque o grande problema do filme, na minha humilde opinião, é que hoje estamos acostumados com um nível mais alto. Liga da Justiça não é ruim, mas existe coisa melhor por aí.
Para não ficar para trás, a Warner, estúdio que lança os filmes da DC, parece que cedeu e resolveu usar algumas coisas da “fórmula Marvel”. Claro que isso é uma boa notícia: temos um filme mais colorido e com mais piadas – e com cenas pós créditos! Viva a “marvelização da DC”!
Talvez tenha rolado alguma influência de Joss Whedon (diretor dos dois primeiros Vingadores). A direção estava nas mãos de Zack Snyder, mas ele teve um problema pessoal (sua filha se suicidou) e se afastou do projeto. Sabemos que Whedon terminou as filmagens, mas não sabemos o quanto do filme é de cada um.
O filme tem alguns momentos excelentes, os personagens funcionam bem juntos. A boa trilha sonora de Danny Elfman discretamente cita os temas do Superman (John Williams), da Mulher Maravilha (Hans Zimmer) e do Batman (do próprio Elfman). Outra coisa boa é que os fan services são bem inseridos (diferente, por exemplo, da cena dos parademônios em BvS). Tem uma cena onde o Lanterna Verde é citado, mas não atrapalha quem não conhece o personagem.
O cgi às vezes parece videogame, mas isso infelizmente é algo comum em filmes de ação contemporâneos. Mas acho que o pior problema aqui é o vilão – o Steppenwolf, além de ser feito por um cgi fraco, é um vilão que não ameaça ninguém. Além disso, o roteiro tem algumas escorregadas, como por exemplo o tempo enorme que o filme dedica àquela família russa.
Pequeno spoiler a frente:
SPOILERS!
SPOILERS!
SPOILERS!
Pra mim, é spoiler avisar que o Superman está no filme – ele “morreu” no filme anterior. Mas ele está até em alguns pôsters de divulgação, então nem sei se isso é spoiler.
Enfim, o fim de BvS me incomodou profundamente, com a terrinha flutuando em cima do caixão do Superman, indicando que ele não estava exatamente morto. Mas do jeito que fizeram aqui, seu “ressuscitamento” foi convincente. Não precisava da terrinha flutuando!
FIM DOS SPOILERS!
O elenco é muito bom. Ben Affleck, Henry Cavill e Gal Gadot voltam aos papéis principais. Ezra Miller está ótimo como o Flash, um garoto engraçado e deslumbrado com o que está acontecendo (sem querer comparar, me lembrou o Peter Parker do último Homem Aranha); Jason Momoa e Ray Fisher completam o time principal. Alguns coadjuvantes de BvS e Mulher-Maravilha voltam, como Amy Adams, Diane Lane, Jeremy Irons e Connie Nielsen. J.K. Simmons voltará no filme solo do Batman; Amber Heard, no do Aquaman. Por fim, Ciarán Hinds é um bom ator, mas o seu Steppenwolf é fraco.
É, parece que a DC encontrou um caminho. Torçamos para que continuem.
p.s.1: Os filmes anteriores da Warner / DC não tinham cenas pós créditos. Mas aqui são duas – como é comum nos filmes da Marvel.
p.s.2: Um dos cartazes nacionais resolveu adaptar o cartaz gringo que usa os símbolos de cada herói. O problema é que não tem onde colocar o W da Mulher Maravilha. Ficou muito estranho ver “Você Não Pode Salvar o Wundo Sozinho”. Toda vez que via esse cartaz, em vez de trocar o W por M, trocava o U por A: “Você Não Pode Salvar o Wando Sozinho”… 😛