Escola de Rock

Escola de Rock

Um guitarrista frustrado, demitido de sua banda de rock, acidentalmente vira professor de música para uma turma de crianças numa escola conservadora. Surpreendentemente, as coisas dão certo…

Escola de Rock é um filme leve e divertido, que funciona perfeitamente com a canastrice do careteiro Jack Black. Black é caricato, mas é um cara rock’n’roll. E aqui, como um professor não convencional, esta caricatura deu certo. O resto do elenco ainda conta com Joan Cusack, Sarah Silverman, Adam Pascal e Mike White (que também escreveu o roteiro). Isso sem contar com o bom elenco infantil.

A produção do filme foi muito feliz na escolha do elenco infantil. As crianças realmente tocam os instrumentos! Uma das opções do dvd é ouvir os comentários das crianças. É engraçado ouví-las falando que o Jack Black toca mal!

Tem outra coisa legal nos extras do dvd. Escola de Rock foi dirigido por Richard Linklater, o mesmo de Dazed and Confused (Jovens, Loucos e Rebeldes aqui no Brasil). Dazed and Confused é o nome de uma música do Led Zeppelin, e o grupo na época não autorizou o uso de suas músicas na trilha sonora do filme. Pois bem, agora, Jack Black montou um vídeo com centenas de fãs pedindo para usar The Immigrant Song. A ideia deu certo, o Led Zeppelin autorizou, e o vídeo está nos extras do dvd!

Os mais sérios vão dizer que o filme é bobo. Ok, é meio bobo sim, mas heu achei muito divertido. É como dizem os Rolling Stones: “it’s only rock’n’roll, but I like it!”

Os Homens Que Encaravam Cabras / The Men Who Stare At Goats

Os Homens Que Encaravam Cabras / The Men Who Stare At Goats

Nunca tinha ouvido falar deste filme. Mas, quando vi que o elenco contava com Ewan McGregor, George Clooney, Jeff Bridges e Kevin Spacey, corri para assistir!

A história é meio confusa. Trata de uma divisão secreta do exército americano, que treinava “super soldados”, soldados com poderes paranormais. Um jornalista, frustrado porque foi abandonado pela mulher, vai para o Oriente Médio atrás de alguma noticia de guerra, e acaba conhecendo um dos praticantes desta divisão secreta.

O que é legal neste filme dirigido por Grant Heslov é o elenco, que ainda tem Stephen Lang (Avatar) num papel menor. Clooney e McGregor, os dois nomes principais, estão inspiradíssimos e em ótima sintonia. Spacey tem um papel menor, mas também ótimo. E Bridges está sensacional. Aliás, como sempre.

Jeff Bridges merece um parágrafo à parte. Seu personagem, o general Bill Django, é uma das melhores coisas do filme! Django parece uma versão militar do “Dude” Lebowski, se isso fosse possível. Imagine um militar com cabelos compridos presos numa longa trança, que faz experiências com drogas alucinógenas, e manda os seus soldados dançarem!

Infelizmente, a história não é lá grandes coisas. Os personagens são ótimos, mas o roteiro é fraco, além de confuso. Algumas cenas inclusive são meio sem sentido – toda a sequência com o Robert Patrick, por exemplo. Pena…

Bem, o roteiro traz pelo menos uma “piada interna” genial. Lyn Cassady (Clooney) é um “jedi”, assim mesmo, igualzinho à mitologia de Guerra nas Estrelas. Ele começa a passar os ensinamentos para Bob Wilton (McGregor), que nunca tinha ouvido falar em jedis! Ora, McGregor interpretou o jedi Obi Wan Kenobi em três dos filmes da saga Guerra nas Estrelas!

Procurei pela internet, mas não achei um título em português para The Men Who Stare At Goats. Curioso, porque a data de lançamento por aqui, segundo o imdb, será em 12 de fevereiro!

Encontro de Casais

Encontro de Casais

Um casal em crise descobre um resort numa paradisíaca ilha especializado em tratar casais com problemas. E convencem outros três casais amigos para uma semana lá.

Encontro de Casais (Couples Retreat no original) é um dos filmes mais bestas que heu vi recentemente. Não chega exatamente a ser um filme ruim, mas o problema é que parece que, em vez de vermos uma comédia romântica, estamos diante de um grande comercial sobre um resort em Bora Bora.

Pra começar, é uma comédia, mas quase não rolam piadas engraçadas. É tudo muito sem graça. E, pra piorar, o roteiro é muito mal escrito, os casais não convencem, e todos os conflitos apresentados são resolvidos na hora. Isso sem falar em várias cenas completamente desnecessárias. O “momento guitar hero” foi constrangedor!

Pena, porque o elenco prometia. Os casais principais são de atores conhecidos: Vince Vaughn e Malin Akerman, John Favreau e Kristin Davis, e Jason Bateman e Kristen Bell (o quarto casal é tão forçado que mal aparece no poster, eles inclusive foram cortados do poster britânico do filme, o que gerou críticas racistas). Além deles, ainda temos um desperdiçado Jean Reno, ao lado de Temuera Morrison. Os desconhecidos Carlos Ponce e Peter Serafinowicz têm os melhores papéis, como o recepcionista e o instrutor de yoga.

Aí a gente vê quem escreveu o roteiro e começa a entender o que aconteceu. Vince Vaughn e John Favreau são os roteiristas! Olha, ao que tudo indica, eles resolveram conseguir umas férias legais e ainda ganhar cachê para isso. Escreveram um roteiro meia boca, chamaram amigos para os papéis principais (passeando pelo imdb, vemos que todos já trabalharam juntos antes) e foram todos para um maravilhoso resort em Bora Bora, em praias lindíssimas com o mar azul claro. Posso até estar errado, mas realmente isso é o que passa. Tanto que Favreau desta vez não dirigiu (ele dirigiu os dois Homem de Ferro), afinal, dirigir deve dar trabalho. O diretor foi Peter Billingsley – olha que coincidência, que já atuou em dois filmes dirigidos por Favreau!

O filme é tão desleixado que o nome de Temuera Morrison está escrito errado nos créditos, está como “Temeura”. Mais: o filme é tão desleixado que o cabelo de Malin Akerman no filme é ruivo, mas no cartaz está louro.

Enfim, como propaganda de resort em Bora Bora, funciona muito bem, heu mesmo fiquei com vontade de ir pra lá. Mas, como filme, Encontro de Casais fica devendo…

A Verdade Nua e Crua

A Verdade Nua e Crua

Já falei aqui o que acho sobre comédias românticas, né? São sempre a mesma coisa, com uma ou outra pequena variação. Mas no fim, tudo acaba igual. Bem, o mesmo acontece com este A Verdade Nua e Crua, dirigido por Robert Luketic (Legalmente Loira).

Produtora de TV (Katherine Heigl), bem sucedida profissionalmente, mas que ainda espera a chegada do príncipe encantado, de repente se vê forçada a trabalhar com um sujeito machão com ideias e posturas chauvinistas (Gerard Butler).

Acredito que a “variação do tema” em A Verdade Nua e Crua (The Ugly Thruth no original) é a inclusão do personagem Mike Chadway, o machão que vive repetindo que “homens são sempre iguais”. Aliás, a escolha do ator foi boa: Gerard Butler, o Leonidas de 300, o filme com o maior nível de testosterona dos últimos anos. O personagem é bom – Chadway tinha um programa de tv independente onde promovia as suas teorias politicamente incorretas sobre relacionamentos, e isto traz algumas das melhores piadas do filme.

Mas infelizmente é pouco. A maior parte das piadas é sem graça. E, pra piorar, não senti muita consistência nos conflitos criados pelos personagens principais.

No fim, temos um filme óbvio. Claro que pode divertir casais, mas só aqueles com expectativa baixa.

I Sell The Dead

I Sell The Dead

Prestes a ser levado à guilhotina, um ladrão de túmulos confessa a um padre como entrou no negócio de comércio de cadáveres.

Segundo filme do diretor Glenn McQuaid, I Sell The Dead é um daqueles filminhos despretensiosos e divertidos que não têm muito espaço no circuito. O filme é de 2008, e heu nunca tinha ouvido falar dele! Não sei se existe previsão de lançamento no Brasil. Se for, acredito que só em dvd…

Os dois principais nomes do elenco chamam a atenção: Ron Perlman (o Hellboy!) e Dominic Monaghan (o Charlie de Lost). Aliás, o papel de Perlman é bem menor que o do desconhecido Larry Fessenden, um dos verdadeiros protagonistas (ao lado de Monaghan). E tem um outro nome interessante escondido: Angus Scrimm, o “homem alto” da franquia de “terror esquisito” Fantasma.

A segunda parte de I Sell The Dead é muito divertida, mas não vou falar aqui por causa dos spoilers. Só digo que achei genial a solução encontrada no roteiro para variar o tema “ladrões de túmulos”.

I Sell The Dead não vai mudar a vida de ninguém, mas vale o download!

A Volta dos Mortos Vivos

A Volta dos Mortos Vivos

Logo antes de começar o filme, aparece a seginte mensagem na tela: “The events portrayed in this film are all true. The names are real names of real people and real organizations” (“Os eventos apresentados neste filme são verdadeiros. Os nomes são nomes de pessoas reais e de organizações reais”). Caramba! Será que o filme realmente se baseia em fatos reais?

Claro que não! A Volta dos Mortos Vivos é uma comédia, e das boas. Uma das melhores comédias de humor negro que conheço!

A história é genial: um barril do exército com um morto-vivo dentro é extraviado e vai parar numa pequena loja de materiais para hospitais e universidades. Anos depois, acidentalmente, vaza um gás do barril – um gás que reaviva os mortos. E eles estão ao lado do cemitério…

Já falei que gosto de humor negro, não? Este filme é um bom exemplo. Os zumbis comedores de cérebros aqui não causam medo, como nos filmes do George Romero – eles são motivo para gargalhadas! E olha que precisamos ressaltar que os efeitos especiais, de uma era pré computador, são excelentes! Os zumbis são muito bem feitos, e a maquiagem também é ótima.

O filme, de 1985, foi dirigido por Dan O’Bannon, que infelizmente faleceu mês passado (dezembro de 2009). O’Bannon trabalhou em poucos filmes, mas importantes. Este foi um dos dois únicos filmes que ele dirigiu, mas por outro lado, ele escreveu o roteiro de ótimos filmes, como Alien, Força Sinistra e O Vingador do Futuro, além de ter trabalhado nos efeitos especiais de Guerra nas Estrelas, e de ter co-escrito e estrelado Dark Star, o primeiro filme de John Carpenter. É, o cara era bom!

Sobre o elenco, não tem ninguém famoso, mas ninguém compromete a história. Temos Clu Gulager, James Karen e Don Calfa, entre outros nomes que não chamam a atenção. Só tem um nome que merece um comentário: a scream queen Linnea Quigley (que estrelou “clássicos” como Hollywood Chainsaw Hookers e Sorority Babes in the Slimeball Bowl-O-Rama), que passa boa parte do filme só de meias. E que foi a primeira morta-viva gostosa da história do cinema!

A Volta dos Mortos Vivos nunca foi lançado em dvd por aqui. Comprei uma edição gringa, mas meu dvd player não reconheceu o disco. Pena, porque, entre os extras, existe a opção “legendas em zumbi”. Fiquei curioso para saber do que se trata. Preciso de um dvd player novo!

Existem algumas continuações por aí. Confesso que ouvi falar bem da terceira parte, mas admito que ainda não vi nenhuma delas. Acho que vou procurá-las…

O Primeiro Mentiroso

O Primeiro Mentiroso

Imagine uma sociedade onde não existe a mentira. Todos dizem a verdade – sempre! Interessante, não? Pois este é o mundo onde se passa O Primeiro Mentiroso (The Invention of Lying).

Mark Bellison (Ricky Gervais) é um roteirista de cinema que um dia tem uma ideia genial: mentir! E como ele está num mundo onde TODOS sempre dizem a verdade, ninguém duvida dele…

(Aliás, é bom explicar: como funciona o cinema num lugar onde não existe a ficção? Fácil! São atores lendo livros de história!)

A ideia do filme é muito boa, e gera piadas sensacionais, como as propagandas de coca e pepsi. Mas acho que o diretor / roteirista / protagonista Gervais se perdeu no meio do caminho – de repente, o filme perde a graça.

Acho que poucas vezes foi tão claro ver o momento exato onde o filme se perde. Isso acontece na cena das caixas de pizza. A partir daí, o filme, antes interessante, fica bobo e enfadonho.

Pena, porque o elenco é bem legal. Temos Jennifer Garner, Rob Lowe, Tina Fey, Jonah Hill, Louis C.K., e ainda rolam pontas de Edward Norton (o policial) e Philip Seymour Hoffman (o barmen).

Assim, uma ideia boa foi desperdiçada. O Primeiro Mentiroso termina com piadas sem graça e um final óbvio de comédia romântica. Pena…

Ano Um

Ano Um

Gosto do Jack Black. E admiro o Harold Ramis desde a época dos Caça Fantasmas. Por que não ver um filme estrelado pelo primeiro e dirigido pelo segundo?

Bem, na verdade Ano Um é bem fraco, infelizmente. Acompanhamos Zed (Black) e Oh (Michael Cera, de Juno), que viajam presenciando vários acontecimentos bíblicos.

O filme começa com homens das cavernas, e de repente tudo “evolui” (mais de uma vez), até eles chegarem em Sodoma e Gomorra. A princípio parece estranho, mas isso até que funcionou.

Acho que o problema é outro: a maior parte das piadas é sem graça. O filme é muito bobo!

Pena, porque o elenco é bem legal: além dos citados Black e Cera, temos Oliver Platt, Vinnie Jones, David Cross, Olivia Wilde, Hank Azaria, Christopher Mintz-Plasse (Superbad), e, de quebra, um Paul Rudd não creditado.

Só recomendado para os pouco exigentes.

As Sete Vampiras

As Sete Vampiras

Outro dia falei aqui do filme novo do Ivan Cardoso, “Um Lobisomem na Amazônia“. E ontem descobri que tinha uma sessão de “As Sete Vampiras”, lançado originalmente em 1986, num festival de horror no CCBB. Aproveitei que estou de recesso no trabalho e fui rever o clássico do terrir num cinema!

A história é uma bobagem deliciosa. A trama envolve uma planta carnívora importada da África, vampiros, anos 50 e misteriosos assassinatos em série. E muitos clichês de filmes de terror, aqui nada é para se levar a sério.

Rola MUITA nudez gratuita! Quase todas as atrizes tiram a roupa. Aliás, na época era fácil encontrar quase todas elas nuas nas páginas da revista Playboy. Temos Nicole Puzzi, Lucélia Santos, Simone Carvalho, Susana Matos, Andréa Beltrão, Danielle Daumerie, Dedina Bernardeli, Tania Boscoli, e mais algumas anônimas (seria a Alice de Carli peladona com a toalha numa das primeiras cenas, no vestiário da academia de dança?) – todas elas “generosas” com o público masculino. 😉

(Aliás, falando em nudez gratuita, é irônico ver o Pedro Cardoso bisbilhotando Lucélia Santos nua. E aquele manifesto contra a nudez?)

O resto do elenco ainda conta com um monte de nomes interessantes, como Nuno Leal Maia, Leo Jaime, Wilson Grey, John Herbert, Ivon Cury, Pedro Cardoso, Carlo Mossy e um impagável Colé Santana como o atrapalhado inspetor Pacheco.

Foi muito legal rever o número musical com o Leo Jaime (ainda magro) cantando a música As Sete Vampiras. Não reconheci todos os músicos da banda, mas dá pra ver Sergio Serra, que depois foi para o Ultraje a Rigor, na guitarra. E temos os quatro “miquinhos” do João Penca fazendo uma coreografia gaiata: Selvagem Big Abreu, Bob Gallo, Leandro (na época que encarnava o “guitarrista mascarado”) e Avellar Love.

Outra coisa: para mim, particularmente, este filme marcou muito. Boa parte foi filmada dentro do Hotel Quitandinha, em Petrópolis. Quando heu tinha oito anos de idade, morei por seis meses neste hotel. É muito legal reconhecer as locações!

Este é um dos melhores filmes de “terrir” da história. Ivan Cardoso foi o criador desta palavra, que significaria uma mistura entre comédia e terror. E, claro, muito trash!

Os Delírios de Consumo de Becky Bloom

Os Delírios de Consumo de Becky Bloom

Rebecca Bloomwood é uma jovem jornalista que tem um defeito grave: não consegue viver sem gastar mais do que ganha em futilidades.

Dirigido por P. J. Hogan (das comédias românticas O Casamento de Muriel e O Casamento do Meu Melhor Amigo), Os Delírios de Consumo de Becky Bloom é um filme leve, bobinho, comédia romântica para ver ao lado da namorada. Só isso, está longe de ser um filme bom.

Acho que o pior problema do filme é a sua protagonista. Rebecca é fútil e mentirosa. Ela se mete em um monte de problemas por causa da suposta “doença” citada no título original (Confessions of a Shopaholic), que menciona o tal “vício em comprar”. Aliás, as cenas que mostram um grupo de ajuda no estilo dos Alcoólicos Anônimos, só que para os viciados em comprar, são patéticas e ridículas.

E ainda tem as mentiras. Precisa mentir daquele jeito tão escrachado, principalmente para o chefe e provável futuro par romântico?

Tem outra coisa, mas aí é a minha opinião. Há muito tempo heu não via roupas tão feias! Se bobear, aqui tem mais roupas feias do que em Sex And The City! Taí, em ambos os filmes, o gosto (ou falta de) para roupas é semelhante – as roupas são horrorosas!

Ah, sim, também rola a pervisibilidade. Desde o início já conseguimos antever tudo o que vai acontecer nas próximas cenas. Mas isso já era esperado, pelo menos por mim. Uma comédia romântica sempre será previsível, isso não a torna ruim.

No elenco, todos estão meio caricatos, mas acho que é de propósito. Isla Fisher interpreta o papel título, num elenco que ainda conta com Hugh Dancy, Krysten Ritter, Leslie Bibb, Joan Cusack, John Goodman e Kristin Scott Thomas. E, infelizmente, um John Lithgow completamente desperdiçado…

Enfim, se visto com o cérebro de lado, pode funcionar, pelo menos se você estiver com uma companhia feminina. A minha companhia feminina gostou. 😉