Um Drink No Inferno

Um Drink No Inferno

Revi neste fim de semana o genial Um Drink No Inferno, roteiro do Quentin Tarantino e com Robert Rodriguez na direção. Disse e repito: genial!

Sei que poucas pessoas desconhecem este filme, mas mesmo assim preciso avisar:

SPOILERS ABAIXO!

SPOILERS ABAIXO!

SPOILERS ABAIXO!

SPOILERS ABAIXO!

Heu achava que TODO MUNDO sabia da grande reviravolta que tem no meio do filme, até que descobri que a Garotinha Ruiva não sabia…

Bem, o fato é que são dois filmes em um, o que apenas reafirma a genialidade do projeto.

Dois irmãos, Seth (George Clooney) e Ritchie Gecko (Tarantino), assaltantes de banco, estão em fuga, indo pro México, e matando qualquer um, civil ou policial, que entrar no caminho. Perto da fronteira encontram a família de um ex pastor (Harvey Keitel), e usam como reféns para cruzar a fronteira.

E – de repente – o filme vira um filme de terror trash de vampiros. Mais: um ótimo trash!

Numa entrevista, Rodriguez e Tarantino explicaram: estamos familiarizados com aquele grupo de pessoas, os dois irmãos e a família sequestrada. Eles apenas estão indo pro México, fugindo da polícia. Eles não têm idéia de que aquele lugar é um antro de vampiros! Então, quando os vampiros gritam “dinner time”, aquilo é uma surpresa – para os personagens e também para o público!

Não conheço outra reviravolta mais bem feita na história…

Só pra falar mais uma curiosidade sobre o filme: o motoqueiro Sex Machine é interpretado por Tom Savini, mestre dos efeitos especiais da trupe do George Romero!

Sukiaki Western Django

Sukiaki Western Django

O Festival acabou. Mas na semana seguinte sempre rola uma repescagem, alguns dos filmes que rolaram antes têm novas reprises.

Então resolvi ver Sukiaki Western Django, faroeste japonês com o Quentin Tarantino no elenco. Quando passei os olhos pelos 350 filmes da programação, não reparei nesse…

Claro que a primeira coisa que chama a atenção é a participação do Tarantino no elenco. Mas sabe que isso é o menos importante no filme? Ele faz apenas três cenas, caricatas ao extremo, e por um certo ponto de vista até dispensáveis. Bem, pelo menos estas cenas não atrapalham…

Num Japão com cara de faroeste, uma cidade quase fantasma é dividida por um briga entre duas gangues: os brancos e os vermelhos. Um pistoleiro solitário e extremamente habilidoso aparece e é disputado pelas gangues.

Todos os clichês de filmes de bangue bangue estão presentes. Brigas pelo poder, com muitos tiroteios e muito sangue, mas tudo num clima meio exagerado, meio estilizado. O que torna o filme um belo espetáculo visual.

Só acho que o filme não apresentou nenhuma novidade – no mesmo festival vi um western coreano! Ok, os filmes são diferentes, o japonês é muito menos comercial que o coreano. Mesmo assim, heu esperava algo mais. Além do mais porque o diretor Takashi Miike resolveu usar a “grife Tarantino”…

Mesmo assim, pode ser um belo espetáculo visual!

Rebobine por favor

Rebobine por favor (Be Kind Rewind)

Confesso que não vi esse no cinema. Já tinha lido sobre ele antes, e baixei da internet. Quando vi que ele estava na programação do Festival do Rio, aproveitei pra vê-lo de uma vez, pra falar dele por aqui. Ainda mais quando vemos que é o novo filme de Michel Gondry, que fez o ótimo Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças!

A idéia é muito boa: um acidente apaga todas as fitas de uma velha locadora – provavelmente um dos últimos pontos da cidade que ainda trabalha com VHS. E o funcionário da locadora e seu amigo resolvem refilmar os filmes por conta própria. Criam versões de 20 minutos, com eles mesmos nos papéis principais. E essas versões começam a fazer mais sucesso que as originais…

Sem dúvida, o melhor do filme está nas soluções criativas para estas versões. Eles conseguem refilmar Os Caça-Fantasmas, A Hora do Rush 2, Rei Leão, 2001, MIB, Robocop, entre outros. E todas as soluções criativas para recriar os elementos característicos de cada filme são geniais!

Mas o que o filme tem de melhor acaba atrapalhando. O filme em si não é tão interessante quanto os filminhos recriados. A situação criada posteriormente parece forçada, e a subtrama sobre o pianista nascido na cidade não é tão boa.

O elenco conta com bons nomes, como Mos Def, Danny Glover, Mia Farrow e Sigourney Weaver. Jack Black é que parece um pouco deslocado, parece oscilar entre a seriedade que o filme pede e a caricatura que funciona melhor nos filminhos refilmados. Mesmo assim não chega a incomodar.

Não chega a ser uma obra prima, mas vale o ingresso!

Hell Ride

Hell Ride

Depois de À Prova de Morte, Quentin Tarantino produziu este Hell Ride, sobre gangues de motociclistas.

O filme prometia: produção de Tarantino e nomes como Michael Madsen, Dennis Hopper, David Carradine e Vinnie Jones? São elementos suficientes para um bom filme B na linha “grindhouseana”.

Prometia. Mas o ego do diretor / roteirista / ator principal Larry Bishop não deixou sair da promessa…

O fiapo de história fala da gangue de motociclistas Victors, e seus negócios e rivais. Mas é tudo muito forçado, Larry Bishop tenta copiar o estilo de Tarantino, mas sem o talento deste. Então o que podia ser “cool” fica simplesmente chato – ou mesmo ruim.

Ok, temos violência desnecessária e nudez gratuita, o que, num filme desses, melhora bastante a situação. Mas bem que o formato final podia ser mais bem cuidado…

Tarantino, cuidado com este tipo de discípulo!