Crítica – Os Mercenários 4
Sinopse (imdb): O lendário grupo de mercenários liderado por Barney Ross tem uma nova missão: impedir o início da Terceira Guerra Mundial. Quando as coisas saem do controle, Christmas e os membros da equipe são recrutados para impedir que o pior aconteça.
Quarto filme da franquia Mercenários. Alguém esperava um grande filme?
Gosto do conceito de trazer velhos “action heroes” dos anos 80 e 90 para um filme galhofa. Então vamos a um breve recap dos outros três filmes.
Lançado em 2010, o primeiro Mercenários trazia os “velhos” Sylvester Stallone, Dolph Lundgren, Eric Roberts e Mickey Rourke, auxiliados pelos mais novos Jason Statham, Jet Li, Randy Couture, Steve Austin e Terry Crews. Roteiro? Pra que? A graça era ver o elenco se divertindo. E ainda tinha uma cena com participações especiais de Arnold Schwarzenegger e Bruce Willis!
Lançado dois anos depois, o segundo filme tinha Jean-Claude Van Damme, Chuck Norris e uma participação maior de Schwarzenegger e Willis. E trazia piadas ótimas, com várias referências a outros filmes dos veteranos atores. E em 2014 tivemos o terceiro filme. Se por um lado era mais fraco porque tentava introduzir uma nova geração, por outro lado trazia Antonio Banderas, Wesley Snipes, Harrison Ford e Mel Gibson como vilão.
Agora, quase dez anos depois, temos um quarto filme, com Megan Fox e 50 Cent. Nada contra, mas, não seria mais legal se tivesse Kurt Russell, ou Christophe Lambert, ou Eddie Murphy, Jean Reno, Carl Weathers, Steven Seagal, ou mesmo Sigourney Weaver ou Linda Hamilton (Lucy Lawless foi Xena nos anos 90, será que entra?). Cadê aquela proposta de juntar os velhos? Pra piorar, os velhos que estavam nos outros filmes não estão aqui, só sobrou o Dolph Lundgren – Stallone passa a maior parte do filme fora.
Os filmes da franquia sempre tiveram roteiros fracos, mas o elenco de veteranos compensava. Vou transcrever uma frase que escrevi em 2010, comentando o primeiro filme: “Será que alguém vai ver Os Mercenários por causa da história? Não acredito. O legal aqui é ver o dream team dos filmes de ação!” Desculpa, mas Megan Fox e 50 Cent estão bem longe deste dream team.
Tem outros dois problemas, mas preciso ser justo e reconhecer que são problemas comuns em qualquer filme de ação Hollywoodiano. Um são as sequências de luta. Hollywood filma cenas de ação picotadas, porque normalmente os atores não sabem lutar. E aqui temos dois atores orientais que são muito bons de luta, o Tony Jaa e o Iko Uwais que sabem muito bem fazer cenas de luta. Trazer dois atores deste porte e não mostrá-los lutando do modo certo é um grande desperdício.
Outro problema são os antagonistas. Meia dúzia de mocinhos enfrentam centenas de vilões, e todos são incompetentes. Problema recorrente em Hollywood (inclusive comentei sobre este problema no texto de Mercenários 3). Pra piorar, tem uma longa sequência num navio, e parece que o navio só tinha soldados. Cadê marinheiros, cozinheiros, faxineiros, cadê a tia do café? Era uma boa oportunidade de colocar vilões que não têm intimidade com armas.
Junte a isso uma tela verde bem vagabunda e um roteiro que não deve ter sido revisado antes de filmar – só pra citar uma cena, um momento o vilão está enfrentando o time de mocinhos entrando no barco, e na cena seguinte parece que esqueceu disso e está negociando pelo rádio uma troca de prisioneiros. E nem vou falar das motos, convenientemente estacionadas e equipadas com metralhadoras – por que diabos aquelas motos estariam lá daquele jeito???
Minha expectativa era baixa, porque, como disse no início do texto, é o quarto filme da franquia Mercenários. Mas foi ainda pior. Mercenários virou apenas mais um filme genérico.
Agora parece que a franquia ganhou um novo “dono”, Jason Statham. Mas, sinceramente, prefiro vê-lo em Velozes e Furiosos. Galhofa sim, mas pelo menos os filmes são bem feitos.