Out of Death

Crítica – Out Of Death

Sinopse (imdb): O departamento de um xerife corrupto em uma cidade rural montanhosa é desfeito quando uma testemunha involuntária atrapalha sua operação sombria.

Dirigido por Mike Burns (que tem um currículo razoável no departamento de música de diversos filmes) e roteirizado pelo estreante Bill Lawrence (acho importante guardar esses nomes pra gente evitá-los no futuro), Out Of Death é ruim ruim. Alguns filmes são ruins mas são divertidos, mas não é o caso aqui. O filme já começa errado quando, antes de tudo, já temos uma espécie de trailer com um resumo do que vamos ver.

Out Of Death tem atuações péssimas. Talvez a Jamie King não esteja mal, mas isso não é um destaque – apenas estou dizendo que ela não está tão ruim quanto o resto do elenco. Em terra de cego quem tem um olho é rei, Jamie King se destaca por isso. Mas, já vi centenas de filmes com elenco ruim, isso infelizmente tem muito por aí. Mas… o roteiro é cheio de diálogos péssimos. atuação ruim mais diálogos péssimos, já viu que não vai dar boa coisa.

Mas calma, porque ainda piora. O filme é cheio de cenas que parecem ser feitas pra convencer o espectador a desistir. Tem várias cenas onde personagens tomam decisões burras, como a protagonista que não para de fotografar mesmo depois que o que ela estava fotografando já acabou. Mas, até aí a gente aceita, porque boa parte do que vemos hoje no cinema tem decisões burras de personagens. Então, vou relevar decisões burras, mas não podemos relevar cenas inteiras sem sentido. Um bom exemplo é a cena onde os personagens estão fugindo, mas precisam parar pra conversar e se conhecerem melhor. Não só isso não faz nenhum sentido, como logo depois eles se separam. Pra que??? Ok, provavelmente o orçamento não era suficiente pra ter o Bruce Willis por todo o filme, então o personagem dele tinha que ter uma desculpa para sair de cena. Mas custava pensar em uma ideia menos ruim?

Teve uma cena onde dei uma gargalhada, mas certamente não era o objetivo dos realizadores. Depois de um momento onde o policial demonstra todo o amor e carinho pela companheira que acabou de falecer, ele a larga o corpo no chão, e o corpo sai rolando…

Ah, os efeitos especiais são péssimos.

Não só o filme é ruim como algumas cenas parecem arrastadas. Me pareceu que não tinham material para uma hora e meia, então esticaram algumas cenas pra preencher a metragem necessária. Ou seja, ruim e chato.

Se posso dizer que gostei de alguma coisa, foi da trilha sonora. Era melhor ter lançado o filme no spotify.

Uma Aventura Lego 2

Crítica – Uma Aventura Lego 2

Sinopse (imdb): Já faz cinco anos desde que tudo foi incrível e os cidadãos estão enfrentando uma nova e enorme ameaça: Lego Duplo invade o espaço, destruindo tudo mais rápido do que eles podem reconstruir.

Continuação do ótimo Uma Aventura Lego, este Uma Aventura Lego 2 (The Lego Movie 2: The Second Part, no original) sofre de um problema básico: a gente já sabe o plot twist do final do primeiro filme, e essa ideia não tem como repetir.

Dito isso, posso afirmar: Uma Aventura Lego 2 é tão divertido quanto o primeiro filme!

Vamos por parte – ou por blocos ( 😛 ). O estilo de animação, que simula um stop motion com peças, é repetido aqui. Como falei no texto do outro filme, “Tudo na animação obedece as limitações das peças de plástico duro – diferente de outras animações baseadas em brinquedos“. Com isso, o visual do filme fica muito mais interessante do que qualquer animação tradicional.

O humor também repete o estilo do outro filme. É uma enxurrada de piadas referenciais, dá vontade de rever o filme porque não dá pra pegar todas as piadas. Vou além: são tantas piadas com referências a outros filmes e elementos da cultura pop que me questiono se o público alvo ainda são as crianças (meu filho com 9 anos não entendeu várias das piadas).

Ah, preciso falar da trilha sonora de Mark Mothersbaugh (sim, o cara do Devo). Mais de uma vez ao longo do filme, temos músicas que fazem piadas com metalinguagem. E a música dos créditos – que fala sobre os créditos – é uma piada genial.

Diretores do primeiro filme, Phil Lord e Christopher Miller aqui estão só no roteiro. A direção ficou com Mike Mitchell (Trolls), que segurou bem a onda. O elenco original continua cheio de gente legal (Chris Pratt, Elizabeth Banks, Will Arnett, Alison Brie, Charlie Day, Maya Rudolph, Will Ferrell, Channing Tatum, Jonah Hill, Jason Momoa, Cobie Smulders, Ralph Fiennes, Bruce Willis), mas aqui só dublado – pelo menos a dublagem é muito bem feita.

Claro, alguns vão reclamar que o segundo filme é uma repetição do primeiro. Mas, na minha humilde opinião, quando o primeiro é muito bom e o segundo mantém o nível, isso é motivo para ir feliz ao cinema.

Vidro

Crítica – Vidro

Sinopse (imdb): O segurança David Dunn usa suas habilidades sobrenaturais para rastrear Kevin Wendell Crumb, um homem perturbado que tem vinte e quatro personalidades.

Já falei aqui sobre a carreira do M. Night Shyamalan. Depois de um início sensacional, foi ladeira abaixo até A Visita (seu nono filme) começar uma curva ascendente, que culminou no bom Fragmentado – que terminou com uma cena que o ligava a Corpo Fechado, segundo filme do diretor. Agora é o momento de ver como ficou essa conexão entre os dois filmes aparentemente independentes entre si.

(Todos se perguntam se Shyamalan teve a ideia de fazer uma trilogia lá atrás, quando fez Corpo Fechado. Heu acredito que não, que a ideia só deve ter surgido junto com Fragmentado – quando fez Dama na Água ele tinha moral para um grande orçamento, era melhor ter feito àquela época, quando o Bruce Willis estava mais novo).

O melhor de Vidro (Glass, no original) é como foi feita a união desses dois filmes. Não me lembro de outro caso assim, onde um filme é revisitado quase vinte anos depois, e é ligado a outro filme que não teria nada a ver – com o detalhe de manter o diretor e roteirista, além de todo o elenco (não só temos o trio principal Bruce Willis, Samuel L. Jackson e James McAvoy, como Spencer Treat Clark repete o papel de filho do Bruce Willis e Charlayne Woodard volta como a mãe do Samuel L. Jackson, papeis que eles fizeram em Corpo Fechado). E, vendo Vidro, a gente realmente acredita que os três filmes são uma coisa só. Palmas para o Shyamalan.

Se por um lado a junção dos dois filmes ficou boa, por outro lado Shyamalan perdeu a mão no ritmo do filme. Sim, ele continua sabendo conduzir sua câmera, e a boa trilha sonora ajuda. Mas em alguns momentos Vidro fica chato, com muita enrolação, principalmente na parte do hospital. Talvez pudesse ser um filme mais curto – são duas horas e nove minutos!

Outra coisa que não funcionou é que este era pra ser o filme do Mr. Glass (já que o primeiro foi do David Dunn e o segundo, do Kevin). Ele inclusive ganha o nome do filme. Mas sua participação é discreta, ele passa mais da metade do filme olhando pro nada. (Além disso, fiquei me perguntando por que a personagem da Sarah Paulson o colocou junto com os outros dois, inteligência não é exatamente um super poder).

Sobre o elenco, James McAvoy novamente dá um show. Sim, é a repetição do papel que ele já tinha feito em Fragmentado, mas aqui ele vai além, e conhecemos outras das suas personalidades. E McAvoy realmente convence quando muda de “personagem” – em uma das cenas, a câmera está dando voltas num quarto, enquanto personalidades entram e saem. Impressionante! Por outro lado, Anya Taylor-Joy não acrescenta nada com a volta do seu papel.

Vidro não vai agradar a todos, principalmente quem for ao cinema pra ver um filme de super heróis. Mas os fãs do diretor vão curtir.

p.s.: Vidro funciona muito melhor se você se lembra do que acontece em Corpo Fechado e Fragmentado. Não há explicações, quem não viu ou não se lembra talvez se sinta perdido em algumas situações.

Desejo de Matar (2018)

Desejo de MatarCrítica – Desejo de Matar (2018)

Sinopse (imdb): Dr. Paul Kersey é um cirurgião experiente, um homem que passou sua vida salvando vidas. Depois de um ataque à sua família, Paul embarca em sua própria missão por justiça.

Uma das mais famosas franquias de vingança da história do cinema é Desejo de Matar original, que teve cinco filmes entre 1974 e 94, todos estrelados por Charles Bronson. Mas seu conceito básico perde força nos atuais dias politicamente corretos, com a grande discussão sobre os direitos humanos.

Mesmo sabendo que provavelmente a ideia não ia funcionar, heu tinha uma boa expectativa pelo filme, pelo trio ator (Bruce Willis) / roteirista (Joe Carnaham) / diretor (Eli Roth). Bruce Willis é Bruce Willis, não precisa de apresentação. Joe Carnaham escreveu e dirigiu a versão para cinema de Esquadrão Classe A. E Eli Roth ficou famoso com O Albergue, e também dirigiu Cabin Fever, Bata Antes de Entrar e Canibais. Taí, quero ver um projeto reunindo estes três nomes.

A premissa abria espaço para a discussão sobre prós e contras do vigilantismo e do controle de armas, mas o filme não se aprofunda nisso. Temos algumas coisas interessantes, como a visita à loja de armas, ou o protagonista aprender a usar armas através de vídeos no youtube, e também acompanhamos trechos de debates em rádios. Mas o filme não vai por esse caminho. Desejo de Matar só funciona se for encarado como “apenas mais um filme de ação”.

(Pelo menos uma cena é bem legal: quando a tela é dividida e, ao som de AC/DC, o protagonista aprende a usar armas enquanto trabalha como médico.)

No elenco, além de Bruce Willis, Desejo de Matar conta com Vincent D’Onofrio, Elizabeth Shue, Camila Morrone, Dean Norris e Kimberly Elise. Ah, e Desejo de Matar não é terror, mas, tendo Eli Roth na direção, o filme tem espaço pra um pouco de gore.

Enfim, como disse lá em cima, apenas mais um filme de ação genérico.

p.s.: Por uma coincidência dos títulos brasileiros, vai ter gente confundindo as franquias, e vai achar que este é um novo Duro de Matar…

Loucos e Perigosos / Once Upon a Time in Venice

Once upon a time in veniceCrítica – Loucos e Perigosos / Once Upon a Time in Venice

Um detetive veterano de Los Angeles busca a implacável gangue que roubou seu cachorro.

Outro dia vi no filmeb que este filme estava pra estrear. Claro que um filme com Bruce Willis, John Goodman, Jason Momoa e Famke Janssen entra no radar, né? Mas a estreia foi adiada, e agora está sem previsão de entrar em cartaz. Então vamos logo ao texto?

Depois de ver o filme, entendi por que está sendo adiado indefinidamente. Once Upon a Time in Venice (que, segundo o imdb, vai se chamar Loucos e Perigosos aqui no Brasil) é uma grande decepção – principalmente se a gente lê a lista de nomes no elenco.

Dirigido por Mark Cullen, Once Upon a Time in Venice tem cara daquelas comédias meio sem graça que, na época das videolocadoras, serviam pra encher os catálogos como “filmes de apoio” – filmes com menos “star power”, que eram vendidos ao lado dos grandes lançamentos. Ou seja, um filme dispensável.

A edição e a trilha sonora ainda tentam criar um ar “cool”, mas tudo é tão bobo que o filme não decola nunca. Além de muitas piadas sem graça, são várias situações forçadas e sem sentido – tipo, se o amigo tem dinheiro pra pagar o empréstimo feito com o agiota russo, por que não pedir antes a ele no lugar do agiota? E, na boa, o Bruce Willis pelado andando de skate não ficou engraçado, ficou constrangedor.

O filme é tão esquisito que o personagem principal era pra ser o do Bruce Willis, mas o filme tem uma narração em off feita pelo desconhecido Thomas Middleditch (o nome do cara é o oitavo na página do filme no imdb!).

Sobre o elenco: se Bruce Willis parece estar no piloto automático, pelo menos John Goodman está bem, quase faz o filme valer a pena (heu disse “quase”!). Jason Momoa até está engraçado, mas aparece pouco; Famke Janssen tem um papel minúsculo. Ainda no elenco, Jessica Gomes, Adam Goldberg e Emily Robinson, além do já citado Middleditch.

O final do filme tem um gancho pra continuação, que espero que não venha.

Terminado o filme, fico com a impressão de que Loucos e Perigosos não vai chegar nunca aos cinemas. Mas daqui a pouco deve aparecer nos Telecines da vida.

Sin City 2 – A Dama Fatal

0-Sin City-posterCrítica – Sin City 2 – A Dama Fatal

Nove anos depois, a continuação de Sin City – A Cidade do Pecado!

Misturando duas histórias clássicas da graphic novel de Frank Miller com tramas inéditas, vemos os cidadãos mais durões encontrando alguns dos mais famosos habitantes de Sin City.

O primeiro Sin City foi uma revolução nas telas dos cinemas. Nunca antes na história do cinema tivemos uma adaptação tão perfeita de uma graphic novel. Às vezes, parecia que era a câmera passeando pelas páginas da revista! Agora não é mais novidade, o espectador já sabe o estilo de filme que vai encontrar. Se não existe mais o impacto, pelo menos a qualidade foi mantida.

Mais uma vez, temos uma graphic novel na tela. É injusto falar de “adaptação”, quando a fotografia do filme emula as páginas da graphic novel. Assim como no primeiro filme, a cor do filme chama a atenção, preto e branco com alguns detalhes coloridos, mas sempre com cores fortes – o preto é preto mesmo, são poucos tons de cinza. O 3D não é essencial, mas ajuda na visualização das “páginas”.

A parceria na direção, presente no primeiro filme, se repete aqui. Sin City 2 – A Dama Fatal é assinado pelo diretor Robert Rodriguez e pelo autor da HQ, o próprio Frank Miller. Miller não tem muita intimidade com a sétima arte, depois de Sin City ele se arriscou sozinho na cadeira de diretor e fracassou com The Spirit. Ou seja, provavelmene Rodriguez dirigiu e Miller ficou só por perto. Mas não critico a opção de Rodriguez. Sin City 2 continua sendo um filme com a sua cara, e ele ainda teve um guru ao lado para dar os palpites certos.

Como de habitual, o workaholic Rodriguez trabalhou muito. Além de dirigir, produzir e editar, ele foi o responsável pela fotografia e pela excelente trilha sonora, dois dos destaques do filme.

Assim como no filme de 2005, Sin City 2 – A Dama Fatal conta com um bom elenco. E o nome a ser citado aqui é Eva Green, linda linda linda, e que cria uma das melhores femme fatales do cinema recente. Clive Owen foi substituído por Josh Brolin, que ficou bem no papel de Dwight. Mickey Rourke, Rosario Dawson, Jessica Alba, Powers Boothe, Bruce Willis e Jaime King estão de volta aos seus papeis. Dennis Haysbert ficou com o papel do falecido Michael Clarke Duncan; Joseph Gordon-Levitt tem um papelo importante escrito para o filme (não está nos quadrinhos). Ainda no elenco, Ray Liotta, Juno Temple, Jamie Chung, Marton Csokas e uma ponta de Christopher Lloyd- além de um cameo da cantora Lady Gaga.

Claro, este estilo não é para todos. Alguns vão achar tudo caricato demais, todos os personagens homens são durões e quase todas as mulheres são fatais, todas as cenas têm narrações em off, tudo é estilizado demais. Mas quem entrar na onda vai curtir a viagem.

Pena que a bilheteria lá fora foi mal. Não devemos ter um Sin City 3

O Sexto Sentido

Crítica – O Sexto Sentido

Hora de rever O Sexto Sentido!

Um garoto que se comunica com espíritos que nem sempre sabem que estão morto é ajudado por um psicólogo infantil.

Todo mundo já viu O Sexto Sentido (The Sixth Sense, no original), não? Bem, se você não viu, faça um favor a você mesmo e veja. E tome cuidado para não ler nada sobre o fim, um dos finais mais surpreendentes da história do cinema.

A boa notícia: O Sexto Sentido continua bom mesmo visto hoje, 14 anos depois (o filme é de 1999). Hoje a gente conhece a carreira do diretor e roteirista M. Night Shyamalan e fica com os dois pés atrás com cada um de seus novos filmes. Mas, mesmo conhecendo sua reputação, seu primeiro filme ainda é um filmaço.

Shyamalan teve problemas na produção de seu filme. O estúdio Buena Vista, da Disney, não queria liberar uma grande produção nas mãos de um diretor e roteirista estreante. Mas no fim, felizmente, o resultado ficou excelente, a história do menino que vê gente morta é muito bem contada. Shyamalan consegue criar o clima perfeito de tensão que o filme pede.

O elenco ajuda. Haley Joel Osment (que, diz a lenda, não passou no teste para ser o novo Anakin no Star Wars ep 1 lançado no mesmo ano) mostra impressionante maturidade ao liderar o elenco de gente mais velha e mais experiente. Bruce Willis também está muito bem, assim como Toni Collette. Ainda no elenco, Olivia Williams e Donnie Wahlberg. Ah, curiosidade: sabe a menininha envenenada? É a Mischa Barton, que cresceu e ficou famosa com a série The O.C.

Pra quem não acompanha bastidores, a carreira de Shyamalan é curiosa. Este seu primeiro filme é realmente muito bom, mas depois foi ladeira abaixo. Depois de O Sexto Sentido, veio Corpo Fechado, bom filme, mas parecido demais com o primeiro. Depois veio Sinais, que começa bem, mas termina mal, muito mal. Aí veio A Vila, ideia interessante, mas que não sustenta um longa, seria um bom episódio de uma série tipo Twilight ZoneDama na Água veio em seguida, e é ruim, ruim, ruim – se fosse despretensioso, seria um bom trash. Pouco depois, veio Fim dos Tempos, que é tão ruim, mas tão ruim, que talvez seja pior que Dama na Água. O Último Mestre do Ar, sua primeira adaptação, também falhou. Depois da Terra, seu último filme, é menos ruim que os três anteriores, mas está bem abaixo do seu debut. É, hoje, 15 anos depois, acho que a gente já pode afirmar que O Sexto Sentido foi o “ponto fora da curva”.

Última curiosidade: catando no google, achei uma crítica da época do lançamento, que citava alguns nomes promissores. Além de Shyamalan, falava dos irmãos Wachovski, que no mesmo ano fizeram o excelente Matrix – e que também nunca mais acertaram depois. É, o tempo ensina muita coisa pra gente…

Red 2: Aposentados e Ainda Mais Perigosos

Crítica – Red 2: Aposentados e Ainda Mais Perigosos

A continuação do divertido Red!

Frank Moses (Bruce Willis), agente aposentado da CIA, reúne novamente seu improvável time de agentes veteranos para procurar um dispositivo nuclear portátil escondido.

O grande barato de Red era ver um elenco de veteranos em cenas de ação. Parecia uma versão “adulta” de Os Mercenários – se aquele contava com os “velhinhos” Sylvester Stallone, Dolph Lundgren, Mickey Rourke e Eric Roberts, este tinha Helen Mirren, John Malkovich, Brian Cox e Morgan Freeman, um elenco sem dúvidas superior. E o resultado ficou excelente, chegou a figurar na minha lista de melhores do ano.

Mas… Será que existe fôlego para uma continuação com o mesmo pique? Infelizmente, não.

Assim como aconteceu com Mercenários 2, Red 2 ganhou alguns reforços interessantes no elenco. Morgan Freeman não está na continuação, mas por outro lado temos Anthony Hopkins, Catherine Zeta-Jones, David Thewlis e o coreano Byung-hun Lee (GI Joe) como o “garoto” da turma (ele já tem 43 anos…).

Mas o roteiro deste novo filme não ajuda. Não conheço os quadrinhos que deram origem ao filme, não sei se esta trama estava nos quadrinhos ou se foram só os personagens. Mas o roteiro aqui não só tem furos e sérios problemas de ritmo como ainda exige uma suspensão de descrença acima do normal.

Pra piorar, alguns atores estão mal aproveitados. John Malkovich, que era uma das melhores coisas do primeiro filme, aqui está mais comportado. Helen Mirren aparece pouco; Brian Cox quase não aparece…

Talvez um dos problemas seja a troca de diretor. Sai Robert Schwentke, que este ano fez o divertido RIPD; entra Dean Parisot, com extenso currículo na tv mas pouca coisa no cinema.

Assim, temos um filme divertido, mas só isso. E sentimos que havia potencial pra mais, muito mais…

E já foi anunciado um terceiro filme. Será que precisava?

p.s.: Só pra concluir a comparação com o outro filme de ação com veteranos: o primeiro Red foi melhor que o primeiro Os Mercenários. Mas esta continuação ficou abaixo daquela. E o terceiro Mercenários promete ser muito melhor que o terceiro Red

G.I. Joe: Retaliação

Crítica – G.I. Joe: Retaliação

Acusado de traição, o esquadrão G.I. Joe é exterminado por ordem do presidente dos EUA. Os poucos sobreviventes agora precisam provar que são inocentes, enquanto brigam com seus rivais Zartan e Cobra.

Gostei muito do primeiro G.I. Joe, lançado quatro anos atrás. Gostei do bom equilíbrio entre a ação desenfreada, os gadgets tecnológicos “impossíveis” e o humor leve. Mas, lendo por aí, acho que fui um dos poucos, muita gente odiou, e isso gerou um certo prejuízo nas bilheterias.

Como o resultado não agradou os executivos do estúdio, resolveram fazer uma espécie de reboot. Quase todo o elenco foi trocado, e deixaram o humor e os gadgets de lado, fazendo uma onda mais “pé no chão”. Grande erro, na minha humilde opinião. Alguma coisa se salva, como por exemplo a cena dos espadachins pendurados em cordas. Mas, no geral, G.I. Joe: Retaliação virou um filme bobo e sem graça, que perde na comparação com tantos outros bons filmes de ação semelhantes.

Se o diretor do primeiro filme, Stephen Sommers, já não tinha um currículo lá grandes coisas, o que dizer de Jon M.Chu, o diretor desta continuação? O cara só tinha filmes musicais de gosto duvidoso no currículo, como Se Ela Dança Eu Danço 2 e 3, e o documentário do Justin Bieber, Never Say Never. Não dá pra esperar muito de um cara desses, né?

O roteiro tem alguns furos bizarros, tipo uma das cidades mais importantes do mundo ser destruída e os governantes deixarem isso de lado, ou o sistema rápido de autodestruição de satélites. Acho que os executivos hollywoodianos acharam que um bom roteiro não era tão importante pra este reboot. O lançamento foi adiado por quase um ano para transformarem o filme em 3D (ingressos mais caros…). Pelo visto, 3D vale o investimento, mas roteiro não vale.

Sobre o elenco, a única boa notícia é que Marlon Wayans não está de volta. O seu personagem era a única peça destoante do bom conjunto do primeiro filme. Por outro lado, não termos Sienna Miller e Rachel Nichols é uma grande perda. Adrianne Palicki é bonitinha e simpática, mas está bem abaixo das duas do primeiro filme… Chaning Tatum tem hoje mais star power do que em 2009, então em vez de ter seu personagem sumariamente eliminado, ele aparece aqui num papel pequeno. Outros nomes que voltam do primeiro filme são Byung-hun Lee e Ray Park. Mas não são nomes famosos – Lee é muito pouco conhecido por estas bandas; já Park tem um currículo maior, mas por papeis onde não mostra o rosto (Darth Maul em Star Wars ep I, o cavaleiro sem cabeça em A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça, Groxo em X-Men 2). O único do filme anterior que está bem aqui é Jonathan Pryce, que repete o papel do presidente, mas desta vez com um novo status de seu personagem que permite ao ator se soltar muito mais.

As boas novidades do elenco são Dwayne “The Rock” Johnson e Bruce Willis. Ambos têm grande carisma e funcionam muito bem, mesmo em papeis repetem o que fazem sempre. O conjunto do elenco do primeiro filme é melhor, mas está dupla garante o interesse aqui. Ainda no elenco, Ray Stevenson, Elodie Yung, D.J. Cotrona, além da já citada Adrianne Palicki.

(Arnold Vosloo aparece muito rapidamente, acho que só pra justificar o nome mais ou menos famoso; Joseph Gordon-Levitt não está no filme, mas ele realmente não precisava aparecer, seu personagem do primeiro filme nem mostra o rosto).

Parece que os executivos gostaram mais do resultado deste segundo filme. Pena, significa que teremos m breve um terceiro filme mais parecido com este do que com o primeiro. E quem for atento, pode até imaginar qual será o terceiro filme, já que teve mocinho que morreu mas ninguém confirmou se morreu mesmo, e teve vilão que foi deixado de lado…

O Dobro Ou Nada

Crítica – O Dobro Ou Nada

Filme novo do Stephen Frears, estrelado por Bruce Willis, Rebeca Hall e Catherine Zeta-Jones? Pode ser legal.

Beth trabalha como stripper, mas ao ter contato com um cliente perigoso, resolve ir para Las Vegas. Lá, começa a trabalhar com apostas, na empresa Dink Inc. Boa com números, tem problemas ao se apaixonar pelo patrão.

Pode ser legal? Podia, mas não é. O Dobro Ou Nada (Lay the Favorite, no original) é uma grande decepção. O filme é sem graça e não leva a lugar algum. Mas o pior é a grande quantidade de personagens mal construídos.

Os personagens são péssimos! Beth, a protagonista, interpretada por Rebecca Hall, passa o filme inteiro andando de shortinho e enrolando o cacho do cabelo, como se fosse uma adolescente, algo incoerente com sua postura profissional. Tulip, a personagem de Catherine Zeta-Jones, primeiro posa de esposa ciumenta, pra depois ficar amiguinha da mulher que tentou seu marido. Vince Vaughn nem é uma das piores coisas aqui, mas o seu exagerado Rosie chega a irritar, sorte que pouco aparece. Joshua Jackson parece perdido com o seu sub aproveitado Jeremy. Acho que o único que se salva é Bruce Willis, seu Dink não é um grande personagem, mas pelo menos não está mal.

E o pior de tudo é constatar que o roteirista é D.V. DeVincentis, o mesmo do excelente Alta Fidelidade, também dirigido por Frears. Ambos os roteiros são baseados em livros, desconfio que um dos livros deve ser bem melhor que o outro…

Enfim, desnecessário…