Oito Mulheres e um Segredo

Oito Mulheres e um SegredoCrítica – Oito Mulheres e um Segredo

Sinopse (imdb): Debbie Ocean reúne uma equipe exclusivamente feminina para tentar um assalto impossível no Met Gala anual de Nova York.

Se a gente olhar o panorama do cinema de hoje em dia, duas coisas muito comuns são mulheres no comando e ideias recicladas. Por que não juntar as duas coisas?

Oito Mulheres e um Segredo (Ocean’s Eight, no original) é um spin off da trilogia Onze Homens e um Segredo / Doze Homens e Outro Segredo / Treze Homens e um Novo Segredo (não custa lembrar, o primeiro já era uma refilmagem do filme homônimo de 1960). Os três foram dirigidos por Steven Soderbergh, que aqui fica só na produção; Gary Ross (Jogos Vorazes) assume a cadeira de diretor e faz um bom trabalho emulando o clima da franquia.

Uma das características da franquia era o grande star power do elenco – não é qualquer filme que reune George Clooney, Brad Pitt, Matt Damon e Julia Roberts. Essa característica continua presente – um dos trunfos do filme é contar com o talento e o carisma de Sandra Bullock, Cate Blanchet, Anne Hathaway e Helena Bonham Carter. O elenco ainda conta com Rihanna, Sarah Paulson, Mindy Kaling, Awkwafina, James Corden e Richard Armitage, além de pontas de Elliot Gould (pra “validar a franquia”), Dakota Fanning e Griffin Dunne, além de algumas celebridades interpretando elas mesmas no baile, como Katie Holmes e Heidi Klum.

O filme segue num ritmo ágil, embalado por uma ótima trilha sonora. Tudo é tão leve e divertido que a gente até releva os vários furos no roteiro. Sim, Oito Mulheres e um Segredo é daqueles filmes que a gente só se diverte se não levar a sério.

A história fecha no fim, mas não vai ser surpresa para ninguém se em breve tivermos uma continuação. Assim como não será surpresa se misturarem este elenco com atores da trilogia original.

p.s.: Só heu acho que o nome do filme é um spoiler?

Depois de Horas

Depois de horasCrítica – Depois de Horas

Vamos de Martin Scorsese dos anos 80?

Um homem comum tem a pior noite da sua vida quando resolve ir até o Soho atrás de uma garota que ele conheceu mais cedo num café.

Depois de Horas (After Hours, no original) é – injustamente – considerado um filme “menor” do Martin Scorsese. Tá, estamos falando do diretor de Taxi Driver, Touro Indomável, Os Bons Companheiros, Cassino, A Ilha do Medo, Hugo Cabret, O Lobo de Wall Street – o currículo do cara é impressionante. Mas acho errado usar o termo “menor”. Talvez seja melhor usar “diferente”.

Porque Depois de Horas não se propõe a ser um grande clássico do cinema, apenas um pesadelo kafkiano bem filmado – diga-se passagem, muito bem filmado. O personagem de Griffin Dunne se mete numa fábula ao inverso, e a roubada aumenta a cada passo que ele dá. O roteiro, escrito por Joseph Minion, é genial e sádico, ao mostrar como nada é tão ruim que não possa piorar.

Ah, e sobre ser “menor” (sempre usando aspas, porque não concordo com o termo): Scorsese ganhou prêmio de melhor diretor em Cannes, Griffin Dunne foi indicado ao Globo de Ouro de melhor ator e Rosanna Arquette, ao Bafta de melhor atriz coadjuvante. Nada mal, não?

O elenco é ótimo. Segundo o imdb, Scorsese pediu a Dunne que restringisse o sono e sexo, pra ajudar na paranoia de seu personagem. Acompanham o pesadelo de Dunne Rosanna Arquette, Teri Garr, Linda Fiorentino, Verna Bloom, Catherine O’Hara, Dick Miller, Will Patton, John Heard, Cheech Marin e Thomas Chong. Ah, o cara com o refletor no clube é o próprio diretor Scorsese.

Recomendado àqueles que curtem humor negro!

Clube de Compras Dallas

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Crítica – Clube de Compras Dallas

O filme que deu o Oscar a Matthew McConaughey!

Dallas, 1985. O eletricista texano Ron Woodroof é diagnosticado com AIDS e logo começa uma batalha contra a indústria farmacêutica, que passa por uma fase de testes atrás de algum remédio eficiente. Procurando tratamentos alternativos, ele passa a contrabandear drogas ilegais do México, e acaba criando um grande grupo de consumidores de remédios não aprovados pelo FDA: o Clube de Compras Dallas.

Dirigido pelo pouco conhecido Jean-Marc Vallée, Clube de Compras Dallas (Dallas Buyers Club, no orginal) concorreu a seis Oscars em 2014 – inclusive melhor filme – mas achei um certo exagero. Não se trata de um filme ruim, longe disso, mas também não tem nada demais. É apenas um filme “correto”.

Ah, mas ganhou Oscars de melhor ator e ator coadjuvante! Verdade. Concordo em “gelo no mingau” com Jared Leto como ator coadjuvante. Mas será que Matthew McConaughey merecia? Ele está bem, mas não achei uma interpretação tão impressionante (diferente da Cate Blanchet em Blue Jasmine, onde realmente arrebenta).

O lance é que a Academia gosta de premiar atores que perdem ou ganham muito peso por um papel. Foi assim com Christian Bale em O Vencedor, Anne Hathaway em Os Miseráveis e Charlize Theron em Monster. E McConaughey perdeu 17 kg para interpretar Ron Woodroof! Só que, diferente do Robert de Niro (que engorda ao longo de Touro Indomável) e do Tom Hanks (que emagrece ao longo de Filadelfia), McConaughey emagreceu antes do filme. Quem não conhecia o ator vai achar que ele já era magro…

Ainda no elenco, precisamos falar de Griffin Dunne, irreconhecível como o médico no México. E Jennifer Garner faz o principal papel feminino.

Bem, fora os atores magros, Clube de Compras Dallas não tem muitos atrativos. A história é interessante, mas tudo é mostrado de modo muito convencional. O que salva é a gente saber que é baseado em uma história real, e que existiu um Ron de verdade, que comprou a briga e revolucionou o tratamento da aids.

Interessante. Mas nada essencial. A não ser para fãs do Matthew McConaughey e do Jared Leto.

Um Lobisomem Americano Em Londres

LobisomemAmericanoEmLondresCrítica – Um Lobisomem Americano em Londres

Hora de rever o clássico!

Dois mochileiros, viajando pelo norte da Inglaterra, são atacados por um lobisomem. Um morre, o outro fica gravemente ferido. O povoado local se recusa a reconhecer a existência de algo estranho.

Diferente de vampiros e zumbis, temos poucos filmes de lobisomem por aí. Um Lobisomem Americano em Londres, lançado em 1981, ainda é um dos melhores do gênero.

Escrito e dirigido por John Landis, Um Lobisomem Americano em Londres traz um bom equilíbrio entre a tensão e o humor – humor negro, claro. Landis transitava bem entre a comédia e o terror – ele também fez Os Irmãos Cara de Pau, No Limite da Realidade, Trocando as Bolas e Inocente Mordida, dentre vários outros. Não sei se por opção estilística ou por falta de grana, Landis usou o recurso de mostrar pouco a criatura. Independente da razão, gostei. A perseguição no metrô com a câmera subjetiva ficou muito boa.

Uma das melhores coisas do filme é a maquiagem feita por Rick Baker. A transformação em lobisomem, toda usando truques de maquiagem (não existia cgi na época!), impressiona até hoje. E os “mortos” que conversam com David são muito bem feitos. Não à toa, ganhou o Oscar de maquiagem de 82.

(Aliás, uma curiosidade: em 83, Michael Jackson, quando resolveu fazer o videoclipe da música título de seu Lp mais famoso, Thriller, chamou Landis para dirigir o filme e Baker para fazer a maquiagem da sua transformação. Nada mal, hein?)

O papel principal ficou com David Naughton, não me lembro dele em nenhum outro filme. Diferente do coadjuvante, Griffin Dune, que fez um monte de coisas nos anos 80 (Depois de Horas, As Amazonas na Lua (outra vez dirigido por John Landis), Imensidão Azul, Quem É Essa Garota). Jenny Agutter é a mesma de Fuga do Século 23 (Logan’s Run), de 1976. Frank Oz aparece em uma cena.

O fim do filme é meio besta, mas não sei se teriam como terminar diferente. Em 1997 rolou uma continuação, Um Lobisomem Americano em Paris, mas é um filme muito inferior, só vale pela nudez da Julie Delpy.

Por fim, olhem que curioso: achei no google uma imagem do poster original. Tosco, não?

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