O Urso do Pó Branco

Crítica – O Urso do Pó Branco

Sinopse (Filme B): A história real sobre a queda do avião de um traficante de drogas, que estava carregado com um lote de cocaína que acabou sendo consumido por um urso de mais de 220kg. Após consumir a droga, o animal parte para a violência, com uma fúria movida a coca, em busca por novas presas e sede de sangue. Em paralelo, um grupo excêntrico de policiais, criminosos, turistas e adolescentes, estão a caminho ou já no território de uma floresta da Georgia.

Antes de tudo, um breve esclarecimento. O filme se diz “inspirado numa história real”, mas a história real é bem diferente. Em 1985, um traficante jogou vários pacotes de cocaína de um avião e depois pulou de paraquedas com 36 kg presos no seu corpo. O paraquedas não funcionou direito, provavelmente por causa do peso extra, e o traficante morreu. 40 kg da droga caíram numa floresta, e um urso comeu, e morreu logo depois de overdose. Ou seja, a história do urso com cocaína é até real, mas ele não matou ninguém! Fora o traficante e o urso, não houve nenhuma outra casualidade neste evento. Mesmo assim, a história correu o mundo e virou uma lenda urbana. Um shopping center em Kentucky fez uma estátua do “Pablo Escobear”!

Dito isso, vamos ao filme?

Heu queria gostar de O Urso do Pó Branco (Cocaine Bear, no original). Na sexta 14 de abril vamos fazer uma sessão exclusiva dos Podcrastinadores e amigos, será uma grande festa. Pena que o filme é fraco.

Dirigido pela atriz Elisabeth Banks, O Urso do Pó Branco tem pelo menos dois grandes problemas. Um deles é que temos um grande elenco, com vários núcleos de personagens, cada um com seu drama, e sobra pouco tempo para o urso do título. Um filme de uma hora e trinta e cinco minutos precisava de menos gente pra ter mais do urso, que virou coadjuvante no próprio filme.

O outro problema é que o filme não se decide sobre o que quer ser. Às vezes parece ser uma comédia de humor negro; às vezes parece ser um filme de terror de monstro. Às vezes parece até ser um drama! Não tenho nada contra misturar estilos, mas tem que saber fazer, aqui ficou estranho.

Mas, mesmo com esses problemas, O Urso do Pó Branco não é de todo ruim. O gore é bem feito, são algumas cenas com partes de corpos voando pela tela. E tem uma cena de morte com tiro na cabeça que ri alto. E ainda tem a famosa cena da ambulância.

(Tem uma cena corajosa, envolvendo crianças e consumo de cocaína. Sei lá, achei que essa cena cruzou a linha. Mas reconheço a coragem).

Os efeitos especiais são ok. Em algumas poucas cenas o cgi não está muito bom, mas no geral, funciona.

O Urso do Pó Branco é um tipo de filme que não abre espaço pra grandes atuações. Keri Russell e Alden Ehrenreich fazem o feijão com arroz. Já Ray Liotta está mal, caricato demais. Pena, é um de seus últimos papéis. Também no elenco, O’Shea Jackson Jr., Isiah Whitlock Jr., Brooklynn Prince, Christian Convery, Margo Martindale e Jesse Tyler Ferguson.

Mesmo com o resultado final fraco, ainda acredito que a sessão dia 14/04 será divertida. Se você for do Rio, apareça!

Sin City 2 – A Dama Fatal

0-Sin City-posterCrítica – Sin City 2 – A Dama Fatal

Nove anos depois, a continuação de Sin City – A Cidade do Pecado!

Misturando duas histórias clássicas da graphic novel de Frank Miller com tramas inéditas, vemos os cidadãos mais durões encontrando alguns dos mais famosos habitantes de Sin City.

O primeiro Sin City foi uma revolução nas telas dos cinemas. Nunca antes na história do cinema tivemos uma adaptação tão perfeita de uma graphic novel. Às vezes, parecia que era a câmera passeando pelas páginas da revista! Agora não é mais novidade, o espectador já sabe o estilo de filme que vai encontrar. Se não existe mais o impacto, pelo menos a qualidade foi mantida.

Mais uma vez, temos uma graphic novel na tela. É injusto falar de “adaptação”, quando a fotografia do filme emula as páginas da graphic novel. Assim como no primeiro filme, a cor do filme chama a atenção, preto e branco com alguns detalhes coloridos, mas sempre com cores fortes – o preto é preto mesmo, são poucos tons de cinza. O 3D não é essencial, mas ajuda na visualização das “páginas”.

A parceria na direção, presente no primeiro filme, se repete aqui. Sin City 2 – A Dama Fatal é assinado pelo diretor Robert Rodriguez e pelo autor da HQ, o próprio Frank Miller. Miller não tem muita intimidade com a sétima arte, depois de Sin City ele se arriscou sozinho na cadeira de diretor e fracassou com The Spirit. Ou seja, provavelmene Rodriguez dirigiu e Miller ficou só por perto. Mas não critico a opção de Rodriguez. Sin City 2 continua sendo um filme com a sua cara, e ele ainda teve um guru ao lado para dar os palpites certos.

Como de habitual, o workaholic Rodriguez trabalhou muito. Além de dirigir, produzir e editar, ele foi o responsável pela fotografia e pela excelente trilha sonora, dois dos destaques do filme.

Assim como no filme de 2005, Sin City 2 – A Dama Fatal conta com um bom elenco. E o nome a ser citado aqui é Eva Green, linda linda linda, e que cria uma das melhores femme fatales do cinema recente. Clive Owen foi substituído por Josh Brolin, que ficou bem no papel de Dwight. Mickey Rourke, Rosario Dawson, Jessica Alba, Powers Boothe, Bruce Willis e Jaime King estão de volta aos seus papeis. Dennis Haysbert ficou com o papel do falecido Michael Clarke Duncan; Joseph Gordon-Levitt tem um papelo importante escrito para o filme (não está nos quadrinhos). Ainda no elenco, Ray Liotta, Juno Temple, Jamie Chung, Marton Csokas e uma ponta de Christopher Lloyd- além de um cameo da cantora Lady Gaga.

Claro, este estilo não é para todos. Alguns vão achar tudo caricato demais, todos os personagens homens são durões e quase todas as mulheres são fatais, todas as cenas têm narrações em off, tudo é estilizado demais. Mas quem entrar na onda vai curtir a viagem.

Pena que a bilheteria lá fora foi mal. Não devemos ter um Sin City 3

Muppets 2: Procurados e Amados

0-muppets-2-posterCrítica – Muppets 2: Procurados e Amados

Ueba! Os Muppets estão de volta!

Um empresário propõe aos Muppets uma turnê pela Europa. Mas é uma armadilha: Constantine, o sapo mais perigoso do mundo, toma o lugar de Kermit, que é levado para uma prisão na Sibéria, enquanto a trupe participa – sem saber – de assaltos a bancos.

Uma das coisas mais legais dos filmes dos Muppets é como eles usam a metalinguagem. Sempre brincam com a linguagem da tv e do cinema, e nunca levam uma trama a sério. Aqui, isso fica claro logo na primeira cena, um número musical que diz “estamos fazendo uma sequência, que não deve ficar tão boa quanto o primeiro filme” (ao longo da música, um personagem lembra que na verdade este seria o oitavo filme…). Bem, discordo da música. Muppets 2: Procurados e Amados (Muppets Most Wanted, no original) é, na minha humilde opinião, tão bom quanto o filme de 2011.

Mais uma vez dirigido por James Bobin, Muppets 2 traz tudo o que se espera de um filme dos Muppets. O humor presente aqui, nonsense, ao mesmo tempo bobo e inteligente, tem várias piadas internas e situações absurdas (eles vão de trem dos EUA até Berlim!). E alguns números musicais são ótimos (“I’ll Get You What You Want” é sensacional, tanto a música quanto a cena em si).

Li no imdb algumas pessoas criticando os personagens que brincam com clichês europeus. Discordo, é uma piada. Quem se sentiu ofendido deve ser algum chato politicamente correto.

No elenco principal, temos Caco (aqui chamado de Kermit), Miss Piggy, Fozzie, Gonzo, Animal, Walter e um incontável número de outros Muppets conhecidos. Ah, também temos alguns atores “humanos”. Ricky Gervais me pareceu um pouco forçado; já Ty Burrell, de Modern Family, e Tina Fey, de 30 Rock, estão ótimos, mesmo com papeis mais caricatos.

Ainda sobre o elenco, Muppets 2 tem um número incrível de participações especiais, várias delas aparecendo em apenas uma curta cena: Christoph Waltz, Chloë Grace Moretz, James McAvoy, Tom Hiddleston, Salma Hayek, Lady Gaga, Tony Bennet, Zach Galifianakis, Frank Langella, Toby Jones, Ray Liotta, Danny Trejo, Jemaine Clement, Rob Corddry, Miranda Richardson, Saoirse Ronan, Til Schweiger e Stanley Tucci, entre outros. E Céline Dion faz um dos números musicais – ao lado dos Muppets!

Infelizmente, os Muppets hoje em dia não têm muito espaço na mídia, talvez por serem adultos demais para as crianças, e ao mesmo tempo infantis demais para os pais. Mas, na humilde opinião deste que vos escreve, o humor dos Muppets tem a dose ideal. Pena que poucos pensam o mesmo.

p.s.: “Boa Noite, Danny Trejo” concorre fácil ao prêmio de melhor piada do ano!

O Homem da Máfia

Crítica – O Homem da Máfia

Sábado à noite fui com a garotinha ruiva ao shopping, a ideia era vermos Argo – heu já tinha visto, mas ela não. Argo estava lotado, mas tinha ingresso para este O Homem da Máfia, filme com Brad Pitt, Ray Liotta, Richard Jenkins e James Gandolfini. Com um elenco desses, não deve ser ruim, né? Ledo engano…

Baseado no livro homônimo de George Higgins, O Homem da Máfia (Killing Them Softly, no original) acompanha um matador profissional contratado para investigar um assalto a um jogo de pôquer clandestino em Nova Orleans.

O problema aqui é simples: falta história. O filme dá voltas, enche linguiça com um vários personagens contando um monte de “causos” desnecessários e desinteressantes, e nada acontece.

Pra piorar, o filme fica o tempo todo mostrando noticiários políticos sobre a eleição dos EUA de 2008, aquela que colocou o Obama no poder. É um saco, toda cena tem que ter uma TV ou rádio ligados com um falatório que não significa nada para nós brasileiros.

(No fórum do imdb, um mané chama de tolos aqueles que não entenderam que O Homem da Máfia é uma “alegoria política”. Tolo é quem acha que isso interessa a alguém de fora dos EUA…)

E assim o filme segue, sem levar nada a lugar algum. Vi algumas pessoas saindo do cinema, e desta vez não foi por causa de alguma cena ofensiva (como acontece com alguns filmes polêmicos) – foi porque o filme é chato mesmo.

Não vi O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford, o filme mais conhecido do diretor e roteirista Andrew Dominik. Mas parece que ele ganhou algum prestígio com o filme, é a única explicação para tantos bons atores se envolverem em um filme tão mal escrito e mal editado como O Homem da Máfia.

O elenco nem está mal. Brad Pitt, Ray Liotta, Richard Jenkins e James Gandolfini, sempre bem, junto com os menos desconhecidos Scoot McNairy e Ben Mendelsohn. Se O Homem da Máfia tivesse história, eles até mereceriam elogios.

Pra não dizer que nada se salva, gostei muito da sequência do assassinato de um dos personagens: tiros em câmera lenta, depois um acidente de carro, também em câmera lenta. Belas imagens. Só não vale ver uma hora e meia de filme por uma cena de poucos minutos.

Dispensável…

Identidade

Crítica – Identidade

Desde que fiz o Top 10 de finais surpreendentes, tenho vontade de rever Identidade. Tempo livre no fim de semana, revi!

Dez pessoas ficam presas em um motel de beira de estrada por causa de uma forte chuva. Mas, um a um eles começam a ser assassinados. Ao mesmo tempo que procuram o assassino, tentam descobrir o que têm em comum.

Identidade é daquele tipo de filme que o quanto menos você souber, melhor. Acredito que já foi visto por boa parte dos leitores daqui do Blog, mas, em respeito aos que não viram, vou tomar cuidado para não soltar spoilers.

A estrutura do filme parece o clássico “whodoneit”, tipo os filmes da série Pânico: em um grupo de pessoas, um a um é assassinado, e o filme vai dando pistas para descobrirmos quem é o assassino. O Caso dos Dez Negrinhos, livro de Agatha Christie, é citado por uma personagem.

Mas só parece. A trama vai ficando mais complexa, incluindo até elementos que parecem sobrenaturais, até a sensacional reviravolta final. E é aí que a gente pára, porque é complicado falar mais sem comprometer a diversão de quem ainda não viu Identidade. Por mais que seja um filme de quase 10 anos atrás (foi lançado em 2003), tem gente que ainda não viu…

A direção estava nas mãos de James Mangold, que pouco antes fizera Garota Interrompida e Kate e Leopold, e recentemente dirigiu Encontro Explosivo. O elenco, liderado por John Cusack (competente como sempre), também conta com Amanda Peet, Ray Liotta, Rebecca DeMornay, Clea Duvall, Jake Busey, Alfred Molina, John C McGinley, John Hawkes e William Lee Scott. E, claro, Pruit Taylor Vince e seus olhos “nervosos” dão um toque extra especial ao filme.

Pra quem ainda não viu, fica aqui a recomendação. E pra quem viu, sugiro olhar o Top 10 de finais surpreendentes.

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Se você gostou de Identidade, o Blog do Heu recomenda:
A Órfã
Desconhecido
Ilha do Medo

Território Restrito

Território Restrito

Um painel sobre imigrantes de diferentes nacionalidades lutando pela legalização em Los Angeles. O filme lida com problemas com a fronteira, fraude de documento, processo de obtenção do green card, locais de trabalho para imigrantes ilegais, naturalização, terrorismo e, claro, choque de culturas.

Território Restrito é um daqueles filmes de narrativa fragmentada, mostrando vários personagens que nem sempre se cruzam. Já vimos isso antes, isso às vezes funciona, mas nem sempre. O resultado aqui é mediano.

O que gostei é que o filme escrito e dirigido por Wayne Kramer não levanta bandeiras. Em algumas subtramas, os EUA são os “mocinhos”; em outras, são os vilões. Várias raças diferentes são mostradas, e cada uma tem um caminho diferente, independente da imagem que teremos sobre o país onde querem entrar.

É difícil falar sobre o elenco de um filme assim, afinal, cada ator tem muito pouco tempo na tela. Mas deu pena da Alice Braga. Lembro que falaram do Rodrigo Santoro em As Panteras, porque ele não falava nada. Mas seu papel não era tão pequeno. Alice Braga contracena com Harrison Ford, mas só aparece em uma única cena! Sua personagem continua sendo citada, mas ela já devia estar no set de outro filme… Além dos dois, o elenco conta com Ray Liotta, Ashley Judd, Jim Sturgess, Cliff Curtis, Alice Eve, Lizzy Caplan e Sarah Shahi.

O ritmo é um pouco lento, mas a narrativa fragmentada traz fluidez ao filme, que não fica chato em nenhum momento.

Território Restrito não é um filme essencial, mas pode ser uma boa opção.

P.s.: Curiosidade sobre o poster nacional: rolou uma “photoshopada”. No poster original, não era a Alice Braga, era o Ray Liotta à direita…

O Segurança Fora de Controle

O Segurança Fora de Controle

Não sei se isso acontece com vocês. Mas, de vez em quando, quando acabo de ver um filme, fico meio sem saber o que vi. Qual seria o propósito, o objetivo de um filme destes?

Ronnie Banhardt (Seth Rogen) é um sujeito meio desequilibrado que trabalha como segurança num shopping center. Seu sonho é ser reconhecido como um herói, mas não consegue por causa de seu problema de distúrbio bipolar.

O Segurança Fora de Controle (Observe and Report no original) chegou aqui classificado como comédia. Mas confesso que não consegui rir em nenhum momento…

Mas o fato de ser uma comédia sem graça não é o que faz O Segurança Fora de Controle ser um filme ruim. Hollywood tem feito algumas comédias meio sem graça ultimamente, acho que é a nova “onda” por lá, no momento. O problema é que não dá pra se identificar com um cara como Ronnie, completamente sem carisma e que se mete em coisas erradas.

Não dá nem pra dizer se Rogen está bem ou não no papel, afinal, ele interpreta um cara desprezível. Mas dá pena de Ray Liotta, que já teve papéis melhores à mão… Ainda no elenco, Anna Faris, Michael Peña e Collette Wolfe.

O Segurança Fora de Controle é o segundo filme escrito e dirigido por Jody Hill. Acho que ele quer ser um novo Judd Apatow – que, por sua vez, nem é tão engraçado assim. Mas ainda falta talento ao jovem Jody… E quanto a Rogen, bem, esse tem uma carreira mais sólida. Aguardamos ansiosos pelo seu Besouro Verde!

Powder Blue

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Powder Blue

Ok, confesso que a minha grande motivação para ver este filme eram as anunciadas cenas de nudez da atriz Jessica Biel, de O Ilusionista e O Vidente, e que em breve estará nas telas dirigida por Ridley Scott na versão cinematográfica do seriado oitentista Esquadrão Classe A.

Somos apresentados a alguns personagens, cada um com sua tragédia pessoal. Temos a stripper com o filho em coma, o ex-presidiário doente terminal, o suicida religioso que por isso não consegue se matar e o agente funerário com problemas financeiros. A trama acompanha o drama de cada um, e como suas vidas se entrelaçam.

O ritmo do filme escrito e dirigido pelo vietnamita Timothy Linh Bui é leeento, o que dificulta um pouco acompanhar os problemas de cada personagem. Mas a trama é até envolvente, apesar da velocidade dos acontecimentos do filme tornarem a sessão um programa um pouco monótono.

O elenco do filme chama a atenção, afinal, não é sempre que temos Jessica Biel, Forest Whitaker e Ray Liotta nos papéis principais, e ainda coadjuvantes como Kris Kristoferson, Lisa Kudrow e um quase irreconhecível Patrick Swayze (rip). (Ainda temos o desconhecido Eddie Redmayne no elenco principal).

E a Jessica Biel? Bem, podemos dizer que ela não decepciona! As cenas são até discretas, bonitas, apesar da personagem ser uma stripper drogada. E, olha, ela manda bem no pole dance!

Revolver

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Revolver

Quando Quentin Tarantino lançou Cães de Aluguel e Pulp Fiction, um novo estilo foi criado em Hollywood. Personagens marginais e esquisitos, trilha sonora cool, edição ágil, violência estilizada… Então apareceram vários seguidores deste estilo. Um dos melhores que estão por aí é o Guy Ritchie.

Guy Ritchie surgiu no fim dos anos 90, com o ótimo Jogos Trapaças e Dois Canos Fumegantes, e logo depois fez Snatch, que seguia a mesma linha de tramas rocambolescas e personagens bizarros. Aí houve um grande erro em sua carreira profissional: se casou com a Madonna e fez Swept Away, que foi execrado por crítica, público e fãs. Aí ano passado apareceu RocknRolla, e pensei “legal, Guy Ritchie está de volta!”

Mas teve esse filme, Revolver, no meio do caminho… Revolver é de 2005, mas foi mal lançado por aqui (se é que foi lançado), e acho que só chamou atenção agora… Tanto que os camelôs de Copacabana estão vendendo o piratão junto com os lançamentos!

Jason Statham interpreta Jake, um ex-presidiário que quer se vingar de Macha, um grande gangster, interpretado por Ray Liotta.

Mas sabe qual é o problema aqui? A história é confusa demais! Quando o filme acaba, não sabemos exatamente quem é quem, e qual é o papel de cada personagem!

Como achei tudo muito estranho, foi procurar no imdb informações sobre o filme, e descobri que metade do público achou o filme ruim porque é confuso demais; a outra metade adorou justamente porque o filme não conclui nada…

Bem, heu fico com a metade que não gostou. Se vou ver um filme de gangsters no submundo do jogo e do crime, não quero encontrar um filme cabeça…

Mesmo assim, não é um programa ruim. É só se deixar levar pelo filme, sem se preocupar com explicações… Afinal, algumas cenas são bem legais, como a parte em desenho animado no meio do filme (mais alguém pensou em Kill Bill?), ou o tiroteio no restaurante…

Smokin’ Aces – A Última Cartada

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Smokin’ Aces – A Última Cartada

Não levei muita fé quando este filme foi lançado. Parecia ser apenas “mais um daqueles filminhos tentando ser cool”. Mas sabe que esse é divertido?

Explico: depois de Pulp Fiction, surgiu um novo estilo: filmes policiais que mesclavam atores cool em papéis cool, edição de imagens ágil, muita violência, tudo muito estilizado e de preferência com uma trilha sonora também cool. Alguns até funcionam, o Guy Ritchie por exemplo sabe usar esse estilo. Mas às vezes falta talento…

Felizmente Smokin’ Aces não é o caso. O diretor quase desconhecido Joe Carnaham acertou a mão ao contar a história de Buddy Aces, um misto de mafioso e performer de Las Vegas, que, ao ganhar proteção da polícia por testemunhar contra a Máfia, vira alvo de vários assassinos profissionais, quando sua cabeça é colocada a prêmio, no valor de um milhão de dólares.

O elenco é cheio de nomes legais, como Ray Liotta, Andy Garcia, Ryan Reinolds, Ben Affleck, Jeremy Piven e Jason Bateman. E a história tem espaço prum monte de personagens interessantes, quando vemos os diferentes assassinos com seus diferentes estilos.

Sobre o elenco, vou citar duas curiosidades pros antenados de plantão:

– Um dos irmãos Tremor – 3 irmãos neonazistas completamente malucos – é interpretado por um certo Chris Pine. Já leu esse nome em algum lugar? Bem, ele é o novo Capitão Kirk, no próximo Star Trek

– Um dos assassinos é interpretado por Nestor Carbonell, o misterioso Richard Alpert, personagem secundário da série Lost. Bem, em uma das cenas, Carbonell contracena com Mathew Fox, o Jack, personagem principal de Lost… (aliás, falando em Lost, outro dos irmãos Tremor também está na ilha de Lost!)

O filme é um pouco confuso, são muitos personagens e algumas subtramas ao fundo. Mas pode ser uma boa diversão. Agora estamos esperando pra ver como será o prequel, anunciado pro ano que vem…