O Urso do Pó Branco

Crítica – O Urso do Pó Branco

Sinopse (Filme B): A história real sobre a queda do avião de um traficante de drogas, que estava carregado com um lote de cocaína que acabou sendo consumido por um urso de mais de 220kg. Após consumir a droga, o animal parte para a violência, com uma fúria movida a coca, em busca por novas presas e sede de sangue. Em paralelo, um grupo excêntrico de policiais, criminosos, turistas e adolescentes, estão a caminho ou já no território de uma floresta da Georgia.

Antes de tudo, um breve esclarecimento. O filme se diz “inspirado numa história real”, mas a história real é bem diferente. Em 1985, um traficante jogou vários pacotes de cocaína de um avião e depois pulou de paraquedas com 36 kg presos no seu corpo. O paraquedas não funcionou direito, provavelmente por causa do peso extra, e o traficante morreu. 40 kg da droga caíram numa floresta, e um urso comeu, e morreu logo depois de overdose. Ou seja, a história do urso com cocaína é até real, mas ele não matou ninguém! Fora o traficante e o urso, não houve nenhuma outra casualidade neste evento. Mesmo assim, a história correu o mundo e virou uma lenda urbana. Um shopping center em Kentucky fez uma estátua do “Pablo Escobear”!

Dito isso, vamos ao filme?

Heu queria gostar de O Urso do Pó Branco (Cocaine Bear, no original). Na sexta 14 de abril vamos fazer uma sessão exclusiva dos Podcrastinadores e amigos, será uma grande festa. Pena que o filme é fraco.

Dirigido pela atriz Elisabeth Banks, O Urso do Pó Branco tem pelo menos dois grandes problemas. Um deles é que temos um grande elenco, com vários núcleos de personagens, cada um com seu drama, e sobra pouco tempo para o urso do título. Um filme de uma hora e trinta e cinco minutos precisava de menos gente pra ter mais do urso, que virou coadjuvante no próprio filme.

O outro problema é que o filme não se decide sobre o que quer ser. Às vezes parece ser uma comédia de humor negro; às vezes parece ser um filme de terror de monstro. Às vezes parece até ser um drama! Não tenho nada contra misturar estilos, mas tem que saber fazer, aqui ficou estranho.

Mas, mesmo com esses problemas, O Urso do Pó Branco não é de todo ruim. O gore é bem feito, são algumas cenas com partes de corpos voando pela tela. E tem uma cena de morte com tiro na cabeça que ri alto. E ainda tem a famosa cena da ambulância.

(Tem uma cena corajosa, envolvendo crianças e consumo de cocaína. Sei lá, achei que essa cena cruzou a linha. Mas reconheço a coragem).

Os efeitos especiais são ok. Em algumas poucas cenas o cgi não está muito bom, mas no geral, funciona.

O Urso do Pó Branco é um tipo de filme que não abre espaço pra grandes atuações. Keri Russell e Alden Ehrenreich fazem o feijão com arroz. Já Ray Liotta está mal, caricato demais. Pena, é um de seus últimos papéis. Também no elenco, O’Shea Jackson Jr., Isiah Whitlock Jr., Brooklynn Prince, Christian Convery, Margo Martindale e Jesse Tyler Ferguson.

Mesmo com o resultado final fraco, ainda acredito que a sessão dia 14/04 será divertida. Se você for do Rio, apareça!

As Panteras (2019)

Crítica – As Panteras (2019)

Sinopse (imdb): Quando uma jovem engenheira de sistemas alerta sobre uma tecnologia perigosa, as Panteras são acionadas, colocando suas vidas em risco para proteger todos nós.

Lá se vão vinte anos daquele As Panteras com Cameron Diaz, Drew Barrymore e Lucy Liu. Claro que Hollywood tem espaço pra outro reboot.

E uma coisa legal deste reboot é que não ignoraram o passado. As Panteras (Charlie’s Angels, no original) mostra rapidamente fotos da série de TV dos anos 70 e umas montagens (meio toscas) com as três atrizes da versão cinematográfica dos anos 00 (além de uma rápida participação surpresa numa cena durante os créditos). Prefiro assim, a história é nova, mas respeita o que já foi feito.

O filme em si é aquilo que se espera. Correria, confusão, piadinhas aqui e ali, e muito girl power. Nada de novo, mas pelo menos cumpre o seu papel: diverte o espectador. A não ser que seja um espectador esperando uma obra prima – e alguém precisa avisar pra esse cara que ele está procurando o filme no lugar errado.

O elenco é bom. O trio novo (Kristen Stewart, Naomi Scott e Ella Balinska) tem química, Elizabeth Banks (que também é a diretora do filme) funciona como a chefe, e ainda tem Patrick Stewart, Djimon Hounsou e Sam Claflin. Ah, não sei se fui o único, mas o Jonathan Tucker me pareceu uma versão mais letal do personagem do Crispin Glover no filme de 2000.

Enfim, uma bobagem divertida.

Brightburn – Filho das Trevas

Crítica – Brightburn – Filho das Trevas

Sinopse (imdb): E se uma criança de outro mundo cair na Terra, mas em vez de se tornar um herói para a humanidade, ela provar ser algo muito mais sinistro?

A proposta era boa: e se o Superman fosse do mal?

Dirigido pelo pouco conhecido David Yarovesky, Brightburn – Filho das Trevas (Brightburn, no original) não esconde de ninguém que segue os passos da clássica história do Superman: casal sem filhos, que mora numa fazenda, adota um bebê encontrado numa nave espacial, e anos depois, descobre que ele tem super poderes. O grande barato aqui é que, se o Superman é o exemplo de bom moço, o Brandon Breyer é o oposto.

O maior nome por trás de Brightburn é James Gunn, hoje um nome badalado, depois do grande sucesso dos dois Guardiões da Galáxia. É bom lembrar que, bem antes dos holofotes da Marvel, Gunn já tivera experiência com terror e baixo orçamento (Seres Rastejantes). Aqui ele está só na produção – seu irmão Brian Gunn e seu primo Mark Gunn são os roteiristas.

Claro que Brightburn tem clichês de terror. Mas isso não me incomodou. E vou além: em algumas cenas, o gore é bem intenso. A cena do olho é ótima!

O único nome conhecido no elenco principal é Elizabeth Banks. O garoto Jackson A. Dunn faz o protagonista – gostei dele, mas não sei se ele é bom ator, ou se é daquele jeito mesmo. O resto do elenco é desconhecido, mas tem uma ponta do Michael Rooker no final.

O fim do filme abre uma janela para outros filmes do gênero. Taí, quero ver mais desse universo.

Uma Aventura Lego 2

Crítica – Uma Aventura Lego 2

Sinopse (imdb): Já faz cinco anos desde que tudo foi incrível e os cidadãos estão enfrentando uma nova e enorme ameaça: Lego Duplo invade o espaço, destruindo tudo mais rápido do que eles podem reconstruir.

Continuação do ótimo Uma Aventura Lego, este Uma Aventura Lego 2 (The Lego Movie 2: The Second Part, no original) sofre de um problema básico: a gente já sabe o plot twist do final do primeiro filme, e essa ideia não tem como repetir.

Dito isso, posso afirmar: Uma Aventura Lego 2 é tão divertido quanto o primeiro filme!

Vamos por parte – ou por blocos ( 😛 ). O estilo de animação, que simula um stop motion com peças, é repetido aqui. Como falei no texto do outro filme, “Tudo na animação obedece as limitações das peças de plástico duro – diferente de outras animações baseadas em brinquedos“. Com isso, o visual do filme fica muito mais interessante do que qualquer animação tradicional.

O humor também repete o estilo do outro filme. É uma enxurrada de piadas referenciais, dá vontade de rever o filme porque não dá pra pegar todas as piadas. Vou além: são tantas piadas com referências a outros filmes e elementos da cultura pop que me questiono se o público alvo ainda são as crianças (meu filho com 9 anos não entendeu várias das piadas).

Ah, preciso falar da trilha sonora de Mark Mothersbaugh (sim, o cara do Devo). Mais de uma vez ao longo do filme, temos músicas que fazem piadas com metalinguagem. E a música dos créditos – que fala sobre os créditos – é uma piada genial.

Diretores do primeiro filme, Phil Lord e Christopher Miller aqui estão só no roteiro. A direção ficou com Mike Mitchell (Trolls), que segurou bem a onda. O elenco original continua cheio de gente legal (Chris Pratt, Elizabeth Banks, Will Arnett, Alison Brie, Charlie Day, Maya Rudolph, Will Ferrell, Channing Tatum, Jonah Hill, Jason Momoa, Cobie Smulders, Ralph Fiennes, Bruce Willis), mas aqui só dublado – pelo menos a dublagem é muito bem feita.

Claro, alguns vão reclamar que o segundo filme é uma repetição do primeiro. Mas, na minha humilde opinião, quando o primeiro é muito bom e o segundo mantém o nível, isso é motivo para ir feliz ao cinema.

Crimes em Happytime

Crítica – Crimes em Happytime

Sinopse (imdb): Quando o elenco de marionetes de um programa de TV para crianças dos anos 90 começa a ser assassinado, um por um, um ex policial marionete que foi expulso e virou detetive particular assume o caso.

Fiquei curioso desde a primeira vez que ouvi falar deste Crimes em Happytime (The Happytime Murders, no original). Claro que ia querer um filme dos Muppets com temática adulta! Mas aí veio a notícia que o filme foi um grande fracasso de bilheteria, um dos maiores flops de 2018.

Mas, afinal, o filme é ruim? Por que o flop? Fácil de explicar. Um filme com violência, sexo e drogas – e estrelado por bonecos fofinhos – não é pra qualquer público (mesmo que seja tecnicamente muito mais bem feito que o Meet the Feebles, tosqueira com temática semelhante, dirigida por Peter Jackson no início da carreira).

Crimes em Happytime tem dna de Muppets. Foi dirigido por Brian Henson, filho do Jim Henson, um dos criadores dos Muppets. Claro que não tem nenhum dos bonecos famosos. Mas todos os bonecos aqui são animados exatamente iguais a eles.

Parágrafo à parte para falar da parte técnica de animação das marionetes. A gente vê bonecos de corpo inteiro, andando – coisa que não acontecia na época dos Muppets (eles sempre estavam atrás de alguma coisa, pra esconder o marionetista). Cheguei a pensar que podia ser cgi. Mas nos créditos finais vemos o making of de algumas cenas: eles usaram fundo verde para esconder os marionetistas. Assim, temos bonecos que se portam exatamente igual aos Muppets, mas com muito mais liberdade cênica.

Sobre a qualidade do filme: não me incomodei com os “Muppets adultos”. Achei boas as piadas com os clichês do cinema noir. Na verdade, o que me incomodou foi o “humor Melissa McCarthy”. Já tinha visto esse mesmo estilo em filmes como Caça-FantasmasA Espiã que Sabia de Menos – acho o timing dela ruim, ela estica demais os diálogos nas piadas, mas, se a piada não foi engraçada da primeira vez, esticá-la não vai consertar. Também no elenco, Elizabeth Banks, Maya Rudolph, e, como a voz do protagonista, Bill Barretta, que trabalha com Muppets desde os anos 90.

Pena que flopou. Heu veria mais filmes como Crimes em Happytime.

p.s.: O nome “Crimes em Happytime” foi dado por alguém que não viu o filme. Happytime era o nome de um programa de TV. Os crimes estão ligados, mas não aconteceram “em Happytime”…

Love & Mercy

love&mercyCrítica – Love & Mercy

Biografia do Brian Wilson!

Na década de 60, o líder dos Beach Boys, Brian Wilson, luta com uma psicose emergente enquanto ele tenta criar sua obra-prima pop. Na década de 1980 , ele é um homem confuso sob a vigilância de 24 horas de um terapeuta de métodos duvidosos.

Quando me perguntam se prefiro Beatles ou Rolling Stones, minha resposta sempre é “Beach Boys”. Claro que quero ver um filme sobre o líder da banda!

Dirigido por Bill Pohlad, Love & Mercy traz duas narrativas paralelas, com dois atores distintos, cada um interpretando o músico em uma diferente fase da vida. Paul Dano interpreta Brian Wilson nos anos 60, na época da gravação do disco Pet Sounds, enquanto John Cusack fica com os anos 80, quando Wilson estava sob os cuidados polêmicos de Eugene Landy.

Isso traz um problema básico:  John Cusack é um grande ator, mas não é nada parecido com o músico. Quando Paul Dano está na tela, vemos Brian Wilson; quando Cusack aparece, vemos Cusack.

Além da semelhança física, Dano ainda deu a sorte de interpretar Wilson durante sua fase criativa. Como fã de Beach Boys, preciso dizer que gostei muito mais da parte do Paul Dano, afinal, ver bastidores de composições, arranjos e gravações de músicas como God Only Knows ou Good Vibrations é muito mais legal do que problemas de relacionamento entre Brian Wilson e seu terapeuta.

O que compensa é que na outra parte temos Paul Giamatti e Elizabeth Banks contracenando com Cusack. Um excelente trio de atores, com uma boa química entre eles.

Love & Mercy passou no Festival do Rio, mas acredito que deve entrar no circuito. Tem potencial para isso!

Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1

Jogos Vorazes 3.1Crítica – Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1

Estreou o penúltimo Jogos Vorazes!

Quando Katniss destrói os jogos, ela é levada ao Distrito 13, já que o Distrito 12 foi destruído. Ela conhece a Presidente Coin, que a convence a ser o símbolo da revolução, enquanto tentam resgatar Peeta da Capital.

Mais uma vez dirigido por Francis Lawrence (que, até onde sei, não é parente da Jennifer Lawrence), Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1 (The Hunger Games: Mockingjay – Part 1, no original) segue a franquia de sucesso comercial de livros escritos por Suzanne Collins. O título nacional do filme não é a tradução exata, mas desta vez foi uma falha do tradutor dos livros. O terceiro livro / filme deveria se chamar “Tordo”, e não “A Esperança”…

Assim como tem acontecido com franquias de sucesso de bilheteria baseadas em livros, o último livro foi esticado para virar dois filmes e gerar o dobro de bilheteria (o mesmo aconteceu, por exemplo, com as sagas Harry Potter e Crepúsculo). Claro, o resultado ficou prejudicado, a história não tem pique pra quatro horas de filme (serão dois filmes de duas horas cada). Se os dois primeiros filmes tinham quase duas horas e meia cada, talvez o terceiro livro virasse um bom filme de quase três horas. Do jeito que ficou, temos algumas sequências arrastadas e outras desnecessárias – por exemplo, pra que vemos Katniss visitando duas vezes o Distrito 12?

Apesar disso, Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1 mantém o alto padrão de qualidade da franquia, e vai agradar aos fãs. Algumas partes são muito boas, gostei muito de toda a sequência do hospital, e é emocionante a cena em que Katniss canta.

O visual deste filme é mais sóbrio que os outros. A capital tem muitas cores, muitas roupas e penteados extravagantes, e aqui quase todo o filme se passa no espartano Distrito 13, o visual lembra o filme 1984 – e gera algumas boas piadas com a perua Effie.

Sobre o elenco, heu tinha uma grande curiosidade sobre o que ia acontecer com o personagem Plutarch, já que seu intérprete, Philip Seymour Hoffman, morreu antes de terminarem as filmagens. E o personagem aparece muito no filme! Li no imdb que Hoffman faleceu quando faltava uma semana para o término das filmagens, quase todas as suas cenas já tinham sido filmadas, e teriam alterado algumas páginas do roteiro para se adaptarem à ausência do ator. Funcionou: o público “leigo” nem vai reparar.

O elenco, como era esperado, é um dos pontos fortes. Jennifer Lawrence é carismática e uma grande atriz, e está num excelente momento da carreira – além de ser o principal nome de Jogos Vorazes e um dos principais de X-Men, ela ganhou o Oscar de melhor atriz em 2013 por O Lado Bom da Vida. E, além da volta de Philip Seymour Hoffman, Woody Harrelson, Elizabeth Banks, Donald Sutherland, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth e Jeffrey Wright, Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1 ainda traz alguns novos nomes ao elenco, como Julianne Moore e Natalie Dormer. Só achei alguns personagens um pouco sub-aproveitados, como Sam Clafin (que pouco mostra a cara), Stanley Tucci (que só aparece poucas vezes pela televisão) e Jena Malone (que acho que só aparece por alguns rápidos segundos).

Se Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1 fosse um filme só, tinha potencial para figurar entre os melhores filmes do ano. Mas assim, pela metade, se entrar num top 10 já está no lucro.

Por fim, preciso comentar algo que não me lembro se já tinha nos outros filmes: a melodia que assoviam com o canto do tordo é EXATAMENTE IGUAL ao tema de Romeu e Julieta composto pelo Nino Rota para o filme do Franco Zeffirelli de 1968. As mesmas quatro notas! Caramba, será que ninguém da produção se tocou do plágio?

Uma Aventura Lego

Crítica – Uma Aventura Lego

Emmet, um boneco Lego comum, é confundido como sendo o construtor mestre, o único que pode salvar o universo Lego. Com a ajuda de um velho místico, de uma mulher durona – e do Batman, Emmet vai lutar para derrotar o mal.

Dirigido pela dupla Phil Lord e Christopher Miller (Tá Chovendo Hamburger, Anjos da Lei), Uma Aventura Lego (The Lego Movie, no original) é uma boa diversão para os pequenos, e também para os grandes que os acompanham. Se por um lado a história é bobinha e traz uma lição de moral óbvia, por outro lado a trama tem umas soluções divertidas (como usar revomedor de esmalte para apagar um rosto de um boneco), e é cheia de referências à cultura pop.

O grande barato de Uma Aventura Lego é que a animação mista de cgi com stop motion, mas pensada pra tudo parecer um stop motion feito com peças reais de Lego. Tudo na animação obedece as limitações das peças de plástico duro – diferente de outras animações baseadas em brinquedos, como Lego Star Wars e os desenhos da Barbie, que usam os personagens, mas com movimentos flexíveis. Até quando vemos efeitos de tiros, de fogo ou de água, são em forma de peças de Lego.

Outra coisa interessante foi que a produção resolveu usar vários personagens com direitos autorais. Temos super herois da DC, tartarugas ninja, personagens de Star Wars, Harry Potter, Senhor dos Aneis, temos até personalidades como Abraham Lincoln e Shaquille O’Neal. Provavelmente existem Legos de todos eles.

(Aliás, não tem como não pensar em Uma Aventura Lego como um grande comercial do brinquedo. Com certeza veremos nas lojas vários sets baseados no filme. Mas pelo menos é um comercial muito divertido.)

Gostei muito do humor usado no filme. Algumas cenas parecem comédias rasgadas de nonsense! Toda a sociedade construída (trocadilho intencional) na primeira parte do filme é muito bem feita, uma grande crítica a pessoas que seguem a vida “no piloto automático”. E a musiquinha “Tudo é incrível” gruda na cabeça ao fim da sessão.

Vi a versão dublada. A dublagem é muito boa, mas fiquei com pena de não ouvir as vozes de Morgan Freeman, Liam Neeson, Elizabeth Banks, Chris Pratt, Alison Brie, Cobie Smulders e Will Ferrell, além de Channing Tatum e Jonah Hill, repetindo a parceria de Anjos da Lei, aqui interpretando Superman e Lanterna Verde. E isso porque não estou falando das pontas de Anthony Daniels e Billy Dee Williams interpretando C3P0 e Lando Calrissian!

Ah, tem versão 3D. Como acontece frequentemente, não precisa. Nada no filme pede 3D.

Jogos Vorazes – Em Chamas

Crítica – Jogos Vorazes – Em Chamas

A continuação de Jogos Vorazes!

Depois de ganhar a 74ª edição dos Jogos Vorazes, Katniss Everdeen e Peeta Mellark saem na turnê dos vencedores, onde descobrem que revoltas começam a acontecer pelos distritos. O presidente Snow resolve criar então o “Massacre Quaternário”, nova edição dos jogos, onde só participam vencedores de outras edições. Assim, Katniss terá que voltar ao jogo.

O primeiro Jogos Vorazes foi uma agradável surpresa. Muitos achavam que o filme poderia ser um novo Crepúsculo, por ser mais uma franquia infanto-juvenil baseada em uma série de livros de sucesso. Mas o filme se mostrou sólido e muito melhor do que o filme do vampiro-purpurina.

Não li o livro, mas pelo que li por aí, Jogos Vorazes – Em Chamas segue fielmente a trama do livro de Suzanne Collins. A mudança foi na cadeira do diretor. Saiu o pouco conhecido Gary Ross, entrou o também pouco conhecido Francis Lawrence (será parente da Jennifer?), de Constantine e Eu Sou A Lenda. Gostei da mudança, Ross é adepto da câmera na mão, heu prefiro imagens menos tremidas de Lawrence.

A produção também melhorou bastante – segundo o imdb, o orçamento aqui foi de 140 milhões de dólares, contra 78 do primeiro filme. Se no filme do ano passado a gente teve monstros toscos no meio do jogo, aqui aparecem macacos muito bem feitos.

O elenco traz quase todos os que estavam no primeiro filme (menos Wes Bentley, porque seu personagem morreu). Jennifer Lawrence, ganhadora do Oscar de melhor atriz ano passado, mostra carisma e star power e parece muito à vontade com sua Katniss Everdeen. Josh Hutcherson e Liam Hemsworth voltam com seus personagens que têm como única função serem bonitinhos e criarem um triângulo amoroso com Jennifer; Woody Harrelson, Elizabeth Banks, Donald Sutherland, Lenny Kravitz e Stanley Tucci também estão de volta com seus personagens esquisitos que se vestem de maneira estranha. De novos rostos, temos Philip Seymour Hoffman, Jena Malone, Jeffrey Wright e Amanda Plummer, além do pouco conhecido Sam Claflin, mais um jovem bonitinho pra agradar o público feminino.

Um dos problemas do primeiro filme não acontece agora. Jogos Vorazes trazia crianças morrendo – sei que tem no livro, mas violência contra crianças não é legal nunca. Na continuação, só temos veteranos dos jogos, então não tem espaço pra crianças. Só adultos. Melhor assim, não?

O primeiro filme tinha uma vantagem: tinha uma história “fechada” – se não viesse uma continuação, sem problemas, porque o filme tinha início, meio e fim. Mas agora todos sabem que teremos a franquia inteira, então Jogos Vorazes – Em Chamas não tem fim…

Agora resta esperar a parte final. Que, mais uma vez, será esticada para virar dois filmes, como aconteceu com Harry Potter e Crepúsculo. Afinal, se a franquia de sucesso vai acabar, os estúdios querem ganhar duas vezes na bilheteria e no mercado de home video. Hollywood às vezes pensa que nem os políticos brasileiros: “a arrecadação não pode parar”…

p.s.1: Jogos Vorazes – Em Chamas está em cartaz nos cinemas brasileiros, mas no resto do mundo só estreia semana que vem. Estranho, não?

p.s.2: No fim do filme, uma coisa curiosa. No meio dos créditos, começou a tocar uma música em português. Achei que era uma falha do cinema, que teria parado o som do filme e colocado uma música qualquer. Que nada, olha a surpresa: tem CPM22 na trilha sonora do filme! Não sou fã de CPM22, mas achei bacana ver um artista brasileiro nos créditos de um blockbuster. Mesmo que seja só pra estar no cd oficial, já que não toca no filme…

Para Maiores

Crítica – Para Maiores

Fiquei dividido quando vi o trailer deste Para Maiores (Movie 43, no original). Por um lado, o elenco é um dos mais impressionantes que já vi. Por outro lado, o filme parecia ser uma comédia apelativa muito ruim.

Para Maiores é uma série de doze filmes curtos, todos de comédia, sempre usando humor ofensivo. Os filminhos são independentes entre si.

O formato lembra os divertidos Kentucky Fried Movie e As Amazonas da Lua – principalmente o segundo, pelo elenco estelar. A diferença é que Para Maiores é uma comédia sem nenhuma boa piada. Parece que os idealizadores procuraram a polêmica em vez do engraçado. O humor é grosseiro, adolescente – e bobo.

E, inexplicavelmente, o elenco conta com Kate Winslet, Hugh Jackman, Naomi Watts, Halle Berry, Emma Stone, Anna Faris, Gerard Butler, Johnny Knoxville, Sean William Scott, Chloe Grace Moretz, Chistopher Mintz-Plasse, Elizabeth Banks, Josh Duhamel, Richard Gere, Kate Bosworth, Kristen Bell, Leslie Bibb, Uma Thurman, Jason Sudeikis, Liev Schreiber, Justin Long, Terrence Howard, Patrick Warburton, Katrina Bowden e Jack McBryar, entre outros. Como convenceram essa galera a entrar nessa roubada?

Entre os diretores, alguns nomes também surpreendem. Ok, um nome como Peter Farrelly (Quem Vai ficar Com Mary) é coerente. Mas o que os atores Elizabeth Banks e Griffin Dunne estão fazendo dirigindo filminhos aqui?

Pelo imdb, tem gente dizendo que o filme é “ofensivo”. Sim, é. Para Maiores é um mix de vários tipos de piadas de baixo calão. Mas este não é o problema. O problema é ser uma comédia sem graça. Ted, uma das comédias mais divertidas do ano passado, tinha humor grosseiro e politicamente incorreto, mas era um filme engraçado. Não tenho nada contra humor grosseiro; mas tenho tudo contra humor sem graça. Só adolescentes descerebrados vão achar graça em piadas com fezes, menstruação, testículos ou pelos pubianos.

Enfim, dispensável.

p.s.: Descobri que existem duas versões do filme. Segundo o imdb, o filme é guiado por um segmento estrelado por Dennis Quaid e Greg Kinnear, que não está no arquivo disponível nos torrents por aí. No lugar, tem um filmete bobo estrelado por adolescentes. Não sei por que as versões diferentes. Mas, de qualquer maneira, duvido que o segmento de Quaid e Kinnear seja bom…