Falling Skyes

Falling Skyes

Seis meses depois de uma invasão alienígena, humanos tentam sobreviver fora das grandes cidades, enquanto são perseguidos pelos extra-terrestres.

Trata-se da aguardada nova série de ficção científica, Falling Skyes, produzida por ninguém menos que Steven Spielberg. Mas, não sei se elevei demais as expectativas, o primeiro episódio duplo não me empolgou…

Acho que o pior problema é que a série não é exatamente o que heu esperava para uma trama de ficção científica. Parece mais um drama de sobrevivência pós-apocalíptico, com a invasão alienígena de pano de fundo. Os e.t.s aparecem muito pouco.

Li um comentário interessante na internet: o complicado em uma série como Falling Skyes é que o dia que os humanos vencerem, acabou a história, então a tendência é que a série seja basicamente correria.

Tecnicamente, é bem feito, mas hoje em dia isso é corriqueiro. Ainda mais em uma produção com o “selo Spielberg” de qualidade. E, claro, como é Spielberg, rolam muitos conflitos familiares.

Pra piorar, o roteiro é cheio de personagens clichê: o galã que tem um filho raptado pelos aliens, uma médica civil bonita com cara de que vai virar par romântico com o galã, um líder militar durão, um rebelde que sabe mais que os mocinhos…

Aguardemos o desenvolvimento da série. Mas, se não melhorar, acho que não tem fôlego para uma segunda temporada.

.

.

Se você gostou de Falling Skyes, o Blog do Heu recomenda:
BSG
Game of Thrones
The Walking Dead

Paul

Crítica – Paul

Há dois anos atrás, apareceu por aí Fanboys, um road movie que parecia escrito mirando na parcela nerd do público. Heu diria que este Paul segue o mesmo caminho: um “road movie nerd”.

Dois nerds ingleses vão para os EUA para a Comic-Con e uma viagem por pontos turísticos ligados à ficção científica. No meio do caminho, encontram Paul, um inteligente e irônico alienígena, que está fugindo da Área 51 e tentando voltar para o seu planeta. Para ajudar Paul, a dupla tem que fugir da polícia, de caipiras e de fanáticos religiosos.

A primeira lembrança que vem à mente são os filmes Todo Mundo Quase Morto e Chumbo Grosso, ambos estrelados por Simon Pegg e Nick Frost, dirigidos por Edward Wright e escritos por Pegg e Wright, cada um satirizando um estilo de filme (terror e ação). A diferença é que Wright não está aqui – o roteiro foi escrito por Pegg e Frost, e a direção está nas mãos de Greg Mottola, de Superbad e Férias Frustradas de Verão. (Wright também está em Hollywood, ano passado ele lançou Scott Pilgrim Contra O Mundo.)

Mottola, que antes fazia “filmes com cara de Judd Apatow” – comédias bem escritas, mas nem sempre engraçadas, tem aqui o seu melhor momento na carreira. Paul é divertidíssimo! Algumas piadas são geniais, aliás, arrisco a dizer que esta é uma das comédias mais engraçadas que vi nos últimos anos. O roteiro escrito pela dupla protagonistas é afiado, com um timing perfeito.

Paul é um prato cheio para nerds e fãs de ficção científica. São incontáveis as referências ao universo da FC, rolam citações a Guerra nas Estrelas, Star Trek, E.T., Arquivo X, BSG… Algumas das referências são claras para o público “leigo”; outras, só quem conhece os filmes (como o tema Cantina Band tocado no bar, a briga tosca de Star Trek no deserto, ou a Torre do Diabo de Contatos Imediatos do Terceiro Grau).

Tem mais. Além das citações a outros filmes, vários dos diálogos mencionam clichês da FC – principalmente as falas de Paul. E, last but not least: o próprio Steven Spielberg faz uma participação especial pelo telefone!

Confesso que rolava um certo receio quando li que Seth Rogen seria a voz do alienígena – Rogen está entrando naquele clube do “ator de um só papel”, atores que sempre repetem uma variação do mesmo personagem de sempre (como Jack Nicholson ou Selton Mello, por exemplo). Boa notícia: Rogen não faz feio aqui. Seu sarcástico e irônico Paul é muito bem escrito – talvez o melhor dentre os vários bons personagens. E além disso, a animação em cgi é perfeita – Rogen usou a mesma técnica utilizada por Andy Serkis para fazer o Gollum e o King Kong. O alienígena Paul é impressionante!

O resto do elenco também está ótimo. Simon Pegg e Nick Frost têm excelente química, isso a gente já sabia desde a época dos seus filmes ingleses – o que a gente não sabia é como a dupla iria funcionar hoje, já que a carreira de Pegg deslanchou em Hollywood (ele estava até no elenco do recente Star Trek). O resto do elenco conta com bons nomes como Kristen Wiig, Jason Bateman, Bill Hader e uma participação especial de Sigourney Weaver.

O imdb não fala nada sobre um possível lançamento brasileiro. Se não for lançado aqui, farei o mesmo que fiz com Fanboys: comprarei o dvd importado!

.

.

Se você gostou de Paul, o Blog do Heu recomenda:
Fanboys
Chumbo Grosso
Frequently Asked Questions About Time Travel

Contatos Imediatos do Terceiro Grau

Contatos Imediatos do Terceiro Grau

Está acontecendo um festival de filmes dos anos 70 no Instituto Moreira Salles. Fui lá no domingo, e, antes de O Império Contra-Ataca, revi Contatos Imediatos do Terceiro Grau, um dos melhores filmes do diretor Steven Spielberg. E olha que estamos falando cara que dirigiu Caçadores da Arca Perdida, E.T., Tubarão, Parque dos Dinossauros, O Resgate do Soldado Ryan e A Lista de Schindler, dentre outros!

A trama: depois de um breve contato com discos voadores, algumas pessoas começa a ter alucinações com uma montanha e um tema de cinco notas musicais. Ao mesmo tempo, um cientista francês investiga misteriosos acontecimentos pelo mundo, desconfiando que tudo tem a ver com os discos voadores.

Considero Contatos Imediatos do Terceiro Grau um grande marco na história do cinema. Até então, os filmes de ficção científica tinham efeitos especiais tão capengas que os filmes não conseguiam ser levados a sério. (A honrosa excessão é 2001, feito em 1969 por Stanley Kubrick. Os efeitos especiais de 2001 impressionam até hoje, mais de 40 anos depois!)

Até que, em 1977, surgiram dois filmes que mudaram a história do cinema de ficção científica: este Contatos Imediatos do Terceiro Grau e um tal de Guerra nas Estrelas, de George Lucas. (Coincidência ou não, Spielberg e Lucas já eram amigos…) A partir daí, os efeitos especiais começaram a ficar mais convincentes, e durante a década seguinte, já eram usados facilmente por muito mais filmes.

O elenco, encabeçado por Richard Dreyfuss, traz um nome curioso: François Truffaut, diretor de filmes como Farenheit 451 e A História de Adelle H, que interpreta o cientista francês. Ainda no elenco, Melinda Dillon, Teri Garr e Lance Henriksen.

Ainda no elenco, preciso mencionar que achei sensacional o papel do filho do meio de Richard Dreyfuss. O moleque é uma peste, em todas as poucas cenas onde ele aparece, ele está aprontando alguma arte. Me diverti muito vendo o moleque endiabrado! Sensacional!

Enfim, um clássico da ficção científica. Recomendado a todos, mesmo que nos dias de hoje.

No Limite da Realidade

No Limite da Realidade

Nos anos 80, foi feito este longa metragem baseado no cultuado seriado Twiligth Zone (que aqui no Brasil se chamava Além da Imaginação).

A ideia do filme era boa: quatro histórias curtas (e mais um prólogo), dirigidas por quatro diferentes diretores ligados ao tema fantástico: John Landis, Joe Dante, George Miller e um tal de Steven Spielberg, no seu projeto logo depois do mega sucesso E.T..

O prólogo é bobinho e divertido, com duas pessoas num carro à noite. Depois acompanhamos um cara enfrentando os seus preconceitos. Depois, uma história besta num asilo de velhinhos, e ainda um garoto com poder de fazer o que quiser. Por fim, a melhor história, a do medroso no avião.

Se o nome Spielberg hoje em dia é um dos mais importantes em Hollywood, o mesmo não pode se falar dos outros três, infelizmente. Miller, depois de ter dirigido os três Mad Max e As Bruxas de Eastwick, fez Babe, o Porquinho, e deve ter gostado de filmes infantis, já que fez recentemente Happy Feet e atualmente trabalha na sua continuação. Dante, nos anos 80, fez um monte de filmes legais, como os dois Gremlins, Um Grito de HorrorViagem Insólita, mas ultimamente só te feito coisas para a tv. E o mesmo aconteceu com Landis, que, pelo menos na minha opinião parecia ter um futuro mais promissor, afinal, o cara fazia bem tanto comédias (Clube dos Cafajestes, Trocando as Bolas, Três Amigos) quanto filmes de terror (Um Lobisomem Americano em Londres, Inocente Mordida); e, de quebra, o cara ainda fazia musicais (ele não só fez Os Irmãos Cara de Pau como ainda dirigiu dois dos mais famosos videoclipes do Michael Jackson, ThrillerBlack or White).

E o mais incrível é que o episódio mais sem graça é o do asilo, o que foi dirigido pelo Spielberg…

O elenco tem alguns nomes legais, como Vic Morrow, Scatman Crothers, Kathleen Quinlan, Dan Aykroyd e Albert Brooks, mas quem se destaca é John Lithgow, como o passageiro alucinado do último episódio.

Pena que, revendo o filme hoje em dia, o resultado não ficou lá grandes coisas. Ficamos com a impressão que o projeto tinha potencial para ir bem mais longe!

Ah, sim, uma dica interessante: não existe dvd nacional deste filme. Mas o dvd gringo traz legendas em português!

Os Irmãos Cara de Pau

irmãos cara de pau

Os Irmãos Cara de Pau

Antes de falar do filme, vou contar uma história minha relacionada a ele. Era janeiro de 1989. Heu viajava numa excursão pela Austrália. O ônibus tinha um videocassete, onde o motorista colocava filmes de vez em quando. Heu estava vendo um filme, bem divertido aliás, sem saber qual era. Quando o filme acabou, vendo os créditos, reparei uma quantidade enorme de nomes conhecidos no elenco – atores, diretores, músicos… Logo quis saber que filme era aquele! E assim, anotei o nome The Blues Brothers – de volta ao Brasil, descobri que aqui era chamado de Os Irmãos Cara de Pau (na época era comum traduções esdrúxulas de nomes de filme).

A trama é muito simples: os irmãos Jake e Elwood Blues (John Belushi e Dan Aykroyd) precisam reunir a antiga banda para levantar dinheiro para salvar um orfanato.

Simples, não? E mesmo assim, um dos melhores filmes da década de 80!

Na verdade, os Blues Brothers não se resumiam a este filme. Antes do filme, Belushi e Aykroyd tinham um quadro com a banda no famoso Saturday Night Live. E depois a banda continuou na ativa – nos emules da vida tem vários discos ao vivo da banda.

Tem gente que classifica o filme como musical, mas para mim, trata-se de uma comédia com excelentes números musicais inseridos. Para se ter uma ideia, temos participações de James Brown, Aretha Franklin, Ray Charles e Cab Calloway!

Tirando Belushi e Aykroyd, todo o resto da banda é formada por músicos, não atores: duas guitarras, baixo, bateria, teclado e um naipe com três metais. E, no elenco, temos nomes como Carrie Fisher, John Candy,Twiggy, Frank Oz e uma ponta de um tal Steven Spielberg.

O filme não só tem ótimos números musicais, como ainda tem exageradas cenas com muitos carros e muitos extras. São tantas as perseguições de carro que, na época da estreia, era o filme com o maior número de carros quebrados. Ah, sim, aquela cena com o carro dos nazistas caindo, era um carro de verdade!

O diretor John Landis também dirigiu o melhor videoclipe da história, Thriller, do Michael Jackson. Ele funcionava bem dirigindo comédias (Trocando as Bolas, Três Amigos, Clube dos Cafajestes) e tembém filmes de terror (Um Lobisomem Americano em Londres, Inocente Mordida, Twilight Zone). Pena que ele não tem feito muita coisa – já são uns dez anos sem filmes para o cinema, só trabalhos para a tv.

O filme teve uma continuação em 1998, dirigida pelo mesmo John Landis e também com um grande número de participações musicais legais. Infelizmente, uma das coisas mais importantes não estava lá: John Belushi, que morreu em 1982, aos 33 anos, de overdose. Uma carreira brilhante jogada fora. Belushi fez apenas sete filmes, além de vários programas de tv.

Filme obrigatório! Daqueles para se rever uma vez por ano!

O Enigma da Pirâmide

Enigma+da+Pir%C3%A2mide

O Enigma da Pirâmide

O sobrenome da minha filha por parte de mãe é Holmes – a mãe dela é inglesa. Claro que heu sempre tive vontade de mostrar logo pra ela quem foi Sherlock Holmes! Aí aproveitei pra rever com ela este interessante filme “menor” dos anos 80.

O Enigma da Pirâmide, que numa tradução literal seria O Jovem Sherlock Holmes, conta a história da juventude do famoso detetive da literatura inglesa. Mas é uma obra “original” – não é escrita por Arthur Conan Doyle. Mesmo assim, o roteirista Chris Columbus (que antes tinha escrito Gremlins e Goonies depois dirigiria os primeiros Esqueceram de Mim e os primeiros Harry Potter) soube respeitar toda a mitologia “holmesiana”.

Holmes (Nicholas Rowe), ainda adolescente, conhece aquele que virá a ser o seu grande companheiro, Watson (Alan Cox), e juntos eles resolvem um caso misterioso que envolve assassinatos, drogas alucinógenas e um culto egípcio proibido.

Por que falei que era um filme “menor”? Porque apesar de ser um filme muito legal, não foi tão badalado, apesar de ter o nome de Steven Spielberg na produção executiva. Talvez isso tenha acontecido por causa dos nomes envolvidos: o diretor Barry Levinson fez alguns filmes interessantes, mas nunca se firmou no primeiro escalão de Hollywood, assim como os atores principais tampouco fizeram algo digno de nota depois deste filme – ainda no elenco, temos Anthony Higgins e Sophie Ward.

Mesmo assim, o filme é bom. A história é consistente, as atuações funcionam bem, e os efeitos especiais são muito interessantes. Tão interessantes que merecem um parágrafo novo de destaque.

Uma curiosidade técnica sobre este filme: trata-se de um marco na evolução dos efeitos especiais, apesar de serem efeitos discretos. Na cena do vitral, foi a primeira vez na história do cinema que apareceu um personagem criado por computador – os hoje famosos “cgi”. A animação mostra uma figura 2D num cenário 3D, e ainda interagindo com um ator humano! Esta cena custou quatro meses de trabalho para a Industrial Light & Magic.

Mais uma coisa: veja o filme até o fim dos créditos. Há uma cena extra, exclusiva para os fãs de Sherlock Holmes.

Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal

indianajoneskingdomcrystalskull

Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal

Depois de 19 anos, mais um filme com o nosso herói arqueólogo favorito: Indiana Jones!

Confesso que essa notícia era preocupante. Por um lado, claro que queremos ver mais Indiana Jones, os 3 filmes anteriores são fantásticos, estão certamente entre os melhores filmes de aventura da história. Mas eram duas as preocupações…

A primeira preocupação pode ser chamada de “Síndrome da Ameaça Fantasma“. É que, depois de 16 anos esperando um novo Star Wars, tivemos um novo filme, bem fraquinho, muito inferior aos anteriores. A segunda era: como se comportará Indy e seu chicote num mundo de efeitos especiais muito digitalizados, à la Lara Croft e A Múmia?

Bem, podemos deixar as preocupações de lado. O novo filme pode ser colocado ao lado dos 3 anteriores, é mais um divertido e excelente filme de aventura. E os efeitos digitais estão a favor do filme: pouco os vemos!

Uma coisa legal nesse filme novo é que não tentaram transformar Harrison Ford em um garotão de novo. Se os filmes anteriores se passam nas décadas de 30 e 40, na época da 2a Guerra Mundial, agora a ação se passa em 57, durante a guerra fria. Não temos mais vilões alemães, agora eles são russos!

Outra coisa legal é a volta de Marion, a “mocinha” do primeiro filme! Karen Allen cinquentona ainda manda bem! Ainda estão no elenco Shia Labeouf, Cate Blanchett e John Hurt, entre outros.

Ok, algumas coisas ficaram forçadas, como a cena da geladeira, ou o “momento Tarzan”. Mas, ora, estamos falando de Indiana Jones! Quem quiser ver coisas verossímeis na tela, procure outro filme! Aqui é que nem James Bond, a mentira trabalha a favor da diversão!

Fica melhor se acompanhado de pipoca!

Band of Brothers

bandofbrothers

Band of Brothers

Sei que aqui só falo de cinema. Mas vou abrir uma excessão pra falar de uma minissérie de tv: Band of Brothers, que, na minha modesta opinião, é uma das melhores coisas já feita pra tv até hoje.

Depois de terem feito O Resgate do Soldado Ryan, Steven Spielberg e Tom Hanks resolveram se aprofundar no tema. Pegaram então a história da Easy Company, uma companhia de paraquedistas que desembarcou na Normandia no Dia D, e seguiu na Europa, tendo chegado na Alemanha na época da rendição de Hitler.

Produziram em 2001 uma mini-série de 10 capítulos na HBO, incensada na época como a “produção mais cara da história” (coisas megalomaníacas de HBO…). E realmente, a história é impressionante! Tom Hanks dirige um os episódios, Spielberg fica só na produção.

Começamos na história ainda nos EUA, no treinamento da Easy, sacaneada pelas outras companhias por ser a que mais ralava. Mas, por outro lado, todos que lá estavam sabiam que ao seu lado estava um forte companheiro. Maneira estranha de pensar, mas tem lógica. Imagine, no meio da guerra, você prefere ao seu lado um cara safo ou um zé mané qualquer?

Sabe aquele início do Soldado Ryan, com o desembarque na Normandia vindo pela praia, com tiro vindo de todos os lados e pra todos os lados, e alemães e aliados morrendo o tempo todo? Logo no segundo capítulo, vemos o que seria a “parte aérea” disso. Muitos, muitos aviões chegando ao mesmo tempo, tiros pra cima e pra baixo, paraquedistas a rodo. A gente vê isso e pensa, “se não fosse isso, acho que a internet hoje seria em alemão”…

Antes de cada capítulo, aparecem veteranos comentando “causos” da época. E, no último capítulo, descobrimos os nomes dos velhinhos: eles são os sobreviventes da Easy!

Um detalhe interessante: no fim, com a derrota alemã, o oficial alemão vai até o americano e oferece a ele a sua arma pessoal, como gesto de rendição. E o americano recusa, porque afinal, “somos todos oficiais honrados”. Então o alemão pede para fazer um último discurso para sua tropa. E, em vez do vilão maniqueísta hollywoodiano, o alemão diz que se sentiu honrado de ter lutado ao lado de homens bons e valentes, e que se precisasse entrar na guerra novamente, queria os mesmos homens na sua tropa. Legal, a gente vê que os vilões são os alemães graúdos, os homens na batalha são apenas homens, pessoas comuns, filhos e maridos de alguém. Provavelmente, se a Alemanha tivesse ganhado a guerra, hoje Inglaterra, EUA e França seriam os vilões…

Recomendo!

Gremlins

gremlins

Gremlins

Quando você estiver pensando em filmes natalinos, que tal a fábula de humor negro Gremlins, de 84, dirigida por Joe Dante?

Às vésperas do Natal, um inventor frustrado consegue, numa loja de bugingangas chinesas, comprar para o seu filho um novo “bicho de estimação”: um Mogwai. Um bichinho fofinho, adorável. mas com 3 recomendações: evite luzes fortes, nunca o deixe perto da água e nunca, nunca mesmo, o deixe comer depois da meia noite.

A história todos já conhecem: o bichinho fofinho se multiplica em bichinhos fofinhos bagunceiros, que depois se transformam em pequenos monstros. E temos o nosso perfeito conto negro de Natal!

Joe Dante é um genial diretor, pena que recentemente só tenha feito coisas pra tv. Mas nos anos 80, apadrinhado por Steven Spielberg, nos presenteou com pérolas como Um Grito de Horror, Viagem Insólita, No Limite da Realidade, Viagem ao mundo dos Sonhos, Mulheres Amazonas na Lua… E podemos dizer que a sua obra prima é justamente esse Gremlins!

(Joe Dante também dirigiu Gremlins 2, em 90, mas essa continuação foi uma grande brincadeira em torno do primeiro. Muito divertido, mas longe de ser um grande filme)

Aliás, Spielberg dá uma de Hitchcock e aparece numa ponta cameo: quando o inventor está na convenção, ao telefone, quem passa na cadeira de rodas motorizada é o próprio diretor de Tubarão! Isso, ao lado de inúmeras citações ao longo do filme, do letreiro do programa de rádio imitando as letras de Indiana Jones, passando por um Gremlin escondido atrás de um boneco do E.T., e ainda mostrando uma sessão dupla no cinema local com os filmes A Boy’s Life (título provisório para E.T.) e Watch the Skies (título provisório para Contatos Imediatos do Terceiro Grau)!

O curioso de se ver esse filme hoje, na era dos efeitos digitais perfeitos, é comparar os efeitos “reais” da época. Por um lado, a animação do Mogwai e dos Gremlins – tudo marionete! – é perfeita! Gizmo, o “bichinho” principal, é impressionantemente articulado. “Atua” melhor que muita gente de carne e osso! Mas. por outro lado, é duro vermos hoje em dia efeitos de gelo seco e luz verde, como quando os casulos eclodem e os gremlins aparecem… Dá um ar de filme vagabundo…

Bem, esta é a minha recomendação de filme natalino.