Mad God

Crítica – Mad God

Sinopse (imdb): Um campanário de mergulho corroído desce no meio de uma cidade em ruínas e o Assassino emerge dela para explorar um labirinto de paisagens estranhas habitadas por habitantes monstruosos.

Quando soube que Phil Tippett tinha dirigido um longa metragem em animação stop motion, corri pra ver. Pra quem não ligou o nome à pessoa, Tippett é um técnico de efeitos especiais que tem um currículo invejável. Ele trabalhou no stop motion de filmes como Guerra nas Estrelas, O Império Contra Ataca e Howard O Super Herói, é o criador do robô Ed 209, de Robocop, e chegou a ganhar o Oscar pelos efeitos de Jurassic Park. Gosto de stop motion, gosto do trabalho do cara, claro que quero ver o filme.

Tippett demorou mais de 30 anos pra terminar o filme – nos créditos diz que ele filmou entre 1987 e 2020, ele juntava alunos que queriam experiência pra trabalhar aos sábados. Só pra citar um exemplo que está no imdb: a montanha de soldados mortos foi feita derretendo milhares de soldados de brinquedo, e seis pessoas levaram três anos para completar a cena.

(Ainda segundo o imdb, ele começou a trabalhar no projeto no fim dos anos 80, mas chegou a desistir depois de Jurassic Park, em 1993, porque achou que o CGI ia substituir o stop motion. Mas ele voltou atrás, fez uma campanha no Kickstarter e retomou o projeto.)

Heu queria gostar de Mad God. Realmente queria. Mas…

O visual é impressionante! Muitas cenas enchem os olhos! Mas, o filme vai rolando, e nada acontece! Quer dizer, muita coisa acontece, mas tudo deve ter algum significado simbólico que não fica explícito. Ou seja, é daqueles filmes pra se ver com “manual de instruções” ao lado, pra explicar cada uma daquelas loucuras que vemos em tela. E o fato de não ter diálogos não ajuda em nada.

Como não consegui entender nada, com meia hora de filme, me cansei. E como Mad God tem uma hora e vinte e três, virou uma experiência torturante chegar ao fim.

(Ainda tem um problema, pelo menos pra mim. Mad God é de 2021, mas só vi agora, depois de ter visto o Pinóquio do Del Toro, lançado um ano depois, mas com um alcance muito maior. E Pinóquio é muito melhor em todos os sentidos, porque além de ter um visual ainda mais embasbacante, traz uma história linda!)

Pena, porque o trabalho é belíssimo. Vemos um personagem (que não entendi muito bem o que é) descendo a um submundo onde vemos monstros bizarros em cenários bizarros, mas tudo muito bem feito. Ainda tem muita violência (muitos bonecos morrem!) e muito gore (incluindo algumas cenas nojentas com fluidos corporais). E quase tudo é em stop motion, tirando algumas poucas sequências com atores humanos no meio do filme (o ator principal é Alex Cox, diretor dos cultuados Repo Man (84) e Sid & Nancy (86)).

Mas o resultado, infelizmente, ficou muito chato. Reconheço o trabalho de Tippett, mas é difícil aguentar Mad God até o fim. Do jeito que ficou, o filme mais parece um catálogo de efeitos especiais. Talvez fosse melhor relançar com uma narração ao fundo situando o espectador.

Bob Cuspe – Nós Não Gostamos de Gente

Crítica – Bob Cuspe – Nós Não Gostamos de Gente

Sinopse (filmeB): Bob Cuspe é um velho punk tentando escapar de um deserto apocalíptico que é na verdade um purgatório dentro da mente do seu criador, Angeli, um cartunista passando por uma crise criativa.

Não lembro exatamente em que ano, mas, na minha adolescência, segunda metade dos anos 80, lia várias HQs nacionais de humor adulto: Circo, Chiclete com Banana, Piratas do Tietê, Striptiras, Níquel Náusea, Geraldão, etc. Conheci o trabalho de vários quadrinistas, como Glauco, Luiz Gê, Fernando Gonzalez, Laerte e Angeli. Na minha humilde opinião, estes dois últimos eram os que tinham a obra mais rica. Heu sempre preferi mais o Laerte (tenho várias revistas e livros, incluindo aí todas as 14 revistas dos Piratas do Tietê, compradas nas bancas na época que foram lançadas; e uma coletânea de três volumes em capa dura lançada nos anos 2000), mas é inegável que o Angeli tinha uma riquíssima galeria de personagens icônicos, como a Rê Bordosa, a Mara Tara, os Skrotinhos, Wood & Stock, Osgarmo, Walter Ego… e o Bob Cuspe.

(Ainda preciso citar a genial revista Los Três Amigos, inspirada no filme com Steve Martin, Chevy Chase e Martin Short. A revista trazia três personagens, desenhados por Angeli, Laerte e Glauco, cada um usando o seu estilo próprio.)

Não sei se foi coincidência ou se planejaram, mas há pouco tivemos Cidade dos Piratas, mistura de documentário e ficção mostrando como o Laerte de hoje em dia lida com sua obra. E agora a gente tem Bob Cuspe – Nós Não Gostamos de Gente, que tem um formato bem parecido, é uma mistura de documentário com ficção mostrando como o Angeli de hoje em dia lida com sua obra. E, apesar de gostar mais de Laerte e Piratas do Tietê, reconheço que o resultado aqui ficou melhor.

Dirigido por Cesar Cabral, Bob Cuspe é um longa de animação em stop motion, o que por si só já é uma coisa muito legal (outras animações por computador são mais fáceis de fazer, são poucos os que ainda insistem no stop motion) – só pra dar um exemplo, a equipe deste longa gastava um mês pra fazer 5 minutos de filme. Bob Cuspe alterna entre a parte documentário, onde o próprio Angeli (como bonequinho) é entrevistado; e um mundo pós apocalíptico, que seria a mente do desenhista em crise criativa.

A qualidade da animação é excelente. O visual dos bonequinhos me lembrou Anomalisa, mas só o visual, o filme não tem nada a ver. Os bonequinhos são muito bem articulados, e o visual pós apocalíptico é bem legal. E, na parte onde mostra o Angeli, aparentemente filmaram e animaram em cima dos movimentos reais, realmente parecem movimentos humanos. E, pra aumentar a sensação de realidade, o “documentário” tem até ajustes de enquadramento e foco.

Rolam participações especiais de alguns outros personagens do Angeli, como Rê Bordosa, Ralah Rikota e os Skrotinhos – a cena com os Skrotinhos é de rolar de rir. Os inimigos do mundo do Bob Cuspe são pequenas versões do Elton John – não me lembro de ter lido isso nas HQs…

No elenco, Milhem Cortaz faz a voz do Bob Cuspe, enquanto Paulo Miklos faz a voz dos dois personagens que interagem com ele – acho que ambos se chamam Kowalski – boas escolhas. Angeli interpreta ele mesmo, assim como Laerte, que tem uma participação pequena. Também no elenco, Grace Gianoukas, André Abujamra, Beto Hora e Hugo Possolo.

Gostei da trilha sonora, tanto a trilha composta por André Abujamra e Márcio Nigro quanto as músicas inseridas, dos Titãs, Inocentes e Mercenárias.

Por fim, preciso dizer que não gostei do fim. Parece que não tinham um bom fim, e alguém deve ter lembrado “galera, um mês pra fazer 5 minutos, bora fechar de qualquer maneira pra lançar logo!”. Não estragou a experiência, mas foi um final bem fuén.

Ilha dos Cachorros

Ilha dos CachorrosCrítica- Ilha dos Cachorros

Sinopse (imdb): Um surto de gripe canina se espalhou pela cidade de Megasaki, no Japão, e o prefeito Kobayashi exigiu que todos os cães fossem mandados para a Ilha do Lixo. Na ilha, um jovem rapaz chamado Atari sai em busca do seu cão perdido, Spots, com a ajuda de cinco outros cães … com muitos obstáculos ao longo do caminho.

Nove anos depois de O Fantástico Sr. Raposo, Wes Anderson volta ao stop motion, com esse Ilha dos Cachorros (Isle of Dogs, no original).

Antes de tudo, é preciso avisar que Ilha dos Cachorros não é filme para criança. Aliás, é curioso observar como boa parte dos longas em stop motion de hoje em dia não têm crianças como principal público alvo. A Laika (Kubo, Paranorman, Coraline) faz filmes que agradam mais os adultos que as crianças; Tim Burton (Frankenweenie, Noiva Cadáver) tem uma pegada dark; acho que só a Aardman (Fuga das Galinhas, Piratas Pirados, Shaun: o Carneiro) faz stop motion para o público infantil.

Ilha dos Cachorros é uma fábula contada por cachorros – e o que é curioso é que o público só entende os diálogos caninos, todos os diálogos humanos estão sem legendas! E a trama traz críticas ao totalitarismo, à limpeza étnica e ainda cita políticos corruptos. Ou seja, não é um filme infantil!

Quem conhece o estilo do Wes Anderson, sabe que o visual do filme vai ser bem trabalhado. Anderson é um dos poucos diretores contemporâneos que mantém uma identidade visual. Seus filmes são sempre cheios de detalhes visuais bem cuidados, e lha dos Cachorros não é diferente. A animação enche os olhos! E a boa trilha sonora de Alexandre Desplat ainda melhora a experiência.

Outro dia falei aqui do elenco de Hotel Transilvânia 3, né? O elenco de vozes aqui é muito mais impressionante: Bryan Cranston, Edward Norton, Bill Murray, Jeff Goldblum, Greta Gerwig, Frances McDormand, Scarlett Johansson, Harvey Keitel, F. Murray Abraham, Tilda Swinton, Liev Schreiber, Courtney B. Vance e Yoko Ono – e ainda tem Anjelica Huston num papel mudo, seja lá o que isso significa numa dublagem…

Boa opção diferente do comum!

O Estranho Mundo de Jack

O-Estranho-Mundo-de-JackCrítica – O Estranho Mundo de Jack

Que tal um filme de natal?

Jack Skellington, rei da cidade do Halloween, descobre a cidade do Natal e resolve sequestrar o Papai Noel para fazer o seu natal. Mas parece que Jack não entendeu muito bem o conceito.

Antes de tudo, vamos esclarecer uma confusão: afinal, O Estranho Mundo de Jack (Nightmare Before Christmas, no original) é Tim Burton ou não?

No início dos anos 80, quando ainda era um animador da Walt Disney Animation Studios, Tim Burton escreveu um poema de três páginas intitulado “The Nightmare Before Christmas”. Sua inspiração veio de especiais da tv como Rudolph, a Rena do Nariz Vermelho e Como o Grinch Roubou o Natal. Com o sucesso do curta Vincent (que mais tarde originaria o longa Frankenweenie) em 1982, a Disney começou a considerar O Estranho Mundo de Jack como um curta-metragem ou um especial de tv de 30 minutos. Burton criou a arte conceitual e o storyboard, além de trabalhar na modelação das personagens. Também queria ter Vincent Price como narrador.

Mas Burton estava enrolado com as filmagens de Batman O Retorno e a pré produção de Ed Wood, então apresentou o projeto a Henry Selick (James e o Pêssego Gigante, Coraline), que também era um animador da Disney no início da década de 1980, e que acabou assumindo a direção – Burton ficou no roteiro e na produção. Ou seja, é Tim Burton, mas também não é…

Independente de quem é “o pai da criança”, O Estranho Mundo de Jack é um grande filme, um clássico moderno da animação, e um dos melhores filmes na história do stop motion. Digo mais: hoje o personagem Jack Skellington é cultuado como um dos maiores ícones darks da cultura pop contemporânea.

É difícil classificar O Estranho Mundo de Jack . Talvez seja muito infantil para os adultos e muito dark para as crianças. Mas quem estiver de coração aberto vai ver uma deliciosa fábula. (É curioso notarmos que Jack não é malvado. Ele tinha boas intenções, mas se atrapalhou e acabou tomando caminhos errados. Ou seja, serve também para crianças.)

A parte técnica enche os olhos, mesmo visto hoje, mais de vinte anos depois do lançamento. O stop motion é perfeito, e os cenários são cheios de detalhes em cada cena. A fotografia chama a atenção, usando um contraste entre o escuro sombrio da cidade do Halloween contra o muito colorido da cidade do Natal.

Se O Estranho Mundo de Jack tem um defeito, é que na minha humilde opinião, não tinha história para preencher um longa metragem. A trilha sonora de Danny Elfman é boa, mas achei que são músicas demais, às vezes cansa – e olha que o filme tem apenas 76 minutos. Talvez fosse melhor um filme de 30 minutos mesmo…

Falando em Elfman, ele dubla Jack nas músicas. Durante os diálogos, a voz é de Chris Sarandon. Catherine O’Hara, que tinha feito Os Fantasmas se Divertem com Burton, dubla Sally.

O Estranho Mundo de Jack é a sugestão de filme pra hoje. Feliz natal pra todos!

Frankenweenie

Crítica – Frankenweenie

Novo longa-metragem em animação stop motion de Tim Burton!

Depois de perder inesperadamente o seu querido cão Sparky, o menino Victor usa experimentos com energia elétrica aprendidos na aula de ciências para trazer seu melhor amigo de volta à vida.

Tim Burton começou a chamar a atenção em 1988, com Beetlejuice – Os Fantasmas Se Divertem, seu terceiro longa-metragem. Mas ele já tinha feito alguns curtas interessantes antes. Um deles, de 1984, era justamente Frankenweenie, também em stop motion. Agora que Tim Burton é um nome consagrado em Hollywood, ele resolveu retomar seu velho curta e transformá-lo em um longa. Como já era previsível, o resultado ficou muito bom!

Falei previsível porque já mencionei aqui que Tim Burton é um dos poucos diretores contemporâneos com personalidade própria. Seus filmes quase sempre têm “cara de Tim Burton”. E ele usar stop motion em um longa não é exatamente uma novidade – ele produziu O Estranho Mundo de Jack em 1993 e dirigiu A Noiva Cadáver em 2005.

O melhor de Frankenweenie são as inúmeras referências a filmes clássicos de terror, como o Frankenstein de 1931 (a referência mais óbvia, na cena onde Sparky é trazido de volta), A Noiva de Frankenstein (o “cabelo” da cachorrinha), Gamera (ou Godzilla), A Múmia, nomes de alguns personagens (Elsa Van Helsing, Edgar E. Gore), o professor que tem a cara do Vincent Price, e até Gremlins (os ‘kikos marinhos”). Isso sem contar com Christopher Lee, que aparece em imagens de arquivo, tiradas do filme Drácula, O Vampiro da Noite.

Outra coisa muito legal é a caracterização dos personagens. A turma da escola só tem freaks, cada personagem é melhor que o outro! Adorei a menina dona do gato, com olhos enormes e pupilas minúsculas. Também gostei muito da fotografia em preto e branco e da trilha sonora de Danny Elfman.

Justamente por estes fatores citados nos dois parágrafos acima, não sei se o filme vai agradar os mais novos. O filme não é exatamente para crianças, apesar de não ser assustador – é uma mistura de terror com fantasia, com pitadas de drama e de comédia. Aliás, é bom falar: não é exatamente uma comédia, mas traz uma cena engraçadíssima de humor negro (a cena do “Colosso”).

Vi o filme dublado, então não posso falar muito sobre o elenco, que conta com vozes de Winona Ryder, Martin Landau, Martin Short e Catherine O’Hara, contracenando com crianças menos conhecidas como Charlie Tahan e Atticus Shaffer. Curiosamente, Frankenweenie não tem Johnny Depp nem Helena Bonham-Carter, os “atores assinatura” de Burton – é a primeira vez desde Peixe Grande (2003) que Depp não está num filme de Burton (foram cinco filmes seguidos).

O fim do filme traz um final “disneyano” desnecessário (o filme é da Disney), o fã de Tim Burton não precisa necessariamente de um final feliz. Mas nada que estrague o filme.

p.s.: Procurei no youtube o curta Frankenweenie original, de 1984, mas só achei este link que traz também outro curta, Vincent, feito em stop motion pelo mesmo Tim Burton dois anos antes, em 1982. Frankenweenie começa aos 5:57. Mas recomendo ver os dois!

Paranorman

Crítica – Paranorman

Alvíssaras! Novo longa metragem em animação stop motion em cartaz nos cinemas!

Um garoto meio esquisito tem o dom de conversar com pessoas mortas. E sofre bullying na escola por causa disso. Mas seu dom pode salvar a cidade de uma maldição centenária.

Escrito e dirigido pelo estreante Chris Butler, Paranorman é a nova cria do estúdio Laika Entertainment, o mesmo que fez o ótimo Coraline e o Mundo Secreto. Desta vez, o tema continua ligado ao terror, mas o clima do filme é menos sombrio.

A qualidade do stop motion é impressionante. Às vezes parece que estamos vendo uma animação por computador. Aliás, cheguei a pensar que se tratava de uma animação “normal”, de tão bem feita.

Uma coisa muito legal em Paranorman são as citações a filmes de terror, desde a sensacional sequência inicial até a máscara de hóquei do Jason Vorhees. Boa sacada pro público que curte esta onda!

Não posso falar do elenco, já que vi a versão dublada. Mais uma vez deu pena ao ver quem está no áudio original: Anna Kendrick, Casey Affleck, Christopher Mintz-Plasse, Leslie Mann e John Goodman, entre outros. E quem não reconheceu o nome do protagonista Kodi Smit-McPhee, é o menino da versão americana de Deixe-me Entrar.

Se tem uma crítica que podemos fazer é que tenho minhas dúvidas se os menores não vão se assustar. Minha filha de 11 anos adorou, mas meu filho de 3 ficou com medo dos zumbis…

Tenho a impressão que stop motion é uma arte do passado, cada vez temos menos filmes no estilo. Mas pelo menos a qualidade ainda é alta. Se temos poucos, que pelo menos mantenham a qualidade!

Top 10: Stop Motion


Top 10: Stop Motion

Stop Motion é aquele estilo de animação onde modelos são fotografados quadro a quadro. Quando heu era criança, a gente chamava de “animação de massinha”.

Hoje em dia, o stop motion é pouco usado, porque é muito mais fácil fazer tudo no computador. Mas se a gente pesquisar, até pouco tempo atrás muitos filmes usavam stop motion corriqueiramente nos seus efeitos especiais – de Guerra nas Estrelas (o jogo semelhante a xadrez dentro da Millennium Falcon) a Jurassic Park (parte dos dinossauros era stop motion usando modelos em tamanho natural!).

Provavelmente o maior nome na história do stop motion é Ray Harryhausen, citado algumas vezes no Top 10. A imagem que abre o post é uma homenagem que o filme Monstros S.A. fez a ele – o restaurante onde Mike Wazowski leva Celia se chama Harryhausen! Detalhe: Monstros S.A. não tem nada de stop motion…

Para a lista abaixo, peguei dois tipos diferentes de filme. Alguns são longas de animação feitos inteiramente com stop motion. Outros são filmes com atores onde efeitos em stop motion são destaques. Espero ter escolhido os melhores exemplos de ambos os casos!

Vamos aos filmes?

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10. Rudolph – A Rena do Nariz Vermelho (1964)

Abro o Top 10 com este Rudolph – A Rena do Nariz Vermelho, uma forte lembrança dos meus tempos de Sessão da Tarde!

9. Wallace & Gromit – A Batalha dos Vegetais (2005)

Heu particularmente prefiro A Fuga das Galinhas, do mesmo Nick Park. Mas temos que reconhecer que Wallace & Gromit foi até hoje o único longa de stop motion a ganhar Oscar de melhor animação…

8.  Fúria de Titãs (1981)

Ray Harryhausen trabalhou nos efeitos stop motion de alguns grandes filmes de aventura, como este Fúria de Titãs, com Cálibos, Pégaso, Medusa e a corujinha Bubo.


7. King Kong (1933)

Clássico do terror e também da animação, faz uma boa dobradinha com o também clássico O Mundo Perdido, de 1925, inovadores na época ao misturarem atores com stop motion.

6. As Novas Viagens de Simbad (1973)

Décadas atrás existia uma série de filmes do Simbad onde atores contracenavam com criaturas em stop motion, animadas por Ray Harryhausen (Simbad e a Princesa, Simbad e o Olho do Tigre…). As Novas Viagens de Simbad foi o último desses.

5. A Festa do Monstro Maluco (1967)

Dr Frankenstein resolve se aposentar, e promove uma festa para escolher seu sucessor. Entre os convidados, estão Dracula, o Lobisomem, a Criatura e Dr Jekyll & Mr Hyde.

4. Jasão e os Argonautas (1963)

É o filme mitológico mais famoso e importante do Ray Harryhausen, com a Hydra e a famosa cena do exército de esqueletos, citada por Sam Raimi em Evil Dead 3 – Army of Darkness.

3. O Estranho Mundo de Jack (1993)

Jack Skellington, o rei da Cidade do Halloween, descobre o Natal, e resolve sequestrar o Papai Noel e tomar o lugar dele. Genial filme de Henry Selick, com roteiro de Tim Burton.

2. Noiva Cadáver (2005)

Fábula macabra onde um homem é disputado por duas noivas – sendo que uma delas está morta. Tim Burton produziu, escreveu e co-dirigiu (ao lado de Mike Johnson).

1. Coraline e o Mundo Secreto (2009)

E o primeiro lugar fica com a adaptação do livro de Neil Gaiman, também dirigida por Henry Selick. Fofo e assustador ao mesmo tempo, e com uma animação de encher os olhos.

http://blogdoheu.wordpress.com/2009/02/25/coraline-e-o-mundo-secreto/

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Se você gostou do Top 10: Stop Motion, o Blog do Heu recomenda os outros Top 10 já publicados aqui:
filmes de zumbi
filmes com nomes esquisitos

filmes sem sentido
personagens nerds
estilos dos anos 80
melhores vômitos
melhores cenas depois dos créditos
melhores finais surpreendentes
melhores cenas de massacre
filmes dos ano 80 e 90 nunca lançados em dvd no Brasil
estilos de filmes ruins
casais que não convencem
musicais para quem não curte musicais
melhores frases de filmes
melhores momentos de Lost
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filmes com elencos legais
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melhores filmes baseados em HP Lovecraft
filmes que vi em festivais e mais ninguém ouviu falar
Atores Parecidos
Atrizes Parecidas
filmes de lobisomem
melhores trilogias
filmes de natal
melhores filmes de 2010
coisas que detesto nos dvds
melhores filmes da década de 00
filmes de vampiro

melhores diabos
cenas de sexo esquisitas

ficção cientifica ou não ficção científica

filmes de vingança

marcos nos efeitos especiais
filmes estrangeiros que fazem referência ao Brasil

personagens que morreram e voltaram

filmes de macho
filmes de máfia
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favoritos do heu
filmes de humor negro
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filmes com viagem no tempo
melhores lutas longas
melhores adaptações de quadrinhos de herois
piores adaptações de quadrinhos de herois
melhores filmes trash
filmes com teclados

Fúria de Titãs (1981)

Fúria de Titãs (1981)

Aproveitei que a refilmagem de Fúria de Titãs estava para estrear e fiz algo ir deveria fazer sempre: revi o original antes de ir ao cinema ver a nova versão.

Neste filme que é um dos grandes épicos do cinema de aventura da década de 80, Perseus, filho de Zeus com uma humana, luta contra monstros mitológicos como a Medusa e o Kraken para salvar a princesa Andromeda.

Único filme digno de nota do diretor Desmond Davis, Fúria de Titãs teve  Ray Harryhausen como um dos produtores. Provavelmente trata-se do maior nome da história da animação stop-motion no cinema. E aqui o filme é repleto dessas fantásticas animações.

Ah, os efeitos especiais! O filme é repleto de stop-motions e chroma-keys, e os efeitos são excelentes. Hoje estamos acostumados com cgis perfeitos, então, à primeira vista, tudo parece muito tosco. Mas, se a gente parar pra ver, é muito bem feito, principalmente se a gente se lembrar do ano que foi feito (o filme foi lançado em 1981). Claro que os efeitos não enganam ninguém, mas mesmo assim o resultado é impressionante.

Graças aos bons efeitos especiais, Perseus cavalga o cavalo alado Pegasus e tem a companhia da coruja robô Bubo (se o filme fosse hoje em dia, Bubo estaria em todas as lojas de brinquedos!), e duela contra escorpiões gigantes, um cachorro de duas cabeças e também contra Calibos, um vilão meio monstro. Isso sem contar os já citados Medusa e Kraken. Resumindo: diversão garantida!

É complicado falarmos do elenco, já que se trata de um filme de quase 30 anos atrás. Harry Hamlin, o Perseus, que heu saiba não fez mais nada de vulto em sua carreira. O mesmo podemos falar da bela Judi Bowker, a Andromeda. Por outro lado, temos grandes nomes como Laurence Olivier (Zeus), Burgess Meredith (Ammon) e e Maggie Smith (Thetis) como coadjuvantes. E Ursula Andress entra muda e sai calada com a sua Aphrodite…

Este Fúria de Titãs, apesar de ter cara de “sessão da tarde” por causa de sua idade, ainda é um dos melhores filmes de aventura do século passado. E ainda serve para a s gerações mais novas: revi ao lado da minha filha de 9 anos (que recentemente viu Percy Jackson e o Ladrão de Raios no cinema) e ela se divertiu tanto quanto heu!

Bem, agora falta ver a nova versão. Em breve, aqui no blog!

Coraline e o Mundo Secreto

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Coraline e o Mundo Secreto

Uma menina se muda com os pais para uma velha casa. E descobre uma porta, que a leva para um mundo paralelo, onde tudo é melhor: seus pais, seus vizinhos, até a comida. Até que ela descobre o que está por trás desse mundo “perfeito”…

Uma coisa curiosa sobre esse Coraline é que a história serve tanto para um filme infantil quanto para um filme de terror! Daqui a pouco volto a esse assunto…

Longa metragem de animação em stop motion, Coraline é a adaptação de um livro do Neil Gaiman, dirigida por Henry Selick, o mesmo de O Estranho Mundo de Jack. A animação enche os olhos, é legal a gente ver um stop motion bem feito hoje em dia, quando os desenhos computadorizados tomaram conta dos lançamentos cinematográficos. Ainda mais em 3D, opção existente em algumas salas da cidade!

O “conto de fadas torto” funciona muito bem, todos os personagens são bem escritos e animados, e além disso as músicas também são boas. Pena que vi dublado, a Coraline original é dublada pela Dakota Fanning…

A história tem um “que” de Alice no País das Maravilhas: uma menina descobre um mundo do outro lado do “espelho”. Tem até um gato!

E aí volto àquele assunto que mencionei lá em cima. É um filme infantil? Sim. Mas não recomendo crianças muito pequenas – quando Coraline descobre a realidade sobre o “mundo secreto”, os mais novos podem se assustar. As pessoas do outro lado não têm olhos, têm botões costurados, como grandes bonecas… Realmente poderia ser um filme de terror!

(Que bom que minha filha já tem quase 8 anos, e curtiu o filme na boa!)

Recomendo, mesmo que você não tenha criança pra levar ao cinema! E procure as salas 3D!

(E depois pode fazer uma sessão dupla com O Estranho Mundo de Jack e Noiva Cadáver pra fechar a noite…)