Depois de Horas

Depois de horasCrítica – Depois de Horas

Vamos de Martin Scorsese dos anos 80?

Um homem comum tem a pior noite da sua vida quando resolve ir até o Soho atrás de uma garota que ele conheceu mais cedo num café.

Depois de Horas (After Hours, no original) é – injustamente – considerado um filme “menor” do Martin Scorsese. Tá, estamos falando do diretor de Taxi Driver, Touro Indomável, Os Bons Companheiros, Cassino, A Ilha do Medo, Hugo Cabret, O Lobo de Wall Street – o currículo do cara é impressionante. Mas acho errado usar o termo “menor”. Talvez seja melhor usar “diferente”.

Porque Depois de Horas não se propõe a ser um grande clássico do cinema, apenas um pesadelo kafkiano bem filmado – diga-se passagem, muito bem filmado. O personagem de Griffin Dunne se mete numa fábula ao inverso, e a roubada aumenta a cada passo que ele dá. O roteiro, escrito por Joseph Minion, é genial e sádico, ao mostrar como nada é tão ruim que não possa piorar.

Ah, e sobre ser “menor” (sempre usando aspas, porque não concordo com o termo): Scorsese ganhou prêmio de melhor diretor em Cannes, Griffin Dunne foi indicado ao Globo de Ouro de melhor ator e Rosanna Arquette, ao Bafta de melhor atriz coadjuvante. Nada mal, não?

O elenco é ótimo. Segundo o imdb, Scorsese pediu a Dunne que restringisse o sono e sexo, pra ajudar na paranoia de seu personagem. Acompanham o pesadelo de Dunne Rosanna Arquette, Teri Garr, Linda Fiorentino, Verna Bloom, Catherine O’Hara, Dick Miller, Will Patton, John Heard, Cheech Marin e Thomas Chong. Ah, o cara com o refletor no clube é o próprio diretor Scorsese.

Recomendado àqueles que curtem humor negro!

Relatos Selvagens

0-Relatos SelvagensCrítica – Relatos Selvagens

Mais de uma pessoa me recomendou este filme argentino no fim do ano passado, mas só consegui ver agora. Filme visto, passo a engrossar a lista de recomendações!

Relatos Selvagens (Relatos Salvajes, no original) conta seis histórias curtas, independentes entre si: um grupo de pessoas num avião que descobre que têm algo em comum; uma mulher que vê oportunidade de se vingar de um homem que destruiu sua família; uma discussão entre dois motoristas numa estrada vazia; um homem revoltado com o “Detran argentino”; um homem rico que quer livrar o filho de um crime; e uma festa de casamento onde a noiva descobre que foi traída.

As histórias são independentes, não existe um fio condutor entre elas. A única semelhança é que são pessoas comuns, colocadas em situações limite, e que precisam quebrar regras sociais – e que extravasam seus problemas de forma violenta e catártica. Sabe Um Dia de Fúria, onde Michael Douglas se revolta e sai numa crise de fúria pela cidade? Pois imagine isso dividido em pílulas entre vários personagens…

Escrito e dirigido por Damián Szifron, Relatos Selvagens tem duas características que provavelmente ajudaram muito o seu sucesso. Uma é que é fácil se identificar, todos nós já vivemos situações parecidas com as mostradas no filme – quem nunca teve vontade de explodir o Detran? A outra é que o filme é bem humorado e usa humor (negro) para resolver seus conflitos. Algumas cenas são engraçadíssimas!

E não é só isso. Filmes em episódios tendem a ser irregulares – coisa que não acontece aqui, todas as seis historinhas são boas e coerentes entre si. E a fotografia é outro destaque. Szifron se preocupa em procurar ângulos diferentes para a sua câmera ao longo de todo o filme – gostei da câmera presa na porta da cozinha, na sequência do casamento.

No elenco, como é um filme argentino, claro que tem o Ricardo Darín – ótimo, como sempre. Também no elenco, Oscar Martínez, Leonardo Sbaraglia, Darío Grandinetti, Rita Cortese, Erica Rivas e Julieta Zylberberg

Relatos Selvagens concorreu ao Oscar de filme em língua estrangeira, mas perdeu para o polonês. Pena. Este é um daqueles raros casos que a gente torce por argentinos…

p.s.: Nunca estive numa festa de casamento tão legal quanto aquela!

Tusk

TuskCrítica – Tusk

Filme novo do Kevin Smith!

Um podcaster vai até o Canadá atrás de uma boa história, mas acaba sendo sequestrado – para virar uma morsa.

Kevin Smith está numa fase da carreira onde ele pode arriscar. E fez isso com este estranho Tusk.

Smith tem um podcast, o “Smodcast”. Uma vez, ele leu uma notícia bizarra, onde um homem oferecia casa e comida, de graça, desde que o inquilino topasse se vestir de morsa. O que era pra ser apenas uma piada rápida virou um papo de quase uma hora. Smith então perguntou aos seus ouvintes se eles queriam ver um filme sobre isso. Adivinhem qual foi a resposta…

Tusk começa bem, num clima entre o humor negro e o suspense. Auxiliados por bons diálogos, escritos pelo próprio Smith, Michael Parks e Justin Long constroem uma tensa e interessante relação, com um que de Encaixotando Helena e outro de Centopeia Humana.

Mas tem um momento que o filme sai do trilho. É quando aparece um Johnny Depp, fantasiado e anônimo (ele não está nos créditos). Seu personagem, Guy Lapointe, é bobo e sem graça, e mesmo assim tem muito tempo de tela – além de um papo looongo, chato e desinteressante, num café, ainda rola um flashback desnecessário.

Assim, um filme que começa esquisito mas promissor termina confuso e arrastado. Pena…

Digo pena porque heu era muito fã do Kevin Smith, na sua fase “Jay & Silent Bob”. Gosto muito de O Balconista, Barrados no Shopping, Procura-se Amy, DogmaO Império do Besteirol Contra-Ataca. Entendo que ele queira coisas diferentes na sua carreira, mas confesso que prefiro a primeira fase da sua filmografia.

No elenco, além dos já citados Parks e Long, Tusk traz Haley Joel “I see dead people” Osment e Genesis Rodriguez. Jennifer Schwalbach Smith, a sra. Kevin Smith, faz uma ponta como uma garçonete; e as duas atendentes da loja de conveniência são Harley Quinn Smith e Lily-Rose Melody Depp, são as filhas de Kevin Smith e Johnny Depp. Ah, e tem Johnny Depp, infelizmente num papel bem abaixo do que costuma fazer.

Tusk faz parte de uma trilogia baseada no Canadá, com outros filmes a serem escritos e dirigidos também por Smith, Yoga HosersMoose Jaws, a serem lançados este ano e ano que vem. Parece que Johnny Depp estará nos outros dois com o seu Guy Lapointe. Tomara que ele e Smith acertem a mão nos próximos filmes!

Death Valley

?????? ??????? ?????? ????????? / Death ValleyCrítica – Death Valley

Antes da minha última viagem, procurei recomendações de uma série curta para colocar no celular. Me falaram de uma série da MTV que só teve 12 episódios de 21 minutos cada, e que tinha uma premissa genial – uma cidade que sofria com ataques simultâneos de zumbis, de vampiros e de lobisomens! Perfeita!

Trata- se um “mockumentário” (documentário fake) de humor negro, seguindo policiais da UTF – Undead Task Force – uma unidade específica para tratar de casos de natureza sobrenatural.

Gostei muito do estilo de humor absurdo usado na série: uma cidade – Los Angeles! – que continua a vida normal, convivendo tranquilamente com zumbis, vampiros e lobisomens. O humor absurdo também está presente em alguns diálogos – o capitão Dashell solta umas frases sensacionais, completamente nonsense.

O ritmo da série é muito bom. O humor negro é bem dosado, e a série sabe ser séria quando é pra ser séria. Os personagens são bem construídos e os atores têm boa química.

A série não é perfeita, algumas coisas me incomodaram, tipo o sol não matar os vampiros. Queima, machuca (nada de vampiros purpurina), mas não mata. Mas posso afirmar que tem muito mais coisas boas do que ruins, o saldo é positivo.

No elenco, ninguém conhecido, só reconheci Tania Raymonde, que teve um papel secundário em Lost – Caity Lotz está na série Arrow, mas como nunca vi esta série, não conhecia a atriz. Também no elenco, Texas Battle, Bryce Johnson, Charlie Sanders e Bryan Callen.

Death Valley só teve uma temporada, em 2011 – o último episódio termina com um interessante gancho para uma possível segunda, que nunca foi confirmada. Pena, heu veria mais.

 

Mulheres Perfeitas (2004)

0-mulheres-perfeitasCrítica – Mulheres Perfeitas (2004)

Quando uma alta executiva da tv é demitida e entra em depressão, seu marido a leva para a comunidade de Stepford, em Connecticut, onde todas as mulheres são perfeitas – às vezes até demais.

Frank Oz, além de ter sido o braço direito de Jim Henson nos Muppets e de ter interpretado o Yoda, também era diretor. Não é uma carreira muito extensa (12 longas, segundo o imdb), mas tem alguns filmes excelentes – sou muito fã da sua versão de A Pequena Loja dos Horrores. Oz aqui apresenta mais um bom filme.

Este Mulheres Perfeitas é uma refilmagem de Esposas em Conflito, de 1975, inspirado no livro “As Possuídas”, de Ira Levin, lançado em 1972 (todos têm o nome original “Stepford Wives”). Não vi o original, mas pelo que li, é mais sério, mais puxado para o suspense. Esta versão de 2004 não tem nada de suspense, é uma boa comédia de humor negro.

O clima de Mulheres Perfeitas é de uma deliciosa farsa. Tanto é uma farsa que ninguém trabalha naquela cidade, mas todos têm um alto padrão de vida. Os figurinos, a cenografia e a inspirada trilha sonora de David Arnold (parece Danny Elfman, não?) ajudam no clima farsesco.

Algumas características das mulheres de Stepford são inconsistentes. A cena que uma mulher vira um caixa eletrônico não é coerente com a cena final, por exemplo. Falha do roteiro, precisamos reconhecer…

O elenco é excelente. Nicole Kidman está perfeita no papel principal tanto antes, como executiva estafada, quanto depois, como “mulher perfeita”. Christopher Walken exercita sua divertida canastrice com um papel que é a sua cara. Bette Midler, exagerada como sempre, ganhou um papel exagerado que que combina com o seu estilo. Matthew Brodderick é que está um pouco apagado… Ainda no elenco, Glenn Close, Jon Lovitz, Roger Bart e Faith Hill.

Mulheres Perfeitas não é o melhor filme de Frank Oz. Mas pode divertir quem entrar no clima.

Las Brujas de Zugarramurdi

zugarramurdiCrítica – Las Brujas de Zugarramurdi

Sem nenhum aviso na mídia, tem filme novo do Álex de la Iglesia na área!

Depois de um assalto que deu errado, os assaltantes (e o filho de um deles) fogem em um táxi em direção à fronteira da França, perseguidos pela mãe do garoto e por uma dupla de policiais incompetentes. Durante a fuga eles passam por uma cidade onde bruxas foram queimadas no passado, e acabam caindo nas garras de uma horda de bruxas.

Ok, sei que Álex de la Iglesia não é muito pop. Mas sou fã do cara, que fez, entre outros, Ação Mutante, O Dia da Besta, Perdita Durango e Crime Ferpeito. Não gostei muito de seu penúltimo, Balada do Amor e do Ódio, mas nada que manchasse seu bom currículo.

De la Iglesia tem um raro talento para mostrar humor negro. Seus filmes estão sempre na linha entre o engraçado e o aterrorizante, muitas vezes com um pé no grotesco. A bizarria também está presente em sua obra, mas (quase sempre) dentro do limite do bom senso.

Las Brujas de Zugarramurdi começa muito bem. A cena do assalto, protagonizada por artistas de rua com os corpos pintados tem um clima tenso e ao mesmo tempo engraçado. E a perseguição de carro que vem depois não deve nada a filmes americanos. E as bruxas andando pelas paredes são assustadoras!

Las Brujas de Zugarramurdi ainda tem uma vantagem sobre Hollywood: é mais crível um vilarejo que teve bruxas centenas de anos atrás na Europa do que nos EUA, né?

O filme tem um problema: a parte final é inferior ao resto. A música é longa demais, e o ritual cruza a linha do bizarro. Nada que estrague o filme, mas Las Brujas de Zugarramurdi seria melhor se mantivesse o clima do resto do filme.

O bom elenco, liderado por Hugo Silva, Mario Casas, Pepón Nieto e Terele Pávez, traz alguns nomes curiosos. Carolina Bang, aparentemente a atual musa do diretor, consegue ser sexy e assustadora ao mesmo tempo. Carmen Maura, antiga musa de Almodóvar, faz uma das principais bruxas (é seu terceiro filme com De La Iglesia). Macarena Gomez, de Sexykiller, faz a mãe que está na perseguição. E sabe aquele cara esquisito, magro, de braços e pernas compridas, o Javier Botet? Era o ator debaixo da maquiagem da Menina Medeiros de REC e do fantasma de Mama. Só não gostei de Santiago Segura e Carlos Areces, fazendo duas bruxas, mal aproveitados em papeis pouco desenvolvidos.

Las Brujas de Zugarramurdi não é pra qualquer um. Mas quem curte o estilo vai se divertir!

A Família

0-a famíliaCrítica – A Família

Pouca gente viu, mas, olha só, ano passado teve filme novo do Luc Besson!

A família Manzoni, uma notória família da máfia, é realocada para a Normandia, na França, depois de aderir ao programa de proteção à testemunha, onde tem problemas para se adaptar, porque não consegue se livrar dos antigos hábitos.

A Família (The Family, no original) é uma despretensiosa comédia de ação, com pitadas de humor negro. Se visto assim, é um fime divertido. Pena que o currículo do diretor faz a gente pensar mais alto.

Pra quem não sabe: Besson é um dos maiores nomes do cinema contemporâneo francês quando se fala em filmes pop. Já nos anos 80 e 90 ele se destacava por usar na França uma linguagem hollwoodiana em filmes de ação como Nikita, O Profissional e O Quinto Elemento. Nos anos 2000, ele dirigiu menos, mas produziu e escreveu roteiros pra um monte de filmes, quase todos de ação, como Carga Explosiva, B13, Busca Implacável e Dupla Implacável, enquanto variava o estilo nos poucos filmes que dirigia – o drama fantástico Angel-A, a aventura As Múmias do Faraó, o drama histórico Além da Liberdade e a trilogia infantil Arthur e os Minimoys.

Com um currículo desses, e com Robert de Niro e Michelle Pfeiffer no elenco, fica difícil não ter expectativa alta. E este é o problema aqui: A Família não é um filme ruim, mas também está longe de ser um filmaço.

Visto de maneira descompromissada, A Família é até divertido. As maneiras como a família Manzoni resolve os seus problemas geram momentos bem engraçados, como quando Maggie coloca fogo no mercado só porque falaram mal dos EUA, ou as estratégias de Warren para tomar conta da escola.

Sobre o elenco, parece que Robert de Niro assumiu que hoje ele é uma caricatura dele mesmo – em determinada cena, seu personagem assiste a Os Bons Companheiros, filme estrelado pelo próprio De Niro! Acho que nunca a metalinguagem foi tão explícita… Michelle Pfeiffer não é famosa por filmes de máfia, mas não podemos esquecer que ela estava em Scarface e De Caso Com a Máfia. Tommy Lee Jones faz o polcial do serviço de proteção à testemunha. Ainda no elenco, Dianna Agron e John D’Leo como os filhos.

Enfim, nada demais. Mas pelo menos dei algumas risadas.

The World’s End

Crítica – The World’s End

Filme novo do trio Simon Pegg, Nick Frost e Edgar Wright!

Um quarentão que parou no tempo resolve reunir os quatro amigos da época da escola para voltarem para a sua cidade natal e fazerem uma maratona de bebedeira em doze pubs diferentes, terminando no The World’s End, o útlimo pub. Só que sua cidade não é mais a mesma…

Depois de ver The World’s End, fui pesquisar e descobri que este é o terceiro filme da “Cornetto Trilogy”, que heu nem sabia que existia. Os outros filmes são Todo Mundo Quase Morto (Shaun Of The Dead) e Chumbo Grosso (Hot Fuzz) – os três foram dirigidos por Edgar Wright, escritos por Wright e Simon Pegg, e estrelados por Pegg e Nick Frost, e repetem alguns atores como Martin Freeman e Bill Nighy em papeis menores. Ah, e um detalhe: em cada filme aparece um personagem com um sabor diferente de Cornetto.

E por que isso? Parece que foi uma piada com a trilogia das cores do Krzysztof Kieslowski. Só que em vez de três cores, são três sabores de sorvete: morango (vermelho), clássico (azul) e menta (verde). Genial, não?

E assim, depois de uma comédia / terror e uma comédia / ação, temos uma comédia / ficção científica, feito por uma troupe que traz alguns dos melhores talentos do humor inglês contemporâneo! E que, mais uma vez, nos trazem um filme divertidíssimo, uma das melhores comédias do ano!

Gosto muito do estilo do diretor Edgar Wright (que também fez Scott Pilgrim e foi um dos roteiristas de Tintin), com seus planos curtos e cortes rápidos. Também gosto do estilo de humor, que beira o absurdo mas não chega ao nonsense. E The World’s End ainda tem um bom ritmo – a narrativa começa “normal” com o reencontro dos amigos, mas vai ficando gradativamente mais bizarra o quanto mais próxima do fim do filme. Não gostei muito da conclusão, mas não sei se teriam como fazer final melhor com uma história tão maluca.

O elenco é muito bom. Neste filme, Pegg e Frost “trocam de lugar” – Frost faz o personagem mais pé no chão, enquanto Pegg faz o mais abobado da dupla. Martin Freeman estava nos outros filmes da trilogia Cornetto, mas hoje ele é um nome com star power muito maior (além de ser o Watson da BBC, ele é “o” Hobbit!); Paddy Considine estava em Chumbo Grosso, mas continua sendo um rosto pouco conhecido. Ainda no elenco, Rosamund Pike, Pierce Brosnam, Eddie Marsan e a voz do Bill Nighy.

Por fim, preciso falar dos efeitos especiais, excelentes, principalmente se a gente se lembrar que estamos falando de uma comédia inglesa sem cara de blockbuster.

Claro, tem gente que vai confundir com The End Of The World, outra comédia apocalíptica lançada recentemente, e com nome quase igual. Até vejo algumas coisas legais em The End Of The World, mas achei este The World’s End muito melhor.

Enfim, ótimo filme. Pena que não deve passar nos cinemas brasileiros…

p.s.: Acabei de achar umas imagens pela internet com um título em português: “Herois de Ressaca”. Péssimo nome, né? É um páreo duro, qual é o pior título nacional, “Herois de Ressaca” ou “Todo Mundo Quase Morto”? 🙁

É o Fim

Crítica – É o Fim

Uma comédia apocalíptica com humor negro e politicamente incorreto onde atores famosos interpretam eles mesmos? Quero ver isso!

Jay Baruchel viaja até Los Angeles para visitar seu amigo Seth Rogen. Lá, eles vão a uma festa na casa de James Franco. Mas durante a festa, começa o apocalipse bíblico!

É o Fim (This is the End, no original) foi escrito e dirigido por Seth Rogen e Evan Goldberg, que também escreveram juntos Segurando as Pontas e Superbad. Eles aproveitaram os amigos e fizeram essa divertida farra.

O grande barato de É o Fim é mostrar atores se sacaneando e interpretando versões caricatas deles mesmos. Eles não poupam nem piadas sobre seus próprios defeitos e fracassos de bilheteria. Aliás, me questiono se eles pensam nas próprias imagens, porque quase todas as piadas do filme são sobre drogas ou sexo… Mas parece que eles não estão preocupados com isso, afinal o elenco é invejável: Seth Rogen, James Franco, Jay Baruchel, Danny McBride, Jonah Hill, Craig Robinson, Emma Watson, Rihanna, Michael Cera, Jason Segel, Chaning Tatum, Christopher Mintz-Plasse e Paul Rudd, entre vários outros.

Claro que o humor nem sempre “desce redondo”. Algumas piadas, além de grosseiras, são sem graça – aquela discussão envolvendo a revista pornô foi desnecessária. Mas, no geral, gostei. É bom saber que o bom e velho humor politicamente incorreto ainda está vivo!

Resumindo: quem gosta de ver gente que não se leva a sério vai gostar. Mas aqueles que preferem comédias mais convencionais devem procurar outro filme.

Ah, um comentário sobre o fim do filme, com spoilers levíssimos: Backstreet Boys não, né?

Wrong Cops

Crítica – Wrong Cops

Oba! Filme novo de Quentin Dupieux!

Várias histórias intercaladas sobre um grupo de policiais imorais em Los Angeles.

Quase ninguém conhece Quentin Dupieux, sei disso. E de onde veio a minha empolgação do primeiro parágrafo? Ora, Dupieux é o roteirista e diretor de Rubber, o filme do “pneu telepático em missão demoníaca”, uma das bobagens mais engraçadas que vi nos últimos anos!

Wrong Cops não é tão bom quanto Rubber. Mesmo assim, é bem divertido.

Dupieux tem um estilo completamente não convencional de filmar. Wrong Cops é repleto de zooms e imagens congeladas aleatoriamente. A trilha sonora eletrônica (composta por Dupieux) parece completamente fora do lugar. E o humor também não é nada convencional. Humor negro e politicamente incorreto são uma constante aqui.

No elenco, vários nomes pouco conhecidos, e uma ponta de Marilyn Manson. As atuações são caricatas, mas acho que foi intencional.

Pena que o humor de Wrong Cops nem sempre funciona, às vezes resvala na grosseria. E outras vezes é simplesmente sem graça – pecado mortal para uma comédia.

No fim, Wrong Cops é um passeio divertido, mas só para alguns iniciados. Porque se você não conhece o trabalho do diretor, veja Rubber primeiro.