The Rocky Horror Picture Show

Crítica – The Rocky Horror Picture Show

No fim de semana passado, tive a oportunidade de ver uma “sessão à carater” deste que é um dos mais cultuados filmes da história do cinema!

Primeiro falarei sobre o filme, depois sobre o que seria uma “sessão à carater”…

Quando o carro dos noivos Brad e Janet quebra, à noite, no meio de uma tempestade, o casal procura abrigo no castelo do Dr. Frank-N-Furter, um bizarro cientista louco travesti que está prestes a trazer ao mundo a sua nova criação: Rocky, um ser humano artificial.

É a versão para cinema da peça alternativa The Rocky Horror Show. E, analisando friamente, o filme não é bom. Na verdade, é muito trash! Sim, é muito cultuado, mas isso não o faz um filme melhor.

Nem tudo é ruim neste musical que mistura terror com comédia, com uma pitada de ficção científica ao fundo. As músicas de Richard O’Brien (que interpreta o corcunda Riff Raff) são muito boas, tenho o cd e ouço direto. A atmosfera bizarra do filme também é bem interessante. E Tim Curry, que estreava em longa-metragens, está ótimo na pele do andrógino Dr. Frank-N-Furter. E ainda tem a Susan Sarandon novinha…

O problema é que a história não faz o menor sentido! E além disso, o filme tem graves problemas de ritmo – a parte final é arrastada demais. Isso porque não falei das atuações e dos efeitos especiais, ambos muito toscos. Mas acho que isso era esperado num filme trash…

E por que o filme é tão cultuado?

Voltemos no tempo. Quando The Rocky Horror Picture Show foi lançado, em 1975, foi um retumbante fracasso nas bilheterias. O filme foi então estrategicamente colocado em sessões à meia-noite, visando plateias alternativas. E o filme foi “adotado” por um público que interagia com o filme.

Essa interatividade com a plateia ficou famosa entre o público de cinema underground. E, entra semana, sai semana; entra mês, sai mês; entra ano, sai ano, o filme continua nos cinemas – hoje The Rocky Horror Picture Show detém o verbete do Guiness de “filme em cartaz há mais tempo”. Já são 36 anos, e o filme continua com fôlego…

Lembro de uma vez, no então Cineclube Estação Botafogo – acho que foi em 1989 – onde, meio sem querer, fui parar numa dessas sessões interativas. Achei aquilo o máximo, mas nunca soube de outra sessão dessas, por isso, nunca tinha revisto. Até que, semana passada, soube que o recém reformado Cine Jóia estava planejando uma sessão, que aconteceu sábado passado – meia noite, claro!

O Jóia providenciou tudo o que o filme pede. Pessoas fantasiadas (com direito a explicações prévias feitas por um cosplay de Frankenfurter), e todo um “kit Rocky Horror” distribuído pra cada espectador (com arroz, confete, língua de sogra e um pedaço de jornal – acreditem, tudo faz sentido ao longo do filme!). E ainda levei um guarda-chuva!

O pequeno cinema (87 lugares) estava lotado, e ainda tinha um pessoal sentado no chão. E a sessão foi sensacional, todos no cinema estavam no clima, todos cantaram, gritaram e se divertiram! Parabéns ao Cine Jóia, que continue assim!

Só não sei se vale a pena ver o filme sem ser numa destas sessões. Tenho até o dvd, mas acho que ver o filme sozinho em casa deve ser sem graça. Mas, se você ouvir falar de uma sessão dessas perto da sua casa, não hesite e corra para o cinema!

p.s.: O poster aí em cima fala “a different set of jaws” – era uma citação ao Tubarão (Jaws, no original), da mesma época…

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Meia Noite em Paris

Crítica – Meia Noite em Paris

Filme novo do Woody Allen!

Gil é um roteirista de relativo sucesso em Hollywood, mas quer largar essa vida, se mudar para Paris e escrever romances – decisão não apoiada por sua noiva. Apaixonado por Paris e pela década de 20, de repente Gil volta no tempo e passa a ter contato com personagens históricos, como Cole Porter, Ernest Hemingway, F Scott Fitzgerald, Gertrude Stein, Pablo Picasso, Salvador Dalí e Luis Buñuel, entre outros.

Tem gente por aí dizendo que este é o melhor Woody Allen em muito tempo, mas não sei se sou a pessoa certa para falar sobre isso, já que, sei lá por qual motivo, não vi nenhum dos filmes que ele fez entre 98 e 2007 (mas tô em dia desde Vicky Cristina Barcelona!). Pelo menos posso afirmar que é o melhor entre os quatro últimos.  As situações geradas pelos encontros de Gil com as figuras históricas são deliciosas! Não conheço ninguém que saiu do cinema sem se imaginar em outra época, acho que esse culto ao passado é algo natural do ser humano.

Paris foi uma escolha perfeita para o cenário de Meia Noite em Paris. Que outra cidade conjugaria um passado tão rico em cultura com cenários atuais que não precisam de muitas adaptações? É um filme de viagem no tempo sem efeitos especiais aparentes!

No elenco, Owen Wilson surpreende. Normalmente associado a comédias dirigidas a um público mais, digamos, hollywoodiano, ele está perfeito aqui como o alter-ego de Allen. Se heu não o conhecesse  de filmes como Uma Noite no Museu, Marley & Eu ou a série Bater ou Correr, diria que é um ator sério… Ainda no elenco, Rachel McAdams, Michael Sheen, Marion Cotillard, Kathy Bates e um Adrien Brody hilário como Salvador Dalí. E, para os fãs de quadrinhos: Tom Hiddleston, o Loki de Thor, interpreta F Scott Fitzgerald aqui.

Meia Noite em Paris é divertidíssimo, mas tem um problema: pra curtir melhor as piadas, tem que conhecer as figuras históricas. Digo isso porque fui um dos únicos no cinema a rir da genial piada com o Buñuel e seu Anjo Exterminador – provavelmente rolaram outras piadas que não entendi porque não conhecia os personagens…

Enfim, vá ao cinema. E depois se imagine na sua própria Belle Époque!

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Todo Mundo Quase Morto

Crítica – Todo Mundo Quase Morto

Vi Todo Mundo Quase Morto na época que foi lançado por aqui em dvd, em 2004, antes de começar o blog. Desde que comecei a escrever aqui, tinha vontade de rever para falar dele. Depois de ter visto Paul, me empolguei e peguei o dvd na prateleira – claro que já tinha este filme em casa!

Shaun (Simon Pegg) quer consertar sua vida. Para isso, quer voltar com sua ex-namorada e se reconciliar com sua mãe. Mas uma epidemia de zumbis que acaba de começar na cidade pode atrapalhar os seus planos.

O filme é muito bom, isso todo mundo já sabe. Traz um perfeito equilíbrio entre comédia e terror, com algumas pitadas de drama, equilíbrio poucas vezes visto por aí. O roteiro escrito pelo diretor Edgar Wright e pelo protagonista Simon Pegg é ótimo, e traz várias cenas antológicas, como aquela onde os vivos andam tortos no meio dos zumbis, ou quando escolhem quais são discos que podem ser atirados e quais merecem ser salvos, ou ainda o zumbi espancado ao som de Don’t Stop Me Now, do Queen. Isso sem contar com o bem bolado início onde as pessoas agem como zumbis no seu dia a dia, e a genial sequência onde Pegg vai até o mercado sem reparar nos zumbis em volta.

Wright e Pegg eram ilustres desconhecidos. Mas depois deste filme e da parceria seguinte Chumbo Grosso, eles carimbaram o passaporte para Hollywood. Wright fez o divertido Scott Pilgrim Contra O Mundo, enquanto Pegg virou um nome conhecido, com filmes como Star Trek, Um Louco Apaixonado e A Era do Gelo 3 no currículo.

E Pegg não é o único destaque do bem entrosado elenco. Pegg tem uma boa parceria com Nick Frost (além deste, de Chumbo Grosso e de Paul, ambos estarão juntos no novo Spielberg, As Aventuras de Tintim). E o filme ainda tem Bill Nighy num papel pequeno.

O dvd ainda traz um extra genial: os furos do roteiro! Em um extra chamado “plot holes”, três trechos mal explicados são contados, em forma de história em quadrinhos, narrados pelo próprio personagem. Legal, não?

A única bola fora é o nome em português. Por que diabos associar este filme à franquia Todo Mundo em Pânico? São filmes de estilos diferentes, para públicos diferentes…

Enfim, se você não viu Todo Mundo Quase Morto, corra para ver. Se já viu, é hora de rever!

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Chumbo Grosso

Paul

Paul

Crítica – Paul

Há dois anos atrás, apareceu por aí Fanboys, um road movie que parecia escrito mirando na parcela nerd do público. Heu diria que este Paul segue o mesmo caminho: um “road movie nerd”.

Dois nerds ingleses vão para os EUA para a Comic-Con e uma viagem por pontos turísticos ligados à ficção científica. No meio do caminho, encontram Paul, um inteligente e irônico alienígena, que está fugindo da Área 51 e tentando voltar para o seu planeta. Para ajudar Paul, a dupla tem que fugir da polícia, de caipiras e de fanáticos religiosos.

A primeira lembrança que vem à mente são os filmes Todo Mundo Quase Morto e Chumbo Grosso, ambos estrelados por Simon Pegg e Nick Frost, dirigidos por Edward Wright e escritos por Pegg e Wright, cada um satirizando um estilo de filme (terror e ação). A diferença é que Wright não está aqui – o roteiro foi escrito por Pegg e Frost, e a direção está nas mãos de Greg Mottola, de Superbad e Férias Frustradas de Verão. (Wright também está em Hollywood, ano passado ele lançou Scott Pilgrim Contra O Mundo.)

Mottola, que antes fazia “filmes com cara de Judd Apatow” – comédias bem escritas, mas nem sempre engraçadas, tem aqui o seu melhor momento na carreira. Paul é divertidíssimo! Algumas piadas são geniais, aliás, arrisco a dizer que esta é uma das comédias mais engraçadas que vi nos últimos anos. O roteiro escrito pela dupla protagonistas é afiado, com um timing perfeito.

Paul é um prato cheio para nerds e fãs de ficção científica. São incontáveis as referências ao universo da FC, rolam citações a Guerra nas Estrelas, Star Trek, E.T., Arquivo X, BSG… Algumas das referências são claras para o público “leigo”; outras, só quem conhece os filmes (como o tema Cantina Band tocado no bar, a briga tosca de Star Trek no deserto, ou a Torre do Diabo de Contatos Imediatos do Terceiro Grau).

Tem mais. Além das citações a outros filmes, vários dos diálogos mencionam clichês da FC – principalmente as falas de Paul. E, last but not least: o próprio Steven Spielberg faz uma participação especial pelo telefone!

Confesso que rolava um certo receio quando li que Seth Rogen seria a voz do alienígena – Rogen está entrando naquele clube do “ator de um só papel”, atores que sempre repetem uma variação do mesmo personagem de sempre (como Jack Nicholson ou Selton Mello, por exemplo). Boa notícia: Rogen não faz feio aqui. Seu sarcástico e irônico Paul é muito bem escrito – talvez o melhor dentre os vários bons personagens. E além disso, a animação em cgi é perfeita – Rogen usou a mesma técnica utilizada por Andy Serkis para fazer o Gollum e o King Kong. O alienígena Paul é impressionante!

O resto do elenco também está ótimo. Simon Pegg e Nick Frost têm excelente química, isso a gente já sabia desde a época dos seus filmes ingleses – o que a gente não sabia é como a dupla iria funcionar hoje, já que a carreira de Pegg deslanchou em Hollywood (ele estava até no elenco do recente Star Trek). O resto do elenco conta com bons nomes como Kristen Wiig, Jason Bateman, Bill Hader e uma participação especial de Sigourney Weaver.

O imdb não fala nada sobre um possível lançamento brasileiro. Se não for lançado aqui, farei o mesmo que fiz com Fanboys: comprarei o dvd importado!

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Howard, o Super Herói

Crítica – Howard, O Super Herói

Lembro que gostei muito deste filme quando vi no cinema, lááá no distante ano de 1986. Mas sempre o vi em listas de piores filmes. Confesso que isso gerava um certo receio de rever. Será que heu ia me decepcionar?

Olha, tenho que admitir: Howard, o Super Herói é bem fraquinho!

Acho que a pior coisa do filme é o roteiro. A trama em si é absurda – olha, heu até “compro a ideia” de um pato como Howard, mas esse papo de “Dark Overlord” invadindo o planeta ficou bizarro demais. Pra piorar, vemos várias cenas patéticas, como toda a sequência do restaurante, por exemplo. Alguns trechos do filme são dignos de uma compilação de piores momentos dos Trapalhões.

Mas nem tudo é de se jogar fora. Os efeitos especiais envelheceram, mas não fazem feio ao lado de outros filmes da mesma época. E a roupa de pato é bem feita, mesmo analisando hoje em dia.

Sobre o elenco, tenho comentários opostos. Por um lado Jeffrey Jones (Curtindo a Vida Adoidado) é uma das melhores coisas do filme, seu personagem, quando “possuído”, parece um cartoon vivo. Por outro lado, Tim Robbins está completamente desperdiçado como um bobalhão sem graça. Lea Thompson, em alta pelo sucesso de De Volta Para o Futuro, não faz feio no papel principal – ela até canta de verdade!

Nem todos sabem, mas Howard, o Super Herói é uma adaptação de quadrinhos da Marvel, em alta hoje em dia por causa de várias boas adaptações – só este ano já tivemos Thor e X-Men Primeira Classe. Mas, ok, o filme é da época que era raro ter um bom filme vindo de quadrinhos…

Pra quem acha que Howard, o Super Herói não serviu pra nada na história do cinema, li uma história curiosa no imdb. O produtor George Lucas estava cheio de dívidas, e apostou alto no filme. Com o fracasso comercial e o prejuízo na conta bancária, Lucas estava na pior. Seu amigo Steve Jobs fez então uma boa proposta pelo seu estúdio de animação por computador – que, anos mais tarde, virou a Pixar. Ou seja, o fracasso de Howard foi indiretamente responsável por filmes como Monstros S.A. e Wall-E.

Continuo fã de Howard, o Super Herói. Mas concordo que ele merece estar nas listas de piores.

Se Beber Não Case Parte II

Crítica – Se Beber Não Case Parte II

Vocês conhecem a expressão: “não se mexe em time que está ganhando”? Pois é o que acontece aqui. O diretor Todd Phillips fez quase uma refilmagem do seu Se Beber Não Case.

Vou repetir a sinopse que escrevi em setembro de 2009: “Quatro amigos vão para Las Vegas Tailândia para a despedida de solteiro o casamento de um deles. Só que, na manhã seguinte, quando acordam no meio de uma ressaca enorme, com um caos no quarto do hotel, descobrem que não se lembram de nada que aconteceu na noite anterior.”

O primeiro Se Beber Não Case foi um grande sucesso de crítica e de bilheteria. Personagens legais, atores com boa química, humor com um pé no politicamente incorreto e situações exageradas e divertidas foram a fórmula exata para uma das melhores comédias dos últimos anos. O problema é que a continuação segue exatamente a mesma fórmula! Tudo ficou meio previsível…

É tudo muito igual. No primeiro filme, são três amigos procurando o noivo. Agora, na continuação, o noivo é outro, mas são os mesmos três que passam o filme procurando. Alguns elementos foram trocados – sai o tigre, entra o macaco; sai o bebê, entra o velhinho. Mas é basicamente a mesma coisa.

A boa notícia é que quem curtiu o primeiro, provavelmente vai gostar desse. Se uma piada é boa, heu gosto de ouvir uma nova versão dela dois anos depois.

Heu admito que gosto de humor politicamente incorreto. Mas Se Beber Não Case Parte II pisa em um terreno perigoso: muitas piadas aqui são de mau gosto. O filme anda nessa linha tênue – como, por exemplo, Quem Vai Ficar Com Mary, dos irmãos Farrely. E, na minha humilde opinião, algumas das piadas passaram da linha da grosseria. Longe de mim defender o politicamente correto, mas algumas piadas foram over.

Sobre o elenco, só podemos elogiar. Bradley Cooper e Ed Helms estão bem, e Zach Galifianakis mostra mais uma vez que é o “esquisitão” perfeito do cinema atual. Ken Jeong ganha um destaque maior nesse filme, e ainda tem espaço pro sempre eficiente Paul Giamatti. Ah, sim, Mike Tyson faz uma participação especial lamentável.

(O macaquinho também merece ser citado, mas não sei se entra como “elenco”. Só sei que ele é responsável por alguns dos melhores momentos do filme.)

Se Beber Não Case Parte II mostra belas paisagens na Tailândia, e outras não tão belas assim no submundo de Bangkok. Foi uma boa opção, para sair das piadas óbvias de Las Vegas e seu lema “what happens in Vegas, stay in Vegas”.

Ainda não existe nada anunciado, mas não vou duvidar que em 2013 apareça uma teveirá parte. Onde será que eles vão, provavelmente na despedida de solteiro de Phil, personagem de Bradley Cooper?

p.s.: Bangkok não é bem retratada no filme. Será que o povo de lá se revoltou como alguns cariocas se revoltaram com Velozes e Furiosos 5?

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Um Jantar Para Idiotas

Um Jantar Para Idiotas

Crítica – Um Jantar Para Idiotas

Tim ambiciona um cargo mais alto em sua empresa. Para agradar o chefe, ele concorda em participar de um estranho jantar onde cada um tem que trazer um convidado esquisito. Logo depois, ele conhece Barry, que tem como hobby montar dioramas com ratos empalhados, e resolve convidá-lo.

Dirigido por Jay Roach, responsável pela trilogia do Austin Powers e pela série Entrando Numa FriaUm Jantar Para Idiotas é o novo filme de Steve Carell. Por um lado, Carell é talentoso e faz muito bem o que se espera dele; por outro lado, sabemos que ele é careteiro…

A trama é lugar comum, daquelas com a desnecessária lição de moral no fim. Isso cansa um pouco. Mas arrisco dizer que Um Jantar Para Idiotas vale a pena, nem que seja só pelo adorável e ao mesmo tempo odiavel trapalhão Barry de Steve Carell. Carell estava inspirado, e conseguiu construir um personagem cativante mas também insuportável. E os seus dioramas com os ratinhos empalhados também são muito legais.

No resto do elenco, Paul Rudd segura bem o posto de coadjuvante. Mas é Zach Galifianakis quem rouba a cena, nas poucas cenas que aparece – coincidência ou não, sempre junto de Carell. A cena do duelo mental é muito boa! Ainda no elenco, gostei de Jemaine Clement, que faz o bizarro artista plástico Kieran. E Chris O’Dowd, de FAQ About Time Travel, tem um papel pequeno como o espadachim cego.

O que mata é que a produção é “certinha” demais. Como falei antes, o roteiro é previsível e cheio de clichês. Mas quem não se importar em ver um filme assim, pode se divertir com o “mala”.

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Super

Crítica – Super

Kick-Ass foi uma agradável surpresa, um dos melhores filmes de 2011. E o que Hollywood faz com boas ideias? Repete!

Frank é um cara comum. Mas, quando sua esposa o deixa para ficar com um traficante de drogas, ele resolve virar o “Crimson Bolt”, um super-heroi, mesmo sem ter nenhum super poder.

Super nem é ruim. O problema é a ideia é MUITO parecida com Kick-Ass. Um garoto meio nerd, fã de quadrinhos e com poucos amigos, que resolve virar um super-heroi, mesmo sem ter super poderes… A diferença está no “sidekick”: em vez de Hit Girl, aqui rola a Boltie, boa personagem de Ellen Page. E Super tem outro problema: um cara com o perfil de Frank não ia ser bom em briga de rua, o cara ia apanhar mais do que bater.

Apesar disso tudo, Super é um bom filme – é só a gente esquecer de Kick-Ass. Um dos acertos é o elenco. Rainn Wilson, com sua cara de ultra nerd, é a escolha perfeita para o esquisitão que resolve combater o crime. Ellen Page também está ótima, bonitinha e maluquinha na dose exata. E ainda tem Kevin Bacon, Liv Tyler, Michael Rooker e Nathan Fillion.

O diretor é James Gunn, cria da Troma, e que anos atrás fez o divertido Seres Rastejantes. Aqui ele deixou o ar trash de lado e fez um filme com cara de quadrinhos – em alguns momentos, o visual lembra Scott Pilgrim Contra O Mundo, aparecem até onomatopéias na tela. E a abertura do filme é uma simpática animação no estilo dos quadrinhos que aparecem na trama.

O roteiro, também escrito por Gunn, é eficiente ao alternar estilos – às vezes parece comédia, às vezes ação, às vezes, até drama. E os personagens são interessantes, principalmente os dois principais.

Como falei antes, Super não é ruim. Mas a comparação com Kick-Ass é inevitável. E, na comparação, Super perde.

Ah, e para quem gosta do estilo, li no imdb que tem mais um, Defendor, que faz uma “trilogia” ao lado de Super e Kick-Ass. Vou baixar pra ver qualé.

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Frequently Asked Questions About Time Travel

Crítica – Frequently Asked Questions About Time Travel

Pesquisando sobre filmes com viagem no tempo pra o Top 10, li sobre este filme, de 2009, do qual nunca tinha ouvido falar. Fiquei curioso e corri pra baixar.

Três amigos, dois deles nerds assumidos (apesar de não gostarem do termo “nerd”), encontram uma “falha temporal” no banheiro do pub onde estão. A trama acompanha o trio em diversas idas ao futuro e voltas ao passado, onde eles vivenciam várias situações presentes em filmes de viagens no tempo – daí o nome do filme: “Perguntas Frequentes Sobre Viagem no Tempo“, numa tradução literal.

Trata-se de uma comédia misturada com ficção científica. É uma produção simples, na verdade é um filme pra tv, co-produção da BBC e da HBO. Mas não pense que é uma super-produção, que nem Game of Thrones. FAQ About Time Travel é uma ficção científica com efeitos especiais discretíssimos.

O forte aqui é o roteiro, muito bem escrito nas idas e vindas no tempo. O filme se passa quase inteiramente dentro do pub e nos seus poucos cenários. E a maior parte das cenas conta apenas com os três atores principais – Anna Faris, apesar de estar no cartaz e ser o nome mais famoso, tem um papel secundário.

O roteiro, do estreante Jamie Mathieson, é muito bem escrito, e cria várias cenas interessantes e divertidas usando os exemplos conhecidos de teorias sobre viagens no tempo (como, popr exemplo, não alterar nada no passado, ou não deixar o seu “eu” do passado ver você). Além disso, ainda traz um monte de referências a vários filmes, como Guerra nas Estrelas, Flash Gordon, Crônicas de Nárnia e Firefly, entre outros.

É importante falar que o filme é inglês, assim como o seu estilo de humor. Heu gosto de humor inglês, mas sei que tem muita gente por aí que prefere um humor mais, digamos, “convencional”. Pra quem curte o estilo, é um prato cheio.

O filme foi dirigido por Gareth Carrivick, que tinha uma boa experiência na tv. Infelizmente, Carrivick faleceu um ano depois do filme… No elenco, além de Faris, como uma garota do futuro que aparece em algumas cenas-chave, temos Chris O’Dowd, Marc Wootton e Dean Lennox Kelly como os três amigos. Acho que só O’Dowd é (pouco) conhecido aqui, ele esteve em As Viagens de Gulliver e é um dos principais atores do seriado cult The IT Crowd.

O filme é curtinho, menos de uma hora e vinte, pena… Esse é daqueles que fica com “gostinho de quero mais”!

FAQ About Time Travel é daqueles que tem cara de que nunca será lançado por aqui. Pretendo comprar o dvd importado. Enquanto isso, sorte a nossa que existe o download…

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Top 10: Melhores Filmes de Humor Negro




Top 10: Melhores Filmes de Humor Negro

Outro dia o leitor DanielFGS me mandou várias sugestões de Top 10, algumas muito boas. E aqui está a primeira: um Top 10 de filmes de humor negro.

Não sei se o humor negro ainda vai sobreviver por muito tempo neste nosso mundo cada vez mais politicamente correto. Afinal, é “feio” rir da desgraça alheia. Mas heu admito que gosto muito deste tipo de humor. Sim, sei que sou uma pessoa ruim por isso, acho que não vou pro céu…

Mas, vamos aos filmes. Essa é um daquelas listas com muitas opções. Dava pra fazer um Top 20 fácil, fácil. Tem MUITO filme bom usando o tema. Pra escolher 10, tive que deixar de fora títulos como Crimewave – Dois Heróis Bem Trapalhões, Mamãe é de Morte, Papai Noel Às Avessas, MASH, Delicatessen, Ensina-me a Viver, Fido – O Mascote, Zumbilândia, Os Fantasmas se Divertem, Noiva Cadáver, Comendo os Ricos… É, a lista “de fora” também é boa…

Bem, vamos aos 10. Em ordem decrescente…

10. Família Addams

Os dois filmes feitos nos anos 90 sobre a famosa família mórbida abrem a nossa lista. Personagens como Gomez, Mortícia, Vandinha, Feioso, Tio Chico, Tropeço e Mãozinha são ao mesmo tempo macabros e adoráveis. Teve um terceiro filme em 1998, mas com outra história e outro elenco…

9. Crime Ferpeito

Os filmes de Àlex de la Iglesia têm sempre um pouco de humor negro, mesmo os que não são comédia (como Ação Mutante e O Dia da Besta). Crime Ferpeito é o seu melhor filme neste estilo de humor, com a história de um vendedor galã que traça planos para matar a colega feiosa.

8. Matadores de Velhinha

Metade da filmografia dos Irmãos Coen tem um pé no humor negro. Filmes como Arizona Nunca Mais e Queime Depois de Ler poderiam estar nesta lista. Mas, imho, o seu filme mais representativo no estilo é Matadores de Velhinha, com seu grupo de assaltantes que precisa matar uma senhorinha.

7. Planeta Terror

O projeto Grindhouse, de Tarantino e Robert Rodriguez, era uma homenagem aos filmes vagabundos dos anos 70. A parte de Rodriguez é um divertidíssimo trash que conta a história de um gás venenoso que transforma as pessoas em zumbis canibais. Escatologia e gargalhadas à vontade!

6. Monty Python – O Sentido da Vida

Tinha muito humor negro no estilo do genial grupo inglês Monty Python. E o filme O Sentido da Vida traz algumas piadas muito boas no gênero, como as esquetes da máquina que faz “bing”, da doação de órgãos e a família católica vs a família protestante.

5. Uma Noite Alucinante

Sam Raimi surgiu no início dos anos 80 com o excelente Evil Dead- A Morte do Demônio, de 1981. Seis anos depois, ele lançou Evil Dead 2 – Uma Noite Alucinante, uma continuação que na verdade parecia uma refilmagem, mas transformando o terror em comédia.

4. Dr. Fantástico

Clássico de Stanley Kubrick, de 1964, Dr. Fantástico – Ou Como Aprendi a Parar de Me Preocupar e Amar a Bomba (sim, este é o nome completo aqui no Brasil) é uma comédia satirizando a corrida nuclear. Peter Sellers, ótimo, interpreta três papeis.

3. Todo Mundo Quase Morto

Simon Pegg estrela esta comédia meio trash dirigida por Edgar Wright (em cima de um roteiro escrito pelos dois), que faz piada em cima de todos os clichês de filmes de zumbi. Várias cenas antológicas e hilárias, como os personagens andando imitando zumbis, para se disfarçarem.
http://blogdoheu.wordpress.com/2011/06/21/todo-mundo-quase-morto/

2. A Pequena Loja dos Horrores

Uma planta carnívora alienígena precisa de sangue humano pra se alimentar. O filme tem cara de trash, mas é muito bem feito. É o melhor filme de Frank Oz, especialista em filmes com bonecos – a planta se mexe, fala e canta. E a trilha sonora é sensacional.
http://blogdoheu.wordpress.com/2009/02/01/a-pequena-loja-dos-horrores/

1. Fome Animal

Peter Jackson é mais conhecido pela trilogia O Senhor dos Aneis. Mas, antes da fama, ele fez três filmes trash na sua Nova Zelândia natal. Este Fome Animal é o melhor dos três, uma comédia / terror onde um macaco-rato da Sumatra transforma as pessoas em zumbis. Clássico!

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filmes de macho
filmes de máfia
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