O Bar / El Bar

El BarCrítica – O Bar / El Bar

Sinopse (imdb): No movimentado centro de Madrid, um tiro e duas mortes misteriosas aprisionam alguns personagens urbanos heterogêneos em um bar central decrépito, enquanto a paranoia e a suspeição forçam os frequentadores a acusarem uns aos outros.

Sabe quando você é fã de um cara que quase ninguém conhece? Sou assim com o diretor espanhol Álex de la Iglesia. A maior parte das pessoas que conheço nunca ouviu falar, mas contei agora no imdb, O Bar (El Bar, no original; The Bar, em inglês) é o décimo longa dele que vejo – e gosto de quase todos!

O Bar mantém o estilo do diretor: personagens bizarros, clima tenso e uma pitada de humor negro. O jeitão de “festa estranha com gente esquisita” aqui ganha um clima claustrofóbico, porque quase toda a trama se passa em ambientes fechados e apertados.

A claustrofobia é boa pra desenvolver a crescente tensão entre os personagens. E aqui preciso destacar Jaime Ordóñez, que brilha no papel do mendigo alucinado. Também no elenco pouco conhecido por estas bandas, Blanca Suárez, Mario Casas, Carmen Machi, Secun de la Rosa e Terele Pávez.

A parte final muda um pouco o clima do filme. Li críticas negativas por aí com relação a isso, mas isso não me incomodou. Até gostei da mudança – apesar de achar que um dos personagens não conseguiria passar pelo espaço apertado.

A boa notícia é que, diferente de outros filmes do Álex de la Iglesia, este é fácil de encontrar: está no Netflix!

Logan Lucky – Roubo em Família

logan luckyCrítica – Logan Lucky – Roubo em Família

Sinopse (catálogo do Festival do Rio): Os irmãos Jimmy e Clyde Logan acreditam que sua família sofre de uma terrível maldição, que justifica um azar financeiro que vem se estendendo por gerações. A fim de tentar reverter essa condição, eles decidem executar um ambicioso assalto durante uma corrida de automóveis da NASCAR, o maior campeonato de stock car dos Estados Unidos. No entanto, nem tudo sairá como o previsto.

O diretor Steven Soderbergh tem um jeitão de fazer “filmes pipoca” leves, onde grandes atores parecem que estão se divertindo. Isso acontece com este Logan Lucky – Roubo em Família (Logan Lucky, no original). Um bom elenco num filme divertido e despretensioso.

Um dos problemas aqui é a inevitável comparação com 11 Homens e um Segredo e suas continuações. Ok, Channing Tatum e Adam Driver são nomes badalados, mas acredito que Brad Pitt e George Clooney eram nomes mais fortes na época do outro filme. Mas, na minha humilde opinião, o pior problema é que o roubo deste Logan Lucky tem muitos furos. Um bom filme de roubo precisa trazer um plano mirabolante e que convença o espectador. O plano aqui parou no “mirabolante”.

Mas, como disse lá em cima, o elenco não deixa a peteca cair, e a fórmula soderberghiana segue fluindo. Afinal, não é todo dia que temos Channing Tatum, Adam Driver, Daniel Craig, Riley Keough, Katie Holmes, Seth MacFarlane, Katherine Waterston e Hilary Swank à disposição…

O resultado final não é lá grandes coisas, mas pelo menos vai divertir os menos exigentes.

O Artista do Desastre

Artista do DesastreCrítica – O Artista do Desastre

Sinopse (catálogo do Festival do Rio): A verdadeira história por trás da produção de The Room, um clássico cult chamado de “o Cidadão Kane dos filmes ruins”. Desde seu lançamento em 2003, o filme vem cativando o público no circuito midnight com sua história desconjuntada, atuações dissonantes e diálogos inexplicáveis. Cada faceta do filme impressiona, assim como a misteriosa e magnética performance de seu criador e protagonista, Tommy Wiseau. Este filme reconta a produção a partir das lembranças de Greg Sestero, amigo de Wiseau e co-estrela relutante do longa.

Já escrevi aqui sobre The Room, um filme ruim, muito ruim, tão ruim que chega a ser uma experiência dolorosa. Mal sabia heu que um outro filme me traria vontade de rever aquele filme ruim muito ruim.

O Artista do Desastre (The Disaster Artist, no original) conta os bastidores das filmagens de The Room, e expõe as excentricidades de seu autor, o bizarro Tommy Wiseau. Wiseau é um cara tão estranho, e a história deste filme é tão inacreditável, que parece que tudo foi inventado. Nada disso, o cara existe e a história aconteceu!

Pra quem nunca ouviu falar de The Room: um cara sem talento nenhum resolveu bancar a produção de um filme que ele mesmo escreveu, dirigiu e protagonizou. Claro que o filme é uma grande porcaria – mal escrito, mal dirigido e mal interpretado. Mas ganhou status de cult como um dos piores filmes da história.

E agora ganha um filme-tributo. E este filme-tributo é muito bom!

O Artista do Desastre é a adaptação do livro “The Disaster Artist: My Life Inside The Room, the Greatest Bad Movie Ever Made”, escrito por Greg Sestero, que era o melhor amigo de Wiseau na época do filme. Vemos como começou a amizade entre os dois, e vemos vários episódios bizarros da excêntrica vida de Wiseau.

James Franco foi o “Wiseau” aqui: dirigiu e protagonizou. A diferença é que Franco tem talento. E sua caracterização como Wiseau está excelente! Segundo o imdb, ele não saía do personagem nos intervalos, e continuava falando com o estranho sotaque do Wiseau.

Aliás, o elenco é muito bom. Dave Franco pela primeira vez divide a tela de um longa com seu irmão, interpretando Greg Sestero. Também no (grande) elenco, Zoey Deutch, Alison Brie, Josh Hutcherson, Zac Efron, Megan Mullally, Sharon Stone, Melanie Griffith, Christopher Mintz-Plasse e e Bryan Cranston, e participações de Kristen Bell, Lizzy Caplan, Adam Scott, Zach Braff e J.J. Abrams. Acho que o ponto negativo do elenco é Seth Rogen, interpretando o Seth Rogen de sempre, e que parece que quer aparecer mais do que o filme pede, achei que seu personagem forçou um pouco a barra.

Uma coisa que ficou bem legal foi que recriaram algumas das cenas do filme original, e no fim do filme vemos a tela dividida, com a versão original de um lado, e a refilmagem do outro. Impressionante como aquilo era ruim; impressionante como ficou igual!

O único problema de O Artista do Desastre é que a gente sai do cinema com vontade de ver (ou rever) The Room. E isso é um desserviço à história do cinema. Caí nesta falha, e revi. Só pra constatar que não vale a pena… Fique com as cenas dos créditos, vale mais a pena.

Segundo o filmeB, O Artista do Desastre estreia nos cinemas brasileiros só em janeiro de 2018. É, vamos ter que esperar…

Baywatch: S.O.S. Malibu

BaywatchCrítica – Baywatch: S.O.S. Malibu

Um salva-vidas veterano bate cabeça com um novo recruta impiedoso, ao descobrir uma trama criminal que ameaça o futuro da baía.

Seguindo a onda de remakes, vamos à versão cinematográfica do seriado Baywatch, desta vez usando o carisma de Dwayne Johnson e Zac Efron.

Se Baywatch: S.O.S. Malibu tem uma coisa boa é que o filme não se leva a sério em momento algum. Algumas das melhores piadas do filme são o jeito como Johnson chama Efron, sempre com nomes ligados a artistas adolescentes.

Mas o roteiro tem muitos furos. Um exemplo sem spoilers: a vilã trafica drogas em um iate, mas quando faz uma festa no barco, qualquer um pode entrar e bisbilhotar. E assim como este, são vários furos. Fica difícil curtir o filme.

(E isso porque não estou falando das óbvias e desnecessárias piadas ruins envolvendo órgãos genitais…)

Outro exemplo de como o filme é descuidado é que os créditos iniciais entregam logo quem são as participações especiais de atores do seriado. Seria bem mais legal não saber e ser surpreendido na hora. Isso porque nem se mencionei que não mudaram os nomes dos personagens!

Dwyane Johnson e Zac Efron não estão mal, mas carisma não salva um roteiro ruim. Também no elenco, Alexandra Daddario, Priyanka Chopra, Kelly Rohrbach, Ilfenesh Hadera e Jon Bass.

Dispensável…

Despedida em Grande Estilo

Despedida em Grande EstiloCrítica – Despedida em Grande Estilo

Desesperados para pagar as contas e sustentar suas famílias, três idosos, amigos de longa data, se arriscam num plano para assaltar o mesmo banco que os explora.

Alguns filmes se propõem a ser grandes filmes. Outros não, apenas querem ser uma diversão despretensiosa. É o caso deste Despedida em Grande Estilo (Going in Style, no original).

Claro que o filme dirigido por Zach Braff (o JD da série Scrubs) se baseia no talento e no carisma de seu elenco. E não vejo nada errado nisso, afinal, o trio principal traz três veteranos ganhadores do Oscar, Michael Caine, Morgan Freeman e Alan Arkin. E ainda temos Christopher Lloyd, Ann Margret e Matt Dillon!

Despedida em Grande Estilo (Going in Style, no original) é refilmagem do filme homônimo de 1979, dirigido por Martin Brest (Um Tira da Pesada). Não vi o primeiro, não posso comparar. Mas posso dizer que esta refilmagem manda bem na proposta citada lá no segundo parágrafo.

A trama é meio clichê – a gente já viu isso em outros filmes. Mas até que toda a construção do plano é bem conduzida. E, mesmo já prevendo o final, Despedida em Grande Estilo consegue divertir.

Nada essencial. Mas cumpre o proposto.

p.s.: Christopher Lloyd é alguns anos mais novo que o trio principal (ele nasceu em 1938, enquanto os outros três nasceram entre 33 e 37). Mas no filme ele aparece bem mais acabado. Não sei se é do ator ou do personagem. Espero que seja do personagem!

A Última Ressaca do Ano

aultimaressacadoanoCrítica – A Última Ressaca do Ano

Quando sua irmã certinha ameaça fechar sua filial, um herdeiro resolve fazer uma festa de Natal épica, a fim de conquistar um grande cliente e salvar o dia. Mas a festa saiu do controle…

A Última Ressaca do Ano (Office Christmas Party, no original) é mais uma daquelas comédias pastelão que usam um bom elenco em situações de humor de qualidade duvidosa.

Dirigido pela dupla Josh Gordon e Will Speck (Coincidências do Amor), A Última Ressaca do Ano tem como único trunfo o elenco. Porque o roteiro até tem uma boa piada aqui e outra ali, mas no geral fica devendo – no dia seguinte da sessão de imprensa vi um desenho que não era comédia e ri mais…

O filme tem todos os clichês de “filme de escritório americano”. Além disso, algumas coisas são previsíveis demais – um exemplo é a máquina de neve, logo até apareceu “adivinhei” o que ia acontecer.

Curiosamente, o protagonista é um nome menos conhecido – T.J. Miller, que era o amigo do Deadpool. Ele está bem, assim como Jason Bateman, Jennifer Aniston e Olivia Munn. Também no elenco, Jamie Chung, Abbey Lee, Rob Corddry e Courtney B. Vance. Kate McKinnon, uma das melhores coisas do último Caça Fantasmas, aqui está irregular.

De resto, o que posso dizer de positivo é até A Última Ressaca do Ano tem menos piadas escatológicas do que o esperado. Mas o resultado final fica devendo.

Mas, afinal, com um título e uma sinopse assim, alguém esperava algo diferente?

Yoga Hosers

yogahosersCrítica – Yoga Hosers

O novo Kevin Smith!

Sinopse tirada do site do Festival do Rio: “Colleen Collette e Colleen McKenzie estão no primeiro ano de faculdade em Manitoba, no Canadá, onde passam seus dias fazendo yoga e com os rostos grudados em seus smartphones. Um dia, os dois rapazes mais cobiçados da faculdade as convidam para uma festa. Mas elas acabam por acidentalmente despertar uma força demoníaca enterrada no solo de Manitoba e, para conseguirem ir a festa, terão de lutar contra um exército de pequenos monstros chamados Bratzis, com a ajuda do caçador Guy Lapointe. Do diretor Kevin Smith (O balconista, Procura-se Amy, Pagando bem, que mal tem?). Sundance 2016.

Sou fã do Kevin Smith desde que vi O Balconista no cinema. Gosto muito do tipo de humor que ele fazia na época dos filmes com Jay e Silent Bob. Entendo que ele queira seguir outros caminhos com a sua carreira, mas é uma pena que, desde que ele mudou de estilo, nunca mais fez algo genial.

Seu último filme tinha sido o bizarro Tusk. Tão bizarro que até hoje fico na dúvida se o filme é bom ou não. Este Yoga Hosers é uma espécie de continuação, é o segundo filme de uma trilogia baseada no Canadá.

Yoga Hosers traz uma história independente de Tusk, é apenas um filme no mesmo universo, com alguns personagens em comum. Temos a volta de Guy Lapointe, o canadense esquisitão interpretado por um irreconhecível Johnny Depp, que cita eventos do outro filme. Também temos a volta das personagens de Harley Quinn Smith e Lily-Rose Depp, que agora dividem o papel principal. As duas estão muito bem, li em algum lugar que são amigas de infância, isso ajuda na boa química mostrada em tela.

Aliás, falando no elenco, preciso avisar que este filme parece uma reunião de amigos e familiares. As protagonistas Harley Quinn Smith e Lily-Rose Depp são filhas de Kevin Smith e de Johnny Depp . As mães das meninas, Jennifer Schwalbach Smith e Vanessa Paradis, também estão no elenco. Justin Long, Haley Joel Osment e Genesis Rodriguez estavam em Tusk e voltam aqui, mas em papeis diferentes. Ainda no elenco, Natasha Lyonne, Tony Hale e Jason Mewes (mas num papel diferente do Jay).

Mas, e o filme? Bem, achei melhor que Tusk. Digo mais: achei que o humor de Yoga Hosers se aproxima ao início da carreira de Smith – e não digo isso só pelo fato de termos personagens em lojas de conveniência. Admito que às vezes as piadas são bobas – mas, ora, sempre foi assim! Não é um grande filme, mas posso dizer que me diverti bastante vendo.

Só que temos que reconhecer que não é um filme para qualquer um. Algumas coisas são MUITO esquisitas. Agora, quem entrar na onda vai rir muito com as salsichas nazistas! “Wunderbar“!

Agora nos resta esperar pelo terceiro filme da trilogia, Moose Jaws. Sim, “alce tubarão”, seja lá o que for isso. Mas, lembrando de Tusk e Yoga Hosers, pode ser qualquer coisa.

Deadpool

DeadpoolCrítica – Deadpool

Um mercenário, ex soldado das Forças Especiais, é submetido a um experimento clandestino que o deixa com poderes de cura acelerados, e passa a usar o alter ego Deadpool.

O cinema de hoje tem um espaço generoso para filmes de super heróis, então dá pra arriscar com personagens pouco conhecidos e menos convencionais. Em 2014 tivemos Guardiões da Galáxia, um grupo de heróis que tinha um guaxinim e uma árvore entre eles; em 2015 foi a vez do Homem Formiga, que poucos sabiam quem era. E ambos constaram em listas de melhores filmes do ano. Agora temos um anti-herói politicamente incorreto, que fala besteira o tempo todo e sacaneia tudo e todos – inclusive ele mesmo. E, mais uma vez, forte candidato a listas de melhores do ano.

(Curiosamente, ambos os exemplos citados acima têm diretores com currículos de pouca expressão – James Gunn (Guardiões da Galáxia) e Peyton Reid (Homem Formiga). Deadpool é mais um exemplo, o filme foi dirigido pelo estreante Tim Miller.)

Tem gente que critica a Marvel por fazer filmes “engraçadinhos”. Pois bem, fico na dúvida se Deadpool é um “filme de ação bem humorado” ou uma comédia assumida. Desde os sensacionais créditos iniciais até a genial cena pós créditos, o filme não se leva a sério nunca! Gosto muito do humor presente aqui, cheio de referências e alfinetadas a muitos outros filmes – inclusive as duas outras incursões de Ryan Reynolds ao universo dos heróis são citadas. Além disso, temos muita metalinguagem e várias quebras da quarta parede. É, definitivamente este filme está bem longe da proposta “realista” do Batman do Christopher Nolan.

Não é só o humor que distancia Deadpool dos outros filmes da Marvel. O filme é muito mais violento que o padrão “sem sangue” que estamos acostumados. Também tem alguma nudez e algum sexo, nada excessivo, mas maior que a “média Marvel”.

Sobre o elenco: finalmente Ryan Reynolds tem um papel de super herói para se orgulhar. Ele foi o protagonista daquele desastroso filme do Lanterna Verde; depois fez um Deadpool todo errado naquele filme todo errado do Wolverine. O acompanham no elenco a brasileira Morena Baccarin, Gina Carano, Ed Skrein e T.J. Miller.

Deadpool não faz parte do MCU, o “Marvel Cinematic Universe” (Universo Cinematográfico da Marvel), o filme é da Fox, e não vai se comunicar com a galera dos Vingadores. Mas pelo menos tem um cameo do Stan Lee pra validar o “selo Marvel”.

Claro, tem gente que não vai gostar. Quem reclama das piadinhas presentes nos outros filmes da Marvel, por exemplo. Não é o meu caso. Como acredito na frase “cinema é a maior diversão”, adorei Deadpool. Que venham outros assim!

Absolutely Anything

Absolutely Anything - posterCrítica – Absolutely Anything

Já tinha um tempo que heu tinha lido sobre este filme. Cheguei a achar que tinham cancelado o projeto. Mas, olha lá, o filme tá pronto!

Um grupo de excêntricos alienígenas concede a um humano o poder de fazer absolutamente qualquer coisa, como um teste para saber se vale a pena exterminar o planeta.

Absolutely Anything é uma comédia estrelada pelo Simon Pegg. Mas o que o torna imperdível é saber que é o primeiro filme desde O Sentido da Vida que temos todos os membros (vivos) do Monty Python reunidos. John Cleese, Eric Idle, Michael Palin, Terry Gilliam e Terry Jones (que também dirigiu o filme) não aparecem na tela, mas ouvimos suas vozes – eles dublam os alienígenas! E, se não bastasse, ainda tem Robin Williams fazendo a voz do cachorro!

(Falei que não vemos os Pythons, mas o diretor Terry Jones faz um cameo, como o motorista da caminhonete que atropela a bicicleta.)

Ver o Monty Python reunido é sempre um prazer – e ter o Terry Jones na direção é uma boa notícia, afinal ele também dirigiu os “pythonianos” O Cálice Sagrado, A Vida de Brian e O Sentido da Vida. Tudo isso ainda parece maior quando a gente lembra que é o último filme do Robin Williams. E não podemos nos esquecer que o filme é estrelado por Simon Pegg, um dos maiores nomes da comédia contemporânea. E isso tudo que citei até agora talvez seja o maior problema de Absolutely Anything: uma grande expectativa. Em um filme mediano…

Absolutely Anything não é ruim. Temos algumas boas piadas – quase todos os diálogos do cachorro são engraçadíssimos! Mas, além de parecer um filme pra sessão da tarde, tem o problema de ter um argumento muito parecido com o Todo Poderoso do Jim Carrey.

No elenco, os rostos mais conhecidos aqui no Brasil são Pegg e Kate Beckinsale (como falei, os outros só dublam). Também no elenco, Rob Riggle, Sanjeev Bhaskar e Joanna Lumley.

No fim, Robin Williams faz valer o ingresso. E é sempre legal ouvir as vozes dos Pythons. Mas que fica aquele gostinho de que poderia ter sido muito melhor, ah, fica.

Como Sobreviver a um Ataque Zumbi

Como-Sobreviver-a-Um-Ataque-Zumbi-posterCrítica – Como Sobreviver a um Ataque Zumbi

Três escoteiros, amigos de infância, vão descobrir o verdadeiro significado da amizade quando tentam salvar a cidade de uma epidemia de zumbis.

Escrito e dirigido por Christopher Landon, Como Sobreviver a um Ataque Zumbi (Scouts Guide to the Zombie Apocalypse, no original) é uma divertida bobagem – como já se prevê pelo título. Apesar de ser um cara intimamente ligado à franquia Atividade Paranormal (ele roteirizou o 2, o 3, o 4 e o spin off Marcados Pelo Mal, e também dirigiu este último), Landon fez uma comédia escrachada com nada do estilo “câmera encontrada”.

Claro que temos muitos clichês, claro que o filme é previsível. O trio de amigos que protagoniza o filme é o de sempre: um cara bonzinho com uma paixão platônica, um gordinho com problemas para se socializar e um metido a esperto com os hormônios a mil. O roteiro também traz algumas coisas que fogem à lógica, como a solução criada para salvar o trio. Tudo é uma grande bobagem, mas preciso admitir que gostei do humor do filme.

Sabe aquela perigosa linha entre o humor nonsense e a baixaria, onde vários filmes transitam, mas poucos conseguem ser bem sucedidos? (Tipo confundir esperma com gel de cabelo em Quem Vai Ficar Com Mary?) Tem uma cena aqui, na cama elástica, que está neste limite da baixaria – e que é muito engraçada! Aliás, mesmo tendo um humor “bobo”, Como Sobreviver a um Ataque Zumbi tem alguns momentos antológicos. Adorei os gatos zumbis! E as cenas da zumbi “policial gostosa” e do zumbi cantando Britney Spears são algumas das cenas mais engraçadas que já vi em filmes do estilo.

No elenco, jovens pouco conhecidos, que funcionam para o que o filme pede: Tye Sheridan, Logan Miller, Joey Morgan, Sarah Dumont e Halston Sage. E um presente para os fãs de comédias mais antigas: uma participação especial, engraçadíssima, da veterana Cloris Leachman (a Frau Blücher de O Jovem Frankenstein). E também podemos falar da maquiagem e dos efeitos especiais, neste aspecto a produção é de primeira.

Como Sobreviver a um Ataque Zumbi não é tão bom quanto o genial Todo Mundo Quase Morto ou o subestimado Fido O Mascote. Mas é melhor que outras comédias de zumbi mais recentes como Meu Namorado é um Zumbi.