Crítica – Batman vs Superman: A Origem da Justiça
(Posso repetir piada?)
Depois do “filme mais assustador de todos os tempos da última semana”, temos o “filme de super heróis mais esperado de todos os tempos da última semana”!
Depois da destruição de Metropolis em Homem de Aço, algumas pessoas passam a achar que ter o Superman por perto pode não ser uma boa ideia. Batman, que estava presente na cidade, resolve se preparar para desafiar o Superman. Enquanto isso, um jovem Lex Luthor surge como uma nova ameaça.
Batman vs Superman: A Origem da Justiça (Batman v Superman: Dawn of Justice, no original) é a carta mais forte da DC para tentar recuperar o prejuízo causado pela Marvel nos últimos anos. E a notícia é boa: Batman vs Superman é um bom filme.
Enquanto a DC ainda pensava em “filmes solo”, a Marvel vinha formando um sólido universo cinematográfico (MCU – Marvel Cinematic Universe), construído por vários filmes, lançados ao longo de vários anos. Mas a DC ainda tinha uma forte carta na manga: simplesmente os dois super heróis mais icônicos da cultura pop. Batman e Superman sempre foram grandes nomes independente do cinema.
Então veio a cartada arriscada. Como numa mesa de pôquer onde o jogador está perdendo mas ainda tem boas cartas na mão, a DC apostou um “all in” e lançou logo um filme com os dois heróis, com a Mulher Maravilha de coadjuvante, e ainda abriu espaço para uma vindoura Liga da Justiça.
Cartada arriscada, mas funcionou. Boa notícia para os fãs de filmes de super heróis! Batman vs Superman: A Origem da Justiça pode não ser o melhor filme de super heróis do ano (vai ser difícil barrar Deadpool…), mas é um bom divertimento que vai agradar a maior parte dos fãs.
Como de costume nos filmes dirigidos por Zack Snyder, o visual do filme chama a atenção. Fotografia bem cuidada, figurinos excelentes e algumas boas sequências em câmera lenta. Os efeitos especiais são bem feitos, mas com algumas ressalvas (não gostei muito dos efeitos na cena da perseguição do Batmóvel) – acho que iremos rever este filme daqui a alguns anos e veremos que “perdeu a validade”, como aconteceu com Sucker Punch, do mesmo diretor.
A trama tenta trazer um equilíbrio entre os dois heróis, mas senti que este é um filme mais do Batman que do Superman. Aliás, o motivo da briga entre os dois me pareceu forçado. O trailer de Guerra Civil mostra um motivo mais forte para a briga do Capitão América com o Homem de Ferro do que todo o longa Batman vs Superman.
O elenco está bem. Muita gente torceu o nariz quando anunciaram Ben Affleck como Batman, mas acho que ele vai calar a boca dos críticos. Gal Gadot surpreende positivamente, ela parecia magra demais para interpretar uma guerreira amazona, mas funciona bem na hora do “vamos ver”. Já Jesse Eisenberg não ficou legal, seu Lex Luthor está parecido demais com o Coringa. Henry Cavill, Amy Adams, Diane Lane e Laurence Fishburne voltam aos seus papeis, e o filme ainda conta com Jeremy Irons, Holly Hunter e pontas de Kevin Costner, Lauren Cohan, Jeffrey Dean Morgan e Jason Momoa.
Pena que o filme ficou longo demais, não precisava ser um filme de duas horas e meia, chega a ser cansativo. Algumas cenas são desnecessárias. Vou dizer que até gostei da cena com um plano sequência do Batman lutando contra vários soldados, mas reconheço que é desnecessária – tire essa cena e o filme não perde nada. E a cena do sonho com o Flash saindo da tela não é apenas desnecessária – é ruim.
Não gostei do fim, mas não posso me aprofundar por causa de spoilers. Só digo que, se você tem coragem para sair do óbvio, que mantenha essa coragem até o fim.
No fim, apesar dos problemas, o saldo é positivo. Todos ganham com isso, porque o filme abre espaço para continuações dentro de um “DC Cinematic Universe”. Que venham cada vez melhores!
p.s.: Antes do filme, Zack Snyder aparece na tela para pedir que ninguém espalhe spoilers. Mais do que o seu trailer já espalhou, sr. Snyder? 😉