O Portal Secreto

Crítica – O Portal Secreto

Sinopse (imdb): Um homem consegue um estágio em uma misteriosa empresa londrina com funcionários não convencionais, incluindo o carismático CEO que está incorporando estratégias corporativas modernas a antigas práticas mágicas.

A comparação com Harry Potter é inevitável. Novo filme de fantasia, baseado numa série de livros, usando a magia escondida no mundo contemporâneo como fundo. Escrito por Tom Holt, “The Portable Door” é o primeiro livro da série J.W. Wells & Co. São sete livros, lançados entre 2003 e 2011.

Mas, logo o primeiro filme já foi meio fuén. Será que tem fôlego para uma franquia?

A direção é de Jeffrey Walker, com longa carreira na TV, mas ainda inexpressivo no cinema. Não sei se foi por isso, mas achei o diretor meio tímido. Em alguns momentos o visual lembra filmes do Terry Gilliam, em outros momentos os personagens lembram filmes do Tim Burton, mas só lembram de longe. Na minha humilde opinião, o diretor podia ter aproveitado o tema da magia e ter pirado um pouco.

Os efeitos especiais são ok. Nada salta aos olhos nem negativamente nem positivamente. Na parte final temos goblins, feitos por efeitos de maquiagem – o que era de se esperar quando vemos que o filme foi produzido pela Jim Henson Company (Jim Henson foi o criador do Muppets e teve uma carreira ligada a bonecos no cinema).

Comentários sobre o elenco. O protagonista, Patrick Gibson, é um nome desconhecido, e serve pro que o papel pede: um cara novo e meio abobalhado. Sophie Wilde, sua parceira em tela, também é desconhecida. Agora, temos três grandes nomes no elenco. Christoph Walz é sempre bom, mas aqui ele parece estar no modo “pagar boletos”. Miranda Otto aparece pouco. Sam Neill é que tem um papel menos óbvio, ele é super mal humorado e seu personagem ainda tem um plot twist. Agora, pra mim, a melhor personagem é a recepcionista, vivida por Jessica De Gouw. Ela é ótima! E não devo ser o único a achar, afinal a atriz é desconhecida, a personagem é secundária, e mesmo assim ela está no poster do filme.

O Portal Secreto não é ruim, vai agradar a molecada. Mas não espere muita coisa.

Thor: Amor e Trovão

Crítica – Thor: Amor e Trovão

Sinopse (imdb): A aposentadoria de Thor é interrompida por um assassino galáctico conhecido como Gorr, o Carniceiro dos Deuses, que busca a extinção dos deuses. Para combater a ameaça, Thor pede a ajuda da Valquíria, do Korg e da sua ex-namorada Jane Foster, que – para surpresa de Thor – inexplicavelmente empunha seu martelo mágico, Mjolnir, como Poderoso Thor. Juntos, eles embarcam em uma angustiante aventura cósmica para descobrir o mistério da vingança do Carniceiro dos Deuses e detê-lo antes que seja tarde demais.

E a Marvel continua desenvolvendo o seu cada vez mais complexo universo cinematográfico. A boa notícia aqui é que, se Doutor Fantástico precisava de pré requisitos (quem não viu a série Wandavision deve ter ficado um pouco perdido), este Thor: Amor e Trovão (Thor Love and Thunder, no original) funciona como filme solto – o que o espectador não lembra, aparece o Korg (interpretado pelo diretor Taika) contando.

A direção mais uma vez ficou nas mãos de Taika Waititi, o mesmo do anterior Thor Ragnarok. Taika tem uma pegada forte no humor, todos sabiam que este quarto filme do Thor seria mais uma comédia. Mas a comédia é intercalada por momentos sérios. A história tem algo de drama, temos alguns temas sérios, temos personagem de luto porque perdeu filho, temos personagem com câncer. Conversei com alguns críticos que não gostaram da mistura, mas, na minha humilde opinião, o filme tem um bom equilíbrio entre o drama e a comédia escrachada.

Falei humor escrachado, né? Assim como Ragnarok, Thor: Amor e Trovão é muito engraçado. Traz umas cenas hilárias com o Stormbreaker, o machado do Thor, com ciúmes do Mjolnir. E tem uns bodes que são o alívio cômico perfeito, e que protagonizam a melhor piada do ano no cinema até agora.

Uma coisa me intrigava, que era a Jane Foster como Thor. O roteiro explica o que aconteceu. Se é uma boa explicação, aí não sei. Achei forçada. Mas, pelo menos explica.

Sobre a trilha sonora, queria fazer uma crítica. A trilha sonora é do quase onipresente Michael Giacchino (só este ano, ele já esteve em Batman, Jurassic World e Lightyear), mas nenhum tema dele me chamou a atenção. O que chama a atenção são as músicas de hard rock usadas em algumas cenas impactantes. Todas são boas músicas, todas engrandecem a cena, mas… São QUATRO músicas do Guns’n’Roses! Ok, entendo usar o Guns, tem uma piada envolvendo um dos personagens, mas me pareceu um exagero. Taika não conhece outras bandas de rock? Rainbow in the Dark, do Dio, aparece só nos créditos…

O visual do filme é fantástico, como era de se esperar. Mas teve um detalhe que achei genial. Em um filme muito colorido, determinado momento o filme perde a cor. Fica quase tudo preto e branco, com exceção de alguns detalhes aqui e ali.

Temos um novo vilão, Gorr, o Carniceiro dos Deuses. É um bom vilão, com uma boa motivação, interpretado por um grande ator, Christian Bale (sim, o Batman). Mas, achei ele mal aproveitado, e não gostei do fim que deram a ele. Me pareceu uma oportunidade desperdiçada.

Já que falamos do Christian Bale, bora falar do elenco. Chris Hemsworth parece muito à vontade com o personagem, até perdi a conta de quantos filmes ele já fez como Thor. Temos a volta de Natalie Portman como Jane Foster e Tessa Thompson como Valquíria, mas ambas parecem estar no piloto automático – sorte que o filme não pede muito delas. O diretor Taika Waititi faz a voz do Korg, personagem que tem uma importância grande (afinal, é direção e roteiro dele, né?). Temos participação da galera dos Guardiões da Galáxia: Chris Pratt, Dave Bautista, Karen Gillan, Pom Klementieff e Sean Gunn, e as vozes de Vin Diesel e Bradley Cooper. Russel Crowe faz um Zeus engraçado. Matt Damon, Luke Hemsworth e Sam Neill estavam no Thor Ragnarok, como atores teatrais interpretando Loki, Thor e Odin. Aqui eles voltam, e também temos Melissa Macarthy como Hela. E Elsa Pataky, esposa do Chris Hemsworth, aparece muito rápido como a mulher loba.

Por fim, o tradicional da Marvel: duas cena pós créditos, uma com um gancho para uma provável continuação, outra com uma homenagem bonitinha.

Jurassic World Domínio

Crítica – Jurassic World Domínio

Sinopse (imdb): Quatro anos após a destruição da Ilha Nublar, os dinossauros coexistem com os humanos. Esse equilíbrio determinará se os humanos continuarão sendo os predadores dominantes em um mundo com as criaturas mais temíveis de todos os tempos.

Preciso confessar que não me lembro de muita coisa do filme Jurassic World: Reino Ameaçado, de 4 anos atrás, junho de 2018. Pra minha sorte, na época escrevi aqui no heuvi, então vou copiar um trecho:

Jurassic World: Reino Ameaçado tem seus momentos, mas o resultado final deixa a desejar.
A parte técnica é impressionante. Se o primeiro Jurassic Park já tinha dinossauros convincentes, hoje, quando o cgi é ainda mais evoluído, a produção não economizou. Mais uma vez, temos vários dinossauros, todos muito bem feitos.
Por outro lado, o roteiro exagera nas forçações de barra. (…) Pra piorar, tudo é muito previsível. Isso porque não tô falando de ideias repetidas dos outros filmes – de novo um dinossauro aprimorado geneticamente.
Claro que teremos mais uma continuação se este filme tiver retorno. E claro que a gente vai ver. E se não tiverem novas ideias, claro que vão repetir tudo. De novo.”

Dirigido pelo mesmo Colin Trevorrow do primeiro Jurassic World, este novo filme, Jurassic World Domínio (Jurassic World Dominion, no original) é isso aí. Tem até esses dinossauros modificados geneticamente.

E preciso confessar que foi uma grande decepção. Não só para mim, mas também para as pessoas que estavam por perto na sessão de imprensa onde vi.

Muita gente se decepcionou porque o final do filme anterior apontava para uma continuação com dinossauros espalhados por áreas urbanas. Realmente, ia ser um filme bem legal – como sobreviver num planeta onde pode aparecer um dinossauro a qualquer momento perto de você?

Mas, Jurassic World Domínio não é esse filme. E não acho certo reclamar de um filme que apenas não foi o que estava na nossa cabeça, isso é um head canon. Vou reclamar de outra coisa. O que me mais incomodou foram as falhas grotescas no roteiro.

Antes preciso falar que aceito conveniências de roteiro, tipo uma cena onde um carro capota e cai ao lado de onde estavam os outros personagens. Qual é a chance disso acontecer? Bem pequena, mas faz parte! É um filme de ficção, pô!

O que reclamo são coisas que não fazem lógica. Tipo alguém cortar a energia elétrica e um trem parar do nada – o trem era rota de fuga, teria um gerador separado para o caso de dar problema.

Vamulá. Existe uma sequência em Malta que é toda errada. Pra começar, é uma sequência que é desnecessária, tire essa sequência e a história do filme não perde nada. E, dentro da sequência, são vários os momentos sem lógica. Exemplo: qual é a  velocidade de um raptor? Uma pessoa a pé consegue fugir, mas logo depois o mesmo raptor está mais rápido que uma moto que está alcançando um avião que vai decolar! Outro exemplo: os raptors são modificados pra seguirem uma pessoa que alguém marcou com um laser. Oi? Como você vai mirar o laser antes de marcar a pessoa? E aquela cena naquele submundo onde existe rinha de dinossauros não faz o menor sentido. Um dinossauro vem e come o vilão, mas todos em volta estão tranquilos por que? Por fim, aquela pilota NUNCA ia oferecer aquela carona.

Mas, vamos em frente. Tem uma cena mais pro fim onde tem duas coisas ilógicas juntas, é quando a Laura Dern e a Bryce Dallas Howard vão desligar a energia elétrica. Ora, se elas não sabiam como fazer, e quem sabia não estava machucado, por que elas foram? E tem outro erro ainda pior: são dezenas de gafanhotos mortos no chão. Quando a energia volta, eles “acordam” e começam a atacar. Quando a energia é derrubada de novo, eles “morrem” de novo. Vem cá, são gafanhotos elétricos?

Mas o pior erro não foi esse. Tem um erro de continuidade que é o erro mais grosseiro que vi em muito tempo. O personagem Ramsey discute com o vilão, e sai da sala dele. E na cena seguinte ele está junto com os mocinhos – que estavam a quilômetros de distância!

Heu podia continuar, mas já deve ter dado pra ver que o roteiro é um lixo. Então vou parar. Mas tem mais, ah, tem.

De ponto positivo: os dinossauros são perfeitos. Os efeitos especiais são perfeitos. Ok, nenhuma surpresa, Jurassic Park sempre teve efeitos bons (o primeiro filme tem quase 30 anos que foi lançado e ainda é impressionante). Mas, é sempre legal ver dinossauros bem feitos.

Sobre o elenco, a série Jurassic Park teve um reboot em 2015 com elenco novo, estrelado por Chris Pratt e Bryce Dallas Howard. Este é o terceiro filme desde o reboot, e este filme trouxe de volta os três principais do primeiro filme, lá de 1993: Sam Neill, Laura Dern e Jeff Goldblum. Foi legal ver todos juntos, mas acabou que são muitos personagens “principais” (porque ainda tem alguns novos). Mas, ok, isso ficou bom. Também no elenco, Isabella Sermon, DeWanda Wise, Mamoudou Athie, Campbell Scott, BD Wong e Omar Sy.

Mas no fim fica a decepção. Disseram que este seria o último filme da saga. Se for só pra focar em efeitos especiais e deixar o roteiro pra lá, tomara que seja o último mesmo.

 

Possessão (1981)

Crítica – Possessão (1981)

Sinopse (imdb): Uma mulher começa a apresentar um comportamento cada vez mais perturbador depois de pedir o divórcio ao marido. As suspeitas de infidelidade logo dão lugar a algo muito mais sinistro.

Já comentei por aqui que na segunda metade dos anos 80 vi MUITA coisa no Estação Botafogo. Esse Possessão foi um dos mais marcantes dessa época. Heu tinha até uma camisa com essa imagem do pôster!

Mas, antes de entrar no filme, uma informação importante. Existem alguns filmes homônimos – uma vez pesquisei no imdb e achei 18 “Possessão”. Sem me esforçar muito, lembro de outros dois, um de 2002 com Gwyneth Paltrow e Aaron Eckhart; outro de 2012 com Jeffrey Dean Morgan e Kyra Sedgwick. Este é de 1981, com Isabelle Adjani e Sam Neill.

Escrito e dirigido por Andrzej Zulawski, Possessão (Possession, no original) é um filme difícil até de classificar. A classificação óbvia seria terror, mas certamente ia desagradar boa parte do público usual de terror. Tem sangue e gore, mas não só não tem jumpscares como tem muita coisa sem explicação no filme.

Sim, Possessão é daqueles filmes onde a gente não entende boa parte do que está acontecendo. Claro que existe algum simbolismo do “duplo” – tanto a Isabelle Adjani tem uma outra versão na professora (só muda a cor dos olhos); quanto o Sam Neill aparece numa versão rejuvenescida. Mas não existem explicações. Não se explica o que é a criatura no apartamento, nem por que a professora é igual à protagonista. E o fim do filme é uma grande interrogação.

O filme deve ter um monte de coisas subliminares, mas heu, particularmente, nem sempre curto ficar procurando significados ocultos. Possessão é um filme que dá pra relaxar e “entrar na viagem”. Agora, quem gosta de história com início, meio e fim, sugiro passar longe.

O elenco só tem dois nomes conhecidos, e ambos estão muito bem. Isabelle Adjani está sensacional, ela ganhou prêmio duplo de melhor atriz em Cannes em 1981, por esse filme e por Quartet. A cena do metrô fica grudada na memória! Sam Neill não fica atrás, tem uma cena impressionante onde ele tem um ataque aparentemente de epilepsia. Aliás, uma vez o Sam Neill falou que esse é o filme preferido dele.

Tem outro ator que heu queria citar, Heinz Bennet, que faz o amante. Que personagem sensacional! Ele aparece pouco, mas todas as vezes ele está ótimo. A cena dele dançando enquanto fala muito boa!

(Na mesma pegada tem a sequência do detetive particular perseguindo a Isabelle Adjani, com direito a um cara no trem comendo uma banana!)

Ah, tem a criatura. Sim, Possessão é filme cabeça, mas, sim, Possessão também é filme de monstro. A criatura foi criada por Carlo Rambaldi, famoso por ter criado o ET e movimentos na cabeça do Alien – ganhou um Oscar por cada um dos dois. Rambaldi tem uma frase que heu gosto: “[on computerized special effects] The mystery’s gone. It’s as if a magician had revealed all of his tricks.”

(Aliás alguém mais reparou a semelhança com Hellraiser no lance da mulher trazer homens e matá-los pra alimentar o monstro?)

Enfim, gostei. Mesmo sem entender muita coisa.

O Passageiro

O PassageiroCrítica – O Passageiro

Sinopse (imdb): Um ex policial está preso em uma conspiração criminosa durante sua viagem diária de trem.

Liam Neeson já fez outros três filmes com o diretor Jaume Collet-Serra. Todos foram legais. Será que cabe mais um?

O Passageiro (The Commuter, no original) é um bom thriller, cheio de boas cenas de ação. Mas é basicamente uma repetição do que já vimos antes – principalmente em Sem Escalas, com a diferença que trocaram o avião pelo trem.

Bem, já falei aqui antes, não me incomodo com ideias recicladas se o resultado final for bom. Pra mim, é o caso. Gostei do filme.

O Passageiro pode não ser novidade, mas tem algo básico: tem bom ritmo e prende a atenção com cenas eletrizantes. Collet-Serra ainda consegue inovar criando vários ângulos pouco convencionais (dentro do trem!) ao longo do filme. E ainda tem uma boa luta em plano sequência. Tá bom assim?

Olha, admito que gostei do filme, mas a gente precisa reconhecer que tem algumas coisas forçadas demais. Aquela teoria da conspiração é complexa demais, forçaram a barra um pouco. Alguns momentos do filme você pensa “menos, gente, menos”…

No elenco, mais uma vez Liam Neeson é “o cara” – ele faz muito bem este tipo de personagem. O elenco traz outros nomes famosos, como Vera Farmiga, Patrick Wilson, Sam Neill e Elizabeth McGovern, mas em papéis pequenos. O pessoal que aparece mais ao longo do filme é desconhecido.

No fim, parece que estamos vendo uma versão atualizada de Assassinato no Expresso Oriente – um “whodoneit” dentro de um trem. Uma versão mais ágil e moderna. Apesar de não ter nenhuma novidade.

Rota de Fuga

Crítica – Rota de Fuga

E, finalmente, um filme estrelado pela dupla Stallone & Schwarzenegger!

Um especialista em fugas de prisão, que ganha a vida testando possíveis falhas de segurança em presídios, é levado para uma prisão secreta e super segura, e agora precisará de todo o seu know-how para escapar de lá.

Desde os anos 80 e 90, todo fã de filmes de ação se perguntava por que Stallone e Schwarzenegger não trabalhavam juntos. O máximo que a gente teve foi uma imagem de Stallone em O Último Grande Heroi e uma citação a Schwarzenegger em um diálogo de O Demolidor. E o pior é que a gente sabia que eles eram amigos, a gente via fotos deles nos restaurantes Planet Hollywood (franquia dos dois junto com Bruce Willis). Até que em 2010 vimos Os Mercenários, onde os dois apareciam juntos pela primeira vez, em uma breve cena. Na continuação Mercenários 2, de 2012, a interação é maior, mas ainda era apenas em parte do filme. Agora sim, temos, juntos, os dois maiores nomes do cinema de ação dos anos 80 e 90!

Rota de Fuga (Escape Plan, no original), foi dirigido pelo sueco Mikael Håfström, que já nos apresentou filmes legais como 1408 e outros maomeno como O Ritual. Aqui ele acertou a mão. O roteiro de Rota de Fuga deixa as piadinhas e referências aos Rambos e Exterminadores de lado (piadinhas que cabem muito bem na franquia Mercenários), temos um filme mais sério, e com um ritmo muito bom. E aquela cena, onde Schwarza pega a metralhadora de grande calibre e coloca no braço, e vemos um close nos seus olhos, em câmera lenta, é um clichê muito legal! Pra completar, o cenário também ajuda – a prisão onde se passa quase todo o filme é um espetáculo.

Os dois atores-ícones estão bem. Stallone e Schwarzza têm idades e portes físicos compatíveis, e, principalmente, têm boa química juntos. E Jim Caviezel e Vincent D’Onofrio estão excelentes como o diretor do presídio e o parceiro cheio de TOC. Ainda no elenco, Amy Ryan, Sam Neill, Vinnie Jones e Faran Tahir.

Resumindo: um bom filme pipoca. E a prova que Stallone e Schwarzenegger ainda são grandes nomes no cinema de ação.

Por fim, queria comentar que os tempos estão mudando, e a terceira idade não é o que era anos atrás – felizmente! Duas semanas atrás vi o Black Sabbath na Apoteose. Três sessentões fizeram um show sensacional para um público onde quase todos eram mais novos – Ozzy e Gezzer Butler estão com 64 anos; Tony Iommi, com 65. E agora vemos um filme de ação com direito a tudo o que o estilo pede, estrelado por dois senhores de 67 (Stallone) e 66 anos (Schwarzenegger). Quero uma terceira idade assim quando for a minha vez!

Jurassic Park – Parque dos Dinossauros

Crítica – Jurassic Park – Parque dos Dinossauros

Férias, aproveitei pra rever um recente clássico com a criançada.

O Jurassic Park era um parque temático, habitado por dinossauros reais, clonados a partir do DNA extraído de insetos preservados em âmbar pré-histórico. Mas coisas dão errado durante uma visita de especialistas, convidados a conhecerem o parque antes da inauguração.

É complicado falar de um filme como Jurassic Park hoje em dia, quase vinte anos depois de seu lançamento, em 1993. Na época, os efeitos especiais impressionaram o mundo: pela primeira vez, tínhamos dinossauros “reais” nas telas, interagindo com atores humanos. Rolou uma perfeita mistura entre efeitos digitais (cgi), animatronics (robôs) e stop motion (a famosa “animação de massinha”), criando dinossauros de uma credibilidade nunca vista anteriormente. Digo mais: revendo o filme hoje, 18 anos depois, os efeitos não perderam a validade!

Mas Jurassic Park não é só baseado nos efeitos. O filme em si é bom. Se hoje o talento de Steven Spielberg é questionado por conta de alguns filmes de qualidade duvidosa nos últimos dez anos (tipo Guerra dos Mundos), no início dos anos 90 ele ainda tinha moral. E caprichou: tudo aqui funciona redondinho. O roteiro de Michael Crichton, baseado no seu próprio livro, tem um bom equilíbrio entre o drama, a fantasia e o terror – as cenas com os velociraptors e com o tiranossauro rex são sensacionais.

(1993 foi um ano excelente para Spielberg. Não só o seu Jurassic Park bateu recordes de bilheteria e revolucionou os efeitos especiais, como ele ainda ganhou Oscars pelo seu outro filme lançado no mesmo ano, A Lista De Schindler.)

Preciso comentar que achei que o roteiro podia ser um pouco mais enxuto. Várias tramas paralelas são abertas, parece que já fizeram o filme pensando na(s) continuação(ões). Por exemplo, achei que o dilofossauro podia ter sido melhor explorado, assim como o triceratops, que só aparece uma vez. Ou ainda poderiam desenvolver mais a trama da espionagem industrial. Nada que torne o filme ruim, felizmente.

O elenco está ok – este é o tipo de filme onde os atores estão em segundo plano, são menos importantes. Mesmo assim, o prestígio da produção conseguiu um excelente elenco: Sam Neill, Laura Dern, Jeff Goldblum, Richard Attenborough, Samuel L. Jackson e Wayne Knight.

Ainda preciso falar da trilha sonora. Sou muito fã do John Williams, mas reconheço que há tempos que ele não faz uma trilha com um tema marcante. Vejam bem, ele continua na ativa, fazendo boas trilhas – Harry Potter, por exemplo. Mas a gente não sai mais do cinema cantarolando os temas, como fez com Tubarão, Superman, Contatos Imediatos do Terceiro Grau, Guerra nas Estrelas, E.T., Caçadores da Arca Perdida… Em Jurassic Park são dois temas marcantes e “assobiáveis”. Pena que hoje em dia ninguém mais faça trilhas assim…

Até agora, já rolaram duas continuações, infelizmente sem manter a qualidade. Rolam boatos sobre um quarto filme a ser lançado em breve. Aguardemos…

2019 – O Ano Da Extinção – Daybreakers

2019 – O Ano Da Extinção – Daybreakers

Confesso que já fazia um tempo que heu estava pilhado para ver este filme, desde que li que o protagonista Ethan Hawke declarou que “Daybreakers é o antídoto para Crepúsculo“! (Aliás, a primeira cena, quando um vampiro queima no sol, parece ser uma resposta a Crepúsculo!)

A ideia é muito boa. No futuro, vampiros tomaram conta e viraram a raça dominante. Os poucos humanos que sobraram são caçados e usados como gado, para ter o seu sangue extraído e comercializado. Só que a raça humana está entrando em extinção, e levando os vampiros à fome!

O filme foi escrito e dirigido pelos irmãos Michael e Peter Spierig, os mesmos australianos responsáveis pelo esquisito filme de zumbis Canibais (Undead). Desta vez, os Spierig tinham um orçamento melhor. O visual do filme, com a fotografia azulada, é muito legal – como são vampiros, a maior parte das cenas é à noite. E os efeitos são muito bem feitos.

O elenco conta com nomes famosos como Sam Neill, Willem Dafoe e Isabel Lucas, além do já citado Hawke. Além deles, completam o elenco a australiana Claudia Karvan e o neo-zelandês Michael Dorman, meio desconhecidos por aqui.

2019 – O Ano Da Extinção – Daybreakers não vai mudar a vida de ninguém, mas pelo menos é divertido!