Dívida de Sangue / Good People

good peopleCrítica – Dívida de Sangue / Good People

Um casal americano, morando na Inglaterra e com dificuldades financeiras, encontra uma mala cheia de dinheiro, que pertencia a um inquilino, encontrado morto por uma overdose. Só que os donos do dinheiro não tardam a aparecer.

Estreia hollywoodiana do dinamarquês Henrik Ruben Genz, Dívida de Sangue / Good People tem alguns problemas básicos. Em primeiro lugar, a trama é batida, a gente já viu este tipo de filme antes (quem mais se lembrou do Cova Rasa?). Mas o ritmo do início do filme é bom, e a gente até esquece esse detalhe – afinal, tem muito filme bom que parte de ideias recicladas.

Mas, do meio pro fim, o filme toma vários rumos que fogem de qualquer lógica. Várias situações que a gente pensa “isso nunca aconteceria na vida real” – tipo quando eles fogem para “se esconder” no motel mas todo mundo sabe onde eles estão. Além disso, tudo fica previsível demais, conseguimos antecipar cada passo do filme. E quando vemos o momento “armadilhas do Esqueceram de Mim“, o filme já perdeu qualquer credibilidade que ainda podia lhe restar.

Pena, porque o elenco nem está mal. Kate Hudson e James Franco funcionam bem juntos (e Kate ainda brinda seus fãs com uma rápida cena de nudez parcial). Também no elenco, Anna Friel, Tom Wilkinson, Omar Sy e Sam Spruel.

Dispensável. Vale mais a pena rever o citado Cova Rasa.

O Grande Hotel Budapeste

0-grandehotel budapesteCrítica – O Grande Hotel Budapeste

Outro dia falei que o cinema contemporâneo tem poucos “autores”, e citei como exemplos o Tim Burton e o Terry Gilliam. Olha, a gente precisa incluir o Wes Anderson (Moonrise Kingdom) neste seleto clubinho.

O Grande Hotel Budapeste conta as aventuras de Gustave H, um lendário concierge de um famoso hotel europeu entre as as duas grandes guerras; e Zero Moustafa, o lobby boy que vira o seu melhor amigo.

O Grande Hotel Budapeste (The Grand Budapest Hotel, no original) parece uma fábula. Wes Anderson tem um estilo de filmar onde todas suas cenas parecem mágicas. Parece que estamos lendo um livro de contos infantis!

A fotografia de seus filmes chama a atenção. Arrisco a dizer que o diretor deve ter TOC, cada plano é bem cuidado, tudo simétrico, sempre com o objeto centralizado no meio da tela. Isso, somado a cenários meticulosamente escolhidos e à boa trilha sonora de Alexandre Desplat, torna O Grande Hotel Budapeste um espetáculo visual belíssimo de se ver.

E não é só o visual que chama a atenção. O filme é repleto de personagens exóticos – e, detalhe importante: todos têm sua importância na trama, nenhum parece forçado. E o elenco é impressionante, sugiro checar os nomes no poster – é tanta gente que fica até difícil reconhecer todos ao longo do filme: F. Murray Abraham, Mathieu Almaric, Adrien Brody, Willem Dafoe, Jeff Goldblum, Harvey Keitel, Jude Law, Bill Murray, Edward Norton, Saoirse Ronan, Jason Schwartzman, Léa Seydoux, Tilda Swinton, Tom Wilkinson e Owen Wilson. Curiosamente, o protagonista é interpretado pelo desconhecido Tony Revolori. Bem, o filme é centrado em dois personagens, não sei exatamente qual do dois seria o principal. Mas sendo que o outro é o Ralph Fiennes, claro que Revolori será chamado de coadjuvante…

Pelo estilo visual de Wes Anderson, talvez O Grande Hotel Budapeste não agrade a todos. Outro problema é que o filme está sendo vendido como uma comédia, e o humor do filme é um humor peculiar, porque diverte mas não causa risadas.

Mas quem entrar no espírito da fábula vai se divertir com a aventura!

Missão Impossível – Protocolo Fantasma

Crítica – Missão Impossível – Protocolo Fantasma

Depois de rever os três primeiros filmes, fui ao cinema ver o novo Missão Impossível.

O Kremlin é bombardeado, e a culpa cai sobre a IMF, agância de Ethan Hunt (Tom Cruise). Agora sem o apoio da agência, ele e sua equipe precisam evitar uma guerra nuclear.

Este é o primeiro filme “live action” de Brad Bird, diretor de Os Incríveis e Ratatouille. Bem, em Os Incríveis, o cara mostrava que tinha boa mão para ação, agora eles faz isso com atores e cenários reais.

Bird fez um bom trabalho e manteve o bom nível da série. Missão Impossível – Protocolo Fantasma é tão bom quanto seus antecessores. Vi uns sites por aí elegendo este quarto filme como o melhor da franquia – não, não é. Desconfio que quem achou isso deve ser novinho e não deve ter visto os outros no cinema, só em reprises na tv… A cena do “pendurado no computador” continua imbatível!

Aliás, Missão Impossível – Protocolo Fantasma é um bom filme, mas não é perfeito. Algumas coisinhas me incomodaram. Por exemplo: Paula Patton é bonitinha, mas tem um tipo comum demais para ser aquela sedutora fatal que fez a cabeça do milionário (pelo menos para nós, brasileiros – aqui no Rio tem dúzias de mulheres mais interessantes em cada esquina). Ou então o vilão, mal construído, diferente dos outros filmes. Aliás, falando em vilão, achei forçada a luta no estacionamento, acredito que alguém com o treinamento de Hunt derrotaria mais facilmente um oponente com aquela idade. Por fim, falar de guerra nuclear é tão “anos 80″…

Independente disso, Missão Impossível – Protocolo Fantasma é um bom filme. São várias as sequências de ação de tirar o fôlego. E Tom Cruise mais uma vez manda muito bem nas cenas de ação – segundo a divulgação, ele dispensou os dublês e fez as cenas perigosas. E, pra manter a tradição, Cruise fica pendurado (o que aconteceu nos outros três filmes). A diferença é que ele se pendura no exterior do prédio mais alto do mundo, em Dubai – em uma cena eletrizante!

Uma coisa boa e diferente que acontece aqui é o alívio cômico, através do personagem do sempre eficiente Simon Pegg. Os outros filmes eram mais sérios; Pegg acerta o tom, o filme fica mais leve mas não fica “engraçadinho”.

No elenco, Ving Rhames só tem uma ponta, diferente dos outros três filmes. A equipe é composta pelos já citados Paula Patton e Simon Pegg (repetindo o papel do terceiro filme, agora com mais destaque), mais Jeremy Renner (rola um boato que ele seria o protagonista de um possível quinto filme). Ainda no elenco, Léa Seydoux, Josh Holloway (o Sawyer de Lost) e Anil Kapoor; Tom Wilkinson tem uma participação não creditada, e tem um outro personagem que volta, também não creditado, mas é spoiler falar sobre isso.

Nesses tempos de última semana do ano, pululam pela internet listas de melhores filmes de 2011. Missão Impossível – Protocolo Fantasma não entrou na minha lista, mas está mais próximo dela do que dos 10 piores do ano!

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Se você gostou de Missão Impossível – Protocolo Fantasma, o Blog do Heu recomenda:
Missão Impossível
Missão Impossível 2
Missão Impossível III

O Escritor Fantasma

Crítica – O Escritor Fantasma

Ewan McGregor é contratado para ser o ghost writer de um livro escrito pelo ex primeiro ministro inglês – ghost writer é aquele profissional que trabalha no texto de outra pessoa, mas não assina o trabalho. Aos poucos, ele descobre que o trabalho é mais perigoso do que parecia.

Trata-se do novo filme do grande Roman Polanski, concluído na época que ele estava em prisão domiciliar na Suíça, esperando ser extraditado ou não para os Estados Unidos pelo crime de pedofilia, cometido décadas antes. Coincidência ou não, o filme tem algo de autobiográfico, com o político em casa, esperando para saber se vai ser levado para um julgamento em outro país.

O Escritor Fantasma lembra Chinatown, onde um homem também vai descobrindo aos poucos que os problemas onde está envolvido. Não só na trama, como também no ritmo – assim como em Chinatown, o ritmo aqui é lento. Mas o talento de Polanski não deixa O Escritor Fantasma cair na monotonia e ser um filme chato.

O nome traduzido é curioso. A tradução está correta, mas aqui no Brasil ninguém usa a expressão “escritor fantasma”, usa-se o original “ghost writer”. Enfim, o personagem é tão fantasma / ghost, que nem tem nome!

O elenco está ok. Além de McGregor, o filme conta com Olivia Williams, Kim Cattrall, Pierce Brosnan, Tom Wilkinson e um quase irreconhecível James Belushi em um papel pequeno.

Polanski ganhou o Urso de Prata de Melhor Diretor no Festival de Berlim por este filme, mas não sei o quanto a sua situação pessoal ajudou a decisão do júri. Mesmo assim, O Escritor Fantasma não vai decepcionar os apreciadores do estilo.

Burke And Hare

Burke And Hare

Quando heu soube de uma nova comédia de humor negro, dirigida por John Landis e estrelada por Simon Pegg e Andy Serkis, pensei “pára* tudo, preciso baixar este filme!”

Edimburgo, Escócia, início do sec 19. Os amigos William Burke (Simon Pegg) e William Hare (Andy Serkis) descobrem um  novo meio de ganhar dinheiro: vender cadáveres para a universidade de medicina. O problema é que nem sempre o cadáveres estavam mortos antes de encontrar a dupla…

Ok, mas… não devemos ver Burke And Hare com expectativas elevadas. O filme é divertido, mas não é nada demais…

Heu não sabia disso, só descobri depois: a história é real, Burke e Hare realmente existiram e mataram um monte de gente. Por isso esta história era difícil de ser contada: mostrar com humor dois assassinos reais!

O elenco está muito bom. Sou fã do Simon Pegg, desde Todo Mundo Quase Morto vejo tudo o que ele faz. Andy Serkis, mais conhecido como “o cara que estava debaixo do equipamento que fez a marcação digital do Gollum” na trilogia O Senhor dos Aneis, é um comediante de primeira linha, e tem uma ótima química com Pegg. E o elenco ainda traz Tim Curry, Tom Wilkinson, Isla Fisher, uma ponta de Christopher Lee, e a família do diretor Costa-Gavras posando para uma foto. E, como se não bastasse, Jenny Agutter e John Woodvine voltam a trabalhar com Landis quase 30 anos depois de Um Lobisomem Americano Em Londres. Quer ainda mais? Tem uma ponta de Ray Harryhausen, o maior nome da história dos efeitos especiais em stop motion.

John Landis é um grande diretor, com um grande currículo. Ele fez vários filmes clássicos, como Irmãos Cara de Pau e Um Lobisomem Americano Em Londres. Também fez algumas coisas desnecessárias, como Um Tira da Pesada 3… Este Burke And Hare, feito 12 anos depois de seu último filme para cinema (Susan’s Plan) não é um dos seus melhores, mas está longe dos seus piores.

Para os apreciadores de um bom humor negro!

* Sei que o “para” do verbo “parar” perdeu o acento. Mas “para tudo”, além de ser ambíguo, não tem a mesma força que “pára tudo!”
😉

Rango

Rango

Estreou a esperada animação que coloca a voz de Johnny Depp num camaleão!

Um camaleão da cidade grande acidentalmente cai do carro de seus donos, e vai parar no meio do deserto, onde acaba virando o xerife da cidade de Poeira, um típica cidadezinha do Velho Oeste.

De cara heu já desconfiava que Rango não seria um desenho animado padrão – afinal, a direção está nas mãos de Gore Verbinski, diretor dos três Piratas do Caribe. Não esperava algo no estilo “Disney / Pixar / Dreamworks”, o que temos visto muito nos últimos anos.

Pode não ser Pixar, mas a textura da animação é impressionante. Rango não usa o padrão usado por Hollywood, de criar caricaturas de animais, para deixá-los mais “fofinhos”, todos os bichos são mais próximos dos reais, às vezes nem parece um desenho animado. Aliás, algumas (poucas) cenas são filme “de verdade”, com atores. Nem dá pra notar diferença…

Rango vai agradar a garotada, mas acho que vai agradar mais os pais que os levarem. Depois de um início meio surreal, o filme vira um legítimo faroeste, só que protagonizado por bichos. E talvez seja um pouco longo pra criançada – 1h47min, enquanto os desenhos atuais normalmente têm por volta de meia hora a menos.

Ainda falando nos adultos, o filme traz algumas citações geniais. Adorei a sequência “Apocalypse Now“, com a Cavalgada das Valquírias de Wagner tocada por banjos! E prestem atenção, no início do filme, quando Rango está sendo jogado de um carro para outro, que ele passa por um carro onde estão personagens iguais aos de Medo e Delírio, filme de Terry Gilliam estrelado por Depp.

A trilha sonora de Hans Zimmer é outro ponto alto. Não só os temas dos “momentos faroeste” são muito bons, como ainda temos umas corujas mariachi narrando parte da história.

A dublagem é boa – usaram sotaque regional para a população da cidade de Poeira. Mas fiquei com pena de não ter visto com o som original, já que o elenco gringo traz, além de Depp, Isla Fisher, Abigail Breslin, Ned Beatty, Alfred Molina, Bill Nighy, Harry Dean Stanton, Ray Winstone e Timothy Oliphant, este último, um dos poucos que mostra a cara (numa caracterização que lembra o Clint Eastwood).

Um último comentário: por que Rango? Aqui no Brasil, é impossível não associar o nome do camaleão à comida. Mas não tem nada a ver, o nome vem de “Durango”, que ele lê numa garrafa… E acho que, em inglês, era pra soar parecido com “Django”…

O Besouro Verde

O Besouro Verde

Estreou o aguardado O Besouro Verde, que traz a grande dúvida: como é um filme de super-heroi “lado B”, dirigido pelo cult Michel Gondry, e escrito eestrelado por Seth Rogen?

O playboy Britt Reid (Seth Rogen) só quer saber de farra, quando de repente seu pai morre e ele vira o dono do jornal “The Daily Sentinel”. Aí ele resolve virar um super-heroi mascarado, com a ajuda de Kato, motorista de seu pai.

Vou explicar a dúvida citada no primeiro parágrafo:

– O Besouro Verde na verdade surgiu no rádio, nos anos 30. Mas o filme foi baseado na série de tv feita em 66, famosa por trazer Bruce Lee como o coadjuvante Kato. Acredito que o seriado seja mais falado do que visto – sou admirador de seriados antigos, mas admito que não lembro desta série, só me lembro do tema musical. O Besouro Verde não é um heroi tão popular quanto um Super Homem ou um Homem Aranha…

– O diretor Michel Gondry é cultuadíssimo pelo seu excelente Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças. E como seria Gondry à frente de uma super-produção hollywoodiana?

– Por fim, Seth Rogen já está familiarizado com a “máquina” de Hollywood. Mas ele tem cara de comédia. Será que ele funciona como protagonista de filme de super-heroi?

Respondendo tudo de um modo geral, não funcionou. O filme tem alguns acertos, alguns bons momentos. Mas tem muito mais defeitos do que virtudes. Roteiro cheio de falhas, direção fraca, atores inapropriados, o resultado final ficou devendo.

O roteiro de O Besouro Verde tem alguns sérios problemas. Todo super-heroi tem alguma motivação para os seus atos – menos Britt Reid, que era um playboy irresponsável e, do nada, resolve combater crimes, e ainda por cima fingindo que é bandido. Não faz o menor sentido! Tem mais: Kato era um motorista e mecânico que gostava de inventar coisas. Mas daí pra criar carros que são tanques de guerra equipados com muitas armas falta um pouco, não? Isso porque não estou lembrando que Reid precisava chegar ao jornal para fazer um upload para a internet – com todo aquele dinheiro, não dava pra ter um celular com acesso à internet, ou algum acessório no carro?

Um dos acertos do filme foi a escolha de dois dos atores, o antagonista Christoph Waltz e o coadjuvante Jay Chou. Waltz (Bastardos Inglórios) brilha com seu vilão Chudnofsky, caricato no ponto exato; e Chou, excelente lutador, faz um Kato muito mais interessante que o próprio Besouro. Mas, por outro lado, o elo mais fraco do elenco é logo o protagonista. Seth Rogen é um cara legal, cheio de bons filmes no currículo, mas aqui ele está muito mal. Não sei se a culpa é do ator ou do roteiro, mas como Rogen foi responsável pelas duas coisas, a culpa é dele… Ainda no elenco, Cameron Diaz e Edward James Olmos estão desperdiçados, ambos poderiam oferecer muito mais se o filme fosse melhor. Tom Wilkinson pouco aparece; e James Franco tem uma divertida ponta na cena inicial.

Preciso ver mais filmes do Michel Gondry. Seu Brilho Eterno é realmente muito bom, mas os outros filmes que vi dele deixam a desejar (Rebobine Por Favor, Tokyo! e este O Besouro Verde). Espero que não seja um caso parecido com M. Night Shyamalan, autor de uma obra prima e de vários filmes que variam entre o “mais ou menos” e o “pavorosamente ruim”.

O Besouro Verde não chega a ser um dos piores filmes de super-herois da história, como Mulher Gato ou Elektra. Mas está vários degraus abaixo de bons exemplos recentes, como Batman ou Homem de Ferro.

Duplicidade

Duplicidade

Sabe aqueles filmes onde nada é exatamente o que parece ser?

Ray Koval (Clive Owen) e Claire Stenwick (Julia Roberts) são ex agentes secretos que hoje trabalham com espionagem industrial. Envolvidos em uma grande disputa entre duas gigantes da área de cosméticos, eles resolvem tentar um golpe.

O início de Duplicidade é um pouco confuso. E, conforme o filme avança, tudo fica ainda mais confuso. Mas a boa notícia é que as pontas soltas são resolvidas no fim do filme. Méritos para o inteligente roteiro escrito por Tony Gilroy, também diretor do filme.

O elenco conta com a boa química entre o casal principal, que repete aqui a parceria de Closer – Perto Demais. Owen e Roberts estão ótimos como o casal instável e sempre desconfiado entre si. Além dos dois, ainda temos Paul Giamatti e Tom Wilkinson, como os executivos rivais.

Bom roteiro, bons atores, belas locações e uma trilha sonora interessante fazem de Duplicidade uma boa opção.

Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças

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Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças

Imagine uma pessoa magoada com o fim de uma relação. Ela quer esquecer tudo que a lembre do ex ou da ex, certo? E agora imagine uma empresa que consegue apagar todas as memórias deste ex! Interessante, não?

Este é o mote do genial Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças, um dos melhores roteiros filmados em Hollywood nos últimos anos. Não dá pra falar muito da história sem estragar o filme. Só o que posso dizer é que se trata de uma das mais belas histórias de amor já filmadas!

O diretor francês Michel Gondry (Rebobine Por Favor) conta a história do casal Joel (Jim Carrey) e Clementine (Kate Winslet), e seus encontros e desencontros. O roteiro de Charlie Kaufman ganhou o Oscar de melhor roteiro original de 2005 (Kate Winslet foi indicada a melhor atriz). E heu arrisco a dizer que este filme merecia outro Oscar: melhor edição!

A edição deste filme é uma loucura, principalmente nos momentos em que estamos dentro da cabeça de Joel e suas memórias estão sendo apagadas. A continuidade é cuidadosamente desconstruída: num plano o casal está num lugar cheio de pessoas, no plano seguinte o casal está no mesmo lugar, só que vazio; antes um objeto está lá, a câmera se movimenta e de repente o objeto desaparece. É de deixar tonto. E ao mesmo tempo maravilhado!

Ah, sim, preciso falar sobre o elenco. Jim Carrey está irreconhecível e mostra que nem sempre é careteiro, e tem aqui a melhor interpretação de sua carreira. E além de Kate Winslet, temos Kirsten Dunst, Elijah Wood, Mark Ruffalo e Tom Wilkinson.

Por fim, volto ao roteiro. Este é daqueles filmes que dá vontade de rever, pra prestar atenção nos detalhes que passaram desapercebidos. Tudo está no lugar certo, cada cena, cada movimento, cada mudança de cor do cabelo de Clementine!

Operação Valquíria

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Operação Valquíiria

O que devemos esperar de um filme como Operação Valquíria? Um filme do ator Tom Cruise, ou um filme do diretor Brian Synger (X-Men 1 e 2, Superman Returns)? Claro que é o filme é do Tom Cruise. Por maior que seja o prestígio do diretor, é difícil bater o “star power” de Cruise…

Mas apesar de Operação Valquíria ser mais um veículo para mostrar o “mocinho Cruise”, o filme não é ruim. Talvez um pouco “certinho” demais, mas, mesmo assim, funciona, pelo menos dentro do que se propõe.

Depois de quase morrer no deserto da Tunísia, perdendo um olho, uma mão e alguns dedos da outra, o coronel Claus Von Stauffenberg (Cruise) conhece outros insatisfeitos com o rumo da Alemanha na guerra, e acaba virando o líder de uma conspiração para tentar matar Hitler.

A história é muito boa, e o melhor, é verídica. Acompanhamos passo a passo cada personagem da conspiração, e como funciona a tal operação Valquíria do título.

O elenco é cheio de rostos conhecidos, como Kenneth Branagh, Bill Nighy, Terence Stamp e Tom Wilkinson, e todos estão muito bem, cada um mostrando a sua motivação para derrubar Hitler – seja porque acham que é o correto a se fazer; seja porque querem ficar ao lado do poder, independente de quem o tenha.

O diretor Bryan Singer, apesar de ter feito 3 filmes seguidos de super-heróis, não é totalmente estranho ao tema. Em 1998 ele dirigiu O aprendiz, onde um jovem descobre que o seu vizinho tem um passado nazista. E esse vizinho é maravilhosamente interpretado por Ian McKellen, o Magneto dos X-Men

Outra coisa legal em Operação Valquíria é a reconstituição de época. Longe de mim querer elogiar um nazista, mas temos que reconhecer que os caras sabiam cuidar da própria aparência. E no filme, tudo está impecável! Roupas, armas, uniformes, cenários, está tudo perfeito!

Outro detalhe  interessante: Stauffenberg perdeu uma mão e alguns dedos da outra, certo? Os efeitos especiais são perfeitos aqui: em momento nenhum parece que Tom Cruise está escondendo os dedos. Efeitos especiais que estão lá para “não aparecerem”!

Operação Valquíria não será lembrado como um filme essencial sobre a Segunda Guerra Mundial. Mas pode ser uma boa diversão!