Crítica – Godzilla vs. Kong
Sinopse (imdb): O épico capítulo seguinte no cinematográfico Monsterverse coloca dois dos maiores ícones da história do cinema um contra o outro – o temível Godzilla e o poderoso Kong – com a humanidade em jogo.
Antes de entrar no filme, preciso confessar uma coisa. Gosto de filme pipoca, gosto de blockbusters, mas, sei lá por que, não me empolgo com filmes de monstros gigantes. Não tô falando só de Godzilla e King Kong, os filmes de kaijus tipo Pacific Rim também não me empolgam. Vejo quase todos, porque, como falei, gosto de cinemão pipoca, mas, curto mais fc e filmes de super heróis. Tanto que nem vi o último Godzilla, de 2019, perdi na época que passou no cinema e depois acabei me esquecendo de procurar.
Mas, a internet toda estava falando desse Godzilla vs. Kong, bora ver logo! Ah, bom avisar: a internet estava em polvorosa com cada trailer lançado, mas, propositalmente, não vi nenhum dos trailers.
(Estamos numa época de lançamentos escassos, vários grandes lançamentos estão sendo guardados pra quando os cinemas finalmente abrirem de vez. Isso explica a galera falando do filme, afinal, Godzilla vs. Kong é um grande lançamento)
Vamulá. Sempre defendi que cada filme tem um objetivo, e não podemos criticá-lo se ele alcançar esse objetivo. Bora desenvolver esse conceito.
Godzilla vs. Kong é o quarto filme do “Monsterverse” – Godzilla (2014), Kong: A Ilha da Caveira (2017), Godzilla II: Rei dos Monstros (2019), e agora esse Godzilla vs. Kong, lançado neste complicado ano de 2021.
(O nome Monsterverse pode gerar confusões, porque anos atrás tentaram criar outro universo de monstros, com os monstros da Universal, a partir do filme da Múmia, aquele do Tom Cruise, mas que seria chamado de “Dark Universe”. Da wikipedia: “Na metade de 2017, a Universal inaugurou a franquia Dark Universe com o remake de A Múmia estrelado por Tom Cruise. A ideia desse universo compartilhado era trazer de volta monstros icônicos como Frankenstein, a ser interpretado por Javier Bardem, e o Homem Invisível, com Johnny Depp”. Mas, parece que essa ideia foi pra geladeira.)
Tecnicamente falando, Godzilla vs. Kong é um espetáculo. Quem vai ver um filme chamado “Godzilla vs. Kong” quer ver o Godzilla e o Kong saindo na porrada. E nisso o filme não decepciona. São algumas cenas de destruição, em todas os efeitos especiais estão fantásticos. Incrível o nível que o cgi chegou, deu pena de não ter uma grande tela de cinema pra ver isso da melhor maneira.
Agora, o roteiro é bem fuen. E os personagens humanos são todos bem ruins.
Masss… Voltemos ao que disse lá no início. Qual é o objetivo do filme? Era mostrar a porradaria entre os monstros, e isso o filme entrega. Pena que pouca coisa se salva além disso.
Sem entrar em spoilers, mas vou dar um exemplo básico: tem um núcleo de personagens com a Millie Bobby Brown, a Eleven de Stranger Things, que não serve pra nada. Tire aqueles 3 personagens do filme, não se perde nada. Vou além: o trio passa por várias situações que enfraquecem o plot, tipo passar por áreas de segurança máxima sem ninguém notar, ou seja, o filme seria melhor sem os três. Os anos 80 ligaram, pediram essas cenas de volta, naquela época isso funcionava!
Também achei bem forçado o lance da menininha que fala com o Kong. Ela NUNCA seria levada numa missão daquelas. E a atriz mirim, coitada, passa o filme inteiro com cara de choro. Cansou, podiam reduzir a participação dela. Ah, e o vilãozão caricato também é bem ruim.
Por outro lado, o visual do filme é fantástico. Não só as lutas entre os monstros gigantes, mas tem uma parte do filme na terra oca (é hollow earth, não sei se vão traduzir assim) que o visual é muito muito legal. Visto só pelo ângulo do roteiro, não faz muito sentido, mas… pelo visual, é muito muito legal.
A direção é de Adam Wingard, que não tem um bom currículo – ele fez o Death Note da Netflix, que é uma rara unanimidade onde TODOS falam mal, e também fez o terceiro Bruxa de Blair (não vi, o primeiro é ruim, o segundo é pior, pra que ver um terceiro?). Mas acho que aqui o problema não foi ele, o Godzilla vs. Kong é bem filmado. O roteiro é que é ruim.
No elenco, alguns bons atores desperdiçados. Gosto do Alexander Skarsgård desde a época de True Blood, ele merecia uma franquia melhor, e também gosto da Rebecca Hall. A Kaylee Hottle é a menininha que atrapalha esse núcleo. Já no núcleo do alívio cômico, ninguém se salva: Millie Bobby Brown, Julian Dennison e Brian Tyree Henry. Tem o pai da Millie, o Kyle Chandler, outro papel que podia ser apagado. Demian Bichir faz o vilãozão caricato, e, por fim, ainda preciso falar da filha dele, interpretada pela Eiza González, tão caricata quanto. Ou seja, um bom elenco jogado fora.
No fim, o resumo é simples: Pra quem quer ver monstros gigantes lutando, é um filmão. Mas, pra quem gosta de cinema, falta um pouco.
A previsão é pra estrear nos cinemas dia 29 de abril, mas, do jeito que os cinemas estão devagar, nem sei se teremos cinema ainda em abril.