Intocáveis

Crítica – Intocáveis

Intocáveis chega aqui com a responsabilidade de ser “uma das maiores bilheterias da história da França”. O que será a causa disso?

Tetraplégico por causa de um acidente, o aristocrata Philippe contrata o improvável e imprevisível Driss para cuidar dele.

Sobre a questão levantada no primeiro parágrafo: Intocáveis (Intoucheables no original em francês) é um filme simples, sem grandes produções ou efeitos especiais. Mas é um filme sensível e engraçado sobre uma fantástica relação de amizade.

Escrito e dirigido pela dupla Olivier Nakache e Eric Toledano, Intocáveis é baseado em uma história real. Os “personagens reais” aparecem no fim do filme.

Os dois personagens centrais de Intocáveis são muito bons. E os dois atores protagonistas estão excelentes. François Cluzet está ótimo como o aristocrata tetraplégico Philippe, e Omar Sy está ainda melhor como o malandro politicamente incorreto Driss. Sy está sensacional e não será surpresa se ganhar prêmios por sua interpretação.

(Falando em prêmios, vi no imdb que Intocáveis é o representante francês ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Nada mal para o país que ano passado levou a estatueta principal por O Artista…)

Aliás, Intocáveis está sendo vendido como um drama. Sei não, pra mim, trata-se de uma comédia politicamente incorreta de humor negro. E não estou sozinho, na minha sessão, a plateia dava gargalhadas durante toda a projeção.

Independente do gênero, o importante é que Intocáveis mostra que um filme não precisa ser uma super produção para ser um dos melhores filmes do ano. Basta uma boa história, bem contada e com bons atores.

Por fim, preciso falar que só não gostei de uma coisa: do título. Por que “Intocáveis”? Não vi nada na trama que me lembrasse algo assim. E o pior: acho que não fui o único que lembrei de Os Intocáveis do Brian de Palma, com Kevin Costner, Sean Connery e Robert De Niro…

O Ditador

Crítica – O Ditador

Oba! Outro filme politicamente incorreto do Sacha Baron Cohen!

O Ditador conta a heroica história do ditador Aladeen, que arrisca a própria vida para garantir que a democracia nunca chegue a Wadiya, país que ele governa com mão de ferro e muito amor.

Sacha Baron Cohen é um cara que faz muito bem ao humor dos tempos atuais onde a correção política impera. Ele é corajoso ao cutucar onde muitos têm medo. Mas ele está certo, afinal o humor deveria ser livre de censuras. A única piada ruim é a piada sem graça, piadas ofensivas sempre tiveram espaço no humor.

Me lembro do programa de tv Da Ali G Show, onde Sacha Baron Cohen interpretava três personagens: o rapper Ali G, o repórter do Cazaquistão Borat e a bicha especialista em moda Bruno. O programa era um mockumentary cheio de situações constrangedoras, sempre puxando pro lado politicamente incorreto. Cada um dos três personagens interagia com pessoas que não sabiam que era um ator por trás, e as situações desconfortáveis eram constantes e inevitáveis.

Em 2006, veio o filme Borat, com seu humor grosseiro e ofensivo questionando o american way of life. Três anos depois ele lançou Brüno, mas esse era mais fraco, bem inferior a Borat. Agora, em 2012, O Ditador recupera o bom nível do humor, ao mesmo tempo que mantém o espírito grosseiro e ofensivo.

Mais uma vez dirigido por Larry Charles (diretor dos outros dois filmes), O Ditador tem uma diferença estrutural para os outros dois: o mockumentary foi deixado de lado, o personagem é ficcional e ninguém está sendo “enganado” como nos outros filmes. Por um lado, isso pode tirar um pouco da espontaneidade que rolava nos outros filmes (que traziam algumas cenas impagáveis por conta de pessoas que não sabiam que aquilo era fake). Mas por outro lado, isso abriu espaço para um tipo ousado de piada – Megan Fox e Edward Norton aparecem no filme interpretando eles mesmos sendo sacaneados!

O roteiro, escrito pelo próprio Cohen em parceria com Alec Berg, David Mande e Jeff Schaffer, traz algumas piadas muito boas, misturadas a algumas tão grosseiras que beiram o limite do bom senso. Mas no geral, achei o filme muito engraçado. E o discurso que Aladeen faz no final é genial, uma crítica aos EUA, usando uma ironia pouco comum de se ver por aí

No elenco, o destaque – claro – é Sacha Baron Cohen, que mais uma vez mostra que é um bom ator fora do mockumentary (ele já tinha feito um bom trabalho em A Invenção de Hugo Cabret). E, por ser um filme de ficção, Cohen tem alguns bons atores ao seu lado, como Ben Kingsley, Anna Faris e John C. Reilly, além do pouco conhecido Jason Mantzoukas (na verdade, o principal coadjuvante).

Claro que o humor de O Ditador não é pra qualquer um – além de ser um humor propositalmente ofensivo, algumas são de gosto duvidoso. Mas, quem tem a cabeça aberta e concorda comigo que o politicamente correto é algo ruim, vai curtir O Ditador.

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Nervo Craniano Zero

Crítica – Nervo Craniano Zero

O novo filme da Vigor Mortis, companhia que fez o genial Morgue Story – Sangue, Baiacu e Quadrinhos!

Com medo de uma possível crise criativa, uma escritora de sucesso chama um antigo namorado, neuro-cirurgião com o registro cassado, para reativar sua fracassada experência que usa um chip indutor de criatividade ligado ao cérebro. Mas antes de testar nela mesma, ela contrata uma ingênua garota do interior como cobaia.

A dúvida que heu tinha era se Nervo Craniano Zero seria do mesmo nível do ótimo Morgue Story. Boa notícia: sim, é tão bom quanto!

Nervo Craniano Zero segue a linha de terror / comédia, com fortes (e visíveis) influências de quadrinhos e de filmes dos anos 80. O clima é bem trash, boa solução para o apertado orçamento de apenas R$ 180 mil. Claro, o filme não é pra qualquer um. Mas quem entrar no espírito, vai se divertir muito. O filme tem vários momentos antológicos, a plateia dava gargalhadas ao longo da projeção.

Depois do filme, o diretor Paulo Biscaia Filho, acompanhado dos atores Leandro Daniel Colombo e Uyara Torrente, falou um pouco com a pequena porém lotada sala de cinema do CCJF. Ele explicou que os atores sabem que tudo é sátira, o público sabe que tudo é sátira – mas os personagens não sabem. Os personagens levam aquilo a sério! Isso proporciona ao filme uma série de diálogos sensacionais, todos no limite da caricatura.

O elenco está ótimo. Leandro Daniel Colombo, um dos destaques de Morgue Story, e Guenia Lemos, mezzo americana, mezzo curitibana, que já fez alguns filmes e seriados em Hollywood, mas nunca tinha feito nada aqui no Brasil, estão excelentes como o médico perturbado Bartholomeu Bava e a escritora de moral duvidosa Bruna Bloch. Mas o melhor de Nervo Craniano Zero é Uyara Torrente, que ficou famosa um tempo atrás por um video de sua banda que virou viral de internet. Aqui ela mostra que é uma excelente atriz, com sua Cristi, que começa como uma ingênua (e engraçadíssima) caipira, para depois mostrar que o personagem tem muito mais a oferecer.

A trilha sonora é outro destaque. Demian Garcia compôs várias trilhas eletrônicas com um delicioso ar oitentista. E a cereja do bolo é a única música que não foi composta para o filme: Total Eclipse Of The Heart, da Bonnie Tyler, vira a trilha pefeita para uma cena completamente imprevisível de cirurgia craniana. Nunca mais ouvirei Bonnie Tyler como antes!

A exibição do filme era pra ser em alta definição, Paulo Biscaia Filho trouxe uma cópia em blu-ray. Mas o projetor do cinema não deixou a imagem ficar boa. Paulo disse para vermos isso como algo positivo: a qualidade da imagem ia nos lembrar dos velhos vhs dos anos 80… Ainda quero rever Nervo Craniano Zero com imagem boa, mas posso dizer que isso não atrapalhou a boa fotografia do filme, cheia de cenários estilizados e com muito contra-luz. Soma-se a isso a boa maquiagem e os efeitos especiais, poucos e simples, mas eficientes para o que o filme pede.

A notícia ruim é que não sei quando nem como o leitor vai conseguir ver Nervo Craniano Zero. Até onde sei, Morge Story só passou aqui no Rio no Festival do Rio de 2009, e foram poucas sessões mal divulgadas. Paulo Biscaia Filho deu a dica: o dvd está à venda na Livraria da Travessa. Mas sem divulgação, pouca gente vai saber disso…

Que Nervo Craniano Zero consiga um espaço no circuito cinematográfico, ou pelo menos um bom lançamento no mercado de home video!

God Bless America

Crítica – God Bless America

Frank é um homem de meia idade, frustrado com a vida e com problemas de relacionamento com a filha, que mora com sua ex. Ao mesmo tempo que é demitido injustamente, descobre que tem uma doença terminal. Resolve então aproveitar o resto de sua vida, matando pessoas inúteis – desde participantes de reality shows e homofóbicos até pessoas que falam ao celular dentro do cinema.

O que me chamou a atenção para este filme foi o nome do diretor/ roteirista Bobcat Goldthwait. O leitor pode não ter boa memória, mas heu me lembro bem dele, era o Zed, um dos melhores personagens da série Loucademia de Polícia. Não ouço falar dele há tempos, mas a sinopse do seu filme pareceu interessante.

Logo no início de God Bless America, uma cena quase estraga o filme. Frank tinha um objetivo interessante ao longo do filme: atacar pessoas falsas e vazias. A invasão ao apartamento vizinho – justamente a cena inicial – muda o alvo, para algo que não tem nada a ver. Vou falar que quase perdi a vontade de continuar a ver o filme. Felizmente, a cena inicial é exceção. O foco do filme é outro, muito mais interessante.

A ideia da crítica social é interessante. A nossa sociedade é cheia de pessoas que idolatram valores errados, e muitas vezes temos vontade de atacar essas pessoas. Goldthwait consegue levantar a questão, mas, infelizmente, se perde no desenvolvimento. Alguns diálogos parecem forçados, parece que Goldthwait queria defender algumas ideias, mas se perdeu no meio do caminho.

O elenco é composto basicamente de dois atores (tem mais, mas todos em papeis pequenos), os pouco conhecidos Joel Murray, como Frank, e Tara Lynne Barr, como a adolescente que o acompanha. A química entre os dois é interessante, ambos fazem um bom trabalho. God Bless America ainda traz uma boa quantidade de violência gráfica, e uma boa dose de humor negro.

O resultado final fica abaixo de obras como Assassinos Por Natureza, do Oliver Stone. Mas serve para levantar a discussão sobre a futilidade da sociedade onde vivemos.

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Fase 7

Crítica – Fase 7

Uma comédia apocalíptica feito na Argentina!

Um prédio de apartamentos é isolado em quarentena depois que uma epidemia de um vírus mortal se espalha. Os moradores têm que se virar sozinhos agora.

Claro, a primeira coisa que a gente lembra é REC : moradores de um prédio de apartamentos colocados em quarentena por suspeita de um vírus – e ainda é falado em espanhol! Mas não, Fase 7 não é nada parecido com REC.

Em primeiro lugar, Fase 7 é uma comédia. O clima às vezes lembra Todo Mundo Quase Morto, mas o humor aqui é bem mais contido. Mais: a ameaça é um vírus fatal, invisível, não temos um inimigo presente como um zumbi.

Escrito e dirigido por Nicolás Goldbart, Fase 7 tem como trunfo justamente ser uma produção despretensiosa. O protagonista Coco age como a maioria de nós agiríamos em uma situação parecida. A trilha sonora, que parece uma homenagem a John Carpenter, ajuda na construção de um “filme B simpático”.

Não gostei do fim, acho que Fase 7 poderia ter acabado alguns minutos antes (logo depois da parte onde Coco sai do prédio). Não chega a estragar o filme, mas acho que seria melhor se o fim fosse outro.

Um último comentário, para aqueles que falam português: fica estranho o casal protagonista se chamar “Pipi” e “Coco”, não? 🙂

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Tucker And Dale Vs Evil

Crítica – Tucker And Dale Vs Evil

Um filme slasher pode existir sem um assassino? Tucker And Dale Vs Evil mostra que sim!

Dois amigos caipiras estão indo passar as férias em uma velha cabana. Antes de chegar, cruzam com um grupo de jovens, que acham que a dupla e “do mal”. Isso é apenas o começo de uma série de mal-entendidos…

Filme de estreia do diretor Eli Craig, Tucker And Dale Vs Evil é uma boa comédia de humor negro. As mortes são todas acidentais, mas são violentas e compatíveis com os bons slashers – apesar de, às vezes, termos a sensação de estar vendo um desenho animado da época dos clássicos (e violentíssimos) Looney Toones ou Tom & Jerry.

O elenco todo é semi-desconhecido. Os dois protagonistas têm carreira na tv: Alan Tudyk (Serenity, V) e Tyler Labine (Dead Last, Reaper), e estão bem juntos, rola uma boa química e uma boa caracterização. Katrina Bowden, o principal papel feminino, também está na tv, como coadjuvante da série 30 Rock.

Não gostei da tentativa de deixar um gancho para uma possível continuação. Nada contra, o problema é que a trama precisou inventar um antagonista. E o filme é divertido justamente porque é todo feito de mal-entendidos.

Tucker And Dale Vs Evil não é essencial, claramente estamos diante de um filme “menor”. Mas que é divertido, não há dúvidas!

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Juan de los Muertos

Crítica – Juan de los Muertos

Tem alguns filmes que aparecem de vez em quando em festivais que a gente PRECISA ver. O primeiro filme de zumbis feito em Cuba é um desses. Imperdível!

Juan é um quarentão preguiçoso e de bem com a vida. Quando acontece uma epidemia de zumbis em Havana, ele cria, com seus amigos também desocupados, um serviço de extermínio de zumbis.

O filme, escrito e dirigido por Alejandro Brugués, é muito engraçado. Daqueles de rir até perder o fôlego. Humor negro de primeira linha!

A trama é o de sempre: epidemia de zumbis, blá blá blá. Mas o bem bolado roteiro tem um bom timing de piadas, e aproveita pra inserir um monte de comentários sócio-políticos sobre a situação de Cuba. E o melhor de tudo é que em momento nenhum o filme fica panfletário, as críticas entram naturalmente nas piadas (a piada dos carros russos é sensacional!).

O elenco não tem ninguém conhecido. Os atores estão ok em seus papéis caricatos. Os efeitos especiais às vezes parecem toscos demais, mas, para o que o filme pede, funcionam. A maquiagem também é boa, o filme traz quantidade de gore suficiente para o que o estilo pede.

Infelizmente, Juan de los Muertos não será visto por muita gente – convidei algumas pessoas para verem o filme comigo no último domingo, quase todos não se interessaram pela esquisitice “filme cubano de zumbis”. Mas torço pelo sucesso do filme. Este é daqueles pra comprar o dvd e rever de vez em quando!

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Evil Dead 2 – Uma Noite Alucinante

Crítica – Evil Dead 2 – Uma Noite Alucinante

E vamos à continuação de Evil Dead – A Morte do Demônio!

Um casal chega a uma cabana abandonada e invoca sem querer forças do mal ocultas na floresta, ao ler em voz alta trecho do Necronomicon, o Livro dos Mortos. E recomeça o banho de sangue…

Antes de falar do filme, vamos voltar uns 25 anos no tempo…

Segunda metade dos anos 80. Tv a cabo não existia no Brasil, locadoras de vhs ainda eram novidade pra muita gente. Só era possível ver Evil Dead – A Morte do Demônio em vídeo, mas esta segunda parte passou nos cinemas, e acho que teve um relativo sucesso – lembro de ter visto em um cinema São Luiz bem cheio.

Na época, heu achava que era uma refilmagem do primeiro filme, com mais dinheiro para os efeitos especiais e mais humor negro. E me perguntava por que diabos Ash (Bruce Campbell) voltaria para aquela cabana depois do que aconteceu no filme anterior.

Bem, isso realmente é confuso. Parece uma refilmagem, e também parece uma continuação. O imdb explica: como Sam Raimi não tinha direitos sobre as imagens do primeiro filme, ele refilmou algumas passagens, mas depois disso continuou o filme. Então é uma refilmagem/continuação… 😉

Enfim, a história pouco importa aqui. O negócio é continuar com o ritmo frenético e os travellings alucinantes. A diferença é que Raimi resolveu assumir o lado trash e caprichou no humor – Raimi declarou que se inspirou na antiga série de tv Os Três Patetas. E fez de Evil Dead 2 – Uma Noite Alucinante uma das melhores comédias de humor negro da história!

O humor negro é farto. A sequência da mão possuída é sensacional. Um dos personagens chega a engolir um olho de demônio. E uma genial sequência em stop motion mostra um balé com um cadáver decapitado. A ironia é tão boa que aparece a capa de um livro de Ernest Hewingway, chamado “A Farewell to Arms”!

O clima de terror continua, mas agora com a galhofa assumida. Muito, muito gore, e muitas gargalhadas em cima dessa nojeira toda. Pra quem curte terror, o primeiro filme é obrigatório; pra quem quer rir, o segundo é a melhor opção.

O fim do filme é em aberto, porque, àquela altura, a parte 3 já era prevista.

Em breve, Evil Dead 3 – Uma Noite Alucinante 3!

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Crimewave – Dois Heróis Bem Trapalhões
Planeta Terror
Bad Taste – Náusea Total
Todo Mundo Quase Morto

Todo Mundo Quase Morto

Crítica – Todo Mundo Quase Morto

Vi Todo Mundo Quase Morto na época que foi lançado por aqui em dvd, em 2004, antes de começar o blog. Desde que comecei a escrever aqui, tinha vontade de rever para falar dele. Depois de ter visto Paul, me empolguei e peguei o dvd na prateleira – claro que já tinha este filme em casa!

Shaun (Simon Pegg) quer consertar sua vida. Para isso, quer voltar com sua ex-namorada e se reconciliar com sua mãe. Mas uma epidemia de zumbis que acaba de começar na cidade pode atrapalhar os seus planos.

O filme é muito bom, isso todo mundo já sabe. Traz um perfeito equilíbrio entre comédia e terror, com algumas pitadas de drama, equilíbrio poucas vezes visto por aí. O roteiro escrito pelo diretor Edgar Wright e pelo protagonista Simon Pegg é ótimo, e traz várias cenas antológicas, como aquela onde os vivos andam tortos no meio dos zumbis, ou quando escolhem quais são discos que podem ser atirados e quais merecem ser salvos, ou ainda o zumbi espancado ao som de Don’t Stop Me Now, do Queen. Isso sem contar com o bem bolado início onde as pessoas agem como zumbis no seu dia a dia, e a genial sequência onde Pegg vai até o mercado sem reparar nos zumbis em volta.

Wright e Pegg eram ilustres desconhecidos. Mas depois deste filme e da parceria seguinte Chumbo Grosso, eles carimbaram o passaporte para Hollywood. Wright fez o divertido Scott Pilgrim Contra O Mundo, enquanto Pegg virou um nome conhecido, com filmes como Star Trek, Um Louco Apaixonado e A Era do Gelo 3 no currículo.

E Pegg não é o único destaque do bem entrosado elenco. Pegg tem uma boa parceria com Nick Frost (além deste, de Chumbo Grosso e de Paul, ambos estarão juntos no novo Spielberg, As Aventuras de Tintim). E o filme ainda tem Bill Nighy num papel pequeno.

O dvd ainda traz um extra genial: os furos do roteiro! Em um extra chamado “plot holes”, três trechos mal explicados são contados, em forma de história em quadrinhos, narrados pelo próprio personagem. Legal, não?

A única bola fora é o nome em português. Por que diabos associar este filme à franquia Todo Mundo em Pânico? São filmes de estilos diferentes, para públicos diferentes…

Enfim, se você não viu Todo Mundo Quase Morto, corra para ver. Se já viu, é hora de rever!

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Se você gostou de Todo Mundo Quase Morto, o Blog do Heu recomenda:
Fido – O Mascote
Chumbo Grosso

Paul

Top 10: Melhores Filmes de Humor Negro




Top 10: Melhores Filmes de Humor Negro

Outro dia o leitor DanielFGS me mandou várias sugestões de Top 10, algumas muito boas. E aqui está a primeira: um Top 10 de filmes de humor negro.

Não sei se o humor negro ainda vai sobreviver por muito tempo neste nosso mundo cada vez mais politicamente correto. Afinal, é “feio” rir da desgraça alheia. Mas heu admito que gosto muito deste tipo de humor. Sim, sei que sou uma pessoa ruim por isso, acho que não vou pro céu…

Mas, vamos aos filmes. Essa é um daquelas listas com muitas opções. Dava pra fazer um Top 20 fácil, fácil. Tem MUITO filme bom usando o tema. Pra escolher 10, tive que deixar de fora títulos como Crimewave – Dois Heróis Bem Trapalhões, Mamãe é de Morte, Papai Noel Às Avessas, MASH, Delicatessen, Ensina-me a Viver, Fido – O Mascote, Zumbilândia, Os Fantasmas se Divertem, Noiva Cadáver, Comendo os Ricos… É, a lista “de fora” também é boa…

Bem, vamos aos 10. Em ordem decrescente…

10. Família Addams

Os dois filmes feitos nos anos 90 sobre a famosa família mórbida abrem a nossa lista. Personagens como Gomez, Mortícia, Vandinha, Feioso, Tio Chico, Tropeço e Mãozinha são ao mesmo tempo macabros e adoráveis. Teve um terceiro filme em 1998, mas com outra história e outro elenco…

9. Crime Ferpeito

Os filmes de Àlex de la Iglesia têm sempre um pouco de humor negro, mesmo os que não são comédia (como Ação Mutante e O Dia da Besta). Crime Ferpeito é o seu melhor filme neste estilo de humor, com a história de um vendedor galã que traça planos para matar a colega feiosa.

8. Matadores de Velhinha

Metade da filmografia dos Irmãos Coen tem um pé no humor negro. Filmes como Arizona Nunca Mais e Queime Depois de Ler poderiam estar nesta lista. Mas, imho, o seu filme mais representativo no estilo é Matadores de Velhinha, com seu grupo de assaltantes que precisa matar uma senhorinha.

7. Planeta Terror

O projeto Grindhouse, de Tarantino e Robert Rodriguez, era uma homenagem aos filmes vagabundos dos anos 70. A parte de Rodriguez é um divertidíssimo trash que conta a história de um gás venenoso que transforma as pessoas em zumbis canibais. Escatologia e gargalhadas à vontade!

6. Monty Python – O Sentido da Vida

Tinha muito humor negro no estilo do genial grupo inglês Monty Python. E o filme O Sentido da Vida traz algumas piadas muito boas no gênero, como as esquetes da máquina que faz “bing”, da doação de órgãos e a família católica vs a família protestante.

5. Uma Noite Alucinante

Sam Raimi surgiu no início dos anos 80 com o excelente Evil Dead- A Morte do Demônio, de 1981. Seis anos depois, ele lançou Evil Dead 2 – Uma Noite Alucinante, uma continuação que na verdade parecia uma refilmagem, mas transformando o terror em comédia.

4. Dr. Fantástico

Clássico de Stanley Kubrick, de 1964, Dr. Fantástico – Ou Como Aprendi a Parar de Me Preocupar e Amar a Bomba (sim, este é o nome completo aqui no Brasil) é uma comédia satirizando a corrida nuclear. Peter Sellers, ótimo, interpreta três papeis.

3. Todo Mundo Quase Morto

Simon Pegg estrela esta comédia meio trash dirigida por Edgar Wright (em cima de um roteiro escrito pelos dois), que faz piada em cima de todos os clichês de filmes de zumbi. Várias cenas antológicas e hilárias, como os personagens andando imitando zumbis, para se disfarçarem.
http://blogdoheu.wordpress.com/2011/06/21/todo-mundo-quase-morto/

2. A Pequena Loja dos Horrores

Uma planta carnívora alienígena precisa de sangue humano pra se alimentar. O filme tem cara de trash, mas é muito bem feito. É o melhor filme de Frank Oz, especialista em filmes com bonecos – a planta se mexe, fala e canta. E a trilha sonora é sensacional.
http://blogdoheu.wordpress.com/2009/02/01/a-pequena-loja-dos-horrores/

1. Fome Animal

Peter Jackson é mais conhecido pela trilogia O Senhor dos Aneis. Mas, antes da fama, ele fez três filmes trash na sua Nova Zelândia natal. Este Fome Animal é o melhor dos três, uma comédia / terror onde um macaco-rato da Sumatra transforma as pessoas em zumbis. Clássico!

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filmes com nomes esquisitos

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musicais para quem não curte musicais
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filmes com elencos legais
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cenas de sexo esquisitas

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filmes de máfia
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