Uma Viagem Extraordinária

uma-viagem-extraordinariaCrítica – Uma Viagem Extraordinária

Filme novo do Jean-Pierre Jeunet!

Um menino gênio, de dez anos de idade, secretamente deixa o rancho onde vive com sua família, para atravessar o país e receber um importante prêmio no Smithsonian Institute.

Quem me acompanha por aqui sabe que aprecio alguns poucos diretores contemporâneos que ainda mantém estilos próprios, alguns poucos “autores”, daqueles que a gente reconhece a obra só de ver um trecho do seu filme. Gente como Terry Gilliam, Tim Burton, Wes Anderson – e Jean-Pierre Jeunet.

Sou fã do cara desde os bizarros Delicatessen e Ladrão de Sonhos, dirigidos em parceria com Marc Caro. Depois de ir para Hollywood fazer o Alien 4, ele deu uma suavizada na bizarrice e realizou o seu maior sucesso comercial, O Fabuloso Destino de Amelie Poulan. (Propositalmente, não vou falar de Eterno Amor). Recentemente, Jeunet tinha voltado pra bizarrice com Micmacs. Ao lado de Amelie Poulan, Uma Viagem Extraordinária é seu filme mais “normal”.

Adaptação do livro “The Selected Works of T.S. Spivet”, escrito por Reif Larsen e lançado em 2009, Uma Viagem Extraordinária (L’Extravagant voyage du jeune et prodigieux T.S. Spivet, no original) é um road movie mágico. E como sempre acontece nos filmes de Jeunet, a fotografia de cores fortes é um dos destaques. O filme ainda é pontuado por algumas animações, criando um cara de fábula. O visual de seus filmes é sempre impressionante.

O problema é que, não sei dizer exatamente onde, mas Jeunet errou a mão no resultado final. Parece que Uma Viagem Extraordinária sofre com crise de identidade: não se decide entre a bizarrice natural dos personagens de Jeunet e o clima família de aventura infanto juvenil; não se decide entre o melodrama da morte do irmão e o humor histriônico da personagem de Judy Davis.

Lidera o elenco o menino quase estreante Kyle Catlett. Mas, diferente de Micmacs, aqui temos atores conhecidos, como Helena Bonham Carter, Judy Davis e Callum Keith Rennie. E, claro, Dominique Pinon tem um papel, como acontece em TODOS os filmes de Jeunet.

Enfim, Uma Viagem Extraordinária não é ruim, longe disso. Mas Jean-Pierre Jeunet já fez melhor…

Der Samurai

kinopoisk.ruCrítica – Der Samurai

Outro filme alemão underground…

Jakob é um jovem policial em uma pequena cidade que é constantemente aterrorizada por lobos. Quando um misterioso pacote é entregue na delegacia, Jakob sai à procura do remetente na floresta. Em uma cabana, encontra um homem com olhar selvagem trajando uma vestimenta branca, que abre o pacote e revela uma katana – a espada dos samurais. Tem início então um jogo de gato e rato entre o samurai e o policial, que tenta conter a todo custo o que está sendo ofertado por seu periogoso opositor: as fantasias transgressoras.

Muitas vezes fico curioso com filmes desconhecidos. Às vezes encontramos ótimos filmes fora do radar, mas, claro, nem sempre isso acontece. O fórum do imdb ajuda a ter uma noção, mas num festival, com filmes ainda não lançados, ainda não tem nada no imdb. Aí a gente tem que arriscar.

Arrisquei, e me decepcionei. Der Samurai é bem fraquinho.

Li por aí que Der Samurai é o TCC (trabalho de conclusão de curso) do estreante Till Kleinert. Tá, visto como trabalho de faculdade, nem é tão ruim – tecnicamente o filme é ok, os atores também estão bem, e temos um pouco de gore bem feito. Mas, como filme “de verdade”, fica devendo.

Parece que Kleinert quis fazer um ensaio sobre a homossexualidade reprimida, e colocou várias metáforas sobre isso na luta do policial Jakob contra o samurai travesti. O filme tem um pé no slasher e outro na história da Chapeuzinho Vermelho, mas o foco sempre volta na arrastada luta interna do reprimido Jakob. Ah, e a dancinha que ele faz quando confronta o travesti causa vergonha alheia de tão ridícula.

Se tem algo aproveitável aqui é o vilão construído pelo ator Pit Bukowski. Taí, queria ver este mesmo personagem em um filme bom. Porque este Der Samurai ficou devendo.

Alleluia

ALLELUIA-AFF 120x160.inddCrítica – Alleluia

Vamos de filme belga underground?

Uma mulher se relaciona com um homem que vive de enganar mulheres, mas, em vez de largá-lo, torna-se cúmplice de uma série de assassinatos de viúvas, seduzidas por ele através de sites de relacionamento. Inspirado no caso real do notório casal Raymond Fernandez e Martha Beck.

Alleluia é um daqueles filmes que promete muito mas cumpre pouco. A história é boa – e baseada em fatos reais, que chegaram a inspirar outro filme baseado no casal, The Honeymoon Killers, de 1969 (não vi esse outro, não posso comparar.)

O problema é que pouca coisa acontece aqui, a trama é linear e arrastada demais. Além disso, alguns lances do roteiro parecem forçados – como assim o cara já casou de novo e ainda levou a namorada a tiracolo, chamando de irmã? E onde ficou a filha dela?

A mania do diretor Fabrice du Weltz de filmar tudo em close não ajuda. Dá nervoso, parece que estamos vendo uma tv com o zoom ligado. Demorei um tempo pra conseguir ver a cara do personagem principal, já que a tela do cinema mostrava só do queixo até a testa. Ok, deve ser estilo. Mas não ficou legal.

Sobram as boas atuações do casal principal, Lola Duenas e Laurent Lucas. Mas é pouco, muito pouco. Alleluia deixa a desejar.

Stereo

Stereo-PosterCrítica – Stereo

Vamos de filme cult alemão?

Eric é um mecânico de motocicletas que leva uma vida tranquila com sua namorada e sua pequena enteada. Mas sua rotina bucólica e quase perfeita é perturbada quando Henry, uma figura estranha, começa a aparecer em sua oficina e Eric é o único capaz de vê-lo.

Dirigido por Maximilian Erlenwein, Stereo tem boas atuações, boa trilha sonora eletrônica e criativos ângulos de câmera, que ajudam a criar um clima bem legal ao filme, principalmente na primeira parte do filme, que foca mais no mistério.

Por outro lado, o roteiro tem suas falhas. A parte da “acupuntura” foi desnecessária, já que o flashback do irmão resolve o roteiro. E o violento final é bem filmado, mas é menos interessante que o início.

Não conheço nenhum dos atores, mas li no imdb que Juergen Vogel e Moritz Bleibtreu, os principais, são famosos na Alemanha. Também no elenco, Petra Schmidt-Schaller, Georg Friedrich, Rainer Bock e Mark Zak.

Stereo não deve entrar em circuito. Aliás, nem no Festival do Rio o filme está bem cotado heu era o único espectador na minha sessão…

Gangues de Tóquio / Tokyo Tribe

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Crítica – Gangues de Tóquio / Tokyo Tribe

Começou o Festival do Rio! Como fiz nos anos anteriores, vou focar no lado mais underground do Festival. Então, preparem-se para, nos próximos dias, ler sobre alguns filmes que ninguém ouviu falar!

Que tal começarmos com um filme de brigas de gangues da yakuza? Mas… Brigas cantadas – em hip hop – e em japonês!

Adaptação do mangá Tokyo Tribe, de Santa Inoue. Em uma Tóquio futurista, a cidade é composta por favelas, guetos e boates, além de ruas dominadas por jovens rebeldes. A cidade é dividida entre várias gangues, que vivem em uma relativa paz – que será em breve colocada de lado.

Tive a sorte de ver no Festival do Rio de 2013 Por Que Você Não Vai Brincar no Inferno, filme anterior do diretor Sion Sono. Ou seja, heu já tinha ideia do que iria encontrar. E mesmo assim, me surpreendi!

Tokyo Tribe é um dos filmes mais malucos que heu já vi – e olha que já vi muito filme maluco. É uma mistura de musical, ação, comédia e trash, com muita violência gráfica, boa dose de nudez e muitas referências à cultura pop (como Laranja MecânicaKill Bill), repleto de sequências absurdas e de personagens muito, muito bizarros.

Admito que não dou bola pra rap e hip hop. Mas reconheço que a narrativa ficou bem legal – a maior parte dos diálogos são “cantados”, tudo funciona como uma colagem de videoclipes. Sono consegue criar vários planos-sequência inspirados, no meio de várias brigas bem coreografadas. E o fato de Tokyo Tribe ter uma excelente coleção de personagens estranhos ajuda ainda mais no clima esquisitão do filme – o diretor escalou rappers reais, tatuadores e dublês para os papéis principais.

Tokyo Tribe tem menos gore que Por Que Você Não Vai Brincar no Inferno, mas tem uma boa quantidade de sangue fake. Os japoneses são exagerados, e a violência segue esse estilo exagerado, tornando o filme uma comédia – não sei se proposital ou não. O cinema inteiro gargalhava!

Pena que o roteiro é cheio de furos básicos – tipo, que fim levaram os dois lutadores enviados para ajudar? Além disso, tem coisa desnecessária, como aquele tanque de guerra num dos cgis mais mal feitos que vi nos últimos tempos – e o tanque é deixado de lado logo depois, ou seja, era melhor nem ter aparecido.

Tokyo Tribe tem outro problema, mas não é culpa do filme. É que tem MUITA legenda, e, pelo formato do festival, as legendas ficam fora do filme, embaixo da tela. Fica difícil acompanhar o rap em japonês…

Enfim, não é pra qualquer um. Mas quem curte algo “fora da caixa” vai se divertir!

O Grande Hotel Budapeste

0-grandehotel budapesteCrítica – O Grande Hotel Budapeste

Outro dia falei que o cinema contemporâneo tem poucos “autores”, e citei como exemplos o Tim Burton e o Terry Gilliam. Olha, a gente precisa incluir o Wes Anderson (Moonrise Kingdom) neste seleto clubinho.

O Grande Hotel Budapeste conta as aventuras de Gustave H, um lendário concierge de um famoso hotel europeu entre as as duas grandes guerras; e Zero Moustafa, o lobby boy que vira o seu melhor amigo.

O Grande Hotel Budapeste (The Grand Budapest Hotel, no original) parece uma fábula. Wes Anderson tem um estilo de filmar onde todas suas cenas parecem mágicas. Parece que estamos lendo um livro de contos infantis!

A fotografia de seus filmes chama a atenção. Arrisco a dizer que o diretor deve ter TOC, cada plano é bem cuidado, tudo simétrico, sempre com o objeto centralizado no meio da tela. Isso, somado a cenários meticulosamente escolhidos e à boa trilha sonora de Alexandre Desplat, torna O Grande Hotel Budapeste um espetáculo visual belíssimo de se ver.

E não é só o visual que chama a atenção. O filme é repleto de personagens exóticos – e, detalhe importante: todos têm sua importância na trama, nenhum parece forçado. E o elenco é impressionante, sugiro checar os nomes no poster – é tanta gente que fica até difícil reconhecer todos ao longo do filme: F. Murray Abraham, Mathieu Almaric, Adrien Brody, Willem Dafoe, Jeff Goldblum, Harvey Keitel, Jude Law, Bill Murray, Edward Norton, Saoirse Ronan, Jason Schwartzman, Léa Seydoux, Tilda Swinton, Tom Wilkinson e Owen Wilson. Curiosamente, o protagonista é interpretado pelo desconhecido Tony Revolori. Bem, o filme é centrado em dois personagens, não sei exatamente qual do dois seria o principal. Mas sendo que o outro é o Ralph Fiennes, claro que Revolori será chamado de coadjuvante…

Pelo estilo visual de Wes Anderson, talvez O Grande Hotel Budapeste não agrade a todos. Outro problema é que o filme está sendo vendido como uma comédia, e o humor do filme é um humor peculiar, porque diverte mas não causa risadas.

Mas quem entrar no espírito da fábula vai se divertir com a aventura!

7 Caixas

7-caixasCrítica – 7 Caixas

Boa notícia! Existe cinema de qualidade no Paraguai!

Victor, 17 anos, é um carregador de que sonha em ser famoso e se imagina nas televisões do competitivo Mercado Municipal Nº 4, em Assunção. Quando lhe oferecem cem dólares para carregar 7 caixas, ele pensa em realizar seu sonho de comprar um celular com câmera.

O maior sucesso comercial da história do cinema paraguaio, 7 Caixas (7 Cajas, no original) lembra muito o brasileiro Cidade de Deus: clima hollywoodiano e edição com ritmo de videoclipe, mas visual de pobreza do terceiro mundo – o tal “favela movie” falado na época do filme do Fernando Meirelles. Se lá na gringolândia rolam perseguições frenéticas de carros, aqui a perseguição é feita usando carrinhos de mão – e podemos dizer que não sentimos falta dos carros de verdade!

O filme paraguaio se passa num grande mercado que parece um gigantesco camelódromo da Uruguaiana, misturado com uma favela. Quase todo o filme se passa no mercado – não sei se foi opção financeira ou estética, mas foi uma boa escolha, os cenários são fantásticos, aquilo parece um grande labirinto. Os diretores Juan Carlos Maneglia e Tana Schembori souberam aproveitar muito bem os meandros do mercado, usando vários ângulos de câmera inesperados – gostei da câmera presa embaixo do carrinho.

Outro destaque é o roteiro, muito bem construído, que traz viradas inesperadas e consegue costurar muito bem os personagens e tramas secundários. A saga de Victor vai ficando progressivamente mais enrolada com uma incrível sucessão de mal entendidos, mas o filme nunca sai dos trilhos, e nada parece forçado.

Se 7 Caixas tem um problema, é a evolução da tecnologia. O filme foi escrito em 2004, mas só ficou pronto em 2012, e só chegou aos cinemas brasileiros em 2014. Ou seja, esse papo de “celular com câmera”, soa muito datado, hoje, quando se compra inúmeros celulares “xing ling” baratinhos, todos com câmera…

Ah, achei o fim excelente. Sem spoilers – o sorriso que o personagem dá na última cena foi sensacional.

O Homem Duplicado

OHomemDuplicadoCrítica – O Homem Duplicado

Quem gosta de filme cabeça?

Adam é um professor universitário que leva uma vida monótona. Até que vê um sósia seu em um filme, e resolve procurá-lo.

Antes de tudo, é bom avisar: O Homem Duplicado (Enemy, no original) é um filme cabeça. O diretor Denis Villeneuve (Incêndios, Os Suspeitos) resolveu achar que era um novo David Lynch e fez um filme cheio de simbolismos não explicados. Só pra dar um exemplo, existem várias aranhas no filme. Aranhas de tamanho normal e aranhas gigantescas – tem uma no poster dessas, pode olhar lá. Só que o elenco assinou um contrato de confidencialidade os proibindo de explicar qualquer coisa sobre as aranhas. Ou seja, rola uma teoria por aí que explica que seria uma metáfora feminina (acho que alguém pensou em Rock das Aranhas, do Raul Seixas) – mas esta teoria não pode ser confirmada…

Em um terreno tão arriscado, claro que tem gente que vai adorar enquanto outros vão odiar. O filme passa a ser algo subjetivo, depende de como está a cabeça do espectador durante a projeção.

Voltando ao Lynch, gostei muito de Cidade dos Sonhos (Mulholland Dr.) quando vi no cinema, mesmo sabendo que o filme não faz o menor sentido. Naquela ocasião, embarquei na “viagem”. Bem, desta vez não embarquei.

O Homem Duplicado é baseado no livro homônimo de José Saramago. Não li o livro, não sei se explica as viagens do filme. Mas, mesmo que explique, sou contra filmes que precisam de “manual de instruções”. O filme tem que ser bom por conta própria, independente de deixar questões em aberto, e isso não acontece aqui.

Além de confuso, o filme é lento demais – os noventa minutos de O Homem Duplicado parecem mais longos que os cento e cinquenta e três de Os Suspeitos. E, pra piorar, a fotografia usa cores desbotadas – é tudo amarelado, o visual do filme não é agradável.

Isso, somado ao fato de termos um filme hermético, vai afastar boa parte do público “não cabeça”. Existem várias discussões na internet sobre o sentido do filme, inclusive gente que diz que leu o livro de Saramago e que não entendeu o filme.

Mas, pra mim, o que derrubou o filme não foram as partes não explicadas. Uma das coisas mais básicas da trama não me convenceu: Adam pira porque viu, em um filme, um cara parecido com ele. Gente, onde e em que época esse sujeito vive? Já vi um monte de gente parecida comigo e nunca surtei por causa disso.

Esta é a motivação que leva Adam a confrontar o seu “duplo” – que seria uma outra faceta de sua própria personalidade. Ou seja, se a premissa básica já começa forçada, as aranhas se tornam um problema secundário…

Pena, porque Jake Gyllenhal mostra um trabalho consistente. Ainda no elenco, Melanie Laurent, Sarah Gadon e uma ponta de Isabella Rosselini.

Última recomendação: se no seu cinema faltar luz quando faltarem apenas alguns segundos para acabar, aproveite a sua sorte. O último take do filme é completamente desnecessário e sem sentido.

A Recompensa

0-a-recompensaCrítica – A Recompensa

Depois de passar 12 anos preso sem dedurar nenhum comparsa, o famoso arrombador de cofres Dom Hemingway está de volta às ruas para cobrar o que lhe devem.

É complicado falar de A Recompensa (Dom Hemingway, no original). Em primeiro lugar, é um filme difícil de rotular, fica numa área cinza mais ou menos entre a ação, a comédia e o drama – e falha em todos os estilos. Além disso, alterna bons momentos com algumas partes sem sal. Na verdade, parece que o diretor e roteirista Richard Shepard quis dar uma de Guy Ritchie no início da carreira, época de Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes e Snatch, mas faltou algo na mistura.

O que A Recompensa tem de bom é o trabalho do protagonista. Jude Law sempre teve papeis de galã – lembro dele em Gattaca fazendo o cara dos genes perfeitos, e alguns anos depois em A.I., interpretando um “robô amante” de beleza perfeita. Agora quarentão, barrigudo e com entradas de calvície, Law mostra versatilidade com um papel que não só é o oposto da beleza de outros tempos, como ainda prima por ser um sujeito grosseiro.

Mas a falta de ritmo prejudica muito o andamento do filme. A Recompensa tem seus bons momentos, como a reação over de Dom quando encontra o chefão russo, o arrombamento do cofre, ou a sensacional cena do acidente de carro. Pena que alguns bons momentos não salvam o resultado final.

Sobre o elenco, como falei anteriormente, este é um filme do Jude Law. O resto está lá de “escada”. Não sei se os fãs da Emilia Clarke, a Daenerys Targaryen de Game Of Thrones, vão gostar de vê-la em um papel pequeno mas importante – pelo menos aqui ela mostra um novo talento: quando sua personagem canta, a voz é a própria atriz. Ainda no elenco, Richard E. Grant, Demian Bichir, Madalina Ghenea e Kerry Condon.

Mesmo com seus bons momentos, só recomendo A Recompensa aos fãs do Jude Law.

Ninfomaníaca – vol 2

0-Ninfomaniaca 2Crítica – Ninfomaníaca – vol 2

A segunda parte da picaretagem da polêmica!

Joe (Charlotte Gainsbourg) continua contando seus causos de ninfomania para Seligman (Stellan Skarsgård)

Vamulá. Ninfomaníaca foi divulgado com a polêmica “atores hollywodianos digitalmente inseridos em cenas de sexo explícito”. Aí veio o “volume 1”. Não só o filme estava incompleto, como só teve uma breve cena explícita, muito rápida, com Shia LaBouef e Stacy Martin. Será que o “volume 2” vai compensar isso?

Nada… O segundo filme não tem nada explícito – só uma rápida cena de sexo oral, que parece ser com uma prótese. E pra piorar, o filme é bem menos interessante que o primeiro. Se o primeiro tinha uma sequência bem divertida com a Uma Thurman, esta segunda parte tem uma parte longa, chata e arrastada de sadomasoquismo com o Jamie Bell.

Parece que a versão que passou no festival de Berlim é basicamente igual à que está sendo lançada nos cinemas brasileiros, mas com as cenas de sexo prolongadas , com os tais detalhes explícitos. Verdade, se a gente reparar bem, essas cenas têm cortes mal feitos.

De resto? O de sempre. Papo cabeça e imagens escolhidas pra chocar o público careta (uma das cenas mostra dois pênis eretos em primeiro plano por um bom tempo; em outra, vemos uma vagina em um close tão de perto que duvido alguém ficar excitado por causa da nudez da atriz). Conteúdo interessante mesmo, não tem nada.

O fim do filme até é interessante. Mas pra chegar nele, precisa passar por quatro horas (cortadas) antes. Ou seja, não vale a pena.

Agora só resta esperar as cenas cortadas aparecerem pela internet. E depois esperar pela próxima polêmica do Lars Von Trier…