De Pernas Pro Ar

Crítica – De Pernas Pro Ar

Alice (Ingrid Guimarães) é uma executiva workaholic, daquelas que se dedica inteiramente ao trabalho. Por um azar do destino, ela perde o emprego no mesmo dia que o marido a abandona. Ela acaba se aproximando da vizinha Marcela (Maria Paula), dona de uma sex shop decadente, e ajuda a transformar a sex shop em um negócio milionário.

O filme se apoia no talento de Ingrid Guimarães. Ela é boa, mas ainda faltou um pouco pra De Pernas Pro Ar ser uma boa comédia. Talvez, se o roteiro fosse melhor, Ingrid poderia funcionar melhor. Ela tem um bom timing pra comédia, e consegue fazer rir sem cair na caricatura – o que não acontece com sua coadjuvante Maria Paula.

Mas o roteiro, apesar de tentar inovar ao usar temas ligados a sex shop, cai nos mesmos cacoetes que assolam 9 entre 10 comédias nacionais: semelhança com humor televisivo de baixa qualidade – o “complexo de Zorra Total“.

O filme tem seus bons momentos (gostei da “montanha russa”), mas a maior parte das piadas é sem graça, e o resto do elenco parece que está no piloto automático e não ajuda.

Ironicamente, o roteiro, que se propõe se “moderninho”, se mostra super moralista no fim, quando deixa claro que as mulheres só encontram a felicidade com marido e filho do lado…

De Pernas Pro Ar não é ruim. Mas tem filme nacional melhor por aí!

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As Viagens de Gulliver

Crítica – As Viagens de Gulliver

Lemuel Gulliver, funcionário do correio interno de um jornal de Nova York, acidentalmente ganha a oportunidade de escrever uma coluna no caderno de turismo. Gulliver vai até o Triângulo das Bermudas, mas seu barco naufraga e ele acaba em Liliput, ilha habitada por seres minúsculos.

As Viagens de Gulliver é uma comédia bobinha e até divertida, baseada no livro homônimo de Jonathan Swift. Mas tem um problema: o espectador tem que curtir o Jack Black. Porque, em vez de interpretar Gulliver, Jack Black interpreta… Jack Black! Como quase sempre, aliás…

Parte do filme é uma grande egotrip de Black. Rolam várias piadas e referências ao universo pop envolvendo a imagem de Black, como filmes e cartazes de propagandas como Copertone e Ipad. Aliás, quem curte referências pop vai se esbaldar aqui. São referências a vários filmes, como Titanic, Avatar, Wolverine e, principalmente, Guerra nas Estrelas, citado várias vezes.

O resto do elenco está lá para não atrapalhar Black. O filme ainda conta com Jason Segel, Emily Blunt, Amanda Peet e Billy Connoly.

Os efeitos especiais, para um filme hollywoodiano de 2010, decepcionam. Muitas vezes a montagem entre os diferentes tamanhos fica artificial demais. A tecnologia atual pode fazer muito melhor… (E pelo que li por aí, os defeitos ficam ainda mais evidentes na versão 3D!)

O filme é bobinho e divertido. Mas, logo no fim, rola um número musical completamente dispensável. O filme podia ter acabado cinco minutos mais cedo!

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Que Se Mueran Los Feos

Crítica – Que Se Mueran Los Feos

Gosto de filmes espanhois, os caras lá são bons em comédias e filmes de terror. Por isso resolvi dar uma chance para este desconhecido Que Se Mueran Los Feos, lançado ano passado.

Eliseo é um quarentão solteiro muito feio, que ainda espera encontrar a mulher da sua vida. Quando sua mãe morre, ele se reencontra com sua cunhada Nati, também muito feia. Começa a rolar uma atração entre os dois, apesar de Nati ser casada com o irmão de Eliseo.

Que Se Mueran Los Feos não é ruim. Mas também não tem nada demais. É apenas mais uma comédia romântica. A diferença entre este e seus semelhantes hollywoodianos é que aqui todos os personagens são feios… Mas o formato é igualzinho: o casal se encontra, se desentende, se gosta, passa por uma separação traumática e… Bem, não vou falar do fim pra não mandar spoilers, mas é aquilo que todos esperam…

Os atores, desconhecidos por aqui, estão bem, num tom que fica entre o brega e a caricatura. Javier Cámara faz um Eliseo que parece saído de um desenho animado! (Pra dizer que não reconheci nenhum ator, Kira Miro, de Crime Ferpeito, faz Paloma, a loura que dá em cima de Abel na quermesse.)

Resumindo: não é ruim, mas existe filme espanhol melhor por aí.

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Burke And Hare

Burke And Hare

Quando heu soube de uma nova comédia de humor negro, dirigida por John Landis e estrelada por Simon Pegg e Andy Serkis, pensei “pára* tudo, preciso baixar este filme!”

Edimburgo, Escócia, início do sec 19. Os amigos William Burke (Simon Pegg) e William Hare (Andy Serkis) descobrem um  novo meio de ganhar dinheiro: vender cadáveres para a universidade de medicina. O problema é que nem sempre o cadáveres estavam mortos antes de encontrar a dupla…

Ok, mas… não devemos ver Burke And Hare com expectativas elevadas. O filme é divertido, mas não é nada demais…

Heu não sabia disso, só descobri depois: a história é real, Burke e Hare realmente existiram e mataram um monte de gente. Por isso esta história era difícil de ser contada: mostrar com humor dois assassinos reais!

O elenco está muito bom. Sou fã do Simon Pegg, desde Todo Mundo Quase Morto vejo tudo o que ele faz. Andy Serkis, mais conhecido como “o cara que estava debaixo do equipamento que fez a marcação digital do Gollum” na trilogia O Senhor dos Aneis, é um comediante de primeira linha, e tem uma ótima química com Pegg. E o elenco ainda traz Tim Curry, Tom Wilkinson, Isla Fisher, uma ponta de Christopher Lee, e a família do diretor Costa-Gavras posando para uma foto. E, como se não bastasse, Jenny Agutter e John Woodvine voltam a trabalhar com Landis quase 30 anos depois de Um Lobisomem Americano Em Londres. Quer ainda mais? Tem uma ponta de Ray Harryhausen, o maior nome da história dos efeitos especiais em stop motion.

John Landis é um grande diretor, com um grande currículo. Ele fez vários filmes clássicos, como Irmãos Cara de Pau e Um Lobisomem Americano Em Londres. Também fez algumas coisas desnecessárias, como Um Tira da Pesada 3… Este Burke And Hare, feito 12 anos depois de seu último filme para cinema (Susan’s Plan) não é um dos seus melhores, mas está longe dos seus piores.

Para os apreciadores de um bom humor negro!

* Sei que o “para” do verbo “parar” perdeu o acento. Mas “para tudo”, além de ser ambíguo, não tem a mesma força que “pára tudo!”
😉

Amor e Outras Drogas

Amor e Outras Drogas

Conquistador, Jamie Randall (Jake Gyllenhaal) trabalha como representante comercial de um grande laboratório farmacêutico. No seu convívio entre hospitais, conhece a bela Maggie Murdock (Anne Hathaway), que, apesar de apenas 26 anos, já sofre de mal de Parkinson. Um romance começa entre os dois, inicialmente só pela atração física, já que Maggie não quer se envolver por causa da sua doença.

Amor e Outras Drogas é uma interessante mistura de comédia com drama, usando como pano de fundo os bastidores da indústria farmacêutica na época do lançamento do Viagra na segunda metade dos anos 90.

O melhor de Amor e Outras Drogas é a química entre o casal de protagonistas Anne Hathaway e Jake Gyllenhaal. Inclusive, rolam muitas cenas de nudez – a nudez foi tanta que incomodou parte da puritana plateia americana. Esses americanos não tão com nada, Anne Hathaway está lindíssima!

O resto do elenco também está muito bem – o filme conta com Oliver Platt, Hank Azaria, Gabriel Macht e Judy Greer, entre outros. Só não gostei de Josh Gad como o caricato irmão de Gyllenhaal, um alívio cômico desnecessário, na minha humilde opinião.

O filme tem um problema: o ritmo cai na segunda parte, quando o foco maior passa a ser na doença de Maggie.

O diretor Edward Zwick é mais lembrado por filmes épicos e grandiosos como O Último Samurai, Coragem Sob Fogo ou Nova York Sitiada, os mais desavisados podem achar estranho vê-lo num filme assim. Mas heu não achei estranho, lembro que ele dirigiu Sobre Ontem À Noite, romance de 1986 que coloca Demi Moore e Rob Lowe sem roupa, como Anne Hathaway e Jake Gyllenhaal aqui.

Não sei se Amor e Outras Drogas pode ser classificado como comédia romântica, apesar de seguir o formato “casal-se-conhece-se-estranha-se-separa-descobre-que-está-apaixonado-volta-a-ficar-junto”. Afinal, apesar de seguir a fórmula, a parte final do filme é um drama pesadão…

Apesar da queda de ritmo, Amor e Outras Drogas é um bom programa.

Amor por Contrato

Amor por Contrato

Bonitos, ricos e simpáticos, os Jones se mudam para uma opulenta mansão, e passam a influenciar a moda no bairro onde moram. Só que os vizinhos não sabem o segredo: os Jones não são uma família de verdade, são empregados de uma empresa que promove as vendas – uma espécie de “marketing invisível”.

A ideia é genial! Contratar pessoas bonitas e charmosas para fingirem que são uma família e despertar inveja dos seus vizinhos é algo que “acho” que ainda não foi usado pela sociedade consumista. Mas heu não me espantaria se alguém usasse isso de verdade…

O filme, o primeiro dirigido por Derrick Borte, funciona muito bem, pelo menos na sua primeira parte. Porque depois os velhos clichês hollywoodianos acabam com o ritmo do filme. Acredito que Amor Por Contrato funcionaria melhor se o roteiro esquecesse o lado “comédia romântica” e usasse altas doses de cinismo.

O elenco, liderado por Demi Moore e David Duchovny, funciona bem. A química entre o casal é boa, e Demi, em ótima forma, nem aparenta os 48 anos que tem hoje. Ainda no elenco, Amber Heard (falei dela ontem em outro filme, And Soon The Darkness!), Ben Hollingsworth e Lauren Hutton.

(Pequeno parênteses: Duchovny está bem, mas não consigo vê-lo hoje em dia e não lembrar do Hank Moody de Californication. Duchovny não tem cara de vendedor de tacos de golfe!)

O ritmo do filme cai na parte final – a ponto de um dos personagens trazer uma revelação bombástica e esta ser deixada de lado. Mas o resultado final ainda é interessante, Amor Por Contrato vale ser visto, nem que seja pela originalidade do argumento.

Um Parto de Viagem

Um Parto de Viagem

Nova comédia de Todd Phillips, o diretor de Se Beber Não Case!

Peter Highman (Robert Downey Jr) está em Atlanta, a negócios, e precisa voltar para Los Angeles para o nascimento do seu primeiro filho. Mas uma série de incidentes o impedem de pegar um avião, ele acaba tendo que pegar carona com o esquisitão Ethan Tremblay (Zach Galifianakis). Peter está prestes a entrar na mais terrível e agonizante viagem de sua vida.

Um Parto de Viagem parece uma releitura do argumento de Antes Só do que Mal Acompanhado (Planes, Trains and Automobiles, filme de John Hughes de 1987), onde Steve Martin e John Candy passam por diversos perrengues para conseguir viajar juntos – e brigam diversas vezes durante o percurso. Mas não se trata de uma refilmagem, as histórias são parecidas, mas diferentes.

O filme foi co-escrito e dirigido por Todd Phillips, que um ano antes nos deu o divertido Se Beber Não Case (com o mesmo Galifianakis no elenco). Os dois filmes têm formatos parecidos – uma “road trip” de homens adultos – diferente da maioria das comédias de hoje em dia, que usam temas adolescentes na onda do sucesso de American Pie e semelhantes. Bem, claro que o formato é semelhante, Phillips tinha uma carreira meia bomba, e alcançou o sucesso com o filme anterior… Mas pelo menos ele conseguiu manter o nível com este novo filme!

Um Parto de Viagem não é tão politicamente incorreto quanto Se Beber Não Case, mas – felizmente – Phillips não virou um “menino comportado”. Afinal, o filme tem seus momentos “errados”, não é todo dia que um adulto de saco cheio bate numa criança pentelha…

O grande mérito de Um Parto de Viagem é a construção dos dois personagens principais. Robert Downey Jr. faz um Peter que tenta fazer tudo certinho, mas está no limite dos nervos e acaba se atropelando; Zach Galifianakis faz um Ethan Tremblay genial, ingênuo e ao mesmo tempo irritante ao extremo, tudo isso exalando uma inocência infantil – ele realmente parece acreditar nele mesmo! O que é legal é que não dá pra torcer por nenhum dos dois…

O elenco ainda traz alguns nomes famosos em papeis menores, como Michelle Monaghan, Jamie Foxx, Juliette Lewis e Danny McBride. Mas o filme é de Downey Jr e Galifianakis. Parece que os outros atores estão lá só por amizade – Downey Jr. fez Beijos e Tiros com Monaghan, O Solista com Foxx e Trovão Tropical com McBride; Juliette Lewis fez antes outros dois filmes com o diretor Phillips, Starsky & Hutch e Dias Incríveis, e estará no próximo, Se Beber Não Case 2.

Um Parto de Viagem não é um dos melhores filmes do ano. Mas é uma boa opção de comédia – talvez uma das melhores comédias do ano…

The Kentucky Fried Movie

The Kentucky Fried Movie

Com anos de atraso, finalmente vi o famoso The Kentucky Fried Movie!

The Kentucky Fried Movie não tem exatamente uma sinopse. É uma série de esquetes soltas, simulando uma programação de tv, passando vários programas diferentes. Programas jornalísticos, comerciais, filmes eróticos, um filme de kung fu inteiro, trailers de outros filmes… Mais ou menos como fazia o TV Pirata, um dos melhores humorísticos da história da tv brasileira.

Lançado em 1977, The Kentucky Fried Movie tem pedigree. O filme foi escrito pelo trio David Zucker, Jim Abrahams e Jerry Zucker, que ficaria famoso anos depois por alguns dos mais hilariantes filmes dos anos 80, como Apertem Os Cintos, O Piloto Sumiu e Top Secret – Superconfidencial. E foi dirigido por John Landis, outro que brilhou nos anos 80, com filmes como Os Irmãos Cara de Pau, Um Lobisomem Americano em Londres e Trocando as Bolas.

Na época, Zucker, Abrahams e Zucker tinham um grupo de teatro, o “Kentucky Fried Theater”, e estavam tentando vender seu projeto, mas os estúdios recusavam, com a desculpa que “audiências não gostavam de filmes compostos de esquetes”. Eles não só conseguiram vender o projeto, como fizeram história. Seu estilo de humor nonsense é referência até hoje, ao lado de gente como Monty Python e Mel Brooks!

O elenco não tem muitos nomes conhecidos. Como são esquetes curtas (tirando o filme de artes marciais “A Fistful of Yen”, quase um média metragem), quase todos no elenco têm pequenas participações. Podemos citar os nomes de Donald Sutherland, Leslie Nielsen, George Lazenby e Bill Bixby (o Bruce Banner do seriado Hulk).

Curiosamente, The Kentucky Fried Movie nunca foi lançado aqui no Brasil. Lembro da época do vhs, este filme de vez em quando era citado em listas de melhores comédias da história. Mas nunca apareceu no mercado, nem em vhs, nem em dvd. Mais um daqueles casos de filmes mal lançados… Sorte que hoje em dia sei onde comprar o dvd gringo!

E finalmente vi o filme. Mas… Sei lá, achei meio bobo. Algumas piadas são boas, quem conhece o estilo nonsense do trio ZAZ já consegue ver várias tiradas com a cara deles. Mas, no geral, as boas piadas se perdem no meio de vários momentos bobos.

O filme não é ruim. Mas, na minha humilde opinião, a edição perdeu tempo demais em algumas coisas. Por exemplo, o filme de kung fu é longo demais, chega a ser chato – falha imperdoável para um filme neste estilo. E algumas das esquetes não têm graça…

Mesmo assim, ainda vale a pena. Nem que seja pelo valor histórico. Mas confesso que fiquei com medo de rever As Amazonas da Lua, outro filme no mesmo estilo “programação de tv zapeando entre os canais” (que contou com o mesmo John Landis, entre outros, na direção). Amazonas foi lançado aqui (em vhs, não em dvd), e gostei na época. Será que, visto hoje em 2011, acharei tão bobo como The Kentucky Fried Movie?

Par Perfeito

Par Perfeito

Jen (Katherine Heigl) e Spencer (Ashton Kutcher) se conheceram, se apaixonaram, se casaram e formam um casal perfeito. Só que ela não sabe que antes de conhecê-la, ele era um assassino profissional. Agora, três anos depois do casamento, o antigo patrão de Spencer reaparece e o casal se torna alvo de uma caçada milionária.

O filme, que parece uma nova versão de Sr e Sra Smith, é uma grande bobagem. Mas é uma bobagem divertida. E talvez aí resida o mérito de Par Perfeito. O filme não se leva a sério em momento algum, então, quando sequências absurdas começam a pulular na tela, é só entrar na onda da galhofa.

O casal protagonista tem boa química e funciona bem. Curiosidade: ambos vieram de séries de tv (Heigl era coadjuvante em Grey’s Anatomy; Kutcher, em That 70’s Show), e ambos têm hoje star power maior que anos atrás. E, já que estamos falando de atores egressos da tv, Tom Selleck, o eterno Magnum, está bem como o principal coadjuvante.

Ainda preciso falar das belíssimas locações da primeira parte do filme, em Nice, na França. Deu vontade de viajar…

Diversão descartável, Par Perfeito pode agradar aqueles que estiverem no clima certo.

O Turista

O Turista

Depois de ganhar o Oscar de melhor filme estrangeiro por A Vida Dos Outros, o diretor alemão Florian Henckel von Donnersmarck foi convidado para ir para Hollywood para refilmar Anthony Zimmer – A Caçada. A ideia parecia boa, já que o elenco contava com o star power de Angelina Jolie e Johnny Depp e as belas locações de Veneza.

Sim, a ideia era promissora. Mas não funcionou…

Elise (Angelina Jolie) é amante de Alexander Pearce, um misterioso homem procurado pela polícia e por mafiosos russos. Em um trem para Veneza, ela encontra um turista americano, Frank (Johnny Depp), e resolve usá-lo como isca para enganar tanto a polícia quanto os mafiosos.

Não sei exatamente qual foi o problema, mas O Turista não engrena. Talvez tenha sido a indecisão do diretor von Donnersmarck ao escolher o estilo do filme – às vezes parece policial, mas um policial devagar demais (perseguições em lanchas lentas?); às vezes parece comédia (Johnny Depp insiste em falar espanhol em plena Itália). Talvez tenha sido a previsível e ridícula virada de roteiro bem ao fim do filme.

Aliás, preciso falar dessa virada de roteiro, mas, antes, os tradicionais avisos de spoiler:

SPOILERS!

SPOILERS!

SPOILERS!

SPOILERS!

SPOILERS!

No fim do filme descobrimos que na verdade Frank é Alexander Pearce. E aí, acaba o filme e começamos a pensar em várias situações ao longo do roteiro onde isso não teria lógica. Caramba, e se Elise não se sentasse perto dele no trem? E, seguindo essa linha, descobrimos inúmeros “e se”…

FIM DOS SPOILERS

No elenco, além de Jolie e Depp, temos Paul Bettany, Timothy Dalton e Rufus Sewell. As atuações foram alvo de piada de Ricky Gervais na entrega do Globo de Ouro – ele falou que, num mercado cheio de filmes em 3D, O Turista trazia atuações em 2D. Mas não achei nada tão comprometedor assim. se o filme é fraco, não é culpa do elenco, os atores nos apresentam o esperado.

Enfim, tem coisa melhor no circuito…