Avatar

Avatar

Alguns filmes viram marcos na história do cinema por causa da sua revolução nos efeitos especiais. Foi assim em 1969 com “2001”, em 77 com “Guerra nas Estrelas” e em 93 com “Parque dos Dinossauros”.  E agora, em 2009, com Avatar.

Um mineral valiosísimo é encontrado num planeta distante, Pandora. Só que o ar de Pandora é venenoso para os humanos. A solução encontrada é a criação de avatares, seres híbridos entre humanos e Na’vi, o povo nativo, controlados à distância por humanos.

A história não é nada original, algumas partes da trama chegam a ser bem previsíveis, aliás. Mas a forma como está história foi contada, ah, isso sim é novo!

Hoje em dia, efeitos criados por computação gráfica não são mais novidade. Mas acredito que até agora nada deste porte tinha sido feito: foi criado todo um novo planeta, com nova fauna e nova flora. Isso sem contar com os gigantes azuis Na’vi. E, em momento nenhum, temos a impressão de que são efeitos. É tudo muito real!

James Cameron era um eficiente diretor de filmes de ação nos anos 80 e 90, até “True Lies”, de 93. Depois disso, ele fez só dois filmes, justamente dois dos projetos mais megalomaníacos da história do cinema: este “Avatar” e “Titanic”, de 97. Lembro da época que “Titanic” estava sendo feito. Todos em Hollywood falavam do provável fracasso do filme, que tinha estourado todos os limites de prazo e de orçamento. E o que aconteceu depois, todos sabem: Cameron calou a boca dos críticos conseguindo a maior bilheteria da história até então. E de quebra ainda ganhou 11 Oscars, incluindo melhor filme e melhor diretor, igualando o recorde de “Ben-Hur”.

Com “Avatar”, rolava uma certa ansiedade, já que ele anunciara que tinha esperado por anos até a tecnologia necessária ser criada, para então fazer o seu filme. Claro, isso cria uma grande expectativa. Mas podemos dizer que funcionou: “Avatar” é realmente de encher os olhos!

Parte da animação por computador foi feita através de um sistema de captura de movimentos do ator. Sendo assim, alguns nomes do elenco não aparecem na tela, mas os atores foram essenciais para a construção daquilo, como Zoe Saldana (do último “Star Trek“), CCH Pounder e Wes Studi. Outros atores, como o protagonista Sam Worthington e Sigourney Weaver (que já tinha trabalhado com Cameron em “Aliens, O Resgate”), aparecem nas duas versões: tanto humanos quanto Na’vis. Também no elenco, Michelle Rodriguez, Stephen Lang, Giovanni Ribisi e Joel Moore.

Enfim, disse lá em cima e repito: “Avatar” é um grande filme, que será lembrado como um marco na história dos efeitos especiais. Para ser visto no cinema, de preferência em 3D!

Alien – O Oitavo Passageiro

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Alien – O Oitavo Passageiro

Outro dia meu amigo Bebeto Pires sugeriu uma resenha deste ótimo filme, que este ano completa 30 anos. Claro que heu já tinha visto, mais de uma vez, mas é sempre bom rever antes de escrever, né? Então aproveitei o feriadão de páscoa pra rever este clássico.

Alguém aí não conhece a história? A Nostromo, uma enorme nave espacial cargueira, com apenas sete tripulantes, para no meio do caminho de volta para a Terra, para checar um S.O.S num planeta desconhecido. Alguns tripulantes vão até lá, algo dá errado, e na volta para a Nostromo trazem algo desconhecido com eles.

É difícil falar de um fime desses. Afinal, o que posso falar sobre esse filme que já foi falado por pessoas com mais propriedade que heu? Bem, posso falar duas coisas:

1- O visual do filme não está “velho”. Os cenários e efeitos ainda estão bons, algo surpreendente para um filme feito 30 anos atrás. As únicas coisas que denunciam a idade são os gráficos dos monitores de computador. E talvez alguns penteados femininos…

2- Vi este filme junto com um “quase sobrinho”, de 18 anos. Que não tinha ideia do que se tratava o filme. E que me disse que o filme continua bom!

Alien é simplesmente um marco. É a perfeita interseção entre ficção científica, suspense e terror. Nasci em 71, então não vi na época do lançamento. Mas tive a sorte de ver no cinema, numa reprise, antes da continuação, ou seja, sem saber do que se tratava, sem saber o que era o “alien”. Afinal, o suspense é criado em cima do desconhecido: não sabemos o que é aquilo; até a cena final, apenas vemos partes do bicho.

Foram 3 continuações: Aliens, de James Cameron (86); Alien 3, de David Fincher (92); e Alien – A Ressurreição, de Jean Pierre Jeunet (97). O de Cameron também é excelente, é uma das poucas continuações da história tão boas quanto o original. Não gostei do de Fincher, mas prometo que um dia ainda reverei para uma segunda opinião. O de Jeunet é bizarro, mas não se pode esperar algo diferente vindo do mesmo diretor de Delicatessen

(Não estou contando os filmes da franquia Alien vs Predador. São muito ruins, principalmente se comparados a esses!)

Mais alguns fatos legais sobre Alien:

– Era o segundo filme de um tal de Ridley Scott. Que logo depois fez um tal de Blade Runner. E que já foi indicado 3 vezes ao Oscar de melhor diretor, por Thelma & Louise (91), Gladiador (2000) e Falcão Negro em Perigo (2001).

– Os cenários e criaturas foram desenhadas pelo artista suíço H. R. Giger, o mesmo que fez a criatura em A Experiência, e a capa do disco “Brain Salad Surgery, da banda Emerson, Lake & Palmer.

– O responsável pelos efeitos especiais foi Carlo Rambaldi, que ganhou um Oscar por este filme e outro por E.T.. Rambaldi ainda fez efeitos especiais em filmes legais como o King Kong de 76, Duna e Possessão, aquele que a Isabelle Adjani cria um monstro no banheiro.

– Sigourney Weaver era quase desconhecida antes da série Alien. Depois de estrelar os 4 filmes da franquia, passou a ser associada sempre ao filme.

– O roteirista Dan O’Bannon fez outros roteiros para filmes legais, como Força Sinistra (Lifeforce) e O Vingador do Futuro (Total Recall). Mas no seu currículo tem duas coisas curiosas: 1- Só dirigiu dois filmes. Um deles é o cultuadíssimo A Volta dos Mortos Vivos; 2- Realizou, em 1974, como projeto de faculdade, uma ficção científica trash divertidíssima chamada Dark Star, que também foi o primeiro filme de John Carpenter (O Enigma de Outro Mundo, Fuga de Nova York).

Chega, o texto vai ficar grande demais. Se você ainda não viu o filme, corra para ver. E se já viu, é uma boa opção de reprise!

Rebobine por favor

Rebobine por favor (Be Kind Rewind)

Confesso que não vi esse no cinema. Já tinha lido sobre ele antes, e baixei da internet. Quando vi que ele estava na programação do Festival do Rio, aproveitei pra vê-lo de uma vez, pra falar dele por aqui. Ainda mais quando vemos que é o novo filme de Michel Gondry, que fez o ótimo Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças!

A idéia é muito boa: um acidente apaga todas as fitas de uma velha locadora – provavelmente um dos últimos pontos da cidade que ainda trabalha com VHS. E o funcionário da locadora e seu amigo resolvem refilmar os filmes por conta própria. Criam versões de 20 minutos, com eles mesmos nos papéis principais. E essas versões começam a fazer mais sucesso que as originais…

Sem dúvida, o melhor do filme está nas soluções criativas para estas versões. Eles conseguem refilmar Os Caça-Fantasmas, A Hora do Rush 2, Rei Leão, 2001, MIB, Robocop, entre outros. E todas as soluções criativas para recriar os elementos característicos de cada filme são geniais!

Mas o que o filme tem de melhor acaba atrapalhando. O filme em si não é tão interessante quanto os filminhos recriados. A situação criada posteriormente parece forçada, e a subtrama sobre o pianista nascido na cidade não é tão boa.

O elenco conta com bons nomes, como Mos Def, Danny Glover, Mia Farrow e Sigourney Weaver. Jack Black é que parece um pouco deslocado, parece oscilar entre a seriedade que o filme pede e a caricatura que funciona melhor nos filminhos refilmados. Mesmo assim não chega a incomodar.

Não chega a ser uma obra prima, mas vale o ingresso!